quinta-feira, 14 de setembro de 2023

 

Mais um dos primeiros textos que escrevi, em 1986, falando de África, evidente, que acabou substituído por um outro para a entrada das páginas dedicadas a caçadas, no livro “Contos Peregrinos a Preto e Branco”. Por isso “alguns tiros certeiros” que aqui não vão aparecer.

Este tem mais descrição do país, e por isso achei que alguns leitores iriam gostar.

Revisto de algumas gralhas e imprecisões, aqui vai ele.

ALGUNS TIROS CERTEIROS

 

Há uns tantos imprecisos anos ainda toda a África negra era um paraíso, com uma variada e exuberante fauna, desde o pequeno antílope ao elefante, carnívoros, pássaros, etc. Os maiores animais terrestres ali se encontram, como o grande elefante africano, o rinoceronte, e até nas aves nenhuma alcança o porte da avestruz,

A todos estes animais passou a designar-se genericamente por “caça”, e ainda hoje guardam esse nome os “parques de caça”, mesmo que não se possa abater animal algum.

Essa imensa e maravilhosa fauna chegou quase intacta até aos nossos dias (até meados do século XX) porque em todo o continente não havia caça predatória, as populações se mantinham em reduzido número e sempre houve com que se alimentarem.

A maioria das pastagens hoje utilizadas em todo o mundo para criação de gado tem as suas origens nos “capins” nativos africanos.

É imensa a variedade de antílopes e de predadores carnívoros. A natureza é de uma prodigalidade que encanta. Extensões imensas com manadas de animais que por vezes atingem largos milhares.

Quem alguma vez esteve em África jamais pode esquecer o que viu. E quem não viu não consegue imaginar.

Há por todo esse mundo lugares lindíssimos como o Rio de Janeiro, Acapulco, os Alpes, Havaí, as ilhas do Caribe e do Pacífico, a inigualável Amazónia, etc. Obras feitas pelos homens nos deixam igualmente extasiados, como as Pirâmides do Egito, as ruinas astecas, Machu Pichu, monumentos na Grécia na Itália e na China, mas não creio que nada tenha a beleza e a grandiosidade de uma manada de cinco ou seis mil búfalos em plena liberdade, ou uma centena de elefantes com os seus enormes chefes e pequenas crias, tomando banho num rio ou num charco, ou assistir a uma caçada feita por uma família de leões!

Ainda hoje há possibilidade de ver algo, se não desta grandeza, pelo menos com beleza semelhante, porque felizmente diversos países mantém um razoável número de “parques de caça” onde o visitante somente pode caçar com a sua máquina fotográfica ou de filmar.

As boas e precisas armas de caça só há poucos anos (talvez uns oitenta!) invadiram aquele continente.

No século passado (XIX) e nos primeiro deste a caça que o homem branco ali fazia era desportiva e para fins alimentares e não predatória.

Procurava o melhor e maior troféu o que pressupunha caçar o velho macho solitário, já isolado pela sua manada que, sem mais servir como reprodutor, aguarda a morte natural, quase sempre violenta, por predadores mais fortes. Por isto todo o solitário é um animal desconfiado, e como todo o solitário, mal disposto, pronto a defender aquele resto de vida.

Os nativos, que não faziam caça desportiva, matar por matar, nem possuíam as inconvenientes armas de fogo, mantiveram todo um equilíbrio natural até à entrado do século XX. Talvez até mês a meados deste século. Caçavam o suficiente para se alimentarem. Só os elefantes é que sempre sofrerão perseguição porque o marfim era, e ainda é, considerado moeda valiosa, muito procurado desde a antiguidade. Mas a precariedade das suas armas, lanças e setas, manteve o abate destes animais em número reduzido.

Mais tarde, a expansão do homem em geral, ocupando cada vez mais território com seu gado e agricultura, necessitando por isso das pastagens que até há pouco eram privativas dos animais selvagens, e a desenfreada caça com armas até automáticas, puseram em eminente perigo a extinção desta vida selvagem.

Hoje, mais ainda com a independência dos territórios africanos e sua necessidade de desenvolvimento agrícola para alimentaras populações com índices de crescimento elevados, a divulgação das armas de fogo e e o descontrole que reina em alguns desses países, com guerrilhas permanentes, esse paraíso natural está ameaçado de desaparecer rapidamente, e dentre em breve podem sobrar somente uns escassos parques de caça, e os zoológicos, onde os nossos filhos e mais descendentes mal conseguirão apreciar os animais.

Faltar-lhes-á o seu habitat natural, a sua vida em total liberdade, a maravilha do equilíbrio da natureza que o homem tanto se esforça por exterminar.

Não há muitos anos, ainda perto das povoações e bem perto significa alguns centos de metros, se podiam encontrar diversas espécies de antílopes pastando, por vezes descaradamente a comer dentro das hortas que os agricultores faziam à volta das suas casas, ou mesmo dentro de quintais. Até os leões entravam nos curraispara pegar um ou mais bois, geralmente os mais frágeis ou os mais gordos, para suas festanças. Depois de os matarem saltavam muros com mais de 2 metros de altura carregando nas costas o “petisco” que podia pesar duas ou três vezes mais do que eles.

Os antílopes pastavam, os carnívoros os pegavam e assim se mantinha todo um equilíbrio que era um espetáculo belo e gratuito.

Poucas as armas de fogo, os nativos caçavam só para se alimentarem, quase sempre com as habituais lanças, flechas e armadilhas.

 

Cruzar Angola pelo Caminho de Ferro de Benguela, que saía do Lobito, um porto de marno Atlântico, para o Katanga (hoje parte da República “Democrática” do Congo), no centro de África, era um permanente espetáculo inesquecível. Começava por atravessar uma pequena área de areia ou mata rala, com uma altitude de 50 a 100 metros acima a do nível do mar, para logo em seguida subir para o planalto interior com uma altitude média de 1.300 a 1.700 metros. Aqui as savanas se sucediam, imensas, a perder de vista, com os seus capins verdes ou amarelos conforme a estação do ano. Quantas vezes o trem era obrigado a parar porque uma manada de zebras, ou gungas (elandes), ou búfalos e até elefantes estava atravessando a linha ou pastando ao seu lado. Por vezes não conseguindo parar ou abrandar, atropelava um ou outro animal que era colhido de surpresa à saída de uma curva. Se fosse um animal grande o trem para se vistoriar se a locomotiva havia sofrido algum estrago (?), os passageiros todos também saiam para ver o que tinha acontecido e aproveitava-se a oportunidade para esfolar o bicho, e levarem para casa uma saborosíssima carne fresca!

Aquelas planícies sem fim cheias de animais de tantas espécies, mesmo que se vivam cem anos não se podem esquecer. Era obrigatório, mesmo para ateus, louvar a Deus, pela beleza e grandiosidade que nos encantava.

Pelos anos 40 os transportes rareavam, não só porque o seu desenvolvimento ainda era pode dizer-se precário, como o mundo inteiro estava a sofrer com toda a perturbação da II Guerra Mundial. O acesso ao interior de Angola, exceto no trem, era feito Deus sabe com que dificuldades e canseiras. Estradas pavimentadas não havia mais do que umas escassas dezenas de quilômetros (parte no Norte e parte no Sul). Tudo o resto eram caminhos cujo estado em que se encontravam era designado só por duas referências: “passa” ou “não passa”! Na época das chuvas, sobretudo no Norte, o estado das estradas-caminhos, de terra,  era o segundo: “Não passa”! E os carros, caminhões, ficavam aguardando, muitas vezes enterrados na lama, que um ou dois dias de sol, ou a ajuda de terceiros fossem tirá-los ali.

Entretanto mosquitos e mais toda a sorte de outros de outros miseráveis insetos, à mistura com um calor imenso e abafado, eram a única ocupação dos camionistas ou viajantes naquelas terras.

Os caminhões por falta de combustível (escasso por causa da guerra), nesse tempo quase exclusivamente gasolina, usavam tudo que pudesse queimar para não ficarem sem trabalho, e cada um inventava a mistura que parecia dar melhor resultado, e procurava óleo de dendem, azeite, resquícios de gasolina, etc., e lá seguiam sertão adentro, levar e trazer mercadorias. Não era milagre, era a força interior e o desejo de vencer, de dominar o meio e os elementos numa terra bravia, inexplorada, que cada uma queria considerar como sua, também.

Angola ficou a dever uma dos maiores quinhões da sua ocupação e desenvolvimento do interior ao esforço e coragem desses homens que tudo faziam para não pararem, para quem parecia que não havia obstáculos que não fossem transponíveis. Brancos, negros e mulatos, empenhados na mesma luta e objetivos, lado a lado, criaram uma infraestrutura de capital importância para o progresso e desenvolvimento do país.

Quando lá no interior (a que se chamava genericamente “mato! Saía-se da cidade e ia-se ao mato, a dez ou quinhentos quilómetros de distância! ) o governo abria alguma estrada nova ou procurava conservar as existentes, ou fazia qualquer outra obra longe de centros de abastecimento, contratava os nativos locais o que lhes proporcionava um pouco de dinheiro extra (pouquíssimo, vergonhosamente pouco!) mas tinha que os alimentar, sobretudo quando eram obras grandes ou demoradas e ocupavam muita gente.

Como não havia carne de gado, a solução era contratar um “caçador profissional” que se comprometia a levar com regularidade carne suficiente para dar de comer a toda a gente. Possuidor de uma licença de caça especial, experiente caçador, hábil e consciente, a sua vida era o permanente contato com o mato, a espera, a caça, o transporte dos animais abatidos até aos locais de consumo. E levava antílopes, búfalos e outros conforme a área em que se encontrava.

Naquele tempo muita gente caçava (eu também!) e, se não todos, a maioria tinha uma profunda consciência do que fazia.

Primeiro era obrigatório ter licença de caça passada pelos Serviços de Veterinária, que podia ser anual para animais pequenos, ou especial para os grandes e limitada normalmente a um exemplar, e a uma área especificada, tudo obedecendo às épocas definidas para as diferentes espécies, e rigorosamente proibida no defeso.

 

PS.- Até eu que cacei por todo o lado, um dia decidi que não queria mais matar animais, depois que um amigo e parceiro de caça foi morto num acidente com elefantes.

Nunca mais dei um tiro!

 

Escrito em 1986 e revisto em 09/09/23

 

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

 

INTROITO... não introduzido

 Há já algum tempo - em 1989, de que são passados 34 anos - comecei a escrever umas “coisas” que acabaram formando o livro “Contos Peregrinos a Preto e Branco”, e este gerou uma boa quantidade de agradáveis comentários, muitos deles guardados até hoje.

Essas “coisas” começaram por cenas de caça vividas em Angola, que mandei ao meu GRANDE amigo João Salgado, amigo de infância e parceiro de algumas caçadas, para que me desse a sua opinião sobre os escritos.

Respondeu-me logo. Tinha gostado imenso, fez alguns comentários e relembrou várias outras cenas. Enfim incitou-me a que continuasse a escrever.

Continuei.

Para isso, na altura lembrei-me de escrever um Introito, que pareceu fundamental para iniciar um possível livro, introdução essa acabou não sendo usada, e agora descoberta um papel amarelado e fragilizado pela idade, no meio de uma infinidade de outros papeis a que estou a ver se sou capaz de ordenar.

Achei o Introito “abortado” na ocasião, pois não o encontro em nenhum dos livros que escrevi.

Achei interessante (não me estou a gabar) e decidi que o daria a conhecer aos que leram o livro e aos que não leram!

Podem comentar à vontade, dizer bem ou mal, o que desde já agradeço!

N.- O que vai entre parêntesis e em itálico não é do original.

 

INTROITO

Todos os, como eu, cresceram e foram educados no tempo do Estado Novo (em Portugal), talvez também uns quantos mais antigos e, quem sabe?, se igualmente muitos das gerações mais novas, ficámos imbuídos de um complexo histórico que nos marcou estranhamente, com uma espécie de aversão aos espanhóis que sempre procuraram dominar toda a península, mas a quem os nossos ancestres tão bem enxotaram do terreno luso.

Haja em vista a Batalha de Aljubarrota, o movimento para a Independência em 1640, sem falar no nosso rei Afonso IV que, não fosse ele, ainda hoje Granada ...

Depois a nossa ajuda durante a triste guerra civil (quando os comunistas que se preparavam para ganhar a guerra afirmavam que a seguir iriam sovietizar Portugal!). E até há poucos anos quando o escudo valia duas e meia pesetas, o que nos dava uma sensação de superioridade que confirmava a psicose recebida na escola.

Com o correr dos anos fui aprendendo que, em cada vinte jogos de futebol Portugal-Espanha nós conseguíamos a tremendo custo ganhar um, empatar outro e perder os outros dezoito! Isto, segundo se badalava, jogando melhor que os adversários, como é de imaginar. Mas sempre havia azar, árbitros do contra, etc..

A seguir assistimos a um estupendo surto de desenvolvimento harmónico dos nossos vizinhos, a um inteligente jogo político entre os diversos partidos, e... a uma constante desvalorização do nosso dinheiro que hoje vale dois terço de uma peseta!

Felizmente que já há muito tinha conseguido constatar que aquela noção de comparação Portugal-Espanha estava totalmente errada. Graças a Deus, quando não o choque teria sido muito grande.

Com respeito aos mouros, uma vez que haviam sido escorraçados do nosso território há muitos séculos, ficou-nos o tal complexo por termos sido “colonizados” durante quinhentos a seiscentos anos por “gente de condição tão inferior” à nossa. Como tal havia sido possível? Só por questão de números: nós éramos poucos e os “infiéis” aos milhões! Só assim.

Na escola creio que se esqueceram de nos ensinar algumas coisas que me parecem de importância relevante na nossa vida quotidiana, mesmo hoje, final do século XX,

Por exemplo só o facto de nos terem deixado o “almoço”! Imaginem se tivéssemos ficado sem ele. E o fado? Sim, o fado? Já pensaram o que seria dos portugueses, sobretudo lisboetas e estudantes de Coimbra, sem o fado? E não me venham dizer que isso não é herança dos árabes. E os alcatruzes das noras? E as moiras encantadas, de olhos azuis, que davam toda a beleza aos contos com que adormeciam os nossos avós? Que mais nos deixaram? Tantos e tantos ensinamentos de ciências matemáticas, médicas, agrícolas, etc. Talvez a maior herança desse povo tenha sido ainda a nossa capacidade de miscigenação, que criou os novos mundos onde não se chocam nem raças nem credos.

Deixou-nos também um provérbio, cuja origem se perde no tempo, de uma saberia imensa: “Um homem só se realiza neste mundo se tiver um filho, plantado uma árvore e escrito um livro.”

Parece um ditado machista, mas tanto pensei nele, por achá-lo curioso, que não foi difícil encontrar-lhe o profundo significado: em primeiro lugar, se o homem não fizer filhos a humanidade acaba por se extinguir.

Crescei e multiplicai-vos. Há que perpetuar a espécie. Mais do que evidente.

Depois tem que plantar uma árvore para deixar aos vindouros a natureza equilibrada, tal ou melhor de como a recebeu. Usou madeira, lenha, e sabe que se não replantar, um dia os seus descendentes não vão ter mais florestas, perigando a sua sobrevivência. E hoje em dia que tanto se fala em equilíbrio ecológico, há quantos anos os árabes nos deixaram essa mensagem?

Finalmente escrever um livro. Para quê? Para que possamos passar aos filhos os ensinamentos que conseguimos ir colhendo ao longo dos anos.

Provérbio sensacional. Foi ele que me inspirou a escrever.

Filhos tive número suficiente para me terem mantido ocupado e preocupado durante muitos anos, e ainda hoje. Netos já começaram também a chegar (em 2023 estamos nos bisnetos) que continuam a povoar este mundo.

Árvores plantei muitas, de muitas espécies e em muitos lugares. Talvez milhares. E continuo plantando, não só por considerar isso importante para o equilíbrio da natureza, mas por puro egoísmo também: as árvores são seres lindos, e dá um enorme prazer vê-las crescer. Eu sei que algumas levam dezenas e dezenas de anos a se tornarem “adultas”, e a grande maioria eu já não vou ter possibilidade de apreciar. Mas o mundo não acaba quando eu fechar os olhos.

O livro. Não que eu tenha pretensões em deixar aos vindouros algum ensinamento especial. A minha ignorância não o permitiria. Mas todos nós temos passagens nas nossas vidas que pensamos merecem ser contadas.

Tudo aquilo que escrevi não é ficção. Foram episódios da minha vida ou da vida de alguns amigos que compartilhei. Podem não estar cronologicamente corretas, mas isso não impede que se tenham passado como os conto. Infelizmente do mesmo modo não soube contá-los com a graça e a vida que alguns tiveram, nem descrever a cor local.

São um apontamento e assim devem ser lidos

 

São Paulo, Abril de 1989

 

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

 

O Mistério da Tinta Azul

 

Lá pelas bandas onde fui nascido, os indígenas daquela terra usam umas frases que, sendo clássicas, usadas desde tempos imemoriais, que hoje nos fazem rir, e gramaticalmente, soltas, não fazem qualquer sentido, como por exemplo o “ele há coisas...!”

Mas a verdade é que quando menos se espera nos deparamos com situações de tal forma insólitas que, regredindo ao berço natalício sou obrigado a exclamar, repetidas vezes até, o tal ele há coisas...

E há mesmo. Vou contar-vos o Mistério da Tinta Azul, a que se levantou já um pouco do véu que encobria a razão da sua existência, sem porém, todavia, contudo ter deixado revelar a origem de tal caso.

Começando pelo começo ou pelo princípio, há uns dias começaram a aparecer na roupa que vestia umas pequenas manchas de tinta azul, sem que eu tivesse mexido em tintas, nem andasse na fase das pinturas e/ou retratos, até porque estava sobretudo na fase de uma fraqueza que mal me podia aguentar em pé mesmo sem pinceis nem mesmo só com as ideias pictóricas. (Felizmente essa fase passou, e já fiz alguns riscos... pouca coisa).

O problema era descobrir de onde vinham essas manchas.

A minha mulher, com aquele instinto feminino que aos homens parece estar vedado, foi dizendo que eram de tinta de caneta.

Para quem usa, nos dias de hoje só esferográficas – o tempo das canetas tinteiro já passou, e que ainda me lembro que as que nos eram dadas para ir para escola eram baratas – nada de Mont Blanc, Parker ou similar -  às vezes eu chegava a casa com a camisa... azul! O depósito da tinta tinha estourado.

Discutindo o assunto em concílio familiar, conclui-se que necessitávamos de ajuda de especialistas para investigarem e, se, descobrirem o insólito.

E assim se fez.

Deixei-me de cerimónias e escrevi, não na Internet mas no Etéreo...net, primeiro, a Conan Doyle, Sir, pedindo-lhe que explicasse o assunto ao grande Sherlock Holmes, que ele certamente encontraria uma explicação.

Não tardou a que recebesse uma mensagem do famoso detetive dizendo que após discutir o assunto com o seu colaborador Dr. Watson, possivelmente encontraria qualquer resposta em alguma flor, dada a exuberância dos trópicos, mas para confirmação eu deveria enviar-lhe uma série de flores, que ele descreveu, para análise.

Sugeriu que eu verificasse se não seriam resíduos, pingos, de sorvete de açaí ou da tinta de alguns calamares.

Não sr. Sherclok Holms, há anos que não como “chocos em su tinta”, mas fico-lhe agradecido porque gosto muito do açaí gelado, que fazia dias que não comia, e o açaí é cor quase preta. E tudo isto bem antes das manchas de tinta terem começado a aparecer.

De qualquer modo fiquei lisonjeado pela rapidez com que os senhores Conan Doyle, sir, e Sherlock Holmes saíram do seu eterno sossego, para colaboram com um mísero e já gasto terráqueo, pelo que logo lhes enviei os meus profundos agradecimentos.

Face a este insucesso restou a grande Agatha Christie, a maior vendedora de livros deste planeta, que do mesmo modo, sem querer ficar atrás do seu admirado percursor, já Sir, Conan Doyle, no meio dos seus imensos trabalhos – os seus livros, já venderam mais de 4 bilhões de exemplares! – mandou dizer-me que tinha entregue o assunto a Hercule Poirot, que pediu mais detalhes do Mistério, quando ainda chegou a dizer que iria convocar a Miss Jane Marple para o ajudar, porque o assunto parecia circunscrever-se a um ambiente familiar.

Miss Marple fez uma rápida análise sobre os habitantes desta casa e não demorou a suspeitar de uma bolsa que costumo usar pendurada no pescoço onde guardo óculos e uma caneta, que ela, com sua perspicácia descobriu numa aquarela minha feita há mais de 20 anos!

Feita uma inspeção à dita bolsa constatou-se que estava cheia de tinta... azul.

Oh! Mistério! Quem pôs ali a tinta? A caneta, esferográfica estava seca, não suja e a escrever, os óculos não usam tinta e estavam limpos e secos, mas quando decidi lavar a bolsa, de lá saiu uma quase infindável quantidade de tinta misturada na água da lavagem.

Mas, Miss Marple, como foi a tinta ali parar?

Aí Miss Marple engasgou e, claramente disse que já não era assunto que pudesse analisar e não fazia a menor ideia.

O mesmo aqui em casa. Muitas opiniões ouvidas, todas inconsistentes não levaram a qualquer solução.

Que a tinta estava na bolsa, estava, mas como foi lá parar nem os grandes detetives da história foram capazes de saber.

Lavou-se, muito bem, a bolsa, ficou um dia pendurada ao sol, voltou a estar em uso, pendurada no meu pescoço, mas ficou o segredo ou a incógnita, do modo como a tinta tinha entrado na bolsa.

Realmenteele há coisas”!

31/08/23

 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

 

A Velha Gaveta

 

Quem não tem em casa uma gaveta, normalmente num móvel antigo, onde durante a vida se foram guardando pequenas coisas, como uma cartinha que escreveu aos pais quando tinha 7 ou 8 anos, o acessório de uma máquina fotográfica dos anos 60 ou 70 que deixou de ter utilidade, a caneta tinteiro que levou para o exame do 3º ano (hoje a 7ª série), um velho e pequeno pincel que a mãe ou a mulher abandonaram quando deixaram de usar pó de arroz para se embonitarem, e que lhe serviu para limpar as lentes das máquinas fotográficas hoje também aposentadas ou perdidas, carteiras e caixas de fósforos, uma do hotel Ramada, (talvez de Johannesburg), onde passou uma noite há muitos anos (talvez uns 60!), outra que era uma pequena propaganda da fábrica de cervejas (1971), e muita outra tranqueira, como uns óculos que tinham sido do seu avô, ali jazendo arrumadinha, envelhecendo e/ou deteriorando-se mas que constituem a toca de velhas recordações?

Volta e meia uma pesquisa à procura de qualquer coisa que se lembra de ter tido mas não sabe onde está, sempre com cuidado para não desarrumar o restante que ali descansa até... ao dia em que um herdeiro decida que tudo não passa de lixo e faça desaparecer.

Entretanto tudo bem arrumado dava até prazer abrir só para olhar para dentro!

Mas um dia, novamente à procura de algo que ele mesmo nem sabia bem o quê, abre gaveta toda e... “Ó! C’os diabos!” o fundo da gaveta, velho, roído, desprende-se, desaba e todas aquelas “preciosidades” se espalham pelo chão num raio de 1 a 2 metros, perante o olhar estupefato e entristecido do “dono”.

Com muito cuidado, não deixa ninguém aproximar-se da “zona de conflito”, arranja umas caixas de papelão enquanto não conserta a gaveta, vai buscar um banco, senta no meio da confusão e começa a recolher com todo o cuidado e carinho aquilo que até àquela altura tinham sido “preciosidades históricas”!

Uma a uma apanha, analisa, vê com cuidado se tem alguma referência especial, encontra as cartinhas que escrevera era ainda menino, lê-as lembrando que tinha sido a sua mãe que as guardara antes de chegarem às suas mãos, experimenta a velha caneta, que depois de limpa e com nova tinta escreve perfeitamente, e assim permanece recordando, selecionando e separando todas essas coisas para diferentes caixas, deixando o seu coração vagar pelos tempos de cada peça, relacionando-as com acontecimentos coevos, e fica sentado, cabisbaixo, meditando, no tempo de cada peça.

Como vivia, onde estava, e vê como tudo mudou muito mais profundamente do que tinha pensado.

Guardou tudo nas caixas de papelão, agarrou na velha gaveta, foi restaurá-la com um fundo novo, sem saber se depois de pronta voltaria a pôr lá dentro tanta coisa que afinal já pouco ou nada representava na sua vida como a caixa de fósforos do Hotel Ramada os acessórios das antigas máquinas fotográficas, etc.!

Muita daquela coisa deixara de ter interesse, ninguém mais queria saber daquilo e, a verdade, é que ocupava um espaço que poderia fazer falta para coisas úteis, atuais.

A pensar.

* * * * *

Que interesse tem a história de uma gaveta velha, cheia de tranqueira que para nada serve a não ser para ocupar espaço e muita vez ganhar cupim e mofo?

É verdade.

Mas quem não tropeçou já num degrau de escada ou numa pedra mal calcetada no passeio de uma qualquer rua, deu um tombo, se esfolou um pouco mais nos joelhos, na canela, num ombro, etc., e que socorrido ou não, deixa-se ficar sentado no chão, não para curtir eventuais dores que só se manifestam uma mão cheia de minutos mais tarde, quando começam as nódoas negras, os “roxinhos” a se espalharem pelo corpo.

Confere se não quebrou nada e depois verifica que a sua cabeça ficou igualzinha à gaveta que perdeu o fundo!
As ideias baralham-se, não sabe onde tinha o tele móvel guardado, se o tinha consigo, leva tempo até realizar que horas são, e quando por fim consegue levantar-se, velhote, só com a ajuda de alguém, e depois sentado confortavelmente, e com alguém da família a estudar os estragos no corpo, limpando sujeira e eventuais feridas, enfaixando outras, trazendo um copo de água e talvez um analgésico para diminuir as dores do impacto, começa a tentar re-arrumar as ideias que lhe ficaram todas baralhadas.

Ao fim de algum tempo conclui, já sorrindo, que nós somos como aquelas gavetas, cheias de “não vale nada” mas que ocupam espaço nas nossas vidas, da mesma maneira que muitas vezes nos preocupamos com problemas para os quais não tempos qualquer condição de reverter o curso do que nos parece errado, muito errado e até perigoso, como o caso das políticas nalguns países, quando deveríamos ocupar esses pequenos espaços que ainda temos nas nossas cabeças, com pensamentos mais úteis e, se possível partilhando as preocupações de quem realmente sofre de qualquer mal, seja físico psíquico ou material.

Eu já dei tombos mais ou menos violentos. Recordo alguns de quando era um “garotão” quando as “gavetas da cabeça” ainda estavam vazias e por isso deixaram só na memória o caricato ou até perigoso de alguns desses acidentes.

1.- 1949. Estava a estudar, e nesse dia a aula era sobre poda de oliveiras. Meus colegas, e eu, subimos numas quantas dessas magníficas árvores, levando numa das mãos uma serra e na outra uma tesoura de poda, sempre grandinhas e bem afiadas.

Sentados em pernadas, aí a uns 2 metros do chão, devíamos podar os ramos do centro para que a luz entrasse e permitisse que essa parte também produzisse mais azeitonas.

O ramo onde me encaixei e sentei, de repente.... trás! Quebrou, e aí vou eu, em voo picado direto ao chão, levando nas mãos objetos que me podiam perfurar todo! Nesse instante só lembrei de abrir os braços para afastar esse perigo, e caí muito bem, como um paraquedista profissional, dei uma cambalhota no chão e fiquei sentado, tranquilo, com braços abertos. Incólume.

O professor e os colegas assustados e eu a rir!

A gaveta era ainda bem novinha! Não se desarrumou nada.

2.- 1953. Exposição de Máquinas Agrícolas. Eu a tomar conta do estande da empresa onde trabalhava, e que exibia uns quantos tratores, umas colheitadeiras e outros implementos. Tínhamos a maior e mais bonita exposição daquela Feira.

Quando pediram aos expositores para porem todas as máquinas a trabalhar para saudar a chegada do ministro que ia inaugurar o evento, eu corri para um dos tratores sem me assegurar que a caixa de marchas estava no ponto morto.

Sem subir na máquina, ao seu lado, dou partida e ele começa a andar sozinho. Quis acompanhar o andamento para desligar a chave, tropeço, caio de costas e o bendito trator passou por cima das minhas pernas. Um funcionário correu, resolveu a situação e eu levantei-me com as calças rasgadas e dores numa das pernas.

Rimos com o acidente, mas tive rotura dos ligamentos do joelho esquerdo, andei um mês com gesso da virilha ao calcanhar, e pelo resto da vida o trator ainda ri de mim, quando sinto uma dorzinha no local.

Levou tempo para arrumar essa “gaveta”! Não o conteúdo.

Mas a juventude cura até doença de velhice!

 19/08/23

 

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Como a saúde tem andado a "brincar" comigo, deixando-me bem mais magro (foram-se 6 kilos, e com as forças bem reduzidas) a minha ausência no bolg é evidente.

Falta-me inspiridade e disposição para criar novos textos e assim vou-me valendo - para não deixar a peteca cair - de textos escritos há 10, 15 ou mais anos, na esperança que quem os venha a ler não lembre de o ter feto já. Aqui vai um de 2008.

Desculpem, mas... a idade não perdoa


28 de nov. de 2008



DECOLORES

Nos tempos cada vez mais incertos e inseguros em que vivemos, quando a tecnologia nos traz simultaneamente benefícios e desgraças, o homem, e a mulher, em vez de procurarem ir ao encontro de Deus, seja qual for o nome que lhe dêem, e a forma como O concebem, visam sobretudo o seu mundo externo, a sua aparência, a ganância, o poder.
As maiores potências do mundo, as maiores fabricantes de armamento, gastam fortunas em lutas contra terrorismo, a quem fornecem as armas que depois matam indiscriminadamente, sobretudo inocentes civis de ambos os lados, e não só.
Vive-se um mundo em que a mentira se sobrepõe à singeleza e à verdade, em que se ignora o que está na posição mais baixa, em que se estimula o consumo e o crédito fácil para continuarmos a assistir ao sufoco financeiro da maioria.
É bom lembrar alguns terríveis governantes que só deixaram má memória a quem falta coragem para lhes reconhecer o mérito que também tiveram. Um deles, o tão mal tratado, post mortem, Salazar e tão reabilitado por uma consulta popular feita há pouco tempo, dizia que quanto mais dinheiro se puser na mão do povo, mais sufocado ele vai ficar, porque vai querer comprar tudo, endividar-se e viver desgraçadamente.
Parece profecia. E é. Hoje a maioria da população vive de crédito. E não tem como pagar. Depois os bancos transferem esses créditos podres para a mão dos governos que lhes acodem com milhões que vai sair do bolso de quem? Dos mesmos. Dos trabalhadores, da classe média, sobretudo. E gira a roda do infortúnio.
Grande sorriso na cara, os funcionários das empresas prestamistas são como terroristas: sabem que estão a promover a desgraça de quem cai na sua cantiga.
Já não se sabe mais quem é amigo ou inimigo. Dificilmente se encontra um governo que mereça a aprovação do povo. Surgiu agora uma esperança com Barak Obama, e o mundo torce para que ele faça milagres. Mas um milagre ele não fará: reduzir ou até acabar com a produção de armas! Nem ele nem ninguém. Pelo contrário; os países fabricantes continuam a destinar verbas astronômicas para o desenvolvimento de artefatos com maior poder destrutivo. Destrutivo de vidas humanas e de todo o meio ambiente.
No norte da Espanha, no tempo das lutas contra os sarracenos, as populações das zonas de conflito nunca sabiam quando e quem viria perturbar o seu sossego. E os peregrinos que, de quase toda a Europa se dirigiam ao túmulo do apóstolo Tiago, em Santiago de Compostela, enfrentavam muitas vezes, se não a fúria, a desconfiança dessas populações.
Criaram então uma palavra de “passe” que lhes permitia serem reconhecidos, e acolhidos, ao longo de todo o imenso percurso, por vezes de milhares de quilômetros, que faziam, cheios de fé e paz interior. Iam rezar junto ao Santo. Não consta que lhe fossem pedir armas ou mais guerras, ou fome ou peste. Procuravam paz. Paz interior e para o mundo. Alma alegre, aberta, viçosa, colorida. A palavra estabelecida para serem reconhecidos foi “DECOLORES”.
Cerca de mil anos mais tarde essa mesma palavra foi adotada por um Movimento que levava os homens a melhor conhecerem e seguirem a Cristo. O Movimento dos Cursilhos de Cristandade. Com que alegria cristã eles se cumprimentavam com o “Decolores”.
O mundo está cada vez mais preto e branco; está cinza.
O que é que cada um de nós pode, e deve, fazer para o tornar, todo, “Decolores”?
do Brasil, por Francisco G. de Amorim
29-nov-08

sábado, 29 de julho de 2023

 

Meus amigos e leitores

Há quase um mês que não venho ao computador! Alguns amigos chegaram a telefonar  para saberem se eu ainda estava vivo! Estou, mas...

Uma série de complicações de saúde me desinspiraram e desmotivaram.
Tentei algumas vezes escrever qualquer coisa mas não saiu nada!

Primeiro foi o tempo (e dinheiro) gasto em dentistas: o Covid em menos de um ano quebrou-me sete (&) dentes)! Resultado arranca uns, fura outros, próteses que não funcionaram, chatices mal estar e sobretudo a comer bem menos.

Acabou esta fase caiu-me em cima um stresse violento, que esse sim me derrubou, e não satisfeito com isso uma gripe violenta – felizmente sem febre, o que levaria a pneumonia) de que, parece estou a sair por estes dias... com menos 4 kilos. Parece que felizmente foram sobretudo da barriga (!) e um bom bocado das pernas.

Parei com as minhas atividades de ginástica, mas safei-me desta.

E aqui têm o panorama do que pode acontecer a um jovem, como eu.

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Mas para me deixar de lamúrias vou passar um texto, escrito há quinze anos e certamente está esquecido por quem na ocasião o leu

 

BANCARROTA

 

Vem bem a propósito, nesta altura dos catastróficos acontecimentos financeiros, que mais deviam chamar-se “vigarices a descoberto”, relembrar um pouco da história da banca, sobretudo da bancarrota.

Lá pelos antigamentes, tal como hoje, cada rei ou príncipe ou um big chefe qualquer, quando adquiria alguma importância, uma das primeiras atitudes que tomava era a emissão de moeda. Não precisamos voltar muito no tempo porque foi exatamente o mesmo que fez Dom João VI quando desembarcou no Brasil! Aqui a moeda era de papel mas lá... era de ouro, moedas grandes e bonitas nos reinos ricos, outras menores, ou de prata e até de cobre. Pesos e ligas diferentes conforme as regiões e a seriedade do emitente, mais vigarice ou menos vigarice do fundidor ou de quem cunhava, ao ponto de terem proporcionado a Arquimedes o célebre passeio, todo peladão, pelas ruas de Siracusa gritando “Eureka”! Tinha acabado de descobrir como saber se os trabalhos em ouro encomendados pelo rei Hieron II, tinham a conveniente liga de ouro ou se o ourives estava empalmando algo a mais!

No “dantes”, os ourives desonestos “empalmavam” um quanto do ouro que lhes passava pelas mãos, enquanto que hoje se faz o mesmo, mas com outra sutileza: troca-se o chamado dinheiro bom por dinheiro ruim, como subprimes e outras vigarices.

Com o andar dos tempos e o aumento do comércio e das viagens de negociantes por essa Europa fora, carregando cada qual um tipo de moeda diferente, houve necessidade de arranjar “especialistas” que pudessem, com rapidez, apreciar o verdadeiro valor das diferentes moedas e trocá-las pelas correntes em seu país, a fim de permitir ao negociante fazer as suas compras.

Estes especialistas tinham uma autorização especial dos governos, dos duques ou doges, para esta atividade, e pressupunha-se que seriam pessoas da mais alta confiabilidade.

Assim como Arquimedes saiu do banho, nu, a gritar que tinha descoberto um método, infalível, de verificar o conteúdo de cada liga, os genoveses “descobriram” um jeito, no mínimo curioso, de apreciar o valor de cada moeda: uma pele de gado. Isso mesmo, uma pele de gado, curtida, e esticada, onde as moedas eram deixadas cair! Pelo som, ou vibração, ou... por qualquer outro método que os tais especialistas encontraram, num instante o valor da moeda bárbara estava determinado e o câmbio feito!

Aquela pele, esticada como a pele de um tambor, era chamada de banca, banca essa onde se trocava qualquer tipo de moeda.

Enquanto o banqueiro se comportasse com a ética e seriedade que deles eram esperadas, as bancas prosperavam. Mas se o banqueiro “metesse a mão na massa” dos clientes e se visse inadimplente, um emissário do governo se encarregava de, com um punhal, rasgar a pele, acabando com a banca. Era a BANCARROTA !

O banqueiro além de, certamente algum castigo – talvez confisco de bens ou prisão – ficava proibido de voltar a ter outra banca.

Imagine-se se tais leis, simples e eficientes se aplicassem ainda nos dias de hoje... quantos punhais teriam que ser afiados!

O primeiro grande “banco” internacional que fechou, não por inadimplência ou má conduta dos negócios, mas exatamente pelo contrário, foi a Ordem dos Templários. O rei Filipe, o Belo, de França, quase falido e com a maioria das suas joias penhoradas aos Templários, obrigou o papa Clemente V a acabar com a Ordem. Depois de um julgamento vergonhoso, os responsáveis pela famosa Ordem foram queimados vivos e o rei, malandro, recuperou os seus bens sem gastar um cêntimo. Bom, gastar sempre gastou, porque teve que dar ao papa uma, certamente confortável, fatia do que roubou!

A grande diferença dos tempos: os Templários foram violentamente assaltados, espoliados, assassinados, apesar de sempre terem sido seriíssimos nas suas transações. Hoje os bancos entram em bancarrota, unicamente por culpa dos seus dirigentes, e quem paga o pato é o povo, com a moeda falsa que os governos hoje podem emitir quanta queiram, porque se trata unicamente de papel!

E tem mais, os gestores desses bancos rotos, sempre saem rindo à toa e com os bolsos cheios!

Aproveito para lembrar o GRANDE/BIG negócio que Portugal quer fazer com um novo aeroporto, que implica em nova ponte, nova linha férrea, etc, o que para um país miserável que está hoje todo eufórico com o turismo, mas não tem dinheiro para saúde, aposentadoria.

Mesmo que se atreva a lançar essa obra, será um crime imenso.

Mas esse governo português não está cheio de criminosos, corruptos e afins?

E o povo não vai vetar tamanha calamidade?

Por aqui as coisas vão de mal a pior. O Brasil decidiu financiar um oleoduto para a Argentina, a custo de bilhões dólares, o óleo jamais vai lá chegar, os argentinos dão risada e que paga é o banco brasileiro.

O cabeça de sapo-barbudo anda pelo mundo fora a falar mal dos EUA, já declarou em entrevista que é comunista, está a destruir infraestruturas poderosas, as fábricas de carros, algumas com suspensão de fabricação por 12 meses, outras com 50.000 carros encravados nos pátios, outras já avisaram que vão embora, rodeou-se de todos os generais comunas, cedeu terras aos EUA, à China e até á Coreia do Norte, na Amazónia para “manobras militares conjuntas”!

Isto, os brasileiros crentes esperam que termine com as próximas eleições.

Só em 2026 se...

 

29/07/23