BREXIT - 2
Primeiro
uma referência à Noruega: o maior produtor de petróleo do chamado “Ocidente”,
tem conduzido de forma admirável os excedentes financeiros dessa exploração,
para investimentos que assegurem, no futuro, a continuação do nível de vida,
impecável, que hoje usufruem os noruegueses. Nada de espaventos arábicos ou
idiotas dos venezuelanos. O maior investidor mundial, tem aplicado dinheiro em
largas dezenas de países, jamais ultrapassando 5% do capital das empresas onde
aplica, diversificando ao máximo e garantindo que se uma ou outra empresa falir
a Noruega não vai sentir.
David
Cameron apostou tudo num idiota referendo,
colocou os ovos todos no mesmo cesto, orgulhoso e “seguro”, não soube
conduzir a opinião pública e... dançou!
Não
parece ter sido muito difícil derrubar a imbecilidade de slogans do “out” como
“Give us our country back”, como se alguma vez o Reino Unido tivesse perdido a
sua TOTAL independência. Não entraram no Euro, não alinharam no Schengen, não
aceitaram lutar contra paraísos fiscais e se não gostavam muito das diretrizes
de Bruxelas, o que estavam lá a fazer 2.000 funcionários?
Boris
bramava que a EU custava £ 400 milhões por semana, o que é mentira. Mandavam
cerca de 350 e recebiam de volta 200, e tinham 2.000 funcionários, regiamente
pagos, não pelo UK mas pela EU. O malandro do Boris, e seus correligionários
usaram e abusaram disso, e ninguém os desmentiu. O que era de esperar?
Razão
teve o Putin em dizer, há já quase duas semanas, que tinha sido a maior burrada
do sr. Cameron. E foi.
Quem
ficou a ganhar com esta saída da EU? Todos os outros blocos económicos do
mundo, sobretudo China e América do Norte, não esquecendo a Rússia, agora com a
obsessão de reconstruir o Império Soviético, e adorando ver a Europa se
enfraquecer (vidé Ucrânia) e até o imbecil Donald Trump que vai dizer nos EUA
que até os ingleses não querem mais imigrantes!
Quem
votou no “out”? A velharia inglesa apavorada com os “imigrantes”! Teria votado
na Rainha Vitória ou no Henrique VIII do mesmo modo, recordando os “bons velhos
tempos” em que os marajás beijavam a mão do governador da Índia, ou quando
morreu o rei Jorge V, o futuro Eduardo VIII estava de visita ao Quénia, recebeu
o telegrama a avisar da morte do pai e que regressasse imediatamente a Londres.
Eduard não regressou logo. Quis ficar mais uma noite porque sabia que nessa
noite ia “comer a mulher do governador”. Comeu e quando chegou a Londres o
velho rei já estava em baixo da terra. Esta é a Inglaterra que votou no “out”. Querem
continuar com o seu esnobe “five ó clock tea”, e o futuro, como não será
deles... que se lixe.
Quem
saiu prejudicado? Os jovens que sabem que o futuro está inexoravelmente ligado
à Europa, mesmo com o exemplo desastroso e infeliz que tem sido até hoje a
condução super burocratizada do Parlamento Europeu.
Se
em vez de implodir a Europa este BREXIT for bem mastigado por todos os países
membros, pode ser que a Europa saia fortalecida.
Terá
que reduzir o custo do Conselho e do Parlamento em 50% ou mais, para ver se
alguma eficiência pode vir a ter, terá que bater o pé à sra. Adolph H. Merkel e
sua fobia de conquistar a Europa esmagando os pequenos, terá que consertar a
livre circulação de mercadorias, conscientes de que a França tem custos
altíssimos nos produtos alimentares, mas que país nenhum pode depender de
importação para comer – como é o caso de Portugal desde pelo menos... sempre – continuar
a luta contra os paraísos fiscais, dos quais a Inglaterra é um carro chefe, e
etc., além de inúmeros etcs., e tentar resolver o programa da invasão dos
refugiados que já fez mais de 10.000 mortes por afogamento, entre estas mais de
2.000 crianças.
A
sensação que fica é que o “glorioso” Reino Unido, depois de dominar o mundo,
desde a China às Américas e África, demonstrou agora uma falta de raciocínio e
bom senso, dignos de imberbes mentecaptos.
E
é pena.
25/06/2016
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