sexta-feira, 24 de junho de 2016


BREXIT
A Vitória da Covardia


O Reino Unido vai sair da Europa? Parece. E vai implodir a União Europeia? Talvez.
Mas deve começar por se implodir a si própria com a saída da Escócia e, quem sabe, da Irlanda do Norte.
Boris Johnson amedrontou os britânicos, normalmente valentes, como se viu nos seus soldados a ajudar a Europa na I e II Guerras Mundiais, com a alegação de quem têm no seu território 3 milhões de emigrantes, mas esqueceu-se de dizer que, em contrapartida, espalhados pelo mundo tem mais de 2,5 milhões de britânicos.
Argumentou e bramou que os roms roubam os alojamentos que deveriam ser para os filhos da terra, os búlgaros e agora os sírios – que pouquíssimos lá entraram – estão a ocupar postos de trabalho dos nativos british, mas também se esqueceu de dizer que eles roubaram as melhores terras e palácios quando colonizaram a Índia, e os países africanos, que foram, e SÃO, os responsáveis pela desgraça que desde há um século se tem abatido sobre o Curdistão, quando quiseram monopolizar o petróleo do médio Oriente e “ofereceram” o Curdistão aos iraquianos!
Ainda se esqueceu dos primeiros imigrantes: os celtas, os normandos, os bretões, que devem ter ocupado – e ocuparam mesmo – os altos cargos da então incipiente Inglaterra... sem referendos!
Não falou do assalto que fizeram à Irlanda, da transferência de ingleses para o Norte, para continuarem com aquela parte anexada, e que quer continuar na EU.
E os babacas ingleses decidiram sair da EU, e comemoram como se tivessem ganho a Copa do Mundo de futebol, que isso sim, eles inventaram bem!
A moeda já desvalorizou, vai cair mais, e a Inglaterra vai ficar um paisínho, isolado, a pensar que pode competir com o bloco norte americano, o asiático e até o europeu, se este não ruir também, vendendo Rolls-Royces, e produtos farmacêuticos.
Boris, o mesmo cabelinho amarelo, igualzinho ao seu comparsa Donald Trump, que está a levar o terror aos americanos, ajudando a bandalha dos republicanos a venderem mais armas para matarem mais americanos, repetindo os desastres do George Bush quando decidiu atacar o Iraque, dizendo ao povo que era preciso acabar com o ditador, e depois com o Bin Laden. Tudo isto à custa de milhares de mortos entre os seus soldados e muito mais milhares de estropiados, mas... vendendo armas.
Por aqui houve também – e ainda não está “morto” – um demagogo que bramou contra as “zelites que roubavam o povo”, e quando deitou a mão ao poder roubou dos cofres públicos, ele e a camarilha, algo que deve andar por volta de um trilhão de reais ou dólares, ninguém sabe ainda quanto!
Cêrca de 40% das exportações britânicas vão para países da EU. Agora vão pagar direitos, e como consequência, vão cair essas exportações. Do mesmo modo vão encarecer os produtos de importação.
E se é tanta a fobia contra os imigrantes, que têm mantido a taxa de reposição populacional, apesar de abaixo da média mínima de 2,1 filhos por casal, a um nível de 1,7, que, se esses “indesejáveis” não continuarem a afluir, qualquer dia a população da Britânia ficará de tal modo reduzida que...
No fim de contas de quem é a culpa de tudo isto? Raciocinemos um pouco.
- O custo exorbitante do Parlamento Europeu que se reúne em Bruxelas e Estrasburgo. Para que dois lugares? E para que aquela montuêra de euro deputados que ganham uma fábula e se aposentam ainda quase imberbes?
- Os egos desses parlamentares a querem impor, muitas vezes copiando o de triste memória “ultimato” inglês a Portugal em 1890, medidas idiotas, selváticas, insensatas, como quando há uns anos quiseram obrigar Portugal a “batizar” o vinho com açúcar, porque havia excedentes de açúcar de beterraba no Norte da Europa, ou quando ficaram a pagar a agricultores portugueses para não produzirem cereais, e permitirem que os agricultores ingleses sobrevivessem de subsídios e não deixar que isso se passe nos países mais pobres, etc.
- Está muita gente a mamar à custa dessa tal União Europeia. Os resultados não são nada do que seria de esperar, mas os “mamadores” acham que está ótimo! Depois admiram-se que haja tantos euro cépticos, alguns até ferozmente anti EU. Dá a sensação que, em muitos casos esse parlamento legisla em causa própria, esquecendo os 300 milhões de europeus que sonhavam com um aumento do seu nível de vida com essa União que já leva 23 anos de vida, e não se envergonha de no seu conjunto ter uma taxa de desemprego de 9,6% (2015) e uma Dívida pública de 87,4% do PIB (2015), números estes que... serão verdadeiros? E não terão piorado em 2016?
Acabar com a EU não parece ser uma boa solução para todos os países da Europa. Mas reforçar PROFUNDAMENTE os conceitos, o Parlamento, e a arrogância, parece que é uma necessidade urgente, que o BREXIT deixou bem evidente ao dizer não ao lento, e por vezes desastroso arrastar dessa Europa, aparentemente uma União, bastante desunida.
A feroz Merkel e o desastrado Hollande beijam-se e abraçam-se. A Suécia e a Dinamarca com os seus sistemas que funcionam perfeitamente também não estão interessados em continuar a manter uma União desunida.
Enfim. A União Europeia foi um sonho começado por Napoleão, mas não tem Napoleão nenhum no seu comando. Tem uma pseudo democracia onde, parlamentando à italiana, todos puxam a brasa à sua sardinha.
Lembra um versinho que fizeram ao ex Presidente Américo Tomás à saída da sua visita a Angola:
Angola no coração
A Gertudes no beliche
Os presentes... no porão
E o preto... que se lixe!

24/06/2106 – Dia de S. João, quando a sardinha pinga no pão!



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