Continuando com as Religiões
- G -
Galicanismo – Doutrina que visava defender as “liberdades galicanas”,
mesmo mantendo a fé nos dogmas do catolicismo, a igreja de França queria
conservar a sua organização particular e as suas liberdades. Esta doutrina
fez-se sentir nos ensinamentos teológicos do séc. XV com os debates em torno da
pragmática sanção de Bourges, praticamente imposta ao rei Charles VII pelos
bispos reunidos em Bourges. Esta reforma proclamava a superioridade dos
concílios sobre os papas, alterava as formalidades para eleição dos bispos e
dava uma certa independência à Igreja de França. Esta doutrina foi vencida pelo
concílio do Vaticano, em 1870 que definiu o dogma da infalibilidade do papa.
Ganesha ou Ganapati – Acólito e filho de Siva e Parvati, um dos Deus mais populares
na Índia. É o Deus dos escritores e dos estudantes, da sabedoria e da
felicidade, porque afasta os obstáculos e reparte suas riquezas e benifícios
pelos seus fiéis.
Ganges – Rio sagrado dos hindus. Faz parte das
divindades do panteão brahamânico, sendo descendente duma gruta nos Himalaia,
na montanha santa de Kailassa – onde existe o maior tempo da Índia – de que é
filho.
Geb – Deus egípcio da Terra, equivalente a
Gaia na Grécia. Esposo de Nout, a Deusa do céu, sua irmã, ele separou o Céu,
através do Deus Shou (atmosfera).
Gnose, gnosticismo – Conhecimento absoluto que abrange tudo.
Este conhecimento em si explica a divindade e a criação,isto é, o universo e o
homem pela teoria do emanatismo.
Gomateçvara – Santo jainista da seita dos digambaras.
É conhecido sobretudo pela sua estátua gigantesca em Sravanabelgola, no Estado
de Mysore na Índia, que abriga um templo jainista para peregrinação dos fiéis.
Esta estátua do santo, completamente nu, foi executada em 1208.
Guru – Do sânsc., significa “velho, idoso, pai
espiritual”.
- H -
Hadith – Palavra árabe que significa “conversão”
ou “história”. Conjunto de todos os escritos tradicionais consagrados à vida de
Maomé e sua doutrina que fazem parte da sunna e formam com o Corão a base da
religião e do direito muçulmanos.
Haffadah – Ver Talmud.
Haji – Nome dado à peregrinação a Meca.
Hannukah – Ver dedicação.
Hanumant - O Deus macaco do hinduismo. Desde
a epopeia de Ramayana (IV ou V séc. a.C.) ele é amigo de Rama, sempre pronto a
prestar-lhe serviço e ajudar o herói a reconquistar Sita, raptada por Ravana.
Harpocrate – Nome gr. do Deus egípcio Horus.
Hasidins – Do hebreu significa “os piedosos”,
antepassados dos fariseus. No séc. II a.C. um partido se formou para preservar
ferozmente a preservação dos costumes e das particularidades do judaísmo e
resistir à helenização. Depois da destruição do Templo, estes resistentes
conseguiram manter a sua religião e reconstruir o Templo de Jerusalém, e
tornaram-se os verdadeiros guardiães da fé. Durante a diáspora reapareceram em
alguns países da Europa Central quando é desenvolvida a Cabala. No séc. XVIII
um movimento com este nome dirigido pelo rabino Israel ben Elizer (chamado Baal
Shem) teve grande sucesso na Polónia e em toda a Europa do leste; ele
desenvolveu uma renascença religiosa entre os judeus orientais, que formam hoje
em Israel e na Diáspora, sobretudo em Nova York, o núcleo da ortodoxia. Esta
corrente opõe-se ao Talmud que consideram
muito intelectual.
Hégira – Em ár. hidjira, “expatriamento”. Nome
dado à data que marca a partida de Maomé para Medina, quando foi obrigado a
fugir de Meca, em 12 de Julho de 622.
Heresia – Do gr. hairesis, “escolha, opinião”.
Na Antiguidade esta palavra designava uma escola filosófica mas o termo, no
cristianismo, passou a significar “doutrina contrária à ortodoxia”.
Hermetismo – Doutrina oculta do conhecimento, ou conhecimento pagão, que aparece
nos primeiros séc.d da era cristã, no Egito, quando os gr.s assimilaram o seu
Deus Hermes, que se tornou o Mercúrio dos romanos ou o Deus Thor dos egípcios.
Consideravam Hermes como o revelador da sabedoria divina.
Hesicastos – Do gr. hêsukia,
“repouso, silêncio, paz interior”. Nome dado aos monges com doutrinas místicas
quietistas que inquietaram muito a igreja grega até ao séc. XIV. A prática do hesicatismo se
mantém ainda no Monte Athos e
outros mosteiros ortodoxos.
Heterodoxia – Do gr. heteródoxos,
"de opinião diferente", inclui "quaisquer opiniões ou doutrinas
que discordem de uma posição oficial ou ortodoxa”.
Hiero – Raiz grega que significa “sagrado,
poderoso”. Hierático,
hieroglifo, hierogamia, etc.
Higoméne – Do
gr. hegoumenos, “chefe”. Nome dado ao superior de um mosteiro da
regra ortodoxa de São Basílio.
Hinduismo – A religião da maioria dos hundus, resultado da evolução
do brahmanismo. Oriunda do Vedismo, de que conserva os livros sagrados, os
Veda, e os seus complementos Brahmana e Upanishad. O hinduismo conserva duas
formas: a dos sábios que tendem para o monoteismo na doutrina brahman, imutável
e eterna, e a religião popular com os grandes Deuses, sobretudo Vishnu e Siva.
Hititas – Povo da Ásia Menor a arqueologia
encontra várias figuras de deusas – séc. III a.C. Esta civilização desenvolvida
“à sombra” da Mesopotâmia, estará na
origem da cultura grega. Nos diferentes níveis de escavações em Troia atestam
cultos de fecundidade, e túmulos que indicam que o rei era também um grande
chefe religioso.
Hosana – Do hebreu “Salva-te, eu te peço, ou
Salva-te agora”.
Hospitaleiros – Designa todas as ordens dedicadas aos doentes, viajantes
ou peregrinos, entre elas os Irmãos Hospitaleiros de São João de Deus, fundada
em Córdova em 1539 por São João de Deus, de seu nome João Cidade (Montemor-o-Novo, 1495 –
Granada 1550) um santo da Igreja
Católica que se distinguiu na assistência aos pobres e aos doentes, através de
um hospital por si fundado.
Hostia – Do lat. hostia, “vítima”. Na antiguidade vítima animal
imolada em sacrifício.
Huguenotes – Nome dado aos protestantes franceses, sobretudo
calvinistas, nos séc. XVI e XVII. O origem da palavra é discutível, para alguns
deriva do alemão eigenossen,
“conjurados” mas em Geneva chamaram-se eignots.
Hus – João. Reformador checo (1369-1415)
ensinava teologia em Praga onde foi reitor da Faculdade de Teologia. Apoiou as
ideias de Wycliff que criticava os abusos do clero do seu tempo. Em 1410 o
arcebispo de Praga mandou queimar os livros de Wycliff e interditou a cidade
enquanto João Hus se mantivesse na Universidade.Três dos seus seguidores foram
decapitados e considerados mártires por João Hus. Convocado ao concílio de
Constança em 1414 foi metido na prisão, acusado de heresia e as suas obras
confiscadas e queimadas. Ele mesmo foi queimado e suas cinzas jogados no rio
Reno. Na Boémia é considerado mártir e herói nacional ao mesmo tempo que reformador.
Husain - Terceiro
imam dos xiitas (Medina 626 ou 627 – Karbala 680), segundo filho de Fátima e
Ali, neto de Maomé, Considerava-se o califa legítimo depois da morte do seu
pai, mas vencido na batalha
de Karbala foi morto assim como grande parte da sua família. Esta cidade, no
Iraque, onde está o seu túmulo, tornou-se lugar de peregrinação para os xiitas e
o ritual é quase o mesmo que o de Meca.
- I -
Içvara – Do sânsc. que significa “o senhor”, nome
dado no hinduismo ao Ser supremo.
Imam – Do
árabe imma, “proceder,
caminhar na frente, chefe”. No árabe eram assim chamados os condutores de
caravanas, e foi dado a Maomé, e depois a seus sucessores, enquanto o termo
califa passou a referir os “chefes dos crentes”, não só no campo espiritual
como temporal. Nos sunitas o título de imam foi dado aos fundadores dos quatro
grandes ritos ortodoxos, ou escolas de jurisprudência como a certos grandes
teólogos. Nos xiitas do Irão, os imans, em número de doze, são os sucessores de
Ali, mas os ismaelitas são só sete. Hoje o imam é aquele que em cada mesquita
dirige as orações.
Imposição das mãos – Gesto de benção, simbolo da invocação e pedido da graça
de Deus. Rito antigo muito referido na Bíblia.
Incas – Povo do Andes, sobretudo do Peru, onde o soberano
absoluto, de direito divino, filho do Sol, impunha a todos os súbditos um medo
reverencial, sendo assim o chefe do culto oficial, do Sol, a que se juntava o
do Trovão, da Lua, da Terra, etc.
Indra – Na Índia antiga um dos grandes Deuses da
mitologia védica, o Deus do Céu, das Núvens, da Chuva e do Relâmpago. O seu
culto muito popular afirma-se com o brahmanismo no séc. VIII a.C.
Inferno – Do lat. infernum, “lugar inferior”. Muito tempo
considerado o lugar dos mortos, bons ou maus em todas as religiões primitivas.
Mais tarde o Hades dos gregos – local de residência dos mortos – divide-se em
Campos Elíseos para os bons e Tartária para os maus; no zoroastrismo a alma
pura juntava-se a Ormuzd, enquanto a alma danada era entregue aos demónios, e
foi sempre assim evoluindo, passando pelas religiões do Egito, budismo,
judaísmo, cristianismo, etc.
Inquisição – Tribunal
eclesiástico medieval, encarregado de procurar e julgar os heréticos, face ao
crescente número de heresias que inquietou a igreja católica.
Ise – Cidade santa do Japão, centro do
shintoismo, na ilha de Hondo, onde esite um conjunto de templos dedicados à
Deusa do Sol Amaterasu. Um dos edifícios guarda o espelho mágico Yata, cuja
origem é lendária: terá sido forjado pelos kamis para enganar Amaterasu e
fazê-la sair da caverna, devolvendo, assim, a luz do Sol ao Mundo.
Ishtar ou Astarte – Grande Deusa assírio-babilónica, a Astarte dos cananeus e
dos fenícios, Deusa da fecundidade, da vegetação e do amor. A ligação entre o
céu e a terra.
Isis – A Deusa mais familiar do panteão
egípcio, filha de Geb e de Nout, esposa de seu irmão Osiris, mãe de Horus.
Deusa universal foi assimilada pelos gregos como Demetra, Deusa mãe, ou Deusa da
distribuição, e em Roma chamou-se Ceres, de onde os cereais e a cerveja.
Islão – Do árabe, “resignação, renúncia,
abandono a Deus”, religião fundada por Maomé cujos seguidores são muçulmanos,
do árabe muslim, “submisso, crente”. O dogma, “iman”,
ou fé, é simples e compreende a crença em Alá Deus único, não criado e criador,
e em Maomé o seu enviado, que deu a conhecer a sua religião através do livro
santo, Corão. Esta doutrina assenta em cinco pilares a que mais tarde
acrescentaram um sexto: 1°- a recitação e aceitação da crença (Chahada ou Shahada);
2°- orar cinco vezes ao longo do
dia (Salá, Salat ou Salah);
3°- pagar esmola (Zakat ou Zakah); 4°- observar o jejum no
Ramadão (Saum ou Siyam); 5°- fazer a
peregrinação a Meca (Haj)
se tiver condições físicas e financeiras, e 6°- fazer a guerra santa, o sexto
pilar, (Djihad) que
permitiu a rápida expansão da religião muçulmana, onde o combatente estava
seguro de ir para o paraíso de Alá se morresse em combate. Monoteísta, rejeita
a Trindade mas admite a veneração de Jesus como profeta e de Sua Mãe a Virgem
Maria de quem fala no Corão. Admite a crença no anjos e sua hierarquia
(Gabriel, Micael, Azael e Israfil estão no topo); os outros ajudam os fieís a
triunfar do mal, abaixo vêm os djinns, bons ou maus génios populares ou esposas
celestes ou damas de honra do paraíso que devem ser a recompensa do crente nos
jardins de Alá. Os muçulmanos dividem-se em sunitas, cerca de 80 por cento, e
xiitas. Há ainda uma ramo Karajita, hoje conhecidos como ibaditas que vivem
sobretudo em Omã. “Os islâmicos consideram-se superior aos judeus, aos cristãos, aos
budistas, aos hindus. A única lei que Alah aceita é o Islamismo. E qualquer um
que aceitar outra lei que não o Islã, não será aceito", e a sua
agressividade vem, dentre outras da Sura 4, Versículo 89: "Eles almejam que
renegueis a Fé como eles a renegam, e, assim, sereis iguais. Então, não tomeis,
dentre eles, aliados, até que emigrem, no caminho de Allah. E, se voltarem as
costas, apanhai-os e matai-os, onde quer que os encontreis. E não tomeis,
dentre eles, aliado nem socorredor."
Ismaelismo – é uma das correntes do esoterismo islâmico,
que se enquadra no Islão Xiita.
Ismaelitas – Seita fundada no
séc. VII no seio do xiismo admitindo a crença em Ismael, sétimo imam, a que a
morte está negada. Este deve reaparecer um dia como “mahdi” ou Messias,
fará reinar a justiça e punirá os opressores dos descendentes de Ali. Os dois
filhos de Ismael foram corridos de Meca, um refugiou-se na Pérsia e outro na
Síria.
Izanagi e Izanami – Grandes Deuses da mitologia japonesa do xintoismo, Pai
Céu e Mãe Terra. Foi a sua união que gerou o mundo dos Deuses e dos homens.
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