sexta-feira, 6 de dezembro de 2013


Ensaio sobre religião


Dicionário? Apontamentos? Guia? Estudo simplificado?
Começou por ser um “pequeno” apontamento para o blog! Mas logo foi crescendo e ninguém mais iria ler na Internet. Surgiu a ideia de um livrinho.
Os “ultra” (idiotas) muito se têm batido para acabar com o ensino religioso nas escolas, demonstração clara de uma ignorância tamanha que nem doentia é porque parece não ter cura.
Estuda-se a história que os governos, como o do Brasil e outros, insistem em deturpar, passa-se pela geografia humana correndo e procurando conduzir a mente dos alunos, e simplesmente não deixam os jovens compreenderem o que se passa, aliás sempre se passou, no mundo, e que não tenha por detrás um problema religioso.
As guerras a que hoje assistimos continuam a ter a mesma base na religião e, se um dia vindouro, esta não for completamente superada pelos “bezerros de ouro”, só se poderá compreender o mundo, indo lá bem atrás buscar a história das religiões e como estas acabaram formando regiões e países independentes da tal geografia humana.
Está mais ou menos assente, aliás sem qualquer base que o possa garantir, que os homens primitivos acreditavam que havia um mundo dos espíritos, uma força vital que eles não compreendiam, mas temiam. Daí a começarem o culto dos mortos, porque “estes se teriam inserido nesse tal outro mundo”.
Durante milhares de anos essa procura do desconhecido levou a que inúmeros pensadores, a que depois os gregos chamaram filósofos, fossem estabelecendo algumas regras de comportamento para agradar ao tal Ser Supremo. Surge assim a primeira noção de um Deus, mas um Deus que castigava, matava, se não lhe oferecessem sacrifícios, e cuja tradição acabou por ser fixada na Bíblia.
Hoje há inúmeras religiões ou desdobramentos das principais – judaísmo, cristianismo e islamismo – e ainda o hinduismo e budismo que mais são a procura do bem individual.
Este nosso ensaio sobre religião, e não religiões, escrito com todo o interesse, descaramento e máxima ignorância, não pretende ser mais do que um resumo do que deveria ser um esquema de ensino religioso universal, desenvolvido, com isenção de cada um dos aspectos que se focam.
Pensámos, de entrada, dividir o ensaio em quatro partes:
I - os primeiros passos à procura do Ser desconhecido, e de si próprio – a interiorização;
II - a Lei, da Bíblia e do judaísmo;
III - a Boa Nova, no cristianismo;
IV - os seis pilares do Islão;
e um pequeno comentário final.
Mas tudo acabou por ficar em ordem alfabética, simples.udo por ordem alfabética dentro de cada parte para facilitar a leitura.

Vai para o blog, mas dará mais de seis entradas. Quem quiser imprimir tudo de uma vez (e ficar com um “dicionário”) é só escrever-me para oyarzun@terra.com.br indicando se quer em formato A4 ou A5

- A -
Abhiseka – Cerimónia de unção dos ídolos, na Índia.
Adoptianismo – Apareceu no séc. II com Theodote de Byzance; é uma doutrina religiosa segundo a qual Jesus só seria filho de Deus por adoção, e após o batismo no rio Jordão por João Batista.
Adventistas – Membros de uma seita protestante fundada nos EUA em 1831 por William Miller, e que garantia da segunda vinda do Cristo em 1840, e continuam como principal crença a Sua segunda vinda. Os mais importantes são os “Adventistas do sétimo dia” que trocaram o domingo pelo sabbat judeu, praticam o batismo por imersão e impõem-se pesadas abstinências. Existem cerca de dez igrejas adventistas, com as suas regras diferenciadas.
Agostinhos – Religiosos que seguem a regra de Santo Agostinho (343-430), que ficou conhecido como o Pai do Ocidente.
Amauricianos – Ou irmãos livre-pensadores, membros duma seita mistica e panteísta criada no séc. XIII, que acabou na heresia depois de ter entrado em situações ridículas. Perseguidos pela Inquisição, subsistiu como sociedade secreta.
Amen – Do hebreu , passou ao gr. e ao lat..
Amon – O rei dos Deuses egípcios. Amon-Ra, o Deus sol.
Antoinismo – Seita fundada no final do séc. XIX pelo padre Antoine, belga, de tendencia teosofista e espírita, com a finalidade da cura de doenças pela imposição das mãos.
Antroposofia – Seita fundada em começo do séc. XX.
Arianismo – Heresia de Arius; uma visão Cristológica sustentada pelos seguidores de Arius, presbítero de Alexandria nos primeiros tempos da Igreja, por volta de 319 d.C., que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus. Para combater esta heresia o Concílio Ecuménico de Nicéia, em 325, estabeleceu o Credo.
Assassinos – Do árabe hachãchin. Do ramo ismaelita, fatímida, os seguidores de Nizar, que ficariam conhecidos como nizaritas, fugiram para as montanhas da Síria e do Irão. Seita fundada no séc. XI por Hassan ibn Sabbah, conhecido como O Velho da Montanha. Seu fundador criou a seita com o objetivo de difundir uma nova corrente do ismaelismo, que ele mesmo havia criado. Sua sede era uma fortaleza situada na região de Alamut, no Irão. Na Síria o ramo nizari desenvolveu uma seita chamada hashashin ("assassinos").O mundo cristão ficou surpreso com a fidelidade de seus membros, mais até que com sua ferocidade, mas havia um evidente paralelo entre essa seita e o comportamento extremista islâmico,
assim como o ataque suicida como demonstração de fé.
Astrolatria – culto rendido aos astros, desde o tempo dos sumérios, 3 a 5.000 a.C., e também entre os povos pré-colombianos. Procuravam, num céu limpissimo e no alto dos zigurates observar os astros e tentar
entendê-los.
Atonismo – No antigo Egito, num curto período, em que o faraó Aménophis IV se quiz ver livre dos sacerdotes, Aton, o disco solar, foi venerado como “mestre da luz”  e “doador de todos os bens”.
- B -
Baal – Nas línguas semíticas, “o Senhor, o Mestre”. Os Baals divinisados eram muito numerosos. Na Bíblia Baal refere-se a todos os falsos deuses, e assim o culto de Baal era idolatria, sacerdote de Baal, hipócrato ou fanático, filha de Baal, cortesã. Nos gregos foi assimilado a um Apolo solar e nos romanos a Saturno, por causa da reputação da sua crueldade.
Babismo – Movimento religioso, xiita, fundado na Pérsia no séc. XIX por Mirza Ali Muhamad, que se insurgiu contra o fanatismo, pregando a tolerância, a amabilidade para com todos os seres e a emancipação das mulheres. Considerado herético foi executado com dezoito dos seus discípulos em 1850. A sua doutrina sobreviveu pouco mas fundiu-se numa nova religião, o bahaismo.
Bahaismo – Movimento vindo do Babismo, fundado por Ali Baha Allah (Glória de Deus, 1817-1892). Nascido na Pérsia, exilado em Alexandria esteve vinte e quatro anos preso em Saint-Jean-d’Acre, hoje Acre, cidade costeira no Norte de Israel. Afastou-se cada vez mais do Islão, e criou uma religião universal de paz e fraternidade, que em todo o mundo tem milhões de seguidores.
BaptistasA primeira igreja baptista nasceu quando um grupo de refugiados ingleses que foram para a Holanda em busca da liberdade religiosa em 1608, que discordavam da política e de alguns pontos da doutrina da Igreja Anglicana e acreditando na necessidade de batizar-se com consciência, tendo como primordial o batismo, por imersão.
Basilianos – Ordem de monges que adotaram a regra do seu fundador, São Basílio (Séc. II, em Alexandria), que pretendia conciliar o cristianismo como o aristotelismo e o estoicismo. A ordem extingui-se no séc. IV.
Beneditinos – A mais antiga ordem e a mais importante do Ocidente. Contemplativa e ativa, fundada por São Bento no séc. IV. O primeiro mosteiro foi em Monte Cassino. Desta ordem derivaram os cistercienses, clunys, trapistas, cartuchos, mauristas, olivetanos e feuillants.
Bétilo – Do lat. baetylos, gr. baitylos deriva do hebraico Beith-El que significa "Casa de Deus". É uma pedra negra a que se atribui função sagrada, como morada de um Deus.  Já adorada no tempo dos sumérios ainda hoje é considerada sagrada por muitos povos do Oriente Médio. Cientificamente é um meteorito. É um bétilo que está na Caaba, venerada pelos muçulmanos.
Bogomiles – O movimento bogomile foi fundado por um papa búlgaro, chamado Bogomil, que em eslavo significa “amado de Deus”. Começou por pregar na Trácia e depois na Bulgária onde conheceu um grande sucesso, entre o X e XI séc., antes de ser perseguido pelo imperador bizantino Aléxis I Comnène e pelo patriarca Michel II Courcouas. Passou à Sérvia e daqui se expandiu pela Europa tendo influenciado entre outros, os cátaros. Acabou desaparecendo do império bizantino depois que Basílio, o Bogomil, foi condenado e queimado vivo em 1099. A sua ideologia rejeitava as autoridades constituídas, as hierarquias como corrompidas, e assim foi considerada revolucionária, tal como os cátaros. Nessa altura o papado decidiu combater as heresias com a maior violência, chegada à guerra.
Brahma – O Deus absoluto, a divindade suprema do antigo brahmanismo.
Brahmanismo – Outra religião da Índia, saída do vedismo. Desenvolveu-se com o estudo e meditação dos livros Brahamana e Upanishad afirmando o poder da casta sacerdotal dos brahmanes.
Brahmo Samaj – O primeiro movimento neo-hinduísta, procurando encontrar um teísmo para as práticas de magia e idolatria do hiduísmo popular dos séc. XVII e XVIII.
Budismo – Uma das grandes religiões do mundo; talvez mais uma filosofia que procura a solução do enigma da existência no seio do Universo, um bálsamo contra as angústias da vida e sobretudo a procura da sabedoria passando pela reconciliação: uma ética. Pregado por Buda, Siddhartha Gautama (c. 560 - 480 a.C.), expandiu-se por toda a Índia e fora dela, por terra e mar, tomando formas diversas, mas deixando sua indelével marca de sabedoria e compaixão, em todas as pessoas onde penetrou.

Continua

Nenhum comentário:

Postar um comentário