segunda-feira, 24 de março de 2014




Índia - 3


No texto anterior ficámos na dança, cujas origens igualmente se perdem no tempo. Não é uma dança comum. Está intimamente ligada à concentração e meditação, com posições de yoga, algumas copiando estatuetas do deus Xiva, o deus da música e da dança, fonte de energia cósmica, que perpetua o movimento do universo representado na imagem abaixo pelo círculo de fogo.

É conhecida a crença hinduista na reencarnação. Os hindus acreditam que o espírito ou a alma, - o "eu" verdadeiro de cada pessoa, chamado de atman  (vão reparando na semelhança de algumas palavras: primeiro da deusa Mai ou Maha, para mãe, agora atma para alma) - é eterno, e já o Rigveda, que terá sido escrito entre 1.700 e 1.100 a.C. fala nisso.
De acordo com um antigo texto hindu, certa vez perguntaram a uma raínha chamada Latika porque ela gastava tanto tempo e dinheiro colocando lâmpadas de azeite nos santuários: mil lâmpadas somente para o santuário de Vixenu, o ser supremo e bem-aventurado. Latika que se recordava das suas vidas anteriores respondeu que numa encarnação anterior, como camundongo, tentara roubar a mecha de uma lâmpada que estava quase a apagar-se no templo de Vixenu. Nesse instante um gato soltara um grito estridente e Latika fugiu aterrorizada. Na pressa esbarrou na lâmpada atiçando a chama. Em recompensa por ter reativado a chama, Latika recebeu o privilégio de reencarnar como princesa e desposar um rei. Se um simples ato, involuntário, lhe tinha merecido tamanha recompensa, os méritos de ter mantido a chama acesa deveriam ser, na verdade, muito grandes. Ao morrer foi levada ao céu para ali “gozar dos prazeres divinos”.
Seguindo o exemplo de Latika os fiéis continuam a manter lâmpadas com azeite diante das imagens religiosas. As ofertas de azeite, ou incenso ou flores, procedem sempre da mesma motivação. A origem desta prática, de acender lâmpadas às divindades igualmente se perde nas noites dos tempos.
(O que fazem hoje os cristãos, judeus, xintoístas, e até os que continuam com a sua religião animista ou só no respeito e veneração dos antepassados? Acendem lamparinas, velas, queimam incenso, etc.)
Chegamos agora às invasões, que transformaram a Índia naquilo que ela é hoje: povos vindos de  inúmeros lugares, de aspectos físicos os mais diversos, além de uma infinidade de línguas e dialetos. Índia é um subcontinente onde correm rios caudalosos, boas terras para agricultura, e se cultivavam já sorgo e arroz, e por muito incrível que pareça, o milho! Não se sabe que variedade de milho, apesar de os mais antigos registos deste cereal terem aparecido em vestígios arqueológicos na caverna Guila Naquitz no Vale de Oaxaca, no México que datam cerca de 6.250 anos, e nas cavernas de Tehuacan, Puebla, com cerca de 5.450 anos. No entanto na cultura harappiana, do vale do Hindus, também cultivavam milho, no mínimo há 4.500 ou 5.000 anos.
E além disso um produto que provocou a grande admiração dos invasores: uma espécie de lã, que estes só conheciam das ovelhas, mas vegetal, com a qual faziam tecidos, desde os mais finos a grossos, para proteger do frio, desconhecido até então: o algodão!
São os arianos os primeiros conhecidos grandes invasores. Até então chegaram de muitos lados, pequenos grupos ou tribus, que se instalaram em toda a região, mas sem configurarem invasão, nem alterarem os costumes locais, muito pelo contrário, os absorvendo.
Através da maior parte da Europa até a Índia, existem ainda, ou pode ser demonstrado, terem existido no tempo passado, um número grande de línguas, cujas formas e sons, quando cientificamente analisados mostram uma origem comum.
Estas línguas são chamadas pelos cientistas de Indo-Germânicas ou Indo-Europeias. O termo Indo- Europeu parece ter sido inventado pelo Dr. Thomas Young um físico e egiptólo, em 1813. Ele incluiu neste grupo também o basco, finlandês, e línguas semíticas. O nome Indo-Germânicas foi usado por um filologista germânico, em 1823, com a ideia de incluir as línguas que do mais distante leste  até ao oeste, se estendia desde a Índia até ao Atlântico. Ele teve a capacidade de observar que a língua sagrada da Índia, o sânscrito, a da Pérsia, da Grécia e Roma, a língua dos celtas, germânicos e eslavos, estiveram, algum dia, todas intimamente ligadas.
Como os povos, nas suas deslocações, muitas vezes perdem a sua língua de origem e adotam uma outra, os termos Indo-Europeias ou Indo-Germânicas, foram abandonados e decidiu-se que o termo mais apropriado para os falantes dessas línguas deveria ser Viros, que significa homens na grande maioria das línguas em questão.
Afinal o que se sabe sobre os antigos humanos? Através de algumas palavras preservadas, especialmente em línguas de regiões muito afastadas, há pouca probabilidade que as palavras passem de um lugar para outro. No entanto encontram-se algumas de animais e plantas e pouco de industrias, cuja semelhança faz crer que esses povos, hoje separados, estiveram antes longos períodos em áreas circunscritas, e por muitas gerações. Por exemplo a palavra “mare”, do latim, mar, tem noutras línguas significados relativamente “perto” como pântano ou local de atracar um barco.
Os Viros não eram de certeza nómadas, mas povos já assentados, do início do neolítico. Conheciam o boi e vaca, carneiros, cavalo, cão, porco e algumas espécies de cervos. O burro, camelo e elefantes parecem ter-lhes sido desconhecidos nos primeiros tempos. Há vestígios de que cultivassem o milho, prova do seu assentamento.
Também se conhecem as espécies vegetais, sobretudo fruteiras e árvores fornecedoras de madeira.
Com estes elementos começa a ser possível localizar de onde saíram os primitivos habitantes falantes destas línguas. Não parece ser da Índia, já que a fauna e flora desta região era diferente.
Se eles utilizavam a madeira das faias – árvore do gênero Fagus – teriam que viver numa área que no máximo podia ir ao norte, até à Prússia e a sul à Crimeia, região de grandes florestas. Mas para a criação de gado, ovelhas e sobretudo a produção de alimentos, como milho, aveia e outros cereais, só há na Europa uma região com as necessárias características, que são as férteis planícies limitadas pelos Cárpatos a norte e leste, os Alpes a Ocidente e, contornando os Cárpatos, ao sul, pelos Balcãs.
As faias que não vingam mais para sul, encontram-se também aqui.
Se esta área foi o habitat original dos arianos, e tudo leva a crer que sim, a difusão dos povos de língua Indo-Germânica, começa a fazer sentido. Crê-se que esta expansão terá começado cerca de 2.500 a.C.
Depois fica fácil seguir o caminho que levaram: uns atravessam o Bósforo ou o Dardanelos para a Turquia, seguem, com os seus animais, pelos lugares mais propícios, outros contornam o mar Morto e descem para a Pérsia, outros passam a norte do mar Cáspio, e todos vão-se aproximando do Afeganistão, sempre através das regiões que lhes proporcionavam estabilidade, ou onde se assentassem e certamente se mesclavam, para prosseguirem, até se depararem com os Himalaias.
Alguns passaram para a planície do Hindus mais a ocidente, mas depararam-se com o grande deserto indiano, mas a grande maioria terá cruzado a cordilheira do Hindus, que separa o Paquistão do Afeganistão, pela única passagem, um vale, Kyber Pass, que liga as atuais cidades de Cabul, por Jalalabad até Peshawar.
Começa a chegar à Índia – hoje Paquistão e Índia – uma nova civilização, mais avançada e culta, que dá origem à história, com o Rigveda. Cerca de 1800 a.C.
Com isto o desenvolvimento da escrita e de religiões antigas como a que se veio a chamar hinduismo, e mais tarde o budismo e jainismo.
Como nestes textos só estamos a tratar da Índia, é bom esclarecer que muitos povos, tanto arianos, como persas, frígios, arménios, e muitos outros, atravessaram as montanhas dos Himalaias e prosseguiram para a Ásia Central, como, as primeiras migrações, que saindo de África se foram espalhando pelo mundo desde há mais de 50.000 anos.

23/03/2014

A continuar


quinta-feira, 20 de março de 2014




Uma lembrancinha Geopolítica


Antes que tudo passe ao esquecimento, uma pequena viagem pela memória dos referendos, assaltos, e outras manigâncias políticas.
Em 1911 nascia lá para as bandas da Rússia uma senhora, respeitável, que, após casada com Vladimir Spiridonovich Putin passou a chamar-se Maria Ivanovna Putina. Que Deus os guarde em Paz.
Em 1952 nasceu o filho da Putina que se tornaria um dos caras chaves da KGB, um encanto de doçura que nunca prendeu ninguém, nem matou uma formiga. Como por aqui dizem quando um indivíduo é suave no trato: uma dama. Um santo!
O nome Putin só vai até ao avô deste gentil KGBista, apesar de em Leninigrado haver inúmeras putinhas, mas estas não registravam as crianças que iam nascendo, fruto das uniões calóricas naquele frio estúpido, e talvez logo afogadas, com muito carinho, nas águas tépidas e congeladas do rio Neva.
O Wladimirzinho, cresceu, não em físico, mas crueldade mental, e ambição desmedida, é hoje conhecido como o Imperador de todas as Rússias. Nem o velho e fuzilado Czar teve tamanha força. Para se bater com ele seria necessário chamar Ekaterina II Aleekseevna, a Grande Caterina, de volta. Ela sim, comeria o Putin, literalmente, e depois cortava-lhe o pescoço... com todo o carinho.
E o que é que este filho da putina acabou de fazer?
O mesmo que, por exemplo, a Inglaterra fez à Espanha, com Gibratar, com referendo e tudo, ou com a Irlanda do Norte, que invadiu com milhares de subditos das suas magestosas britânicas e roubou, roubou, toda aquela região, também com referendo e tudo, e que os irlandeses insistem em chamar Tuaisceart Éireann, o que a Espanha fez com Olivença, que jurou, com figas escondidas atrás das costas, que ia devolver a Portugal, mas... esqueceu, que o Adolfinho, aquele simpático, do bigodinho igual ao que agora as desavergonhadas usam no pubis, apaixonado pelos judeus, fez com a Áustria e depois com os Sudetos, aproveitando para se estender pela Boémia, que os checos chamam de Tcheca, nome duma tribu que aí habitava no século VI ou VII d.C, e que os romanos, quando ali chegaram referem como Boihaemum, a terra dos Boiis, celtas.
Com referendo ou sem ele, a Alemanha e a França andaram jogando com a Alsácia e a Lorena uma variante de basquete, no “ora dá cá, ora toma lá” a ver quem encestava, de vez. Por ora, a França.
Como com a China ninguém brinca, os fumanchus também deitaram a luva ao Tibete, e até os monges agora são chineses, o Dalai  Lama deu no pé, e ficou tudo por isso mesmo.
Fico admirado como se admiram que o filho da Putina tenha abarbatado a Criméia, quando já tinha destruído a independência da Geórgia, e continua com a Chechênia atravessada na goela. Invadiu, tal qual, estes dois países, matou, prendeu, fez o que quiz e os basbacas euro-americanos fingiram que se indignaram e... já tudo foi esquecido.
Mas tem mais, não necessitando de ir tão atrás, como à Conferência de Berlim de 1884, quando os “grandes senhores” da Europa dividiram África entre si, como quem fatia um pão de ló, deixando os africanos... sem referendo algum, e sem bolo! África ao sul e a norte de tudo: Sahara, equador, Nilo, etc.
E a Índia? Que era “tão” britânica que virou a jóia da coroa, da velha coroa Victoria. Será que eles se terão esquecido de fazer um referendo com os indianos?
E os franceses na Cochinchina? De onde levaram um vergonhoso fora.
E ultimamente, Israel devolveu algum centímetro que roubou aos palestinos? Vai devolver?
E o filho da putina? Vai devolver a Crimeia, onde eles têm a maior base naval? Não, ele vai é fazer um grande manguito aos europeus e norte americanos, que não se atrevem a mexer com um filho destas, perdão, destes.
Alguém viu a Rússia devolver quase metade da Polónia que ocupou mancomunado com o Adolfinho?
Mas um dia – quando? – a Crimeia, a Geórgia, a Tchechénia e a Calmuquia, acabarão por se separar, mesmo.
Por agora o Obama, que tinha garantido apoio à Ucrânia em caso de ataque da Rússia, uma vez que esta destruíu as suas armas nucleares, perdeu toda a credibilidade na opinião internacional, e o falastrão francês, o français holande (?!) engole em seco os idiotas pronunciamentos que tem feito, mas não tarda que todos se beijem na boca, como fazia o saudoso Nikita Sergeyevich Khrushchev, e seus komrades Yosip Stalin, Marx e Lenin, e Mao que ainda hoje, junto ao mais que fidel, são venerados em altares de ouro pelos dois atuais presidentes do Brasil, e pelo próximo que deverá ganhar as eleições deste ano, cuja fotografia se divulga desde já para que o povo, eufórico, e estúpido, possa gritar de prazer.



Agora é só aguardar os referendos da Catalunha, do País Basco, Veneza, que também quer um doge de volta (ou será um Dodge ?), talvez o dos irmãos galaico-portugueses, e mais uns quantos.
Portugal para já podia dar o exemplo: promovia a independência a todo o governo e anexos, como doputedos, presidentes, etc., poderia até confiná-los em Grândola, terra morena, e o mesmo o Brasil, que nisso tem muita prática, com as independências que têm surgido para os povos indígenas, entregava Brasília à politicagem (que já é um zoo!) não lhes concedendo passaporte para se deslocarem para fora do muro (é barato construir um muro igual ao que Israel e os americanos fizeram para se separarem dos palestinos e dos mexicanos), e impossibilitados de receber um centavo que seja de qualquer parte do país, que, finalmente, ficaria... independente!
Moral da história: qual a novidade desta atitude do filho da Putina? Nada.
A história se repete.


19/03/2014

segunda-feira, 17 de março de 2014




Índia - 2


Sem qualquer pretender “exibir erudição”, o que seria, literalmente, “cair do cavalo”, vamos ver um pouco mais dessa Índia antiga, da mais antiga que foi possível descortinar, sem intenções de escrever história, mas transmitir algumas “descobertas”, para mim há pouco desconhecidas, e que são de imenso interesse.
A Índia Monumental, com as maravilhas de templos como as Cavernas de Ajanta, Kajurhao, e um quase sem número de outros, conta com pouco mais de mil anos, o Taj-Mahal sendo até do século XVI. Nos primórdios, da Índia antiga, o que se encontra, ou é em alguns sítios arqueológicos de difícil conservação, dado os exuberantes avanços da vegetação, ou a preservação da cultura que milénios não conseguiram apagar. E esta, variada, é riquissima.
Como se sabe a raça bovina mais criada no Brasil é de origem indiana: zebuínos, os Nelore, assim como os Gir, animais que se adaptaram perfeitamente a este país. Há vários sinetes que deverão ter cerca de 5.000 anos com esses animais perfeitamente figurados, encontrados no vale do Hindus, da mesma forma que com elefantes, que nesse tempo já desempenhavam um papel importante na vida das populações. Se há 5.000 anos faziam isto... não começara na véspera!
Também foram encontrados sinetes, da mesma época, mostrando a postura de um homem sentado na mesma posição que mais de dois mil anos passados, Sidarta Gautama, se sentou até alcançar o Nirvana: pernas cruzadas, a que os iogues chamam padmasana, ou posição de lotus.
Muito para trás desse tempo, ainda existem uns pequenos conjuntos de pedras de arenito, deixadas propositadamente em lugares certos de que se ignora a intenção, e nas quais o tempo fez algumas fissuras. Tudo quanto os arqueólogos conseguiram apurar foi que, para os habitantes do lugar, essas pedras representavam Maha, ou Mai, a deusa-mãe, e que os membros das tribos Kol e Baiga, e até bem mais tarde muçulmanos, iam render-lhe culto e levar-lhes oferendas em sinal de gratidão. Segundo os arqueólogos estas pedras terão sido colocadas, onde ainda hoje se encontram, há uns 10.000 anos!

Pedra representando Mai

O muito curioso, e mais do que isso, extremamente interessante, é o grande cuidado que sempre todos os indianos tiveram pela natureza, e terem “visto” nestas pedras como que as entranhas de uma mulher! Outro aspeto que não deixa de ser relevante é o nome dado à deusa-mãe: Mai, e ainda veremos que outras palavras há que nos tocam muito diretamente.
Conta um dos arqueólogos que um dia um dos autóctones lhe perguntou porque tinham partido a pedra, e quando este respondeu que a encontrara assim, imediatamente ele se prostrou diante do conjunto onde a pedra ocupava o lugar central, até tocá-la com a testa.
No sudoeste da Índia as artes marciais são praticadas há bem mais de três mil anos, mais do que em qualquer outra parte do mundo. Conhecida como kalarippayat, esta disciplina mais tarde é citada em textos antigos, tanto nos consagrados à Guerra como à Medicina. Segundo a tradição um monge budista chinês que visitou a Índia no século V a.C., ao regressar ao seu país levou consigo o kalarippayat que terá dado origem ao kung fu.
O ensino das técnicas destas artes chegou aos nossos dias, e pode-se começar a praticá-la a partir dos sete anos de idade, com um treinamento rigoroso que visa incutir o auto domínio, a concentração e a humildade. Antes de passar à etapa ankhatari, combate armado, devem completar duas fases de exercícios ainda mais complexos e exigentes. Uma vez adquirida a mestria, estão prontos para estudar a ciência secreta dos marma, os pontos vitais. Dirigindo os seus golpes a esses pontos podem num instante matar o adversário ou deixá-lo inválido por algum tempo. Há mais de cem marmas no corpo humano, mas sete apresentam tal sensibilidade que o instrutor pode fazer o aluno perder o equilíbrio ou a consciência, simplesmente apontando com um dedo. Esses instrutores são hoje considerados verdadeiros médicos, com poderes curativos. Eles ainda preparam óleos e unguentos para tratamento de artrite e sabem anestesiar um braço ou uma perna quebrada simplesmente pondo a mão sobre o membro ferido.
Outra tradição cuja origem se perde no tempo esta ligada ao usa de água e pigmentos.
Pequenas figuras de terracota, com 4 a 5.000 anos foram encontradas, e onde se notam vestígios de pigmentos de várias cores. Poderiam ter sido pintadas todos os dias ou só em ocasiões festivas, como ainda se faz às imagens religiosas. Os pigmentos servem para as mulheres, e homens, criarem desenhos abstratos, que seriam “expressões de concentração do espírito e vontade”, ou ainda para untar o rosto como as imagens das divindades, e tudo leva a crer que essa prática já era usada há uns dez mil anos!
Por isso se vêm os inúmeros enfeites que as mulheres usam, e as pinturas muito requintadas que em ocasiões festivas, sobretudo no casamento, fazem por exemplo, nas mãos e braços, mahandi, e que se vêm também em festivais onde aparecem elefantes magnificamente decorados.
As mulheres mais modestas querendo concentrar-se nas suas orações, usa uma pintura simples, mas a moda (sempre as modas!) e a exibição dos mais ricos transformaram esse ritual simples em objetos maravilhosos e carissimos
Na foto abaixo pode ver-se a diferença, duma pintura “verdadeira” e da verdadeira exibição de poder e dinheiro.


A região entre as duas sobrancelhas é o lugar psíquico mais importante do corpo humano, e na Índia ele tem sua importância ressaltada com uma marca colorida. Esse local que fica colorido é conhecido como sexto chakra (Ajna), popularmente conhecido como terceiro olho ou olho da sabedoria, e os Vedas, 5.000 a.C., contêm os mais antigos registros sobre chakras de que se tem notícia. Quando foram escritos, o Yoga já sistematizava o conhecimento e o trabalho energético dos chakras.
Daí a origem daquele pequeno sinal que se vê na testa, tanto de homens quanto de mulheres.
Como é evidente, as pobres fazem a marca com pigmento e as ricas, quantas delas, com rubis!


Por hoje só mais uma tradição cuja origem também vem desde... A dança. As danças das mulheres, com o evoluir dos tempos acabou pretendendo, com o gestual, mostrar os seus sentimentos religiosos. Igualmente se encontram registros desses passos que remontam a milhares de anos.

- A continuar.

15/03/2014



quarta-feira, 12 de março de 2014




Um pouco da Índia - 1


Há pouco tempo propuseram-me colaborar com um bolg de Goa, ao que respondi que a minha ignorância sobre a Índia era quase total, ou ainda maior se possível, mas que teria todo o prazer em “falar” sobre África, por exemplo.
Por enquanto o único assunto que andou foi o meu imenso interesse pela história da Índia que é de uma riqueza excepcional.
Comprei uma porção de livros, um dos quais, de Londres, dada a eficiência dos correios brasiliensis, demorou 80 dias – oitenta – para chegar... mas chegou.
Interessou-me sobretudo a Índia primitiva, a começar pela primeira pergunta que há muito me fazia: “- porque na Índia tem gente de pele tão escura?”
Vamos à história da jornada humana, desde o aparecimento do Homo Sapiens, que segundo a ciência, terá surgido há uns 200.000 anos na Etiópia. A seguir, ninguém sabe porque, demoraram 130.000 para começarem a se expandir na sua jornada pelo mundo, sendo uma das primeiras levas a dos africanos a atravessarem o estreito de Bab-El Mandeb, cruzarem o sul da Península Arábica, atual Yemen, entrarem diretamente no sudoeste da Índia, e sempre se multiplicando, seguido pelas ilhas da Indonésia até à Nova Guiné e Austrália, onde terão chegado há uns 40 ou 50.000 anos.
Há registos de ossadas humanas na Índia que datam de 34.000 anos.



Mas da Índia se fala sobretudo da pós-invasão dos arianos, ou indo-arianos ou indo-europeus, que levaram consigo uma civilização mais adiantada, do sânscrito, do Mahabarata, etc.
Índia, é o nome que deram àquela zona, ocupada pelo Paquistão e Índia, que deriva do famoso rio Hindus, hoje inteiramente dentro do Paquistão.
Como se sabe que a invasão dos tais arianos se deu uns 1.500 a.C., temos que procurar bem mais para trás o porquê de, por exemplo, cerca de 1.600 dialetos no continente indiano.
Uns 10 ou 20.000 anos depois, as migrações a partir de África, sempre continuaram, pelo Médio Oriente até à parte Central da Ásia, e daí em todas as direções, e muitos deles com o passar dos séculos, ou milênios, deram a volta pelo norte dos Himalaias e foram estabelecer-se na Birmânia –  Myanmar –  Tailandia e sudeste da Índia.
Portanto hoje encontram-se na Índia os tipos humanos de características mais dispares, desde o mais escuro, que mantém quase intocáveis as feições africanas, até outros que poderiam ser finlandeses.
Fala-se muito na maravilha do budismo, do hinduísmo e do jainismo, mas todas estas filosofias ou religiões começaram há bem “bem pouco tempo”, coisa de, no máximo, uns 500 a 600 anos a.C. Para trás perde-se no tempo o que veio a ser o hinduísmo, já que sempre existiram crenças e filosofias naquela região, que se foram aperfeiçoando e fixando ao longo dos tempos.
Os traços de civilizações mais antigas encontram-se no vale do Hindus, e podem chamar-se de civilizações porque, por exemplo em Mohenjo Daro, encontrou-se um dos centros urbanos mais antigos do mundo, construido por volta do XXVI século a.C.
Uma perfeita planificação da cidade, ruas alinhadas com cruzamentos em angulo reto e, o mais extraordinário, todas as casas com água corrente, pequena piscina, tipo banheira e até sanitários, por baixo dos quais corria água que era levada para depuração em poços.
Um selo encontrado em Mohenjo-Daro sugere para esse local um possível antigo nome dravidiano, Kukkutarma ("a cidade [-rma] do galo [kukkuta]"). Talvez lá fizessem lutas de galos.
As línguas dravídicas, usada nalguns “enclaves” do Paquistão e em todo o cone sul do sub-continente indiano, parece ter sido introduzida na Índia em tempos préhistóricos. Outra língua, Munda, pertencente ao ramo Austric – de austral – apesar de ter relativamente pouco falantes na Índia é talvez a língua mais espalhada no mundo porque se encontra desde a Ilha de Páscoa, junto ao Chile, atravessa toda a Indonésia e vai até Madagascar, por onde se podem “acompanhar” os traços da jornada dos africanos desde as suas primeiras migrações.
O planalto central da Índia, Decan, segundo geólogos, é constituido sobretudo de basalto, resultante do magma expelido por um imenso vulcão, perto da Ilha da Reunião, no período pré-Cambriano, no continente que hoje é chamado como Gondwana *.
Curioso os cientistas afirmarem que o mais antigo povo da Índia seriam os Gonds (daí Gondwana, a Terra dos Gonds), que ainda hoje constituem a maior tribu do mundo. E Gonds significa os “homens das encostas”, porque sairam da zona costeira e se foram fixar no planalto.
E, ainda de acordo com descrições antropomórficas, o tipo dravidiano seria: “de estatura baixa ou abaixo da média, tez muito escura, aproximando-se do negro, muito cabelo com tendência a encrespar, olhos escuros, cabeça longa, nariz largo, por vezes achatado até à raiz, mas não o suficiente para parecer que a cara é reta.”



Tudo isto responde também à primeira pergunta que sempre me fazia sobre a cor da pele, escura, de grande parte da população indiana.
Nem todo o dravidiano é assim, porque a mistura de populações idas de todos os cantos do mundo, em milênios, é imensa.
Heródoto, nas suas viagens que o levaram a escrever e ficar conhecido como o Pai da História, terá chegado, quando muito a Ecbátana, na Pérsia, a mais de dois mil quilómetros do Hindus, de forma que o que escreveu sobre a Índia é tudo de relatos, alguns extremamente fantasiosos. Mas a certa altura diz: “...esses indianos dos quais falei... a tez deles é da mesma cor, análoga à dos etíopes. Esses vivem muito longe dos persas, na direção sul.”
Os ancestrais, idos de África, e segundo parece, os primeiros povoadores daquela região, estão, até hoje, e para sempre, bem presentes em milhões de seus descendentes.

* O termo original para designar o supercontinente que haveria ao sul, Gondwanaland, foi cunhado pelo geólogo inglês Eduard Suess em 1861, em referência à região de Gondwana, na Índia, onde a flora de Glossopteris, plantas fósseis permianas – 250 a 300 milhões de anos – foi encontrada pela primeira vez

N.- Continuaremos a “falar” sobre a Índia


11/03/2014

domingo, 9 de março de 2014


"Muita gente" está pedindo:

VOLTA LULA!
 
VOLTA LULA! e traga de volta as DUAS REFINARIAS que você DOOU para a BOLIVIA!
VOLTA LULA! e traga de volta os 1,2 BILHÕES DE DÓLARES que você "EMPRESTADOU" para HUGO CHAVEZ!
VOLTA LULA! e traga de volta os BILHÕES DE DÓLARES que você MANDOU para CUBA, HAITI E OUTROS, que aqui também tem crianças morrendo de anemia;
VOLTA LULA! e traga de volta os 10,6 BILHÕES DE REAIS que você EMPRESTOU para o EIKE BATISTA (seu testa de ferro) e que agora está em situação pré-falimentar!
VOLTA LULA! e traga de volta os 25 MILHÕES DE EUROS que você LEVOU com a ROSE para PORTUGAL;
VOLTA LULA, e explica o MENSALÃO, que você planejou e que tinha o "Quartel General" ao lado da sua sala...
VOLTA LULA e explica o fenômeno "ROSE";
VOLTA LULA e explica os 6.000 médicos cubanos;
VOLTA LULA e explica a falência do SUS;
VOLTA LULA e explica onde foi parar a reabilitação da indústria naval brasileira;
VOLTA LULA e explica os 4,8 bilhões gastos na transposição do Rio São Francisco e que hoje está tudo abandonado...
VOLTA LULA e devolve a mobília, serviços, roupas, dispensa e adega, que você levou de Brasília quando de lá saiu (onze caminhões carregados)
VOLTA LULA e explica os 0,20 centavos mais caros do planeta;
VOLTA LULA e explica os 39 ministérios;
VOLTA LULA e explica a falência da Petrobras;
VOLTA LULA e explica os 20% de inadimplência do programa eleitoral "minha casa minha vida", que os brasileiros que trabalham terão que pagar. Observe também que a taxa de inadimplência de 16% gerou a crise imobiliária de 2007 dos Estados Unidos.
VOLTA LULA e explica o que aconteceu com o óleo de mamona que ia ser a independência energética do Brasil;
VOLTA LULA e explica, o PRE-SAL;
VOLTA LULA e explica essa sua criação, o poste "DILMA" que você plantou em Brasilia...
VOLTA LULA e explica porque o ministro do supremo Roberto Barroso passou a semana passada (16 a 21/9/013) tentando explicar o contrato milionário que o governo por meio da Eletronorte, concedeu recentemente sem licitação, a seu escritório de advocacia do Rio de Janeiro.
Milhões de Brasileiros estão decepcionados: O LULA ESTÁ MUDO!
Todos sabem que, se o Lula se explicar,

O PT E OS ALIADOS SERÃO TRANCAFIADOS!
VOLTA LOGO E VÁ PRA CADEIA TAMBÉM !!!!!!

quarta-feira, 5 de março de 2014




A nova Pena de Morte


A Pena de Morte foi abolida há muitos anos e em muitos países. Portugal foi um dos primeiros. Não se sabe, ninguém sabe, se foi na maioria deles ou numa simples e rara minoria. Mas terá sido abolida?
Há onze anos – 15/03/2003 – escrevi para um ou dois jornais uma crônica de que repito uma parte que vem agora a propósito; o seguinte:

Pena de Morte, Pena da Vida

O que é mais estarrecedor? O jornal ou rádio que difunde notícias para além de surrealistas, ou as notícias em si mesmas, ou ainda a situação do país que permite assistir-se a tudo isso. O quê?
O famoso e famigerado bandido Fernandinho Beira Mar, depois de criar o caos e o terror no Rio de Janeiro, foi transferido para uma outra prisão, de “segurança máxima”, no interior de São Paulo.
O juiz responsável pela prisão, proibiu dom Fernandinho de receber visitas da mulher e amigos, de receber refeições especiais encomendadas a restaurantes da cidade, obrigou-o a cortar o cabelo como os outros presos, enfim cortou as mordomias que sexa tinha no Rio de Janeiro, e tratou-o como um prisioneiro, perigoso, condenado pela justiça.
Parabéns doutor juiz e os meus mais sentidos pêsames a sua família porque logo a seguir foi executado com quatro tiros à saída do fórum.
A minha indignação não tem tamanho e não será menor do que a dos restantes 170 ou 180 milhões de brasileiros que assistem a tamanho descalabro.
O juiz é condenado à morte e executado num piscar de olhos. Não é o primeiro, nem o vigésimo, nem certamente o último que o bandido condena e executa.
E ele? O bandido? Vão lhe servir refeições de luxo, deixar a mulher visitá-lo quantas vezes queira, entregar-lhe telefones celulares e deixar-lhe crescer o cabelo?
O próximo juiz tem duas opções, só: ou o deixa fazer tudo e talvez sobreviva, ou procede com justiça e não tarda que tenhamos de enviar nossos pêsames a outra família. E a todos nós.
...
A pena de morte? Existe sim. Sem burocracias, nem intervenções judiciárias. Simples e eficiente. No sentido inverso.
- Liquida F... , manda o bandido.
- Pum! Já está.
É uma pena.

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Desta vez porém não é esta pena de morte que vou referir se bem que ela exista em todo o mundo, desde a Noruega, onde vimos o massacre perpetrado pelo louco (?) Andres Breivik, aos paranóicos americanos obcecados por armamento e sangue, às carnificinas contra cristãos no Mali, na Nigéria, Camarões, República Centro-Africana, Sudão, Somália, Iraque, Irão, Indonésia, Argélia, Egito, Marrocos e Líbia, na Síria, e etc., etc., e até na França, à paranóia da família do gorila King Kong na Coreia do Norte, aos assassinatos permanentes no Brasil, Colômbia, Equador, sem esquecer as frias execuções na China e na Rússia, às repressões na Venezuela e Equador, enfim um nunca mais acabar de licenciosos executores de penas de morte, todas gratuitas. Além das guerras!
Mas há outra, talvez ainda mais covarde, e que tem sido oficialmente proclamada e autorizada em muitos países, também eufemisticamente chamados de civilizados: o aborto.
Nada mais fácil do que matar um ser que nem sequer viu ainda a luz do dia, na maioria das vezes porque a mãe – será mesmo Mãe? – quis ou somente quer “usar o seu corpo como muito bem lhe apetecer”, e andar em orgias sexuais, tanto faz que só como acompanhada de um ou mais parceiros homo ou hetero. Vale tudo, em nome da liberdade individual. Sexo, sexo, sexo, e depois mata-se o inocente.
Aqui no Brasil, um extorcionário, espécie de arqui-milionário internacionalmente conhecido como bispo Macedo (outro eufemismo), proprietário da igreja IURD, tem um pronunciamento no Facebook, digno de Hitler ou Stalin, quando diz apoiar o aborto porque assim se evitará que venha ao mundo um monte de gente que vai sofrer, ser infeliz, ter doenças, etc. Depuração pré nazista!
Há alguns anos indignei-me quando um tribunal daqui, do Brasil, não permitiu que uma mãe abortasse. Ela sofria com o ser que se desenvolvia no seu seio: anencéfalo. Sabia que era um sacrifício vão e que jamais iria poder ter aquele filho. A mãe teve que carregar o fardo para ver o pequenino ser nascer e logo morrer. E guardar pelo resto da vida a visão dum filho que saiu de dentro dela sem que ninguém lhe pudesse valer.
Só em 2009 é que o I Congresso de Direito de Família, realizado entre 28 e 30 de setembro, concluiu que o Supremo Tribunal Federal deve reconhecer o direito das mulheres a interromperem a gestação de feto anencéfalo.
Há outras situações em que a mãe corre risco de vida, e nesse caso o aborto parece ser, infelizmente, a única solução que a medicina encontra.
Vale a pena ler, na íntegra o documento deste Congresso:
Mas o aborto descriminado, para se andar na pouca vergonha – se é que ainda há alguma – e depois, em nome duma suposta liberdade, de nome libertinagem, matar um ser inocente e indefeso, é muito mais covardia do que a de um bandido assassinar um qualquer indivíduo.
Este ano o des-governo do Brasil, para que o pessoal chamado “carnavalesco” se esbanjasse na pouca vergonha, na promiscuidade, distribuiu, oferecidas, 600 mil camisinhas. Isto pressupõe três camisinhas por cada brasileiro, incluindo idosos,  jovens e criancinhas, para usarem no Carnaval! Não necessitou do acompanhamento e recomendações óbvias: “esbaldem-se na sacanagem!”
Há casais (casais ?) que se despedem no início do Carnaval, para que cada um se vá “esbaldar” com quem quiser, e só voltam a encontrar-se depois das Cinzas! E é um salve-se quem puder, que as fotografias das siliconadas bem mostram! Aliás, bem exibem, e o mais estranho, são elas que pagam, e pagam caro, para se exibirem, praticamente nuas, pelas ruas das cidades, além do que já pagaram para “turbinarem” seios, coxas, bundas e até pantorrilhas! O que elas procuram? Espetáculo? Não. Procuram, com certeza, dar consumo à oferta do governo: aqueles milhares de camisinhas.
Se alguma se romper... o aborto resolve!
E agora sentem-se, porque esta notícia faz qualquer um cair de costas, o cúmulo do inimaginável, aqui, neste país do faz de conta, acontece: a prefeitura do Rio colocou nalguns pontos do Centro, por onde andam os carnavalescos, umas cabines para quem lá quisesse ir experimentar as camisinhas! Podem não acreditar. E eu só acreditei quando o jornal noticiou e mostrou a fotografia duma máquina a retirar uma dessas cabines depois da festa!
É sabido que a idade ideal para a procriação, para as mulheres, para que os filhos venham mais saudáveis, é entre os vinte e vinte e cinco anos. Hoje, com esta libertinagem, além da dificuldade de um casal se estabelecer, algumas só querem engravidar, as que querem, muito mais tarde. E quanto mais tarde, maiores as probabilidades dos filhos virem mais fracos.
Entretanto com o casa-descasa, ou casa-divorcia que é bem mais complicado e caro, acabam ficando só no dorme junto e sai de fininho.
Como o mundo está a entrar numa paranóia total, com a avacalhação dos costumes, o politicamente correto, os distorcidos direitos humanos, a emancipação da liberdade dos corpos, não há lei que consiga acabar com esta nova Pena de Morte.


05/03/2014

sábado, 1 de março de 2014



O Brasil de luto !


Semântica? Filologia?


Todos conhecemos muitas palavras, ou inventadas pelos brasileiros, ou arcaicas, conservadas nalgumas regiões desde os primeiros tempos da chegada dos portugueses, que em Portugal cairam em desuso, e só agora estão de volta com a invasão das novelas. Depois também se assiste a uma acirrada luta sobre o famoso acordo ou descacôrdo ortográfico, que uns acham ótimo e outros péssimo, mas como cada um, quando pode, só come do que gosta, deixemos esses entretantos e passemos ao importante que são os finalmentes.
No Brasil os baderneiros, os Black Block, uma perigosa organização internacional, que uns dizem que são financiados pela extrema direita – inexistente no Brasil – e outros pela extrema esquerda – quem manda no Brasil – começaram a preocupar as totalmente ineptas autoridades que não sabem se os hão-de considerar terroristas, se manifestantes pacíficos, destruindo e pilhando lojas, bancos, repartições públicas incluindo postos de polícia, ou se... os financiam, como o des-governo, através do seu porta voz stalinista, acabou de declarar publicamente que fazia com os MST, depois que estes quiseram invadir o palácio da madama dona presidentA em Brasilia, que no dia seguinte os recebeu sorridente e cumprimentou! Nesse assalto uns tantos policiais que defendiam o palácio, ficaram feridos, alguns com gravidade, mas sobre estes... nem uma só palavra. O des-governo não gosta de polícia, nem de promotores, nem juízes! Eles sabem muito e...
Entretanto, na Venezuela, os manifestantes que querem acabar com aquele ladrão analfabeto e burro, chamado Maduro, que está a levar o País à bancarrota, com uma inflação que chega aos 40%, racionamento de farinha, quase inexistência de papel higiénico, e de muitos outros gêneros de primeira necessidade, e que têm morrido às dezenas, são considerados, pela mesma madama presidentA, como baderneiros e que o exército tem mais é que ir em cima deles! Loucura! Loucura compartilhada por outra das madamas desavergonhadas deste continente, ladra confessa, a cretina kirschner.
E o sapo barbudo, sempre de boca aberta, sempre a opinar, sobre o tal assassino maduro, afirmou que “ele tem as melhores intenções”. Robespierre também tinha, guilhotinou milhares e... graças ao Altíssimo, também lá deixou o pescoço.
Dias depois, dilminha, a presidentA, junta uma boa turma do MST, faz um discurso e oferece-lhes, OFERECE-LHES, tratores, caminhões e outras  máquinas. Não admira, é ano eleitoral e o MST, segundo há anos afirmou o seu responsável, tem 250.000 votos, só considerando os homens que estão prontos a pegar em armas e formar um exército em 24 horas!
Mas este é país da Copa e agora do Carnaval, a melhor altura de fazer toda a malandragem possível porque o povo anda louco, ocupado a pensar só “naquilo” e nas bundas e silicones. O resto...
Entretanto dos bandidos, aqui chamados dimenores, matulões com 16 e 17 anos, com extensos curriculos na polícia, com homicídios, assaltos à mão armada, tráfico de drogas, estupros, etc.. vivem numa boa. Apanhados num dia logo, logo, voltam à rua. São dimenores.
Mas não são só eles. Há dias um advogado assassinou só, parece-me que foi o cunhado, a mãe e a mulher deste. Julgado e condenado. Entrou na prisão. No dia seguinte teve um habeas corpus, porque a prisão não tinha instalações “próprias” para o nível dele: advogado. E o assassino, está aí, em qualquer lado ao pé de nós dando risada mais alta do que hiena.
A Petrobrás, para falsificar os lucros de 2013, miseráveis, vendeu aos chins as suas participações em explorações no Peru, Uruguai e África do Sul, e precisa de crescer, no mínimo 7% em 2014, mas as previsões é de que não passará de 5,3%, e a grande empresa Vale do Rio Doce, produtora de aço, com a maioria dos negócios com a China, como esta encolheu, o lucro só caíu 99%. Maravilha.
Com visão de raio X, como o super homem, que vê através do futuro, o juro básico, sellic, voltou a subir e está agora em 10,75%. Claro que atrai investidores... em papeis do governo, porque país nenhum no mundo paga tanto em juros quanto aqui. E a dívida cresce, cresce, cresce!
Há uns meses foi apanhado pela Polícia Federal um helicóptero, pertença dum ilustre deputedo, também federal, que carregava uma boa quantidade de cocaína. O tal deputedo disse que nada sabia disso, a culpa seria do piloto, e tudo foi ficando em banho maria. Mas agora surgiu mais um detalhe importante: o deputedo, sempre gente muito boa, emprestava o dito aeroplão para o piloto treinar bandidos que fossem às prisões resgatar bandidos ali detidos. Nem o dito deputedo, nem a sua querida família sabiam de nada. Nadinha. Aprendeu com o sapo-barbudo que nunca soube de nada das roubalheiras que se faziam sob o seu des-governo. Tudo gente fina.
Para culminar esta peça, que nem Shakespeare seria capaz de criar, chega-se perto do fim do maior escândalo e do maior julgamento da história deste país: o famigerado mensalão. Toda a corja foi multada em milhares e milhões de reais, que logo os amigos ptralhas se juntaram, fizeram uma vaquinha e pagaram as multas dos gangsters. Mas faltava julgar um recurso sobre “embargos infringentes”, um dos sofismas que os nossos legisladores inventaram para poderem tirar a bunda fora mais facilmente, dificultando e atrasando as sentenças. Infringentes, uma palavra que 99,99% dos brasileiros jamais tinham ouvido pronunciar, parece significar “o que infringe”, o que viola, o que desrespeita”, mas que...
Desta vez faltava só julgar o recurso dos embargos em questão, para julgar se os réus deveriam ou não ser condenados também por formação de quadrilha, apesar da evidência de ter sido um “escol” governista e inter-ligado que meteu a mão em bilhões do erário.
Hábil, o ditador governo stalinista, como entretanto dois juizes do supremo foram aposentados, nomeou para as vagas abertas dois advogados da sua equipa, um deles agora (ex?) advogado e conselheiro do PT, para se sentar no topo da cadeia dos tribunais.
Resultado, os antigos juízes pró ptistas, aumentados com mais dois camaradas, derrubaram, por 6 votos a 5 a condenação sobre a “formação de quadrilha” e pasmem ó linguistas, filólogos, povo decente, com a brilhante, brilhantissima argumentação do supremo tribunal, de que não tinha havido formação de quadrilha, mas, aguentem agora se forem capazes, tinha havido SIMPLESMENTE co-autoria nos crimes !!!!!!!!!!
O melhor dicionário da língua portuguesa, feito por um sábio e ilustre brasileiro, Aurélio Buarque de Holanda, o famoso Dicionário Aurélio, diz-nos o seguinte:
- Quadrilha: Bando de ladrões, assaltantes ou malfeitores; em que no mesmo sentido se refere já Cesário Verde em “Obras Completas”. O dicionário francês diz simplesmente que se trata dum “Bande de voleurs”.
- Co-autoria: Pluralidade de agentes de um crime.
E com este jogo semântico, os hábeis, muitos e carissimos advogados, conseguiram diminuir as penas da canalha, e ficarão eternamente credores dos donos do poder.
Baderneiros ou manifestantes? Orçamentos ou areia nos olhos? Quadrilha ou co-autoria?
Não depende de dicionários, mas de que lado você está! Ou sob a capa dos ladrões ou, se quiser ser ético e honesto... o melhor é fazer como os Três Macacos Japoneses e deixar à solta a banditagem e a badernagem.
Lutar com o voto?
Tá louco? Isso vale de alguma coisa num país de incultos, com milhões a viverem de esmolas do governo, e dos bancos a mamarem como jamais aconteceu?


28/02/2014