domingo, 28 de dezembro de 2014


O Mundo às avessas

Já uma vez vez tentei reproduzir uns versos de que só me lembra uma pequena parte, que cantava na Adega da Lucília, que mais tarde mudou o nome para O Faia, uma fadista já velhota, baixinha, que eu tanta vez ouvi, há mais de sessenta anos, e que tinha uma graça imensa e cujo nome infelizmente esqueci:
O mundo anda às avessas
E muitos julgam que não
Eu que me vejo por mim
Vejo que o mundo é assim
Com tanta contradição

Há latagões serafins,
Desventurados venturas,
Claras que são escuras,
Etc.
Mas olhemos um pouco à nossa volta:
- Genève ia fazer, num jardim publico, um monumento lembrando o centenário do genocídio do arménios, perpretrado pela Turquia em 1915, o que pressupunha o reconhecimento oficial desse genocídio. A Turquia ameaçou com corte de relações comerciais, e como dinheiro fala mais alto que moral e ética, o conselho federal suiço... aconselhou que se pensasse em outro local, não “tão exposto”, para o monumento. Mais ou menos escondido ou de modo a que ninguém veja! Quer dizer, a Suiça, e a sua apregoada neutralidade, uma vez mais baixa a cabeça ao dinheiro e, vergonhosamente não quis reconhecer o hediondo crime desse genocídio! Covardes. Política.

- Em Bruxelas, no último dia 4 de dezembro duas ativistas de uma quadrilha feminista internacional atacaram e destruiram um presépio instalado na Praça Central da capital belga, e não houve cristão que lá fosse, lhes tirasse as máscaras e as levasse para... um bordel. Covardes. Política?



- No Brasil uma comissão, montada pela esquerda – leia-se governo do pt – apresentou o seu relatório sobre torturas, mortes, etc., durante os anos da ditadura militar, relatório extenso, infame e que propunha anular a Lei da Anistia, assinada quando os militares entregaram o poder aos civis, e permitiu uma transição pacífica. Desse relatório constam 190 mortes, mas não consta nem um único dos 128 que os comunistas mataram e jamais indenizaram as famílias.
Nem referem os muitos crimes cometidos pelo ,madama dona presidenta ou pelo famigerado capitão Lamarca, um assassino que escreveu um tratado sobre guerrilha urbana traduzido em todas as línguas de guerrilheiros, que por proposta do pt foi post-mortem promovido a coronel, com soldo de general de brigada, e indenizada generosamente a viúva e filhos. Esse tal capitão um dia num confronto com uma tropa do exército capturou um tenente e todos os soldados. Mandou os soldados embora e deu ordens para que matassem o tenente à coronhada o que foi imediatamente cumprido.
Alguma diferença entre este assassino, che guevara, que se distraía a matar a tiros de pistola os prisioneiros em Havana, ou os jiadistas que degolam jornalistas e outros? Nenhuma. Com a arma na mão, são todos uns covardes. Política?

- Entretanto corre o processo chamado “Lava-Jato”, que descobriu a maior vergonha da história do Brasil: os bilionários roubos à Petrobrás, em que estão envolvidos dois presidentes, os do pt como é evidente, presidentes e diretores da Petrobrás e das maiores empresas fornecedoras e mais umas dezenas de políticos do mesmo pt e seus asseclas.
Aparecem até contratos de compra ou aluguel de plataformas de petróleo com o valor em aberto! O “contratado” escrevia o que quisesse, sabendo que a diferença para o valor real tinha que ser entregue ao “contratante” que o fazia chegar aos padrinhos!
No dia em que a CPI apresentou ao congresso o seu relatório sobre a Petrobrás, o relator, membro do pt, achou que estava tudo bem! Felizmente o Promotor que está a tratar do assunto e mais alguns juízes, acham que está tudo mal!
E vejam como é um assunto importante: nesse dia, depois da discussão deste problema nacional, e internacional, os doputedos entretiveram-se a aprovar uma LEI que determina o dia 25 de Outubro como o dia do macarrão!
Dantes a política era só de pizza. Agora já lhe chamam “rodízio de massas”!
Tudo ladroagem, covardia e... política.

Como é mesmo que dizia De Gaulle?

Para encerrar o ano, 2014, notícias chatas, tristes, revoltantes, dolorosas. Não podemos fingir que está tudo bem e que o próximo ano será de grande prosperidade para a humanidade e toda a natureza.
Por isso este apanhado de violência, corrupção, vergonha para uns e falta de vergonha para outros, vamos deixar no lixo do passado.
O lixo e o PIB deste “país do futuro” que não deve atingir este ano nem 0,2%. Zero, vírgula dois!
Não é um ano para esquecer. Temos que manter bem presentes toda a vergonha e covardia que dominaram este ano, para ver se podemos, de alguma forma evitar que se repitam.
Começaremos aqui 2015 com “Histórias da História” bem mais interessantes e menos desumanas.
Porque não desejar um Bom Ano Novo?
Não custa nada.

28-dez-14

domingo, 21 de dezembro de 2014




São Tomé

21 de Dezembro, o dia que a Igreja dedica a São Tomé. “O que quis ver para crer”!
No Evangelho de S. João, 11.16, quandoLázaro morre, os discípulos resistem à decisão de Jesus para que retornem àJudeia, onde os judeus tentaram apedrejar Jesus. O Mestre está determinado, mas é Tomé que toma a palavra final: "Vamos todos, pois poderemos morrer com Ele".
Sabe-se muito pouco sobre as vidas dos apóstolos, grande parte delas são lendas não comprovadas historicamente. Mesmo os nomes por que são conhecidos provocam muita controvérsia.
Sabe-se que Tomé, chamado Didimo, pelos gregos, é uma palavra de origem aramaica, Tau'ma (תום), que significa gémeo.
Chamar-se-ia Judas, há quem o confunda ou misture com Judas Tadeu, irmão de Tiago, Tiago Menor, o que terá ido catequizar para a Peninsula Ibérica. Tiago, Iacob, vem do hebraico Ia`qôb, “aquele que segura o calcanhar de seu irmão gémeo”. Tiago e Tomé eram gémeos?
Depois da morte de Cristo, quando os apóstolos tiraram à sorte quanto às suas respectivas missões, Tomé terá afirmado “qualquer que seja a Tua vontade, Senhor, assim o farei”, mas teria acrescentado que só para a Índia não iria! De pouco lhe valeram as orações! A tradição diz que São Tomé envangelizou os Partos, Medas e Persas e, talvez nem tempo, Tomé, que seria um construtor experimentado, encontrou-se contratado por um comerciante indiano, Aban, que o levou para trabalhar no novo palácio de Gondophares, um Parto, mais tarde identificado como Gudnaphar, um rei indiano mencionado num primeiro texto cristão. Este texto está nos Atos de São Tomé, de que chegaram até nossos dias versões completas em siríaco e grego. Existem ainda muitos fragmentos preservados do texto em que diz que o apóstolo tenha mesmo assistido de fato à corte do rei, na cidade de Taxila, às margens do rio Hindus, Punjab, quase no limite norte da península, onde hoje fica Islamabad, no Paquistão.

Lenda do palácio de São Tomé para o rei Gudnaphar
Jesus tinha dito aos discípulos que deviam levar sua mensagem para as pessoas de todo o mundo. Agora, aqui, estava Tomé na Índia muitos longe de casa e onde nunca tinha qerido estar! Tomé andava pelas ruas da cidade de Takshasila, no Punjab, de onde o rei Gudnaphar governava o Império. Tomé precisava de trabalho e perguntou se havia trabalho para um construtor, para que pudesse trabalhar com madeira e pedra.
Foi ouvido por um dos homens reis: você é um construtor de Jerusalém? Que sorte! Meu mestre, o rei Gudnaphar quer um palácio construído bem como o Palácio do rei Solomon em Jerusalém. Você é o homem que precisamos; então Tomé foi levado perante o rei. Me diga o que você pode fazer, disse Gudnaphar.
Em madeira, Vossa Majestade, posso fazer arados, jugos, saldos e polias, remos e mastros e navios. Em pedra posso fazer pilares, templos e palácios.
Você é realmente o homem para o trabalho, disse o Rei encantado.
Gudnaphar levou seu novo construtor para o lugar a algumas milhas da cidade onde seu novo palácio devia ser construído. A terra estava coberta de árvores e algumas em área pantanosa.
Quero que inicie imediatamente e me construia um palácio tão bonito como o famoso Palácio do rei Solomon.
Posso construir um palácio, Vossa Majestade, mas não poderei começar até Novembro. Vou ter que terminar em abril, no entanto.
Isso seria um trabalho rápido com efeito, disse o rei, mas não pode trabalhar durante o inverno. Você deve começar agora... enquanto o tempo está bom.
Não tenho medo de nada, disse Tomé.
O Rei concordou e quando finalmente viu os planos do palácio que Tomé desenhou, ele sabia que seria um palácio que valia a pena esperar. Como Novembro se aproximava o rei Gudnaphar enviou uma grande soma de dinheiro a Tomé para que ele pudesse empregar trabalhadores para começar limpando as árvores e para que comprar as melhores madeiras e pedras para construir seu maravilhoso palácio.
Mas assim que Tomé recebeu o dinheiro começou a andar pelas aldeias pobres nas proximidades, dando o dinheiro para alimentar os que tinham fome, ou a doentes para medicamentos; Tomé pagava casas para os desabrigados e certificou-se que órfãos, viúvas e idosos fossem devidamente cuidados.
Os meses foram passando o dinheiro começou a esgotar-se, mas não havia sinal de qualquer palácio.


Moeda com o “retrato” do rei Gundaphar - I séc. d.C.

Gudnaphar enviou mais dinheiro para Tomé comprar ouro para as paredes, mármore para o chão, prata para as lâmpadas; e Tomé foi dando todas as coisas para as pessoas pobres das aldeias. Como abril chegou o rei partiu para ver seu novo palácio, construído para ele em tempo recorde por Tomé de Jerusalém. Gudnaphar não poderia pensar em mais nada. Você pode imaginar o choque quando ele chegou no lugar onde deveria estar o seu palácio: viu as árvores ainda todas de pé e o solo pantanoso, mas não via nenhum sinal de um palácio.
Perguntou um transeunte se ele tinha visto Tomé. O rei gostaria de falar com ele. Quer dizer, Tomé, que tem dado dinheiro para os pobres e famintos, que cuida dos doentes e encontra casas para os desabrigados? Ele não come nada mesmo, só pão e água e viaja de aldeia em aldeia para falar às pessoas sobre Jesus.
Isso é tudo muito bem mas eu não vejo nem sinal do meu palácio.
Mas você não viu a felicidade nos rostos das pessoas por aqui, respondeu o homem.
Tomé foi logo encontrado pelos soldados do rei e levado perante ele. E quando o rei exigiu ver seu novo palácio, Tomé respondeu calmamente, você certamente verá o palácio que construí. Mas não é um palácio terreno. É um palácio nos corações dos povos, um palácio celestial que você não vai ver nesta vida.
Rei Gudnaphar ficou decepcionado e irritado. Ordenou que Tomé, o construtor, fosse levado para a prisão.
Você tem-me feito de bobo e desperdicei meu dinheiro, disse Gudnaphar. Você vai morrer de uma morte horrível. Sua pele ficará pedaço por pedaço, e então você vai ser queimado vivo.
Tomé foi levado embora dizendo, nada temerei, só acredito em Deus.
Naquela mesma noite Príncipe Gad, o irmão do rei, de repente adoeceu seriamente e nas primeiras horas da manhã, morreu. Sua alma foi levada para o céu onde os anjos lhe disseram que ele poderia escolher um palácio celestial para viver. Gad Príncipe olhou para todos os belos edifícios e logo percebeu que um era mais magnífico do que todo o resto.
Gostaria de passar para sempre em um palácio assim, disse Gad.
O palácio foi construído para seu irmão Gudnaphar, por Tomé o pedreiro, que se importou com os pobres com o dinheiro de reis disseram os anjos.
Enquanto rei Gudnaphar ainda deitado, sonhando com seu irmão, Príncipe Gad, este apareceu diante dele e disse-lhe que o maravilhoso Palácio que Tomé tinham construído para ele estava no céu. O rei compreendeu e saltou da cama para acordar seus guardas com ordens para deixarem Tomé livre imediatamente. A partir daquele dia Gudnaphar deu generosamente dinheiro aos pobres e continuou a construir o seu palácio no céu.

Uns historiadores dizem que ele foi recompensado pelo rei, outros que terá sido açoutado. Pela lenda, as duas situações podem ter acontecido!
Dali Tomé enceta sua segunda jornada pela Índia, tendo chegado a um dos portos na região de Cranganore, como Cochim, hoje distrito de Kerala, bem no sul da Índia, onde fez muitas conversões, e ainda hoje uma comunidade se diz descendente dos cristãos da Síria, e são também chamados de Nasranis, que em malaio significa “seguidore de Nazaré”, de Jesus e Nazaré.
Daqui Tomé atravessou todo o Sul e foi estabelecer-se na Costa Leste, Costa do Coromandel, em Miliapor, na altura longe da cidade de Madras, hoje Chennai, vivendo na mesma humildade, numa caverna. Converteu muita gente à Boa Nova, e até hoje a caverna e o morro onde viveu e foi martirizado, se chama o Monte de S.Tomé, e é venerado por multidões.

Monumento em frente da igreja de São Tomé, em Chennai

Foi morto por lançadas, que um rei, invejoso do sucesso da sua pregação mandou matar.
Sepultado na mesma caverna, teria sido transladado para Edessa, hoje Orfa – ou Urfa – na Turquia perto da fronteira com a Síria. São João Crisóstomo (347-407) assinalava o seu túmulo como uma das quatro sepulturas conhecidas dos apóstolos. Na primeira metade do século VI um viajante chamado Cosme, num livro que escreveu sobre as suas peregrinações diz que encontrou uma igreja de cristãos com clérigos e um bispo ido da Pérsia. Certamente aqueles de que reza a primeira viagem de Vaco da Gama que diz ter encontrado os “cristãos de São Tomé”.
Quando os portugueses lá chegaram, ainda existia um pequeno templo, e os brâmanes asseguravam que lá se encontravam os ossos do Santo. Em 1522 D. Duarte de Menezes, governador da Índia mandou reconstruir o templo que havia sido feito séculos antes. Ao abrirem os alicerces encontraram uma tumba de pedra com ossos que foram tomados como relíquias de São Tomé e, inclusive, um pedaço de uma das lanças com as quais fora morto com o sangue ainda coagulado.
Hoje tem um imponente igreja.


Basílica de São Tomé, em Chennai, construida pelos portugueses em 1896

Um fato recente e muito curioso foi quando do tsunami de dezembro de 2004 que devastou toda aquela região: o templo que guarda suas supostas relíquias ficou imune às ondas gigantescas que destruíram todas as construções adjacentes, tendo permanecido intacto. Uma antiga tradição afirmava que um poste fixado pelo apóstolo limitaria até o fim dos tempos as águas, que jamais o ultrapassariam. Este poste existe até os dias atuais e se localiza exatamente na porta principal da igreja que guarda suas supostas relíquias. Isto deixou os sacerdotes hindus desconcertados e os mesmos prometeram não mais perseguir e discriminar os cristãos daquelas regiões.
São Tomé ainda é honrado em Taxila em um festival anual no começo de julho, celebrado por milhares, celebrando a passagem dos seus ossos através de Taxila no seu caminho para Edessa (atualSaniurfa na Turquia).

Além disso é o Padroeiro dos arquitetos da Índia e de outros.

21-dez-2014, 1942 anos após o martírio de São Tomé.


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014




O  RENASCER  DE  UMA (quase) LENDA

Devia, o calendário, marcar qualquer coisa como 1967 ou 8.
Um pequeno veleiro, o “ARGUS”, um yawl de carangueja, cheio de caracter, com um comprimento de 25’ 6” – 7,77 metros, 2,44 m. de boca e 1,10 m. de calado, com quilha fixa, foi mandado construir em Luanda pelo Ten. Cor. Jacinto Medina diretor da DTA, a antiga companhia aérea de Angola, e lançado à água em 1952.
Passeava-se orgulhoso por aquelas águas e ao vê-lo navegar levava-nos, ao tempo de meninos, a pensar nos piratas, nas ilhas do Caribe e dos mares do Sul, a sonhar!
Quando soube que iria ser vendido o meu coração deu um pulo: “o meu barco”! E foi.


Um dia, um muito querido primo, como irmão, na altura comandante do navio “Vera Cruz”, José de Azeredo e Vasconcelos, na sua passagem em Luanda, foi, com o orgulhoso proprietário do veleiro, dar a sua “opinião”! Gostou. Mostrei-lhe os planos do barco, e pediu que lhos emprestasse.
Algum tempo depois, em mais outra passagem por Luanda, chamou-me a bordo – onde normalmente eu já ia para ou simplesmente bebermos um copo ou jantar – o navio quase vazio depois de ter despejado mais uns milhares de militares para a guerra colonial, porque tinha um presente-surpresa para mim!
O carpinteiro de bordo, um homem habilissimo, tinha feito uma maquete do “ARGUS”, com uma precisão e um carinho, adimiráveis.
Montou o barco, à escala de 1/10, precisos, como se estivesse a construir um autêntico veleiro de mar. Vejam como fez o lançamento da quilha e cavernas:

Ao ver aquela pequena maravilha fiquei sem palavras (com a autorização do comandante, claro, dei um dinheirinho ao artista – nem tenho ideia quanto terá sido!) e quando regressei a casa levava nos braços, com o cuidado de quem carrega um recém nascido, aquela jóia linda, com dois beliches com colchões (!) na cabine, um pequeno abat jour na mesa, com uma lampada que se acendia, um luxo.

Já lá vão mais de quarenta e cinco anos! Quase sempre esteve em lugar de destaque na nossa sala.
Mas a vida foi peregrina. Entretanto tive que ir para Moçambique três anos e meio, regresso a Angola, mais um ano, foge – foge mesmo – para o Brasil – primeiro no interior do Estado do Rio, depois São Paulo, a seguir uma estadia em Portugal, e finalmente estabilizado (?) no Rio de Janeiro desde 1995.
O “ARGUS”, muito frágil, sempre navegou nessas viagens, embalado, e como é de calcular foi sofrendo um trauma aqui, outro além, peças frágeis, como o cimo dos mastros, bujarrona e outras, deixou de caber na casa onde hoje vivemos e foi dado a um dos filhos.
Pouco dado à náutica e sem muito espaço para colocar a belezura, foi jogado numa caixa, num canto e o tempo se encarregou que o preservar-estragar.
Velas rasgadas, dois rombos no casco, brandais cortados para se poderem retirar os mastros, todos os “cabos” – escostas, adriças, carregadeiras, etc. – num bolo tão emaranhado que levou dois dias para separar, um monte de outros problemas, e etc.!
Faltavam ainda uma série de pequenas peças, algumas ínfimas, e tudo teve que ser refeito.
Foram quase três semanas de trabalho, dois pares de óculos, um em cima do outro, face à pistosguice do “restaurador”, e finalmente o “ARGUS” está pronto para novo lançamento... não à água mas à exposição.
Agora já está com os cabos arrumados no convés como mandam os velhos e bons marinheiros:

O Nr. 29 do Club Naval de Luanda, irá qualquer dia lançar ferro, definitivamente, na sede deste clube, descansar na terra onde navegou imponente, e esperamos que viva ainda muitos e muitos anos. Está prometido, consta do meu testamento – verbal, que não tenho escrito –e oportunamente fará a última viagem, “triunfal”, para Angola.
Por enquanto fica um tempo aqui em casa, entre um quadro brasileiro e outro angolano, para eu olhando para ele gozar, enquanto deixo os sonhos me levarem para o tempo em que cruzávamos aquelas lindas águas da Baía de Luanda e do Mussulo, os filhos pequenos a adorarem os passeios, muitos amigos também, enfim parte da vida que o “ARGUS” guarda, não só para mim como para os primeiros donos.
E continua a envergar, no topo do mastro principal a flâmula do C.N.L. !

10-dez-14


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014


Natal

Todos os anos temos que parar uns momentos, refletir, meditar, rebuscar no fundo da memória as lembranças de todos os amigos, os que ainda estão entre nós e os já que nos aguardam lá... onde quer que seja.
Junta-se a família, ou só parte dela, muitos ausentes, longe, trocam-se uns presentinhos que mais não significam do que “não me esqueci de você”, come-se o peru (apesar de estar carissimo!) mas e sempre presente a sensação de que nos falta algo, alguém.
Os bonitos cartõezinhos de B.F., que estão a cair em desuso com a Internet, distribuem abraços e votos de um melhor ano, boa saúde e disposição, vivem-se umas horas de ilusão, que cada um não quer desperdiçar, sabendo no entanto que o próximo ano não vai ser melhor em coisa alguma.
O pseudo-laicismo leva-nos a dar razão a Nietzsche quando disse “Deus está morto, somos nós os seus assassinos”. E não nos podemos reabilitar?
Poucos celebram em primeiro lugar o nascimento do Menino que nos trouxe a Boa Nova, raro haver momentos de meditação coletiva para que cada um aprofunde o sentimento do verdadeiro Natal, a maioria não saberá porque enfeita a árvore com uma estrêla no topo, porque o que impera hoje é uma grande festa, leia-se farra do comércio por todo o mundo, que aproveita a quadra para vender tudo a preços inflados porque... é Natal.
Esta deveria ser uma mensagem de esperança, sobretudo de votos de muita paz, e se ela está a ser destruída por esse mundo todo, que guardemos a paz interior, que só cada um consegue encontrar quando a procura.
Assim mesmo vai um forte abraço para todos, família, amigos e até para aqueles que nos consideram inimigos. Talvez, talvez, se estes aceitarem o abraço alcançaremos mais depressa a tão desejada PAZ.


Dezembro de 2014

terça-feira, 9 de dezembro de 2014


Ortodoxia = Poder


Já escrevi sobre este assunto, mas as transformações por que o mundo está a passar, obrigam a meditar, muito, sobre a bestialidade, o uso da força, militar, política ou financeira, e o uso, aliás abuso, da religião para os mesmos fins, o poder.
Desde os primórdios da história (e da proto história) os que assumiam o mando apoiavam uma religião, cujas manifestações sofisticavam ao máximo, para que ao seu poder temporal fosse agregado o “divino” e assim melhor poderem controlar o povo.
Mesmo na história da Índia, de que tanto se fala nos bramanes, como o topo da escala social, parece terem sido os kshatryias, os governantes ou chefes militares, que elevaram os bramanes, sacerdotes, ao ponto mais alto, dando-lhes templos e dinheiro, obrigando-os a complicarem as cerimónias para eles próprios se assegurarem no comando, tornando-se como que divinos! Seiscentos anos a.C. os japoneses seguiram caminho semelhante fazendo do culto primitivo Kami-no-michi um instrumento de domínio político.
Através dos tempos todas as religiões passaram por situações iguais, tendo-se visto até alguns papas formarem exércitos, imporem a Inquisição, a ortodoxia judaica definir a conduta dum povo – e dos vizinhos – quando se sabe que a maioria dos judeus, em todo o mundo, são liberais, e agora o islamismo, mais feroz ainda do que no seu começo, cria interpretações cada vez mais sofismadas do Corão, com a intenção única de dominar mais e mais povos.
Espanta ver a imensa quantidade de jovens que, de praticamente todos os países, se juntam ao terrorismo islâmico, onde já se incluem oito portugueses e duas portuguesas (o que elas andarão por lá a fazer?), e tornaram-se autênticas bestas-feras, cujo único objetivo é matar, e com requintes que não se conheciam a não ser para se matarem galinhas!
Porquê, segundo informações, metade dos terroristas jihadistas são oriundos de fora do médio oriente?
Porquê se assiste às levas de imigrantes de África à procura dum “El-Dourado”, pagando pequenas fortunas para serem levados à Europa, em condições de gado, qual o transporte de escravos nos séculos vergonhosos da escravatura?
Porquê cresce o número de assaltos, roubos, greves, insatisfação, sobretudo nas populações jovens, mais ainda nas imigrantes?
Será que o desemprego tem a ver com tudo isto? Parece evidente.
Jovens, alguns com formação universitária, com imensa dificuldade em encontrar trabalho. Desiludidos com o presente e descrentes no futuro.
Desde sempre, no desespero, grande maioria procurava algum consolo na religião, na oração, na paz que lhes ofereciam a meditação, as igrejas, os mosteiros a vida religiosa.
Onde estão as vocações? Onde estão as igrejas cheias de fiéis, a não ser as milagreiras evangélicas que até fazem, nalguns dias, promoção de milagres?
Conventos são transformados em hoteis ou museus ou abandonados à ruina, igrejas são vendidas e muitas transformadas em moradias, outras invadidas por hyppies, o abstencionismo nas eleições de políticos é cada vez maior, e tudo são demonstrações claras de que o mundo parece estar perdido e, não só os jovens, ninguém acredita mais em ninguém.
Aumentam as vendas, mais que qualquer outra coisa, de artigos de luxo exorbitante, iates para passear “clientes” e prostitutas que comportam duas pistas de helicópteros e dois submarinos, carros cobertos de ouro, relógios cravejados de diamantes, hoteis de cinco ou sete estrêlas oferecendo suites de novecentos metros quadrados a um preço, por uma noite, que daria para várias famílias viverem, bem, durante um ou mais anos!
O desiquilíbrio é cada vez mais evidente e ostensivo, e os jovens se perguntam como sobreviver neste autêntico mundo cão.
O cinema, a tv, os jornais e as revistas dão cada vez mais espaço a escândalos financeiros (veja-se agora o Brasil), à violência, pornografia, mulheres que se expõem oferecidas, e não prometem mais do que uns momentos de fuga ao mundo real.
Levantou-se a bandeira da homossexualidade como se fosse um mérito ser homossexual, quando não mais do que uma condição de vida que nem exposta deveria ser.
Destroi-se a família, abandonam-se os idosos, comercializam-se vidas com a venda de esperma escolhido para que o filho tenha olhos azuis ou verdes, pratica-se o aborto porque não se querem abster de fantasias sexuais, e o indivíduo acaba por se sentir isolado, desprezado. Uma peça numa engrenagem torturante, um número nos arquivos virtuais de empresas ou governos, roubado da sua independência e dignidade.
Vão-se enganando com o uso de drogas, reconhecendo no seu íntimo que são farrapos humanos, sentem-se imprestáveis, abandonados.
Surge o jihad. Promete-lhes aquelas bobagens de morrerem como herois e terem um batalhão de virgens à espera deles nos tais elíseos corânicos. As mulheres são contratadas para servirem sexualmente os “valentes heróis” e, todos perdidos neste mundo de loucura, oferecem-se para a luta terrorista onde se sentem John Waines da vida, metralhadora na mão ou cinturão de explosivos, para se vingarem duma sociedade que se lhes apresentou cada vez mais injusta e absurda.
Menos mortíferos, o mesmo se passa com os Black Bloks, ou com as permanentes greves que assolam sobretudo o país mais “especializado” em movimentos sociais, a França, no fundo todos lutando contra as desigualdades.
Os EUA sempre um país de racismo exacerbado, é um dos principais “fornecedores” de jovens para o ISIS. Lá, os miseráveis que em “casa” (?) eram tratados quase como lixo, sentem-se realizados com uma arma na mão, a matar, simplesmente a matar quem quer que seja porque a sua vida passou de miserável a “poderoso”!
E assim, por todo o mundo, os que se consideram escória dum mundo bestial, procuram nas fileiras do terror alguma satisfação para o seu ego destruído. E essa satisfação é tanto maior quanto mais matam e com mais requintes de barbarie. E parecem nada sentirem, por incrível que pareça!
Os que sobreviverem vão de lá sair completamente transtornados e nunca mais se vão encaixar nas suas anteriores comunidades. Nem eles são capazes, nem as comunidades os querem.
Quanto tempo vai durar ainda toda esta situação?
Décadas de horror, de terror, medo, desiquilíbrio.
Tanto é o medo – e a covardia – que inspiram que, voltando a França, este ano um desses amedrontados, ao abrigo duma lei de 1905, que considera o Estado Francês laico, entrou com um processo no tribunal para a que Mairie, creio que de Cannes, fosse obrigada e retirar da sua entrada um presépio que ali era colocado desde... sempre. O tribunal deu ganho de causa ao covarde. O maire comentou que qualquer dia obrigarão também a tirar as estrelas que enfeitam e encimam as árvores e Natal, porque elas simbolizam o aviso aos Magos, e a seguir só falta mesmo acabar com o Natal.
Depois trocam-se os pinheiros por cedros do Líbano, e encimam-se as árvores com o crescente... verde.
É o que acontece quando as populações se acovardam.
Os terroristas irracionais ortodoxos aproveitam-se do caos que reina pelo chamado Ocidente e...


08/12/2014

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014


Portugal no século XX


Volta e meia aparecem uns livros que despertam a minha curiosidade. Desta vez foi “O Século XX Português”, do professor José Miguel Sardica. Uma análise interessante, sem manifestar qualquer tendência político-partidária, acaba por nos levar a comparar a I República, 1910 a 1926, com a gloriosa revolução dos cravos: períodos de anarquia total, perseguições, vinganças, governantes a vomitar o seu ódio represado, levando, a primeira à Ditadura de Gomes da Costa, seguida pelo período de Salazar, que deixou o país rico de finanças e pobre de liberdade, e a segunda, depois de acalmar um pouco, ao des-governo cavaquista que se embandeirou em arco com os dinheiros que recebia da UE e que acabou deixando o país com liberdade mas arruinado. 
Os primeiros, anarquistas, carbonários, ferozmente anti católicos, fecharam-se num grupo “revolucionário, jacobino e ditatorial”, fazendo com que a esmagadora maioria da população aplaudisse a chegada da paz interna com Carmona e Salazar. A “dos cravos” quase leva o país aos sovietes com o famigerado MFA – Movimento das Forças Armadas – perdido, vingativo, sem saber que direção tomar.
Tal a Revolução Francesa, que se quiz impor pelo Terror, a que Napoleão, quer gostem dele ou não, acabou por dar rumo.
Até nos poucos meses que esteve exilado na ilha de Elba, revolucionou aquela pequenina parcela do território, ordenando-o, abrindo estradas, valorizando-o. Portugal não teve um Napoleão! Teve Salazar que afastou tudo e todos que lhe poderiam fazer sombra ou atrapalhar os seus projetos.
Em 1932 ele afimou; “Os que não concordam podem ser sinceros e dignos confessando a sua discordância... mas no que respeita a uma atuação política efetiva, levá-la-emos pelo melhor modo possível, a que não nos incomodem demasiadamente...” . Brilhante! Mas todos os que incomodaram foram postos ou fora ou a ferros, desde a extrema esquerda à extrema direita.
Também dele a frase: “O poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente.”  Ele parece não ter metido um cêntimo no bolso, mas julgou-se imortal e insubstituível.
Nomeou Marcelo Caetano, um dos primeiros a apoiar a Mocidade Portuguesa e a ocupar sempre cargos da mais alta confiança desde que fizesse exatamente o que o chefe queria.
E Salazar tinha dele uma opinião curiosa! Em 1973, em (ainda) Lourenço Marques, um padre, cujo nome felizmente esqueci, diretor do jornal “O Diário”, quase orgão do bispado, tinha sido em tempos capelão da Mocidade Portuguesa, profundo admirador de Salazar, mas, pagar os emprestimos que devia ao banco, onde eu estava... nada. E lá vou eu, poucos dias depois da desastrosa comunicação de Marcelo Caetano ao país, a propósito do livro “Portugal e o Futuro” do general Spínola, uma vez mais ver se conseguiamos receber algum! O padre como já se esperava disse que a diocese estava sem dinheiro, chorou um pouco, etc., e veo à baila o discurso de Marcelo. Diz-me ele: “Eu conheci bem o Presidente Salazar. Várias vezes o fui visitar, e numa delas perguntei-lhe porque não nomeava o professor Marcelo Caetano como primeiro ministro e ia descansar, que bem merecia. Salazar respondeu-me: o professor Marcelo Caetano é um homem inteligente, íntegro, mas quando cria problemas não sabe como os resolver. Foi, por exemplo o que se passou quando me pediu para ser reitor da Universidade de Lisboa. Começou por afirmar que a Universidade mais antiga era a de Lisboa e não de Coimbra, arranjando logo confusão com os coimbrões. Depois, contra a minha opinião, que previa viesse a dar problemas, criou a Casa dos Estdantes do Império, que não tardou a ser um centro de desenvolvimento de movimentos de esquerda e pró independência das colónias. Quando já não sabia o que fazer veio apresentar a demissão. Um homem de valor mas não para conduzir um país!”
Curiosa esta opinião de Salazar. Dias antes todos tinhamos ouvido pelo rádio o pronunciamento de Marcelo Caetano, que foi um balde de água fria na abertura para o diálogo com os movimentos de libertação. Tal e qual a personalidade que Salazar definira!
O livro do professor Sardica dá-nos outra confirmação desta visão: a guerra de África consumia todos os recursos do país, não só económicos mas sobretudo em gente. 2% da população estava nas frentes de batalha. “Não querendo, não podendo ou não sabendo libertar-se deste fardo, o governo marcelista entrou em paralesia a partir de 1970-71. Foi o momento em que Caetano desistiu de liberalizar mantendo a guerra, passando a manter a guerra sem liberalização. E o sinal mais claro do recuo foi a recandidatura de Américo Tomás à Presidência, aceita por Caetano no verão de 1972.”
Do blog Portugal Vitorioso
Por Vitor Santos
Para muitos, o 25 de Abril que se comemora, é o expoente máximo da liberdade e da independência nacional. Intocável na sua génese, 40 anos depois, é imprudente discordar dos militares que lhe deram corpo. Passados 40 anos, temos uma associação liderada por uma figura que mais parece ter sido tirada de uma banda desenhada que mais não faz do que manter a todo o custo a insegurança, dividindo o povo e semeando o medo entre aqueles que discordam das suas palavras e dos seus actos.
Tinha razão Marcelo Caetano quando um dia se pronunciou sobre o 25 de Abril. 
Disse ele: “Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma Nação que estava a caminho de se transformar numa Suiça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a emigração em massa”.
E acrescenta: “Veremos alçados ao Poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie que conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República”.
Comemorar, hoje, o 25 de Abril é deixar a esmagadora maioria dos portugueses com “amargo de boca”. Livramo-nos de uma ditadura para acolher e votar em ladrões e vigaristas oriundos de todas as classes sociais.
Deixemos Caetano em paz. Foi um professor de direito muito estimado e admirado por seus alunos, pelo seu saber e sua postura.

Só mais um aspeto de Portugal no século XX: a Mocidade Portuguesa. Criada por Decreto-Lei em 19 de maio de 1936, pretendia abranger toda a juventude - escolar ou não - e atribuía-se, como fins, estimular o desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação do carácter e a devoção à Pátria, no sentimento da ordem, no gosto da disciplina, no culto dos deveres morais, cívicos e militares.
Há que se divirta a comparar a Mocidade Portuguesa – MP – com a juventude hitlerista, ou as juventudes fascistas italiana ou espanhola.
É evidente que foi uma obra de Salazar, o que era bem visível nos cintos da farda, com um grande S na fivela!



Jovens da MP dando início à plantação da floresta de Monsanto em 28-Maio-1938
(Eu sou o que esta atrás, à esquerda, assinalado com a cruz azul)
Quem, como eu passou uns anos na MP, deve lembrar-se como era uma organização bem estruturada, e onde os jovens, primeiro só rapazes e mais tarde também as moças, tiveram oportunidade de preticar uma imensa variedade de desportos como vela, equitação, campismo, atletismo, jogos divesros, etc.
Fomos nós que plantámos as primeiras árvores do que é hoje o Parque Florestal de Monsanto. E fizémo-lo com o maior prazer. Ainda hoje consigo econhecer a árvore que lá plantei há 76 anos!!!


Primeira página do número especial do Século Ilustrado” de 28-Maio-1938

Em 74 a famigerada “dos cravos” acabou com tudo. Todos éramos ou tínhamos sido fascistas! E em seu lugar simplesmente, covardemente e incopetentemente deixou... NADA.
Tenho muito orgulho, e saudade de ter sido esse fascista! Fiz muito desporto, sobretudo atletismo, sem nunca me ter preocupado em ser uma capeão – atletas profissionais nem me lembro se havia – e tão fascista fui que quando das eleições de 1958, quando me indignei ao ouvir pelo rádio um surpreendetemento idota discurso do major Botelho Moniz, mais salazarista do que o próprio dizer “não saimos daqui nem a votos nem a tiros”! Lembro bem de ter dado um pulo da cadeira e dizer que essa gente está a fazer de nós todos uns carneiros.
As listas de eleitores em Angola, onde não havia nada organizado, foram pedidas às empresas, e só votavam os que os diretores lá inscreviam. Depois daquele “soco no estômago” que me deu o tal major, coloquei em letras bem grandes no vidro traseiro do meu carro
“VOTE NO HUMBERTO DELGADO”.
Foi o suficiente para que o diretor geral da Cuca, em Luanda, ter feito a seguinte observação: “Você não está maduro para votar!”, e riscou o meu nome da lista!
Não serviu de nada porque o “general sem medo”, em Angola deve ter ganho com mais de 90%, mas “oficialmente” creio que foi só com uns 58%!
Graças a Deus! Nunca votei, nem jamais votarei.


03/11/2014

segunda-feira, 10 de novembro de 2014



O Brasil a caminho do buraco


Está a desenhar-se uma dura luta neste país que começou por se chamar idilicamente de Vera Cruz. É grave o estado de saude mental dos extremistas do “pt” que, salvo cortar gargantas, estão a comportar-se de forma igual aos terroristas islâmicos: destruir tudo.
Alguns exemplos em que muitos não vão acreditar que seja possível acontecer, mas os chamados “bons”, sempre os bobocas” acabam por pagar o pato, porque, ou confiam em milagres, e milagres não são para estas coisas, ou demasiado acomodados, pensam que o mal não passará da Síria... ou do Brasil. Mas se não estivermos bem atentos e dispostos a lutar, mesmo sem armas, um dia acordamos com Stalin ou Fidel no comando. Ou pior.

- Há dias houve mais uma convenção sobre o clima. Um Ultimato Global: acabar com as emissões de gazes toxicos até 2100, e preservar as florestas. Não assinaram a convenção a China, que se está bem lixando para o planeta, a Índia que não sabe que rumo tomar e... o Brasil que precisa dos votos do povo do Norte. Aliás estas convenções são como as reuniões de emergência do conselho de segurança da “onu” – tudo letrinhas bem mixurucas – que são muito boas para quem lá vai e ganha um monte de grana, mas que não resolve ABSOLUTAMNTE nada.
- Para se ter uma idéia da proteção e da corrupção, que talvez se possa chamar de “paralela”, nos últimos vinte anos o preço das tarifas de ônibus subiu 711%, os combustíveis 463% e os automóveis 158%. Perguntarão: e daí? Daí que uma das mais fortes forças que manda nas assembleias legislativas das cidades é a “turma” da empresas de ônibus, que financiam os candidatos, etc. Além disso, i. é, além de terem o mais alto índice de aumento de que qualquer outro produto ou serviço, ainda são subsidiados pelos estados e perfeituras! Uma mina.
E os carros, porque só 158%? Primeiro porque as fábricas produzem cada vez mais robotizadas e sobretudo porque o desgoverno vem sistematicamente isentando os carros de IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados – para satifazer os companhêros sindicalistas. Desta gente é que saem ministro, duputedos, senadores, sonegadores e outros malfeitores... como o apoio do “pt”.
Deste modo o número de carros novos que são despejados no mercado atinge 3,75 milhões por ano. Sem novas estradas, sem que se resolva o problema de circulação nas cidades, enfim, uma alegria.

- Há dois dias reuniu-se a Executiva Nacional do “pt”. (Os excutores do país!) Decidiram, talvez mais do que por unanimidade, mas talvez por aplauso, lutar para:
a) – Revogar da Lei da Anistia, condição básica para os militares terem entregue o poder aos civis. Depois para continuarem a caçar os, atualmente velhotes ou aposentados, que fizeram a vida negra dos terroristas – leia-se também dilminha, que jogou uma bomba na porta dum quartel, e matou a sentinela – e para continuarem a dar pensões milionárias a quem passou um dia ou um mês na cadeia. Enfim para se vingarem.
b) – Alterar a regulação da lei da mídia, para poderem calar os orgãos de informação, à imagem do que se passa na Argentina, Equador e Venezuela, entre outros, porque têm sido os jornalistas que denunciam mensalões, petrolões, e todas as demais infâmias de que o sapo-barbudo nunca soube nada. Nem a madama dilminha!
c) – O “pt” já começou a preparar os seus delegados a uma hipotética assembleia constituinte, que terá com função principal a sovietização ou bolivarianismo do país.

- Dois dias depois da madama dilminha, a gerentona, ser reeleita, o miserável governo bolivariano da Venezuela mandou um dos seus ministros, Elias Jauá Milano, vice-presidente e ministro do Poder Popular para Comunas e Movimentos Sociais da República Bolivariana da Venezuela, representando o governo do presidente Nicolás Maduro, assinar uma série de parcerias com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Os acordos visam a doutrinação e agitação bolivariana no Brasil a nível de comunidades locais para dar andamento à agenda comunista do Foro de São Paulo na América Latina.
Um comunicado publicado no site do ministério do Poder Popular para Comunas e Movimentos Sociais do governo venezuelano explica: “No âmbito da visita ao Brasil do vice-presidente de Desenvolvimento de Socialismo Territorial, Elias Jauá Milano, foram assinados uma série de acordos na terça-feira (28), nas áreas de formação e desenvolvimento de produtividade comunitária entre o governo bolivariano e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Terra do Brasil (MST), em Guararema, estado de São Paulo”.
Recentemente, Elias Jauá Milano causou polêmica no Brasil quando a Justiça Federal decretou a prisão preventiva da venezuelana Jeanette Del Carmen Anza, babá de seu filho, presa pela Polícia Federal na madrugada de sexta feira (24), ao desembarcar no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na Grande São Paulo. Numa maleta preta do ministro, a babá levava um revólver Smith & Wesson calibre 38 municiado e um detalhado manual que trata da “derrota permanente do inimigo” e cartilhas mencionando estratégias do Partido Comunista Chinês; uma delas ensina como “marcar e neutralizar o inimigo” e “como enfrentar crises e conflitos reais”.
Para justificar a arma, Milano afirmou na ocasião que a babá na verdade seria sua segurança, e carregava a arma para proteção dele e sua família. O ministro venezuelano assinou um termo perante um juiz e obteve a liberação da arma. A babá, entretanto, continua presa. (Coitadinha da babázinha!)

Lembro o que que escrevi há já uns quantos anos: o responsável pelo MST, declarou numa entrevista, para que todo o Brasil tomasse conhecimento, que, quando ele desse ordem, em 24 horas teria na rua 200.000 homens armados. E voltou agora a afirmar que se a sua dilminha perdesse as eleições provocaria o caos no Brasil.

Com este magnificente, ladrão, corrupto e ineficiente desgoverno petista, em 2013 o percentual de extremamente pobres aumentou de 3,8 para 4%. mais 850 mil pobres! Hoje, segundo dados coletados e prontos desde Setembro, mas não divulgados antes das eleições (!!!!!) o Brasil tem quase 9 milhões em situação de extrema pobreza. E dá a esmola do Bolsa Família a quase 25% da população dos país! Insanidade total!

No entanto em meio às belezas cicundantes, ainda pervalece muito a prepotência do “você sabe com quem está falando?” – Há dias um juiz, desembargador, de nome João Carlos de Souza Correia, foi apanhado numa blitz da Lei Seca (controle de alcoolemia ao volante) por uma agente, Luciana Tamburini. Sexa não levava nem carteira de condução, nem documentos do carro que nem sequer placa tinha. A agente disse-lhe que o carro tinha que ficar retido e ser rebocado. O juiz, um dos que pergunta “você sabe com quem está falando”, deu voz de prisão à agente, que não acantou, dizendo-lhe “o senhor pode ser juiz mas não é Deus!” O malfeitor, leia-se o juiz, telefonou para a Polícia Militar e mandou lá ir uma equipe, que não demorou. O policiais queriam alegemar a agente! Acabaram na Delegacia, onde o juiz apresentou queixa contra a agente por falta de respeito! Um colega, outro juiz julgou a questão. Moral da história: obrigou a agente a indenizar o juiz em R$ 5 mil.
Ontem, seguindo o exemplo da “democracia”, um juiz mandou tirar um radar montado perto da sua casa porque foi multado! E a Prefeitura teve que obedecer à “ordem” judicial (judicial???)
Estamos onde? Na Russia de Putin, na Coreia do Norte?
Não! Estamos no Brasil, onde dizem que por haver votação – fraudada, sempre – se vive em demovracia, na Cidade Maravilhosa, com Ipanema e “Copacabana a princesinha dos mares”, e com estas corjas de urubus e malfeitores à solta e ainda julgando em tribunais pelo corporativismo.

05/11/2014


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Do Brasil                                                                                 por Francisco G. de Amorim

As “exemplares” 
descolonizações portuguesas

Muito interessante o livro “Mazagão – la ville qui traversa l’Atlantique”, de Laurent Vidal, um detalhado estudo sobre a famosa, e quase esquecida, transferência de toda a população duma cidade no Marrocos para uma nova terra perdida em local perdido na Amazônia.

Vista aérea, actual, de Mazagão, hoje chamada El Jadida

Talvez pouca gente saiba que, em 1769, Portugal decidiu abandonar a praça forte de Mazagão, isolada em território marroquino, com uma ilustre folha de serviços, na constante luta contra os mouros, e transferir cerca de 2000 pessoas, para um lugar a criar de novo nas margens do Amazonas.
Teve duas finalidades essa transferência de toda a população: primeiro acabar com o custo imenso de manter uma fortaleza, isolada na costa de Marrocos, abastecida por mar, apesar de no seu entorno os portugueses manterem uma espécia de horta e pomar, e sofrendo constantes ataques das tropas marroquinas, e ao mesmo tempo criar o maior número possível de vilas e defesa ao longo do Amazonas – Estado do Grão Pará – região cobiçada por uma série de potências, como a Inglaterra e França e até os Estados Unidos.
A folha de serviços de Mazagão marroquino é, a todos os títulos, notável. Uma pequena “cidade” fortificada, com saida direta para o mar, habitada por gente denodada que defendia o cristianismo contra o “paganismo dos mafomas”. Por outro lado a presença dessa pequena terra encravada em solo maometano era um “tremenda ofensa” para os seguidores de Maomé, e por muito e muita gente de que dispuséssem, os mouros nunca foram capazes de vencer aquela posição. Só depois que Portugal se viu mais do que endividado – para variar – e  ter concluido que a luta era insana, sem qualquer proveito nem para a cristandade nem para os cofres reais, é que negociou com o Sultão a entrega da praça fortificada, deixando sair toda a gente e podendo levar todos os seus pertences.

 Mapa de Mazagão e suas hortas, vendo-se como era protegida a entrada/saida para o mar

"Mazagão", em terras marroquinas, encontrava-se sob o domínio da Coroa portuguesa desde 1486, embora os portugueses apenas nela se tenham instalado só a partir de 1502 quando ergueram uma torre e algumas instalações de campanha. Foi apenas em 1514 que a Coroa portuguesa decidiu a fortificação permanente do local. Em 1561 os mouros cercaram Mazagão com um exército de 150.000 homens, que abandonam dois meses e meio depois de terem sofrido mais de vinte e cinco mil baixas em combate, contra somente cento e dezessete portugueses.
Vale a pena, sobre este cerco, ler uma espantosa história tirada do livro “Homens, Espadas e Tomates” de Rainer Daehnhardt:
Corria o ano de 1562 e o Rei de Marrocos, Xerife Muley Abdala, tinha conhecimento de que a guarnição portuguesa de Mazagão estava fortemente reduzida, tendo aí ficado apenas alguns mal providos arcabuzeiros. O Capitão-mór estava ausente e o mouro decidiu recon­quistar a praça portuguesa. Juntou um exército de 15.000 cavaleiros, 8.000 arcabuzeiros, 70.000 soldados de infantaria, com 12.000 gasta­dores e gente de serviço. Para os governar, mandou por Mestre de Campo General um cristão renegado, soldado velho e muito experi­mentado na guerra e que estivera muitos anos ao serviço do Imperador Carlos V.
Enviou também muita gente de artilharia e fidalgos de toda a Mauritânia, que consigo queriam compartilhar esta vitória segura.
Cercando a praça, viu que a sua artilharia seria de pouco efeito pe­rante as dimensões da muralha. Mandou então fazer uma trincheira de terra, com baluartes, tão alta que igualasse o muro para melhor com­bater os portugueses. Comandava a praça o Capitão-mór Rodrigo de Sousa com 100 cavaleiros e 700 infantes.
As notícias do cerco chegaram a Portugal e perante a grande desigualdade do número de combatentes resolveram muitos portugue­ses, sem licença da Rainha-Regente, Dona Catarina (D. Sebastião ainda só tinha 8 anos), fazerem-se ao mar para acudir à nossa gente. Um Jorge da Silva reuniu no Algarve 300 guerreiros voluntários e 100 marinheiros, que se fizeram a Mazagão à sua custa num velho navio, o que muito animou os sitiados. Os mouros, entretanto, atacavam a praça por todos os lados, ao mesmo tempo que construíam a sua rampa gigante para daí encher o fosso e chegar ao cimo das nossas muralhas.
A trincheira era tão larga que "pateavam por ela sessenta cavalos, todos a par". Considerando a sua rampa pronta, acometeram a praça, todos pelo mesmo lado, rompendo com a nossa defesa e implantando uma grande bandeira numa das nossas torres. A fúria dos nossos foi tanta que se envolveram com os mouros numa luta corpo a corpo, de tal forma que os corpos dos mortos e feridos enchiam o lugar. Não aguentando a nossa fúria, os mouros retiraram-se, perdendo milhares de homens e cinco das suas bandeiras. O cronista conta-nos: "Durou esta sanguinolenta e cruel batalha bem quatro horas, e foy de ambas as partes tão bem pelejada, que se não sabia julgar melhoria de algu­ma em todo aquelle tempo: espectáculo verdadeiramente horrendo à vista, e muy digno de ser estimado de todos.
Não conseguindo tomar a fortaleza pelo assalto directo, resolveram então os mouros, com a perícia dos seus engenheiros, construir uma grande mina para tentar chegar à muralha, por baixo. A sua ideia era rebentar uma grande quantidade de pólvora que derrubasse a nossa muralha, para assim mais facilmente poderem entrar.
Os nossos ouviam os toques de picareta e resolveram construir uma contramina. No escuro da terra, encontraram-se e envolveram-se numa batalha sangrenta de onde os nossos saíram vencedores e depois se retiraram. Pensaram então os engenheiros mouros que os portugueses lhes tinham feito um favor com a contramina, pois facilitara-lhes o avanço sob as muralhas. Fizeram de conta que tinham desistido de se aproximar por esta mina mas, na calada da noite, foram introduzindo grandes quantidades de barris de pólvora.
O que os mouros desconheciam é que, na realidade, havíamos cons­truído não uma mas duas minas, a coberto do barulho causado pelas suas próprias picaretas! Uma encontrava-se ao nível da deles e, a outra, mais abaixo. Já estávamos a contar que reutilizassem a sua mina e que a enchessem de pólvora. Entretanto, tínhamos colocado grande quan­tidade de pólvora na segunda, precisamente por baixo da mina deles, e entupido a de cima. Antes que os mouros se aproximassem demais da fortaleza, fizemos rebentar a nossa. A deles explodiu juntamente. A intensidade do estrondo foi tal que levantou o planalto onde se encon­trava grande número de mouros! Conta o cronista: "Levantou-se para o ar huma grande montanha de terra, bem povoada de lustrosos sol­dados mouros, e turcos, e todos armados, forão pelo ar feitos pedaços.
Foram mais de mil cavaleiros mortos, e feridos, e queimados hum numero quasi infinito. E o terreno se rebaixou mais de vinte palmos, tanto que ficou a nossa artilharia descuberta, e começou avarejar grande estrondo, acompanhado da arcabuzeria, e matava nos mouros com espanto".
Devem ter havido poucas explosões, antes do actual século, com esta envergadura e resultado!
(Pedro de Mariz: "Diálogos de Varia Historia", tomo II, diálogo quinto).”

A cisterna, por baixo da cidade

A guarnição portuguesa permaneceu sempre fiel e disposta sempre a dar a vida pelo rei e pela Cruz, honrando-se os seus habitantes dos feitos presentes e dos seus antepassados.
Alguns passaram anos prisioneiros dos mouros, aprendendo a falar árabe corretamente. Nas vésperas do abandono, Portugal pagou 800.000 reis para resgatar trinta e cinco prisioneiros portugueses.
Muito deles eram cavaleiros fidalgos, jovens que procuravam nas armas demonstrar a sua valentia e procurando o reconhecimento real, sempre à espera de novos ataques, sem que um só dia esmorecessem.
Furtado Mendonça, irmão do famoso e famigerado Marquês e Pombal, ministro da Marinha, foi o mentor e coordenador do abandono daquela cidade, entretanto novamente cercada por mais de 120.000 mouros “garantindo” que os portugueses não voltariam atrás no acordo, decidindo transferi-los, como colonos, para a Amazônia onde seria criada uma nova povoação, a Nova Mazagão.
Era gente preparada para lutar e defender as suas convicções, nenhum deles agricultor, sem mentalidade de colonos, muitos cavaleiros fidalgos, alguns tendo sido agraciados por mercê com o Hábito de Cristo, o equivalente hoje à honorífica Ordem Militar de Cristo.
E, de repente, todos são retirados da sua cidade-fortaleza, levando consigo pouco mais do que a roupa que tinham vestido, fazendo transbordo em Lisboa, como um bando de refugiados, para serem, como degredados, enviados para o “fim do mundo”, onde a maioria veio a passar fome e morrer de malária.
Este deslocamento de toda uma comunidade, brutal, fria, lembra os atuais campos de refugiados, onde vivem em condições quase zoológicas milhares de curdos fugidos ao extermínio.
Um desenraizar total, a perca dos vizinhos e amigos, da sua casa, da sua estrutura de vida, um autêntico inferno para adultos e crianças, que não sabem o que estão a fazer em barracas. Tal se passou em 1769.
Poucos conseguiram sobreviver de forma relativamente condigna, e de toda essa gente só dois foram capazes de se adaptar ao novo ambiente amazônico e viver da agricultura, através do trabalho de escravos e de índios que lhes foram entregues.
Portugal deveria ter prática de colonização. Começa no século XII com a Reconquista, levando gente do norte para ir ocupando o centro e sul do país. No século XV foram as ilhas, Madeira, Açores e Cabo Verde, mais tarde é Afonso de Albuquerque que promove o casamento de portugueses com mulheres indianas. A seguir foi São Tomé e o Brasil. Por fim Angola e Moçambique.
Mas as descolonizações foram “exemplares”, como esta de atirar com dois milhares de pessoas para o interior da Amazônia, sem que houvesse a preocupação de previamente criar condições de sobrevivência, e mais tarde o abandono das colônias de África e Timor, entregando os seus habitantes a infindas guerras fratricidas e os portugueses às suas sortes, espalhados depois pelos quatro cantos do mundo.
Por agora só lhe resta a possibilidade de... promover a descolonização do seu território europeu, dos milhares de novos colonos, idos do Leste Europeu, de África e do Brasil!
Passado glorioso com páginas lastimáveis.
Hoje a ex-Mazagão, El Jadida, está inscrita no Património Mundial da Unesco. Uma beleza.


29/10/2014