sábado, 28 de fevereiro de 2015


Porrada à Vista!
“Ameaça” de Guerra Civil


“Aux armes, citoyens! Formes vos bataillons...” Aqui armas são proibids para os indivíduos normais (anormais!) e batlh~es... só nasmarchas da maconha e dos homossexuais...
Lembro o que que escrevi há já uns quantos anos:
um tal Stedile, o responsável pelo MST – Movimento dos Sem Terra –  
declarou numa entrevista, para que todo o Brasil tomasse conhecimento,
que, quando ele desse ordem, em 24 horas teria na rua 200.000 homens armados.
Mais tarde voltou a afirmar que se a madama dilminha perdesse as eleições provocaria o caos no Brasil.
Agora a declaração de guerra está por um fio, e as Forças Armadas do Brasil – o exército de Brancaleone – nas mãos do governo ou nas espreguiçadeiras dos bravos e aposentados “velhos do Restelo”, de mãos amarradas.
Sexa o ex-atual presidente, p. da vida com a presidentona, e com o estrondoso escândalo da Petrobrás, que envolve diretamente os dois presidentes do pt e mais a sua canalha, declarou que “os inimigos querem derrotar-nos, mas nós sabemos muito bem lutar. E ainda temos o Stédile.”
 O Stedile é o presidentão do MST, e em resposta ao luis inácio stalin lula já confirmou que daqui a dias vai sair com a sua tropa toda e “pintar o diabo”!
Como é de esperar, as Forças Armadas – ou desarmadas? – não vão mexer uma palha. Estão a cubanizar e/ou venezuelar o país, e não se antevê qualquer movimento que se lhes oponha!
Grave. Muito grave.
O escândalo da corrupção da Petrobrás, mais empresas associadas, atinge já, e ainda não se sabe tudo, cerca de R$ 300.000.000.000 de Reais, ou cem bilhões de Euros. A maioria para financiar as campanhas dos pts, distribuir pelos apaniguados, lulinha incluido. Todos metidos no lamaçal até acima do cabelo. Pelo meio, ministros e dirigentes do pt procuram denegrir os procuradores de justiça, tropedear as investigações, e até denunciar o governo de FH, que terminou em 2002.
Acuados, os bandidos vão vender cara a vida.
(Aproveito para mais uma vez parabenizar a Universidade de Coimbra por ter dado o título de “Doutor Honoris Causa” a um indivíduo que já se sabia ser um traste!)
Entretanto o PIB de 2014 ficou gloriosamente num “aumento” de – 0,4%, i. é, negativo.
A previsão para 2015 é que fique novamente negativo em 1,5%. A conferir.
O Deficit Primário em R$ 37 bilhões.
A Dívida Pública atinge 36,7% do PIB. A Dívida Bruta 65,2% em 2015 segundo as melhores previsões.
O Real já desvalorizou uns 33%.
O desgoverno promete que até ao fim do ano o custo da energia elétrica vai subir 70%!
Pelo mundo o preço dos combustíveis baixa, aqui sobe!
A inflação no Rio ultrapassou os 9%. (E os Correios do Rio parece que paralisaram! Encomendei um livro em São Paulo para entregar à minha filha que lá mora e demorou um dia. Aqui, há quase três semanas que dois livros não chegam!)
Há dias um dignissimo juiz mandou confiscar os bens de um vigarista. Entre esses bens um Maserati, Porshes especiais, etc. Mandou que os guardassem na garagem do prédio dele para não ficarem “à toa” nos pátios da Polícia Federal. O dignissimo logo foi flagrado a passear-se num dos carros do ex-milionário!
Viram? Ele não devia querer que as valiosas viaturas de luxo enferrujassem na garagem!  E fez mais: como deve gostar muito de música levou o piano do dito ex-milionário para casa do amigo e vizinho no prédio onde vive. Viva a justiça.
Uma escola de samba, neste carnaval, foi patrocinada por outro bandido: Teodoro Obiang Nguema, o crápula dono da Guiné equatorial, amigo dos peitos do pt stalin lula. Deu dez milhões de dólares, veio o filhinho, com processos em todo o mundo por ladroagem, mais uma comitiva de quarenta convidados, e ainda foram recebidos com honras!
Manuel Bandeira queria “ir embora para Pasárgada, lá era amigo do rei!”
Se eu pudesse escolher, agora, iria para a Grécia.
Estão na pior. Mas têm cultura e querem sair do buraco.
Aqui são um bando de analfabetos, corruptos, querem afundar e destruir o país e são de uma invulgar incultura.


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015


Islão - Corão
Um pouco de História

Eu tenho um amigo muçulmano, marroquino, a quem por graça trato por “primo” porque nasceu em Al Jadida, a antiga Mazagão, por onde terão andado antepassados meus. Eu posso ser e continuarei a ser seu amigo. Mas pode ele ser meu amigo, sem contrariar a “lei”? Vejamos, a sura 5:51:
“Ó fiés, não tomeis os judeus e os cristãos como aliados. Na verdade são aliados um do outro. E quem é aliado a eles entre vós, em seguida, na verdade, ele é um deles. Com efeito, Deus não encaminha o povo iníquo.”
Em português comum isto significa: Tu não deves tomar os não-muçulmanos como amigos.
Ou a sura 4:89:
Anseiam (os hipócritas) que renegueis, como renegaram eles, para que sejais todos iguais. Não tomeis a nenhum deles por confidente, até que tenham migrado pela causa de Deus. Porém, se se rebelarem, capturai-os então, matai-os, onde quer que os acheis, e não tomeis a nenhum deles por confidente nem por socorredor.
E até hoje não entendo porque não posso ser amigo de qualquer um que tenha um sentido de religião diferente!
Logo no começo Maomé já era um “homem do bem”:
Em Khaybar, Maomé tomou Safiya como saque e como sua escrava sexual. Segundo Bukhari (2:14:5:68, p. 35; 4:52:74:143, p. 92; 4:52:168:280, p. 175), e Tabari (39:185), Safiya bint Huyayy era uma cativa de Maomé com quem ele se casou depois de matar o seu pai, irmão, marido e todos os homens da sua comunidade judaica de Khaybar.
Como é evidente não se podem aceitar, nem conceber algumas das “leis” que mandam nos “fiéis”, não só as anteriores como:
3:19 - Para Deus a religião é o Islam. E os adeptos do Livro só discordaram por inveja, depois que a verdade lhes foi revelada. Porém, quem nega os versículos de Deus, saiba que Deus é Destro em ajustar contas.
3:42 a 52 - Os anjos disseram: Ó Maria, é certo que Deus te elegeu e te purificou, e te preferiu a todas as mulheres da humanidade! Ó Maria, consagra-te ao Senhor! Prostra-te e genuflecte, com os genuflexos! Estes são alguns relatos do incognoscível, que te revelamos (ó Mensageiro). Tu não estavas presente com eles (os judeus) quando, com setas, tiravam a sorte para decidir quem se encarregaria de Maria; tampouco estavam presentes quando rivalizavam entre si. E quando os anjos disseram: Ó Maria, por certo que Deus te anuncia o Seu Verbo, cujo nome será o Messias, Jesus, filho de Maria, nobre neste mundo e no outro, e que se contará entre os diletos de Deus. Falará aos homens, ainda no berço, bem como na maturidade, e se contará entre os virtuosos. Perguntou: Ó Senhor meu, como poderei ter um filho, se mortal algum jamais me tocou? Disse-lhe o anjo: Assim será. Deus cria o que deseja, posto que quando decreta algo, diz: Seja! e é. Ele lhe ensinará o Livro, a sabedoria, a Tora e o Evangelho.  E ele será um Mensageiro para os israelitas, (e lhes dirá): Apresento-vos um sinal do vosso Senhor: plasmarei de barro a figura de um pássaro, à qual darei vida, e a figura será um pássaro, com beneplácito de Deus, curarei o cego de nascença e o leproso; ressuscitarei os mortos, com a anuência de Deus, e vos revelarei o que consumis o que entesourais em vossas casas. Nisso há um sinal para vós, se sois fiéis. (Eu vim) para confirmar-vos a Tora, que vos chegou antes de mim, e para liberar-vos algo que vos está vedado. Eu vim com um sinal do vosso Senhor. Temei a Deus, pois, e obedecei-me.
Sabei que Deus é meu Senhor e vosso. Adorai-O, pois. Essa é a senda reta. E quando Jesus lhes sentiu a incredulidade, disse: Quem serão os meus colaboradores na causa de Deus? Os discípulos disseram: Nós seremos os colaboradores, porque cremos em Deus; e testemunhamos que somos muçulmanos!
Dificilmente dá para acreditar nesta apologia de Cristo! Sobretudo porque remata com um testemunho dos muçulmanos! E continua:
4:84 - Dize: Cremos em Deus, no que nos foi revelado, no que foi revelado a Abraão, a Ismael, a Isaac, a Jacó e às tribos, e no que, de seu Senhor, foi concedido a Moisés, a Jesus e aos profetas; não fazemos distinção alguma entre eles, porque somos, para Ele, muçulmanos.
Mais adiante desmente tudo e começa a cizânia:
9:30 - Os judeus dizem: Ezra é filho de Deus; os cristãos dizem: O Messias é filho de Deus. Tais são as palavras de suas bocas; repetem, com isso, as de seus antepassados incrédulos. Que Deus os combata! Como se desviam!
4:151 - Infundiremos terror nos corações dos incrédulos, por terem atribuído parceiros a Deus, sem que Ele lhes tivesse conferido autoridade alguma para isso. Sua morada será o fogo infernal. Quão funesta é a morada dos iníquos!
4:24 - Também vos está vedado desposar as mulheres casadas, salvo as que tendes à mão. Tal é a lei que Deus vos impõe. Porém, fora do mencionado, está-vos permitido procurar, munidos de vossos bens, esposas castas e não licenciosas.
4:101 - Quando viajantes pela terra não sereis recriminados por abreviardes as orações, temendo que vos ataquem os incrédulos; em verdade, eles são vossos inimigos declarados.
5:82 -  Constatarás que os piores inimigos dos fiéis, entre os humanos, são os judeus e os idólatras. Constatarás que aqueles que estão mais próximos do afeto dos fiéis são os que dizem: Somos cristãos, porque possuem sacerdotes e não ensoberbecem de coisa alguma.
Será por estarem “mais próximos” que os matam e perseguem?
7:166 -  E quando, ensoberbecidos (os judeus), profanaram o que lhes havia sido vedado, dissemos-lhes: Sede símios desprezíveis!
8:12 - E de quando o teu Senhor revelou aos anjos: Estou convosco; firmeza, pois, aos fiéis! Logo infundirei o terror nos corações dos incrédulos; decapitai-os e decepai-lhes os dedos!
9:4 e 5 - Cumpri o ajuste com os idólatras, com quem tenhais um tratado, e que não vos tenham atraiçoado e nem tenham secundado ninguém contra vós; cumpri o tratado até à sua expiração. Sabei que Deus estima os tementes. Mas quanto os meses sagrados houverem transcorrido, matai os idólatras, onde quer que os acheis; capturai-os, acossai-os e espreitai-os; porém, caso se arrependam, observem a oração e paguem o zakat (imposto), abri-lhes o caminho. Sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.

Por aqui se pode imaginar quanto o islão tem de religião de paz. Infelizmente. Islão não é uma religião mas uma lei, só uma lei, em que se fala de Alá, Deus, para que todos a aceitem, com medo, obrigando os incautos a guerrearem para tomar conta do mundo e a seguir se matarem uns aos outros.
Por muito que queiramos disfarçar, e até procurar manter amigos que há anos ou por tradição são muçulmanos, a verdade é que esta escalada do extremismo está a dividir o mundo, semeando o terror e a desconfiança entre todos e por todos os continentes.
Há dias mais um vídeo dos selvagens mostrava a decapitação de vinte e um cristãos coptas do Egito. Só porque eram cristãos! Um horror. Devem ser eles, coptas, quem nos dias de hoje mais ataques sofrem dos fundamentalistas, sem que o “mundo” se manifeste. Finalmente o novo presidente, general Al-Sisi, decidiu começar a pôr cobro à perseguição e morte de egípcios por egípcios e outros.
Por todo o lado os ataques à liberdade, de imprensa, de estudar, das mulheres, às sinagogas e às igrejas que sobram em territórios de maioria muçulmana, se intensificam.
Quando isto vai parar? Pelas atitudes que se têm visto tomar pelos políticos de todo o lado... NUNCA.
No “politicamente correto”, nos “direitos humanos”, a covardia é evidente.
Para França, por exemplo, foram milhares de imigrantes portugueses. Que problema causaram no país? Nenhum. Enquadraram-se, mesmo tendo saído dum país católico aceitaram o laicismo francês.
O que é verdade é que os princípios de cultura vinham da mesma fonte: greco-romana e cristã. Os que lá chegam agora, imbuídos desta “lei” do “mata o outro”, dificilmente se irão adaptar e serão sempre os que irão abrir a porta para a invasão dos extremistas terroristas.
Os judeus, nas suas colónias, dificilmente se integram à cultura dos países onde vivem, mas não perturbam. Seguem, quase totalmente endogâmicos fechados nos seus princípios e no Live and let live.
Ainda mais um pouco sobre o islamismo na Índia de que já tanto escrevi:
No ano 986 um sultão muçulmano, Sabutkin, devastou as províncias de Kabul e Panjab; as suas forças “massacraram os infiéis”. Como os hindus eram “infiéis” o sultão ordenou o massacre com o argumento de que “Alá mandou matar os infiéis todos, e a ordem de Alá não se muda”.
Em 1018 voltou a atacar povos indianos e regressou com um espólio de vinte milhões de dirhams (algo como 60 toneladas de prata) e 13000 escravos.
Em 1210 atacaram a cidade de Varanasi, demoliram os ídolos de milhares de templos, e dali levaram 1400 camelos carregados com os tesouros roubados.
Em 1527 Zahir-ud-in-Muhamad, Babur, para reconquistar o Rajasthan, declarou que a guerra era santa, a jihad, e assim fez mais uma carnificina de 15000 indianos.
Em 1909 quando era grande a movimentação para se abolir o colonialismo inglês, os muçulmanos queriam fazer eleições separadas para o Congresso. Queriam mais um dar-ul-islam, um “mundo do islão” separado, o que veio a acontecer com a separação do Paquistão e depois com o Bangladesh.
Se não fosse a presença britânica, o que é hoje a Índia teria ficado um retalho de pequenos estados, que aliás se guerrearam até ao finalzinho do século XX. Indus com muçulmanos, estes e aqueles com siques, e todos com todos. E continua hoje uma grande tensão nas fronteiras Índia-Paquistão!
(É de notar que na Alemanha pré nazista, e ainda no começo desse horrível tempo, os judeus também não se consideravam alemães, mas “parte do povo judeu vivendo na Alemanha!”)
Se ninguém quer abdicar da sua religião, por tradição ou receio de ficar isolado, pior ainda no islão de poder ser condenado à morte, poderiam seguir o princípio elementar do siquismo (sikhismo):
A religião não assenta em palavras vazias.
É religioso quem considera todos os homens, e mulheres, seus iguais.”
É um desastre esta escalada do terror. Que não pode ficar sem resposta e vai obrigar a que sejam os civis, muçulmanos ou não, os principais sacrificados.
E como vai reagir a Europa, sobretudo a Itália, França, Bélgica e Grã-Bretanha, com esta invasão imparável dos que diariamente atravessam o Mediterrâneo?


18/02/2015

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Os Correios do Brasil e o estúpido

Já um dia contei uma triste história: os medicamentos no Brasil custam entre 3 e 5 vezes mais o que custam em Portugal, na Argentina e maior ainda a diferença para os EUA.
Aos velhos, aliás os de idade mais avançada, é recomendável tomar uns comprimidos que, dizem, retardam a evolução da artrite, e artrite na minha idade tem-se até no pensamento. Uma droga que acredito não sirva para nada mas... chama-se Glucosamina – Condoitrina. Dou até ao nosso cão. Jogar dinheiro fora.
Pela Internet encontrei um fornecedor que me cobrou, por um pacote que dá para cinco meses o mesmo que o brasileiro de trinta dias. Encomendei, e da primeira vez com um bônus – leve dois pague um – o que me deu para dez meses. Depois voltei a encomendar, tudo foi chegando, até que este último ficou retido na Alfândega.
Veio um telegrama duplo dos Correios:
Por interesse da fiscalização sanitária exercida pela ANVISA*, neste recinto alfandegado da ECT (Empresa dos Correios) fica o interessado NOTIFICADO a apresentar no prazo de 30 (trinta) dias ... a seguinte documentação:
a) Apresentar prescrição do profissional...etc.
Endereço: Todos Ponta do Galeão, s/n 1° andar – Galeão – Rio de Janeiro.
Passa o Carnaval e o estúpido, este que se assina, depois de ter pesquisado em vários programas da Internet o dito Todos Ponta do Galeão, o que todos ignoraram, como eu, sai de casa cedo, temendo confusão para encontrar o Todos..., lá vai a caminho de um endereço que nem o Papa sabe onde fica. Mas como dizia Galeão, objetivo Aeroporto.
Uma festa. Começa pela Polícia que diz para ir aos Correios, logo ali, ó... Não. Não era ali, nem eles sabiam onde seria. Mas tem outra loja dos Correios no 1° andar.
Bingo, bem diz o telegrama que é no 1° andar. Não era. Nem eles sabiam onde ficava, nem o que significava o GEARA/CTCI-RJ (Gerência da Atividades de Recinto Alfandegado – Centro de Tratamento dos Correios Internacional).
Por milagre, surge, abrindo uma porta, um funcionário que sabia onde era!
O senhor volta tudo para trás, passa junto ao aeroporto militar, vira à direita e entra na segunda rua à direita.
Lá vai o estúpido. A segunda rua à direita era de sentido proibido. Anda mais um pouco, pára mais duas vezes, inquire, alguém explica onde ficam os Correios, e... finalmente, aparece um edifício dos ditos Correios.
No portão, fechado com dupla segurança, explico ao que vou.
É no edifício aqui ao lado mas só abre ao meio dia.
Só ao meio-dia???????????? !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Eram 10:30. Um calorzinho razoável.
Meio dia?
Sim. Abre ao meio dia e fecha às nove da noite.
Mas isso deve ser caso único no país inteiro.
O que é que o senhor quer? Eu sou só o segurança.
Eu sei que você não culpa alguma, mas isto é uma sacanagem! Não vou esperar. Mas faça-me um favor: quando vir alguém que trabalhe lá dentro diga-lhe que esteve aqui um velho, que saiu cedo de casa, andou cinquenta quilómetros, pagou estacionamento no aeroporto, e duas vezes o pedágio, e não quis sofrer o vexame de ficar aqui uma hora e meia a assar neste sol. Ele que metam o frasco com o meu medicamento no... você imagina onde, né?
Ele riu, assentiu com a cabeça, dizendo que sabia onde eles deviam meter o frasco, e eu bati em retirada.
Para variar, aquilo no middle of no where, cheio de ruas e caminhos para desviar da Linha Vermelha, mas tabuletas indicando qual direção a seguir... NADA. NADINHA. À brasileira.
Pergunta mais uma vez a um motorista, que, à boa moda carnavalesca, mas simpático, explicou exatamente, muito amável, o caminho mas na direção oposta! Ele também estava meio perdido.
Mais 16 quilómetros para só depois encontrar onde fazer o retorno.
119 quilómetros rodados.
R$ 14,00 de estacionamento
2 x R$ 5,90 de pedágio.
Remédio... nada.
Os Correios do Brasil já foram um lixo há uns 50 anos. Depois, organizados, eram os melhores do mundo. Uma carta para a Europa e de lá para cá, demorava uns 3 dias. Hoje demora 3 SEMANAS... quando chega, porque algumas ficam pelo caminho perdidas. Incrível.
Há mais de um mês aguardo a chega de um DVD que a minha filha mandou de Londres. Penso que eles devem estar a fazer sessões lá nos Correios para distrair o pessoal.
Mas não há crise. Vou deixar a artrite descansar por uns tempos. Tempo, de qualquer modo é o que agora tenho de menos.

*ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – com quem já há uns anos, a propósito do preço dos medicamentos troquei uns e-mails absolutamente hilários. Devia ser, também, no tempo do Carnaval.


20/02/2015

domingo, 15 de fevereiro de 2015



Memórias
Os "IPads" da minha mocidade

O primeiro brinquedo eletrônico de que me lembro, e só por fotografias, teria eu um ano, foi um Fox Terrier. Pelo duro. Quando a minha Mãe lhe dizia para tomar conta do bebé, ninguém se aproximava que ele mostrava logo os dentes. Se fosse o meu Pai a dar a mesma “ordem”, ele sabia bem como fazer.
Um dia foram dar comigo a cuspir pelos do cão. Eu estava a comer um biscoito e o magnífico companheiro lembrou-se de dar também uma mordida e levou-me o dito biscoito. Eu não gostei e para o ensinar dei-lhe uma mordida! O Boby (nem sei já se era este o seu nome) nem sentiu a minha dura vingança.
Depois, como já contei um dia, teria uns dois para três anos, o meu primeiro contato com a ciência. Uma velha amiga da minha avó, cheia de grana, comprara um carro novo, sempre com chauffeur muito bem fardado, que abria a porta de senhora, como seria de se esperar.
Um Chrysler Airflow 1934, moderníssimo, que acendia uma luz no interior quando abria as portas. Um encantamento que nenhum IPhone hoje pode proporcionar.


Uma “máquina” moderníssima

Já na pré[FA1]  adolescência as minhas eletroniquices resumiam-se ao que de mais moderno havia naqueles tempos, e eu mantinha-me sempre atualizado.
Jogar futebol em qualquer canto, ou na rua, com bolas de trapos, um esfolar as pernas com quedas e caneladas, muito melhor do que mandar SMS.
Lembro que um dia, regressando do liceu, teria uns onze anos, e sempre a “treinar” uns bons chutos, deu um numa pedra que rolou rua adiante e foi bater numa sacola de palha que dantes as tias levavam para fazer compras. Fez um som estranho, e eu fiquei paralisado, temendo que tivesse quebrado alguma coisa. O meu irmão, mais velho dois anos, deixou a encrenca comigo, e com razão e segui para casa. A “tia” que passava em frente do portão da casa onde morava Salazar queixou-se logo a um polícia que ali estava, e por onde eu tinha que passar! Eu com medo das graves consequências fui andando de fininho, com o polícia a fazer cara de mau a olhar para mim. Quando passei na frente dele simplesmente me fez um sinal com a mão, de que merecia levar um tapa! Levei foi um bom susto e deixei de treinar com pedras na rua, o que a minha mãe muito apreciou porque as botas passaram mais tempo a gastar-se!
Mais tranquilo era jogar com as tampinhas das garrafas de cerveja, que no Brasil chamam caricas! Era uma corrida emocionante. Sentados ou ajoelhados no chão, pelas pedras que bordam os passeios das ruas, dois ou mais atletas, iam dando piparotes nas caricas, para ver quem primeiro chegava ao fim. Se ela caia ou saía das pedras do “meio fio” tinha que voltar ao lugar da partida. Havia, como em todos os grandes desportos verdadeiros artistas. Eu... ficava entre alguns dos primeiros mas era raro ganhar. E quem ganhava levava as caricas dos adversários.
E jogar ao “bilas”, berlindes, no Brasil bolinhas de gude! Ainda lembro que os melhores eram aqueles que saiam de dentro das velhas e boas garrafas de pirulito! Para quem não sabe o era um pirulito: um refresco feito de água, açúcar e limão, a que se juntava o gás carbónico. Dentro da garrafa havia uma bolinha de vidro que se fixava ao gargalo, vendando perfeitamente só com a pressão do gás. Uma invenção magnífica e um produto que havia em todo o Portugal, cada aldeia afirmando que o seu pirulito era o melhor de todos. Para o jogo faziam-se três buracos no chão, de uns dez centímetros de diâmetro, distanciados talvez uns dois metros; a técnica usada para fazer esses buracos, normalmente era com a parte traseira da sola do sapato ou da bota, porque ainda não tinham inventado o raio laser. A finalidade era acertar com os bilas dentro do primeiro buraco para prosseguir e quando chegava ao terceiro voltava para trás. Se não acertava dava a vez ao concorrente. Quem fizesse uma ou duas voltas primeiro era o vencedor, e... tinha, como prémio, o direito de “abafar” o berlinde do outro. Mas estabeleceram-se regras, que como todas as regras e leis nunca eram de perfeita definição.
Assim havia uns bilas que valiam muito mais que os simples vidrinhos de uma cor só. Rajados, maiores, de aço, dos rolamentos, todos tinham a sua hierarquia, e quem possuísse um deles podia passar junto a qualquer jogador e “abafar” o mais baratinho com que ele estivesse a jogar. Chamavam-se “abafadores”, e seu “valor” era calculado em número das bolinhas plebeias. Como se pode imaginar estas situações normalmente acabavam na porrada, e quem ganhava não era o abafador maior ou melhor mas o grupo de rapazes mais fortes.


Os abafadores e os “plebeus”

Não existe, até hoje, nenhum IPad ou Nintendo com melhor jogo.
E as figurinhas das caixas de fósforos? Outro jogo surpreendente! Neste a habilidade do artista tinha que ser muito sofisticada!
Só se usava a parte da caixa que tivesse o rótulo, e tal como nos “bilas” havia hierarquia nas ditas tampinhas (das caixas). As regras eram simples: jogava-se a tampinha contra a parede e se ela caísse com a imagem para cima, ganhava. Ao contrário, perdia, e o adversário tinha o direito de ficar com ela. Assim os “contendores” apresentavam-se sempre com uma boa dose de tampinhas, muitas delas “roubadas” em casa sem ser preciso destruir a caixa e as suas laterais onde se riscavam, e acendiam, os fósforos.


Algumas das “armas de antão”

Claro que já não recordo da hierarquia das caixas mas, como em tudo, o seu valor estaria na raridade e/ou beleza. Caixas vindas de outros países certamente seriam preciosidades e dava para trocar por uma porção das comuns!
Também fui jogador de pião, mas, aqui que ninguém nos ouve fui sempre péssimo! Enrolava-se-me o fio (barbante) nos dedos, o pião rodava pouco e os mais competentes competidores tinham um sádico prazer em atirar o pião deles contra os dos aselhas (desajeitados), como eu, que muitas vezes ficavam sem o brinquedo porque a ponta de ferro dos atiradores muitas vezes quebrava o nosso. É claro que só faziam isto os garotos mais velhos! Sempre a mesma covardia. Desde a nascença.
Além de futebol, que a partir aís dos dez anos já se jogava com bolas mais sérias, às quartas feiras, no Liceu, na parte da tarde havia ginástica, e aos sábados de manhã atletismo, que sempre gostei de praticar.
Reuníamo-nos no campo de futebol do liceu, e havia alunos de todos as idades, desde os do 1° ano, dez onze anos de idade, até aos finalistas, entre os 16 e 18.
Aí os nossos jogos “eletrônicos” resumiam-se a corridas, saltos, lançamento de disco; jogos de futebol e os de vôlei faziam no ginásio. As “baterias” dos nossos equipamentos, naquele tempo parecia que nunca se descarregavam! Nem as “telas” nos cansavam a vista.
Só para terminar. O verão passava na quinta dos meus avós, em Sintra. Ali, aos dez anos comecei a jogar o ténis, mas como havia irmão e primos mais velhos a minha vez tinha que esperar e não havia muitos que quisessem aturar o “miúdo”! Então o meu entretenimento eram as árvores. Subir às árvores. Todas as que tivessem galhos à mão, e sobretudo às figueiras!
Com todos estes exercícios “intelecto-eletrónicos” se foi passando a minha juventude assim como a de bilhões de seres, que ainda hoje, os que sobram, sentem as lágrimas a quererem aflorar ao pensar como eram magníficos esses tempos fora de casa, ao ar livre, quando as SMS para os amigos era ir a pé a casa deles, combinar alguma brincadeira um passeio a pé pela serra, sempre que possível fora dos trilhos e por cima de estevas e rochas.
Isso ou ficar sentadão, ou deitado, horas e dias sem fim, na frente dum mostrador dum PC ou dum Smartphone, tem alguma comparação?
Tem. Dantes não havia escolha, Deus seja louvado. Hoje tem.
Os jovens que escolhem o ar livre e os verdadeiros desportos merecem o meu respeito, sem que para isso precisem abster-se da informática. Como eu!


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015



Ateu, teólogo e filósofo


Tem gente para tudo. Os que acreditam em Aúra-Masda, ou em Sang Ti, ou em Amon Ra, em Adonai, em Alá, em Cristo, no Pai ou no Espírito Santo, e em muitas outras formas, indefinidas, espirituais. Até em Maomé! Maomé, o indefinido, o que não se pode ver, nem reproduzir a imagem. Como Deus.

Aúra-Masda

O homem tem que acreditar em qualquer coisa. Menos o ateu!
O ateu acredita na ciência. É o que ele diz. Esquece que Algo, alguma coisa, terá criado o Universo, seja a partir de uma molécula, dum átomo de carbono ou hidrogénio ou de uma ameba! E como para isso não encontra explicação, como ninguém, prefere ficar do lado mais cómodo e falar mal de tudo e todos, chamando-os de ingênuos.
É como aqueles que não votam. Para quê? Eles já sabem quem vai ganhar! São sempre os mesmos, os políticos, os corruptos. Então fica em casa, sentadão a ver na TV se ganha algum amigalhaço para depois lhe facilitar a vida. Não ganha. Bom, nem todos são assim!
Não votam e fica o poder na mão dos que lutam. Os tais que o ateu acha que são uns idiotas, e que acabam por se revelarem os únicos espertos.
E porque se discute, universalmente, a “ciência” das religiões, ele encontra defeitos e enigmas em todas e prefere abster-se de, igualmente, ser alvo de qualquer crítica. Creio que se pode chamar a isto covardia.
Lembro dois grandes atores teatrais de Portugal: Chaby Pinheiro (1873-1933) que fazia rir todo o teatro e brincava com um belíssimo poema de Guerra Junqueiro, O Melro, – O Melro, eu conheci-o, era negro, vibrante luzidio – mas que ele começava assim:
O melro? Eu conheci-o. Era um pobre cão vadio...”
Ou a famosa Teresa Gomes (1882-1962), com uma graça imensa: “Se aquilo que a gente sente/ Cá dentro tivesse voz / E falasse às multidões / Seria muito indecente / Estar alguém ao pé de nós / Em certas ocasiões.”
Qualquer destas situações me lembra o ateu. Estranho!
O primeiro porque disfarça, brinca com o romântico poema, sem ofender, só para fazer rir. Teresa Gomes é mais objetiva, quando quer dizer: saiam de perto que eu vou malhar!
Ninguém se atreve a conhecer Deus. Só os falsos, os pretenciosos, os que usam a religião, não como dogma mas como ideologia de poder, e à sombra d’Ele cometem todas as atrocidades possíveis.
Isso tem-se visto desde a mais remota antiguidade, em todas as religiões, porque à sombra delas se fixava e fixa, o poder.
O mais espantoso é verificar que em pleno século XXI continuem a existir extremistas, assassinos, que alegam estarem a matar em nome de Alá!
Agora os “doutores” islâmicos também declararam – ou determinaram? – que é blasfêmia tirar os retratos que passaram a chamar-se “selfies”! Insanidade total.
Os ateus evitam falar sobre teologia, uma vez que para eles Deus é inexistente. Então filosofam. Talvez não conheçam conclusões como esta de Pascal: “A impossibilidade em que me vejo de provar que Deus não existe, revela-me a sua existência.”
E o que fazem os “grandes teólogos”? Procuram interpretar as palavras nos escritos sagrados. E cada um interpreta como lhe apetece ou entende, e como NINGUÉM entende coisa alguma de Deus, acabam por dar razão aos ateus que somente filosofam.
Camilo Castelo Branco, sempre mordaz, disse: “Deus não se deixa entender justamente para não sofrer confronto com estes miseráveis que nós somos”.
Ou Camões: “O que é Deus ninguém o entende / Que a tanto o engenho humano não se estende.”
Stephen Hawking, o grande matemático: “Agora a ciência oferece uma explicação mais convincente. O que eu quis dizer quando disse que conheceríamos ‘a mente de Deus’ [no seu livro “Breve História do Tempo”] era que compreenderíamos tudo o que Deus seria capaz de compreender se por acaso existisse. Mas não há nenhum Deus. Sou ateu. A religião acredita em milagres, mas estes são incompatíveis com a ciência”.
É evidente que os milagres são incompatíveis com a ciência! Se fossem compatíveis não seriam milagres! Mas e os tantos milagres que, todos os dias acontecem?
Os milagres saem de dentro de cada um na proporção do tamanho da sua Fé. Quem não tem fé faz como o ateu: ficar sentado à espera para ver o que acontece! Muito mais cómodo.
Um indivíduo não precisa de ser religioso para alcançar a felicidade. Mesmo nesta terra. Basta combater o próprio Ego e deixar o seu Eu espiritual dirigir a sua vida.
Que reconheça que a Natureza é a representação perfeita de Deus e a respeite, sem esquecer que a natureza não é somente um pôr do sol nos trópicos, as paisagens bonitas, os passarinhos coloridos, mas tudo, realmente tudo que a compõe, incluindo aquilo que se convencionou chamar de ser superior, o homem. Não superior à natureza, jamais. Superior só porque lhe foi insuflado um Sofhos, o espírito.
E o espírito, mesmo que ninguém acredite, não morre. Não pode morrer. Não veio da terra, para onde voltará “a embalagem para viagem”, como lhe chamou Nei Lopes. “Ao pó voltarás”, mas o espírito não é pó. Libertando-se do corpo ele se reunirá ao Espírito Universal, infinito, ou voltará, como pensam alguns povos, para reencarnar outro corpo e tentar conduzi-lo pelo bom caminho.
Se Deus é a própria natureza, há que respeitá-la, respeitar o meio ambiente. Claro. Quando não este morre ou prepara a morte das gerações futuras. Mas tem que começar por respeitar o seu próximo, o seu igual, alto, baixo, gordo ou magro, azul, verde, preto, branco ou amarelo.
Há quem insista em manter o racismo no seu DNA. Talvez nunca tenham visto um africano, de pele bem escura, que tenha sofrido uma queimadura grave. A epiderme vai embora e ele fica mais branco do que um finlandês.
E os idiotas são racistas por um problema de epiderme! Não sabem que eles têm a pele escura porque a natureza os presenteou com essa defesa contra o calor e sol.
A natureza sabe o que faz e o que é preciso. Mas quem criou uma natureza assim? A ciência? Algum ateu? Na natureza nada há supérfluo! (Averrois)
Aristóteles: “A nossa inteligência está tão apta para compreender as coisas altíssimas e claríssimas da natureza, como os olhos da coruja para ver o sol.”
Morre-se pela família e pela pátria, mas só um Deus morre pela humanidade.
Mahatma Gandhi constatava: “Cristo é a maior fonte de força espiritual que a humanidade conheceu.”
Não sei já quem escreveu: “O cristianismo é o milagre da normalidade.”
Imaginem só por um momento a vida de Francisco de Assis, o Poverello. Completamente desligado da vida mundana, do ego, pobre, generoso, pregando o bem e o entendimento entre os tais “seres superiores”, e vejam como se comportam na Índia os jainistas, que insistem até em andar nus para que ao confeccionar roupas não matem um só inseto que a natureza ali tenha deixado.
Algum ateu se atreverá a criticar?
Pobre Poverello se hoje fosse apanhado pelos extremistas.
E pelos ateus. Sobretudo aqueles que dizem: “Sou ateu, graças a Deus!”

31/01/2015


domingo, 1 de fevereiro de 2015



Macedónia
Filipe II

Filipe: de φιλος  (philos) "amigo" e ‘ιππος (hippos) "cavalo", Filipe significa o “amigo dos cavalos”!
A Macedónia, no começo do reinado de Filipe II (359-336 a.C.) era um país – região – pequeno, praticamente todo dentro do que é hoje território da Grécia, que tanto reclamou quando uns vizinhos ex-jugoslavos quiseram a independência e chamar ao novo país Macedónia. A Grécia considera o nome "Macedónia" como parte do seu passado cultural. Além disso, a Grécia já possui uma região com o mesmo nome. Desta forma, só concordou com a admissão da República da Macedônia (nome constitucional) na ONU sob o nome provisório de "Antiga República Jugoslava da Macedónia" (em inglês "the Former Yugoslav Republic of Macedonia" – FYRM).
Quatro séculos antes do nascimento de Cristo o futuro da civilização grega, com suas cidades condenadas à filosofia e não à guerra, dilaceradas por rivalidades e raivas, dependia da Macedónia, que, como uma porta trancada, ao Norte, continha a ameaça dos exércitos dos persas Darius e Xerxes. Desta situação Filipe II acabará por tirar o melhor partido, com um sentido de diplomacia que se confunde com perfídia!
Os gregos do cimo da sua cultura faziam questão de “confundir” estes vizinhos do Norte, de cabelos louros e olhos azuis, com os bárbaros da Ilíria, Trácia ou Mésia, que hoje correspondem, aproximadamente, a Ilíria à antiga Iugoslávia, a Trácia a metade da Bulgária, ao território europeu da Turquia e um canto no extremo nordeste da Grécia e a Mésia no sul do Danúbio apanhando umas partes da Sérvia, Bulgária e Romania.
Eles os descreviam como vagabundos bagunceiros, vestidos de peles de animais sempre a guerrearem pos questões de pastagens, caçadores e bebedores, que despejavam goela abaixo enormes quantidades de vinho antes de cada refeição!
No entanto a côrte real da Macedónia se enchia de cultura. As classes superiores falavam o grego clássico e procuravam levar a mesma vida “rafinée” dos prestigiosos vizinhos. Apesar da sua vocação para a perfeição, as famílias dos soberanos mecedónios viviam em questões motivadas por paixões e ambições e os assassinatos eram tão frequentes como em qualquer outro lugar no Mediterrâneo! A democracia na antiguidade helénica era tão frágil como é no mundo moderno!
A mãe de Filipe, Euridice diz-se que assassinou o marido, rei Amintas, e tomou por amante o esposo de sua filha, um tal Ptolomeu. Este, por seu lado assassinou o príncipe herdeiro, Alexandre, filho da sua amante, para se apropriar do trono. Pelos vistos a vida em Pella, capital da Macedónia naquele tempo, não era lá muito tranquila.
Em 367 Tebas impusera a paz na Tessália e o general tebano Pelópidas tomou como refém o jovem príncipe Filipe então com oito anos, futuro rei, irmão caçula do rei Pérdicas. Filipe, inteligente e muito vivo, estudou as táticas de Ifícrates e Epaminondas, assim como as inovações e estratégias militares tebanas (a falange). Regressou à Macedônia em 360, tendo estudado bem os métodos militares gregos com as falanges hoplitas. (Hoplita na Grécia antiga, era um soldado de infantaria pesada. Seu nome provém do grande escudo que carregavam: o hóplon. Era o principal soldado grego da antiguidade. Carregavam uma longa lança de 2,5m, e uma espada curta para combates de curta distância. Os exércitos de hoplitas lutavam corpo-a-corpo em densas colunas, com a ponta das lanças de várias fileiras se projetando para fora da formação golpeando na altura do peito.)
Decidiu então que a resposta à tática hoplita teria uma nova formação: a falange de dez fileiras de infanteria armadas com lanças, duas vezes mais longas do que as lanças comuns. Os homens que as carregavam ficavam mais distantes do que os hoplitas, de modo que as lanças da retaguarda se projetavam entre as das primeiras fileiras. O resultado era uma disposição de pontas em forma de ouriço, uma arma formidável.
Falange macedónica

Para apoiar a retaguarda havia uma cavalaria com armaduras cercada por uma fileira de armas pesadas, tipo catapultas.
Um ano depois Filipe assumiu o controle, não como rei, mas como guardião de seu sobrinho, Amintas IV, um jovem menino. Seu país estava à beira do colapso, tendo perdido quatro mil homens em batalha, enquanto as forças vitoriosas de Bardílis ocupavam cidades na Pelagônia e Linco (na Macenónia, Grécia) e ameaçavam invadir toda a própria Macedônia em 358 a.C. Depois duns quantos ajustes de contas, Filipe acabou por assumir o trono, porque na sua adolescência esteve retido em Tebas, o que lhe deverá ter salvo a vida.
Não tardou a crear as falanges macedónicas, futuro instrumento da sua glória, e assim começou por ocupar as margens do Mar Egeu. Fez “mão baixa” das minas de ouro do Monte Pangeu que produziam o equivalente a muitos milhões de € euros, que lhe permitia corromper os cidadãos mais influentes das cidades gregas! (Tal qual hoje!!!)
Serve-te do ouro como de uma espada, lhe havia dito o oráculo de Delfos, e ninguém te resistirá!” Ele mesmo acrescentou: “Nenhuma fortaleza resiste a uma mula carregada de ouro!”
Sabia, admiravelmente jogar com a força e a persuação, a brutalidade e a perfídia. Atlético, corajoso, entusiasta, bêbedo, bonito, não lhe faltava espírito. Depois de uma luta, amigável, desportiva, contemplava a sua sombra projetada no chão e dizia: “Não cubro grande ária para alguém que quer conquistar o mundo!”
Segundo Demóstenes, que se fazia defensor da democracia face ao “perigo do norte”, Filipe foi considerado velhaco e mentiroso e que a sua palavra não valia um talento de ouro! Como em todos, ou quase, os políticos e oradores, Demóstenes também tinha o seu lado fraco: era pago pelos atenienses das colónias ocupadas por Filipe! E tinha sido humilhado pelo rei da Macedónia quando das negociações com Atenas.
Mantendo no seu exército uma disciplina de ferro, Filipe II, nos seus combates fez prova de imensa coragem para se encontrar com menos de 20 anos, com um olho vasado, uma clavícula fraturada e um braço e uma perna imobilisada!

Filipe a cavalo

Isócrates culpava-o por se expôr como um valentão em lugar de um rei! Depois das batalhas cantava e bebia com os soldados, desafiava-os para combates amicais, e punha-os a rir fazendo brincadeiras e palhaçadas! Mas, para se guardar contra a vaidade tinha um escravo que todos os dias, quando ele se levantava, lhe dizia: “Filipe, lembra-te que és um mortal!”
Casou primeiro com uma jovem, Olímpias, filha do rei de Épiro (hoje a Albânia) que tinha também uma personalidade forte. Segundo o costume do seu país ela fazia parte das bacantes que se entregavam a ritos orgíacos (seguiam o culto de Orfeu e Dionísio – o bonitão daquelas bandas – e eram conhecidas como selvagens e endoidecidas, de quem não se conseguia um raciocínio claro. Durante o culto, dançavam de uma maneira livre e lasciva, em total concordância com as forças mais primitivas da natureza. Os mistérios que envolviam o deus, provocavam nelas um estado de êxtase absoluto, entregando-se a desmedida violência, derramamento de sangue, sexo, embriaguez e autoflagelação) e punham tal fervor nas cerimónias frenéticas durante as quais se enrolavam em serpentes vivas.



Dizem que perto da cama dela dormia uma grande serpente que terá sido a principal causa para arrefecer o “amor” das carícias de Filipe! Mas não foi a presença da serpente que levou Filipe a desconfiar da sua paternidade quando nasceu Alexandre. Acabou por repudiar Olímpia – e parece, dizia que tinha sido possuída por Zeus – que voltou para o Épiro com seu filho que tomou o partido da mãe, e Filipe voltou a casar com Cleópatra filha de um dos seus generais.
Ao fim de 23 anos de reinado tinha dobrado a superfície do seu reino. Por toda a Grécia o povo estava apático, desencorajado, resignado.
As suas tropas estavam afinadas, aguerridas e fiéis e as suas finanças em muito boa situação, já que ele era também mestre em se apropriar das riquezas das cidades vencidas.
No ano 336 Alexandre não está convencido que irá suceder a seu pai, que duvidava da paternidade, tanto mais que tinha assistido, com a sua mãe, Olímpias, às sumptuosas bodas de Filipe com a jovem Cleópatra já grávida. O general Atalo, pai de Cleópatra, imprudentemente, na presença de Alexandre, disse: “Podemos agora esperar um filho legítimo para um trono legítimo!”
Filipe preparava-se para partir para a Ásia Menor em cruzada contra os persas. Organizou grandes festas. Cleópatra já lhe dera um filho e vai casar uma das suas filhas com o rei de Épiro pretendendo assim aliviar as tensões provocadas por ter repudiado Olímpias.
Um oráculo consultado em Delfos sobre a futura campanha respondeu: “O touro está enfeitado com coroas de flores. O seu fim está próximo. O sacrificador está pronto.” Anuncia uma morte! Do rei persa ou de Filipe?
O povo também se admirou de ver, numa procissão uma esfinge de Filipe, entre os deuses do Olimpo, como se ele estivesse já “no além”!
Tudo pronto em Aegea (hoje Edessa) para o casamento do rei de Épiro, onde estavam também Olímpias e Alexandre. Príncipes, generais, políticos, atletas vindo participar nos jogos, atores célebres, artistas, todos se confundem nas ruas da capital.
Poucos dias antes o mesmo general Atalo, numa “brincadeira” de mau gosto embebedou um súbdito de Filipe, Pausanias, com quem tinha contas a acertar. O jovem, em lágrimas foi queixar-se a Filipe que não estava disposto a se indispor com o sogro e quase também genro e mandou-o embora com um presente.
No dia da festa, a seguir à cerimónia do casamento, todos os convivas foram para o anfiteatro onde os atletas se iam exibir. Filipe, vestido de branco, precedido por Alexandre e pelo rei de Épiro caminham por corredor estreito que levava para a arena. Um homem surge de repente e enfia um punhal no coração de Filipe. Pausanias. Enquanto Filipe desaba, o assassino monta no seu cavalo mas pouco adiante bate num ramo de uma árvore e tomba. Logo é apanhado pelos guardas que o atravessam com lanças e o deixam pendurado num patíbulo no centro da cidade.
De manhã descobrem que ele tinha na cabeça uma coroa dourada!
A cruzada contra os persas não tinha entusiasmado ninguém e os convidados não se preocuparam muito com o fim trágico do rei da Macedónia; decidem que o trono deve ficar com Alexandre, e enquanto este se ocupa a consolidar a sua posição, Olímpias vai a Pela, entra no quarto de Cleópatra, ainda não recuperada do parto, e convence-a a pôr fim à vida, o que a jovem, com medo, não hesita em fazer e se enforca. A antiga bacante do Épiro pega no recém nascido e manda que o atirem ao fogo do altar, em oferenda aos deuses.
Alexandre tem 20 anos. Um dos seus primeiros atos foi repudiar Atalo, o general desbocado. Herda o maior e mais disciplinado exército que havia. Dois anos depois sai em guerra contra os persas e conquista o maior império da história.


Jan/2015