Moçambique
A Moeda
Moçambique
dependeu durante muitos anos da administração de Goa, correndo na Colónia
praticamente só as moedas de Goa e de Portugal.
Em
1646 o Conselho de Fazenda mandou cunhar em Goa, com o peso de patacões,
aproveitando a prata que vinha do Japão e dos holandeses, mas parece que não
subsistem quaisquer dessas moedas.
D.
João V, 1725, autorizou o lavramento de 8.000 cruzados em bazarucos (antiga
moeda da Índia) em cobre: a primeira de D. João V, 1725, a seguir D. Maria I,
1801 e D. Pedro IV, 1828:
Em
1752, com D. José, Moçambique consegue emancipar-se de Goa e são lavradas em
Lisboa, na Casa da Moeda, moedas de ouro de 4.000, 2.000 e 1.000 réis, em prata
de 800, 400, 200 e 100 réis.
Estas
moedas estavam já na Casa da Índia, em Lisboa, para serem enviadas ao seu
destino quando o terramoto de 1755 que destruiu o edifício, sepultou tudo nas
ruinas. Quando do desaterro verificou-se que a maioria das moedas estavam
inutilizadas. Devolveu-se tudo à Casa da Moeda para se limparem as que
estivessem em condições e lavrar de novo as que se encontrassem incapazes.
As primeiras 3 carreiras são de D. João V, as estantes de D. José
Mais
tarde D. Maria I emite novas moedas e até umas barrinhas com o ouro de Rios de
Sena e patacas feitas de prata. (Nr.
1 a 5 da figura abaixo)
As duas do topo são de D. José, as outras de D. Maria II
que mandou também fazer as barrinhas – linha 2 e 3
As
barrinhas são paralelogramos de 2,5 x 1,2 x 0,3 cm. Na face um M de Moçambique
e no verso 2 ½ meticais, pesando 288 grãos e valia 26.500 réis.
Em
1840 lavraram-se em Lisboa 10.000 moedas de 80 réis, 20.000 de 40 e 40.000 de
20; e em 1853 outras de valores de 20, 10 e 5 reis e de II e I réis,
expressamente para Moçambique.
Sempre
em penúria de pecúnia estavam as colónias autorizadas a deixar circular moedas de
vários países, desde a Áustria, Espanha e suas colónias, Brasil, Índia e
Inglaterrae em 1888, para estas poderem circular foram marcadas com “PM
coroado” ou só “PM”.
Pataca da Arquiduquesa da Áustria – 1780
(com a contramarca na testa!)
Pataca – 8 Reales – Carlos III – Peru -
1762
Barrinha e Rupia da Índia
Pataca – Carlos III – Guatemala - 1754
Moedas cunhadas em Moçambique
Em1894
a Companhia do Niassa – uma das famosas “companhias majestáticas” – sempre com
falta de dinheiro para os seus negócios, mandou cunhar em Londres moedas de
cobre de 10 e 20 réis. O governo sabedor do caso, apreendeu a emissão e mandou
que a Casa da Moeda fundisse o cobre!
Depois
de 1853 a Colónia não volta a ter moeda própria até 1935, quando aparecem as
novas moedas, com valores em escudos desde 10$00 até $10, num montante de
16.850 contos, 16.850.000$00. As de 10$, 5$ e 2$50 de prata, 1$ e 1$50 de
cupro-níquel e $20 e $10 de cobre.
Revista “MOÇAMBIQUE” – Relatório Trimestral – Nr. 47, 28, 50 e 52 – Setembro
a Dezembro de 1947
Um
belo dia, o governo da Metrópole “acordou” e tirou a palavra Colónia! Mas
continuou a fazer algumas moedas de prata que algum tempo depois valiam bem
mais do que o valor facial!
Junho
2016
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