sábado, 25 de junho de 2016

BREXIT - 2

Primeiro uma referência à Noruega: o maior produtor de petróleo do chamado “Ocidente”, tem conduzido de forma admirável os excedentes financeiros dessa exploração, para investimentos que assegurem, no futuro, a continuação do nível de vida, impecável, que hoje usufruem os noruegueses. Nada de espaventos arábicos ou idiotas dos venezuelanos. O maior investidor mundial, tem aplicado dinheiro em largas dezenas de países, jamais ultrapassando 5% do capital das empresas onde aplica, diversificando ao máximo e garantindo que se uma ou outra empresa falir a Noruega não vai sentir.
David Cameron apostou tudo num idiota referendo, colocou os ovos todos no mesmo cesto, orgulhoso e “seguro”, não soube conduzir a opinião pública e... dançou!
Não parece ter sido muito difícil derrubar a imbecilidade de slogans do “out” como “Give us our country back”, como se alguma vez o Reino Unido tivesse perdido a sua TOTAL independência. Não entraram no Euro, não alinharam no Schengen, não aceitaram lutar contra paraísos fiscais e se não gostavam muito das diretrizes de Bruxelas, o que estavam lá a fazer 2.000 funcionários?
Boris bramava que a EU custava £ 400 milhões por semana, o que é mentira. Mandavam cerca de 350 e recebiam de volta 200, e tinham 2.000 funcionários, regiamente pagos, não pelo UK mas pela EU. O malandro do Boris, e seus correligionários usaram e abusaram disso, e ninguém os desmentiu. O que era de esperar?
Razão teve o Putin em dizer, há já quase duas semanas, que tinha sido a maior burrada do sr. Cameron. E foi.
Quem ficou a ganhar com esta saída da EU? Todos os outros blocos económicos do mundo, sobretudo China e América do Norte, não esquecendo a Rússia, agora com a obsessão de reconstruir o Império Soviético, e adorando ver a Europa se enfraquecer (vidé Ucrânia) e até o imbecil Donald Trump que vai dizer nos EUA que até os ingleses não querem mais imigrantes!
Quem votou no “out”? A velharia inglesa apavorada com os “imigrantes”! Teria votado na Rainha Vitória ou no Henrique VIII do mesmo modo, recordando os “bons velhos tempos” em que os marajás beijavam a mão do governador da Índia, ou quando morreu o rei Jorge V, o futuro Eduardo VIII estava de visita ao Quénia, recebeu o telegrama a avisar da morte do pai e que regressasse imediatamente a Londres. Eduard não regressou logo. Quis ficar mais uma noite porque sabia que nessa noite ia “comer a mulher do governador”. Comeu e quando chegou a Londres o velho rei já estava em baixo da terra. Esta é a Inglaterra que votou no “out”. Querem continuar com o seu esnobe “five ó clock tea”, e o futuro, como não será deles... que se lixe.
Quem saiu prejudicado? Os jovens que sabem que o futuro está inexoravelmente ligado à Europa, mesmo com o exemplo desastroso e infeliz que tem sido até hoje a condução super burocratizada do Parlamento Europeu.
Se em vez de implodir a Europa este BREXIT for bem mastigado por todos os países membros, pode ser que a Europa saia fortalecida.
Terá que reduzir o custo do Conselho e do Parlamento em 50% ou mais, para ver se alguma eficiência pode vir a ter, terá que bater o pé à sra. Adolph H. Merkel e sua fobia de conquistar a Europa esmagando os pequenos, terá que consertar a livre circulação de mercadorias, conscientes de que a França tem custos altíssimos nos produtos alimentares, mas que país nenhum pode depender de importação para comer – como é o caso de Portugal desde pelo menos... sempre – continuar a luta contra os paraísos fiscais, dos quais a Inglaterra é um carro chefe, e etc., além de inúmeros etcs., e tentar resolver o programa da invasão dos refugiados que já fez mais de 10.000 mortes por afogamento, entre estas mais de 2.000 crianças.
A sensação que fica é que o “glorioso” Reino Unido, depois de dominar o mundo, desde a China às Américas e África, demonstrou agora uma falta de raciocínio e bom senso, dignos de imberbes mentecaptos.
E é pena.

25/06/2016


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