quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Continuando com as Religiões


- G -
Galicanismo – Doutrina que visava defender as “liberdades galicanas”, mesmo mantendo a fé nos dogmas do catolicismo, a igreja de França queria conservar a sua organização particular e as suas liberdades. Esta doutrina fez-se sentir nos ensinamentos teológicos do séc. XV com os debates em torno da pragmática sanção de Bourges, praticamente imposta ao rei Charles VII pelos bispos reunidos em Bourges. Esta reforma proclamava a superioridade dos concílios sobre os papas, alterava as formalidades para eleição dos bispos e dava uma certa independência à Igreja de França. Esta doutrina foi vencida pelo concílio do Vaticano, em 1870 que definiu o dogma da infalibilidade do papa.
Ganesha ou Ganapati – Acólito e filho de Siva e Parvati, um dos Deus mais populares na Índia. É o Deus dos escritores e dos estudantes, da sabedoria e da felicidade, porque afasta os obstáculos e reparte suas riquezas e benifícios pelos seus fiéis.
Ganges – Rio sagrado dos hindus. Faz parte das divindades do panteão brahamânico, sendo descendente duma gruta nos Himalaia, na montanha santa de Kailassa – onde existe o maior tempo da Índia – de que é filho.
Geb – Deus egípcio da Terra, equivalente a Gaia na Grécia. Esposo de Nout, a Deusa do céu, sua irmã, ele separou o Céu, através do Deus Shou (atmosfera).
Gnose, gnosticismo – Conhecimento absoluto que abrange tudo. Este conhecimento em si explica a divindade e a criação,isto é, o universo e o homem pela teoria do emanatismo.
Gomateçvara – Santo jainista da seita dos digambaras. É conhecido sobretudo pela sua estátua gigantesca em Sravanabelgola, no Estado de Mysore na Índia, que abriga um templo jainista para peregrinação dos fiéis. Esta estátua do santo, completamente nu, foi executada em 1208.
Guru – Do sânsc., significa “velho, idoso, pai espiritual”.

- H -
Hadith – Palavra árabe que significa “conversão” ou “história”. Conjunto de todos os escritos tradicionais consagrados à vida de Maomé e sua doutrina que fazem parte da sunna e formam com o Corão a base da religião e do direito muçulmanos.
Haffadah – Ver Talmud.
Haji – Nome dado à peregrinação a Meca.
Hannukah – Ver dedicação.
Hanumant  - O Deus macaco do hinduismo. Desde a epopeia de Ramayana (IV ou V séc. a.C.) ele é amigo de Rama, sempre pronto a prestar-lhe serviço e ajudar o herói a reconquistar Sita, raptada por Ravana.
Harpocrate – Nome gr. do Deus egípcio Horus.
Hasidins – Do hebreu significa “os piedosos”, antepassados dos fariseus. No séc. II a.C. um partido se formou para preservar ferozmente a preservação dos costumes e das particularidades do judaísmo e resistir à helenização. Depois da destruição do Templo, estes resistentes conseguiram manter a sua religião e reconstruir o Templo de Jerusalém, e tornaram-se os verdadeiros guardiães da fé. Durante a diáspora reapareceram em alguns países da Europa Central quando é desenvolvida a Cabala. No séc. XVIII um movimento com este nome dirigido pelo rabino Israel ben Elizer (chamado Baal Shem) teve grande sucesso na Polónia e em toda a Europa do leste; ele desenvolveu uma renascença religiosa entre os judeus orientais, que formam hoje em Israel e na Diáspora, sobretudo em Nova York, o núcleo da ortodoxia. Esta corrente opõe-se ao Talmud que consideram
muito intelectual.
Hégira – Em ár. hidjira, “expatriamento”. Nome dado à data que marca a partida de Maomé para Medina, quando foi obrigado a fugir de Meca, em 12 de Julho de 622.
Heresia – Do gr. hairesis, “escolha, opinião”. Na Antiguidade esta palavra designava uma escola filosófica mas o termo, no cristianismo, passou a significar “doutrina contrária à ortodoxia”.
Hermetismo – Doutrina oculta do conhecimento, ou conhecimento pagão, que aparece nos primeiros séc.d da era cristã, no Egito, quando os gr.s assimilaram o seu Deus Hermes, que se tornou o Mercúrio dos romanos ou o Deus Thor dos egípcios. Consideravam Hermes como o revelador da sabedoria divina.
Hesicastos – Do gr. hêsukia, “repouso, silêncio, paz interior”. Nome dado aos monges com doutrinas místicas quietistas que inquietaram muito a igreja grega até ao séc. XIV.  A prática do hesicatismo se mantém ainda no Monte Athos e outros mosteiros ortodoxos.
Heterodoxia – Do gr. heteródoxos, "de opinião diferente", inclui "quaisquer opiniões ou doutrinas que discordem de uma posição oficial ou ortodoxa”.
Hiero – Raiz grega que significa “sagrado, poderoso”.  Hierático, hieroglifo, hierogamia, etc.
Higoméne – Do gr. hegoumenos, “chefe”. Nome dado ao superior de um mosteiro da regra ortodoxa de São Basílio.
Hinduismo – A religião da maioria dos hundus, resultado da evolução do brahmanismo. Oriunda do Vedismo, de que conserva os livros sagrados, os Veda, e os seus complementos Brahmana e Upanishad. O hinduismo conserva duas formas: a dos sábios que tendem para o monoteismo na doutrina brahman, imutável e eterna, e a religião popular com os grandes Deuses, sobretudo Vishnu e Siva.
Hititas – Povo da Ásia Menor a arqueologia encontra várias figuras de deusas – séc. III a.C. Esta civilização desenvolvida “à  sombra” da Mesopotâmia, estará na origem da cultura grega.  Nos diferentes níveis de escavações em Troia atestam cultos de fecundidade, e túmulos que indicam que o rei era também um grande chefe religioso.
Hosana – Do hebreu “Salva-te, eu te peço, ou Salva-te agora”.
Hospitaleiros – Designa todas as ordens dedicadas aos doentes, viajantes ou peregrinos, entre elas os Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus, fundada em Córdova  em 1539 por São João de Deus, de seu nome João Cidade (Montemor-o-Novo, 1495 – Granada 1550) um santo da Igreja Católica que se distinguiu na assistência aos pobres e aos doentes, através de um hospital por si fundado.
Hostia – Do lat. hostia, “vítima”. Na antiguidade vítima animal imolada em sacrifício.
Huguenotes – Nome dado aos protestantes franceses, sobretudo calvinistas, nos séc. XVI e XVII. O origem da palavra é discutível, para alguns deriva do alemão eigenossen, “conjurados” mas em Geneva chamaram-se eignots.
Hus – João. Reformador checo (1369-1415) ensinava teologia em Praga onde foi reitor da Faculdade de Teologia. Apoiou as ideias de Wycliff que criticava os abusos do clero do seu tempo. Em 1410 o arcebispo de Praga mandou queimar os livros de Wycliff e interditou a cidade enquanto João Hus se mantivesse na Universidade.Três dos seus seguidores foram decapitados e considerados mártires por João Hus. Convocado ao concílio de Constança em 1414 foi metido na prisão, acusado de heresia e as suas obras confiscadas e queimadas. Ele mesmo foi queimado e suas cinzas jogados no rio Reno. Na Boémia é considerado mártir e herói nacional ao mesmo tempo que reformador.
Husain  Terceiro imam dos xiitas (Medina 626 ou 627 – Karbala 680), segundo filho de Fátima e Ali, neto de Maomé, Considerava-se o califa legítimo depois da morte do seu pai, mas vencido  na batalha de Karbala foi morto assim como grande parte da sua família. Esta cidade, no Iraque, onde está o seu túmulo, tornou-se lugar de peregrinação para os xiitas e o ritual é quase o mesmo que o de Meca.

- I -
Içvara – Do sânsc. que significa “o senhor”, nome dado no hinduismo ao Ser supremo.
Imam  Do árabe imma, “proceder, caminhar na frente, chefe”. No árabe eram assim chamados os condutores de caravanas, e foi dado a Maomé, e depois a seus sucessores, enquanto o termo califa passou a referir os “chefes dos crentes”, não só no campo espiritual como temporal. Nos sunitas o título de imam foi dado aos fundadores dos quatro grandes ritos ortodoxos, ou escolas de jurisprudência como a certos grandes teólogos. Nos xiitas do Irão, os imans, em número de doze, são os sucessores de Ali, mas os ismaelitas são só sete. Hoje o imam é aquele que em cada mesquita dirige as orações.
Imposição das mãos – Gesto de benção, simbolo da invocação e pedido da graça de Deus. Rito antigo muito referido na Bíblia.
Incas – Povo do Andes,  sobretudo do Peru, onde o soberano absoluto, de direito divino, filho do Sol, impunha a todos os súbditos um medo reverencial, sendo assim o chefe do culto oficial, do Sol, a que se juntava o do Trovão, da Lua, da Terra, etc.
Indra – Na Índia antiga um dos grandes Deuses da mitologia védica, o Deus do Céu, das Núvens, da Chuva e do Relâmpago. O seu culto muito popular afirma-se com o brahmanismo no séc. VIII a.C.
Inferno – Do lat. infernum, “lugar inferior”. Muito tempo considerado o lugar dos mortos, bons ou maus em todas as religiões primitivas. Mais tarde o Hades dos gregos – local de residência dos mortos – divide-se em Campos Elíseos para os bons e Tartária para os maus; no zoroastrismo a alma pura juntava-se a Ormuzd, enquanto a alma danada era entregue aos demónios, e foi sempre assim evoluindo, passando pelas religiões do Egito, budismo, judaísmo, cristianismo, etc.
Inquisição  Tribunal eclesiástico medieval, encarregado de procurar e julgar os heréticos, face ao crescente número de heresias que inquietou a igreja católica.
Ise – Cidade santa do Japão, centro do shintoismo, na ilha de Hondo, onde esite um conjunto de templos dedicados à Deusa do Sol Amaterasu. Um dos edifícios guarda o espelho mágico Yata, cuja origem é lendária: terá sido forjado pelos kamis para enganar Amaterasu e fazê-la sair da caverna, devolvendo, assim, a luz do Sol ao Mundo.
Ishtar ou Astarte – Grande Deusa assírio-babilónica, a Astarte dos cananeus e dos fenícios, Deusa da fecundidade, da vegetação e do amor. A ligação entre o céu e a terra.
Isis – A Deusa mais familiar do panteão egípcio, filha de Geb e de Nout, esposa de seu irmão Osiris, mãe de Horus. Deusa universal foi assimilada pelos gregos como Demetra, Deusa mãe, ou Deusa da distribuição, e em Roma chamou-se Ceres, de onde os cereais e a cerveja.
Islão – Do árabe, “resignação, renúncia, abandono a Deus”, religião fundada por Maomé cujos seguidores são muçulmanos, do árabe muslim, “submisso, crente”. O dogma, “iman”, ou fé, é simples e compreende a crença em Alá Deus único, não criado e criador, e em Maomé o seu enviado, que deu a conhecer a sua religião através do livro santo, Corão. Esta doutrina assenta em cinco pilares a que mais tarde acrescentaram um sexto: 1°- a recitação e aceitação da crença (Chahada ou Shahada); 2°- orar cinco vezes ao longo do dia (Salá, Salat ou Salah); 3°- pagar esmola (Zakat ou Zakah); 4°- observar o jejum no Ramadão (Saum ou Siyam); 5°- fazer a peregrinação a Meca (Haj) se tiver condições físicas e financeiras, e 6°- fazer a guerra santa, o sexto pilar, (Djihad) que permitiu a rápida expansão da religião muçulmana, onde o combatente estava seguro de ir para o paraíso de Alá se morresse em combate. Monoteísta, rejeita a Trindade mas admite a veneração de Jesus como profeta e de Sua Mãe a Virgem Maria de quem fala no Corão. Admite a crença no anjos e sua hierarquia (Gabriel, Micael, Azael e Israfil estão no topo); os outros ajudam os fieís a triunfar do mal, abaixo vêm os djinns, bons ou maus génios populares ou esposas celestes ou damas de honra do paraíso que devem ser a recompensa do crente nos jardins de Alá. Os muçulmanos dividem-se em sunitas, cerca de 80 por cento, e xiitas. Há ainda uma ramo Karajita, hoje conhecidos como ibaditas que vivem sobretudo em Omã. “Os islâmicos consideram-se superior aos judeus, aos cristãos, aos budistas, aos hindus. A única lei que Alah aceita é o Islamismo. E qualquer um que aceitar outra lei que não o Islã, não será aceito", e a sua agressividade vem, dentre outras da Sura 4, Versículo 89: "Eles almejam que renegueis a Fé como eles a renegam, e, assim, sereis iguais. Então, não tomeis, dentre eles, aliados, até que emigrem, no caminho de Allah. E, se voltarem as costas, apanhai-os e matai-os, onde quer que os encontreis. E não tomeis, dentre eles, aliado nem socorredor." 
Ismaelismo – é uma das correntes do esoterismo islâmico, que se enquadra no Islão Xiita.
Ismaelitas – Seita fundada no séc. VII no seio do xiismo admitindo a crença em Ismael, sétimo imam, a que a morte está negada. Este deve reaparecer um dia como “mahdi” ou Messias, fará reinar a justiça e punirá os opressores dos descendentes de Ali. Os dois filhos de Ismael foram corridos de Meca, um refugiou-se na Pérsia e outro na Síria.

Izanagi e Izanami – Grandes Deuses da mitologia japonesa do xintoismo, Pai Céu e Mãe Terra. Foi a sua união que gerou o mundo dos Deuses e dos homens.

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