Voltando às Religiões
- J -
Jacobitas – Nome dado aos membros de um conjunto do ritos ortodoxos de tendencia
monofisita da Siria, Mesopotamia e Iraque, seguindo Jacob Baradeus, sagrado
bispo em 541 pelo patriarca de Antioquia.
Janaismo – Do sânsc. jina, “vencedor, livre das paixões
humanas”, religião da Índia, fundada pelo sábio Mahãvira (559-527 a.C.) e
resistiu ao brahmanismo, o que faz com que exista até hoje. É uma reação contra
o politeísmo, o sistema demasiado rígido das castas e contra os sacrifícios
sangrentos, mas aceitando pensamento geral e o papel dos brahmanes em algumas
cerimónias dos templos, mas a base da sua religião é o ahims㸠a
não violência, que proibe maltratar ou matar qualquer criatura. Há duas seitas
distintas: os digambaras, “que são vestidos de ar” e os cvetãmbata, “vestidos
de branco”.
Jansenismo – Doutrina religiosa e moral católica do séc. XVII, do nome de
Jansénius (Cornelius Jansen – 1585-1638), cuja obra, Augustinus,
aparecida em 1640 foi atacada pela Sorbonne e pelos jesuítas. Depois de muito
perseguida sobrevive ainda na Holanda, com centro em Utrech.
Jerónimos – Ordem religiosa fundada por São Jerónimo, e aprovada no ano
de 1373 pelo papa Gregório XI que residia na época em Avinhão. É uma ordem
religiosa exclusivamente hispânica, dado que apenas se implantou em Espanha e
Portugal, e esteve bastante vinculada às monarquias reinantes de ambos os
países. Prescrevendo uma vida de solidão, silêncio e de oração assídua.
Jerusalém – Cidade santa para os judeus, católicos, ortodoxos e muçulmanos.
Conquistada por David cerca de 1.000 anos a.C. aos jebuseus, não era mais do
que uma plataforma de rotas de caravanas e tornou-se um centro judeu. Salomão
aí construiu um templo em 966 a.C. que Nabucodonosor destruiu em 586,
reconstruido em 524-515. Pilhado em 168 por Antioquio Epifanio foi mais uma vez
restaurado e embelezado por Herodes 20 a.C. Depois da tomada de Jerusalém por
Tito em 70 d.C. o templo foi incendiado por ordem de Adriano e em 153 no mesmo
lugar construíu-se o tempo a Jupiter Capitolino, que Constantino mandou arrasar
no séc. IV. Este imperador mandou construir diversas igrejas sendo a do Santo
Sepulcro a mais importante. Em 638 o califa Omar, no topo do rochedo, lugar do
antigo templo a famosa mesquita que tem o seu nome. Uma parte das muralhas é
hoje o “Muro das Lamentações”. Foi em Jerusalém que Maomé teve a sua “visão
noturna” durante a qual foi elevado aos céus.
Jesuitas – Membros da ordem fundada por Santo Inácio de Loyola, em 1534,
quando seis estudantes se ligaram por votos de pobreza, castidade e obediência,
antes de irem para a Palestina como soldados de Deus. Não podendo fazer a
viagem ficaram em Veneza.
Jizo – Deus do budismo japonês, Kshitigharba, protetor
das mulheres, crianças e viajantes; por isso a sua imagem é colocada nas
encruzilhadas.
Joaquim de Fiore – Teólogo místico italiano (1130 – 1202) muito jovem foi pagem do
rei da Sicília e teve ocasião de viajar à Terra Santa, onde fez um retiro de
intenso asceticismo. Regressado à Itália, provavelmente em 1159,
retirou-se para a abadia cisterciense de Sambucina, dedicando-se à
pregação, escusando-se contudo de tomar o hábito religioso ou a ordenação. Em
1168 tomou o hábito beneditino de Cister na Abadia de Corazzo e foi
ordenado presbítero. Após a ordenação, passou a dedicar-se inteiramente ao
estudo da Bíblia, procurando o significado mais profundo das Sagradas
Escrituras. Alguns anos mais tarde, tendo ganho fama de virtuoso e sábio, foi
eleito abade, embora contra a sua vontade. Sentindo que as funções e deveres de
abade eram um empecilho aos seus estudos bíblicos, que ele considerava
serem a missão da sua vida, pediu escusa ao papa Lucio III, que em 1182 o
desonerou do governo temporal da abadia e entusiasticamente aprovou o seu
trabalho, encorajando-o a prossegui-los na abadia da sua
escolha. Passou os anos seguintes na abadia de Casamari,
trabalhando afanosamente nos seus livros, secretariado por Luca Campano, um
jovem monge que viria a ser arcebispo de Cosenza, o qual deixou como testemunho
a sua admiração pela humildade e desapego de Fiore pelas coisas terrenas e pela
devoção com que pregava e celebrava a missa. A aprovação papal para os seus
estudos foi confirmada por Urbano III (1185) e Clemente III (1187), tendo
este exortado Fiore a completar o seu trabalho. Sempre embrenhado no seu labor,
Fiore retirou-se para o eremitério de Pietralata, acabando depois por
fundar a abadia de Fiore nas montanhas da Calábria. A nova abadia
tornou-se, ainda em vida do seu fundador e com a aprovação em 1189 do papa
Celestino III, o centro de uma nova ordem independente, embora baseada
beneditinos da Ordem de Cister, mas mais rigorosa e mais mística, designada por
florences em homenagem ao seu fundador. Em Portugal, onde os
franciscanos tiveram influência relevante, as ideias de Joaquim de Fiore estão
subjacentes ao lançamento do culto do Espírito Santo, aparentemente com a
rainha Santa Isabel, bem patente na obra do Padre António Vieira.
Jõdõ – Importante seita budista no Japão, idêntica à amidaísta onde a
finalidade é a busca pelo paraíso de Amithabha, ou paraíso do Ocidente, tal
como no druidismo.
Judaísmo – Religião atual dos judeus descendentes de hebreus, que receberam
o ensinamento através de Moisés. Apesar de dispersos pelo mundo formam uma
civilização, uma comunidade histórica e literária. Têm consciência de um
destino comum e consideram-se o povo eleito. Descendentes de Abrão, como os
cristãos e os muçulmanos, os israelitas ao regressarem do Egito para a “Terra
Prometida” a Palestina. Durante os quarenta anos que durou essa travessia
Moisés recebeu as tábuas da lei e organizou o judaísmo. Uma vez na Palestina,
na Terra de Canaã, nomearam um rei,construíram o templo, organizaram o culto e
Jerusalém tornou-se o grande centro religioso. Guerras fratricidas entre as
tribos de Israel criaram o cisma que apôs as duas tribos do reino de Juda aos
de Israel, no séc. X a.C. Em 586 a.C. o Templo foi destruído por Nabucudonosor
e toda a população levada em cativeiro para a Babilónia, onde o povo judeu
tomou consciência da sua unidade religiosa, reorganizando o judaísmo à volta de
um escriba, Esdras – Ezra, “aquele que ajuda” – apoiando-se na
Bíblia que terá sido escrita, o Antigo Testamento, entre 1445 e 450 a.C., de
que os primeiros cinco livros, o Pentateuco, formam a Torá, base religiosa da
lei de Moisés. Gerações de piedosos rabinos elaboraram já desde a Babilónia o
Talmud, unindo a tradição oral à escrita. A doutrina judaica pode resumir-se na
profissão de fé: “Escuta Israel, o Senhor nosso Deus, é Um”. Continuam
aguardando a vinda de um Messias. Distinguem-se, entre os judeus os askenasi,
oriundos da Europa do Leste, dos sefarditas, da Península
Ibérica.
Júdeo-cristianismo – Nos primeiros tempos do cristianismo, doutrina que admitia a
iniciação prévia ao judaísmo. Todos os apóstolos de Cristo eram judeus e
continuaram a observar os preceitos da lei, pregando a doutrina nova sem
contradições. Assim que começaram as conversões dos “gentios” surgiram as
polémicas entre os judeus de Jerusalém que afirmavam que estes deviam
submeter-se à lei moisaica e os chefes da Igreja de Antioquia que negavam tal
obrigação. Numa grande assembleia em Jerusalém onde São Paulo e São Barnabé
dirigiram, o debate ficou assente que a religião de Cristo não exigia nenhuma
observação da antiga lei e suprimiram a circuncisão.
Julgamento final – No fim do mundo, quando Deus julgar os mortos segundo as suas
obras no mundo, o seu merecimento ou condenação. No judaísmo, cristianismo,
Islamismo, budismo, e na antigo Egito, todos têm a mesma crença.
- K -
Kailãsa – Montanha sagrada por excelência, refugio de Siva no mais alto
maciço montanhoso do mundo, o Himalaia.
Kala – O Tempo, no panteão brahmânico, criador e destruidor do
universo.
Kali – Do hinduísmo, “negra”, a “Mãe”, a força vital, a grande deusa da
fecundidade, da morte e da destruição, é também Durã, companheira
de Siva. De origem obscura, dos muito antigos cultos não arianos, é
representada com um aspeto monstruoso, a pele negra e os olhos injetados de
sangue, com um colar de crâneos, cadáveres nas orelhas e serpentes à volta dos
braços. O seu templo mais célebre é em Kalighat,
Calcutá, “cidade de Kali”.
Kãma – O Deus do amor, na mitologia hindu. As lendas divergem sobre a
sua origem, sua esposa é Rati a deusa da volúpia. O Kãma-sutra faz
parte da literatura religiosa da Índia; foi escrito por Vatsayayana por volta
do séc. IV.
Kami – No Japão, os deuses do xintoísmo, da religião autóctone
chamada Kaminomichi, “ A via dos deuses”.
Karaítas – Do hebreu qaraim, “leitores de escrituras” ou “interessados
na palavra”, formavam uma seita, 765 d.C., sob a direção de Anan ben David, e
por isso chamados de ananitas. Os karaítas se dizem fortemente ligados às
tradições e por isso se opõem às adições do Talmud.
Karma – Na filosofia da Índia é o acto e suas consequências, que por uma
força dinâmica e quase mágica leva o homem numa série de transmigrações até à
liberdade, moksha, talvez o nirvana.
Karttikeya – No hinduismo, Deus da guerra, filho de Siva e de Parvati, a sua
montada é um pavão.
Kharaitas – Do árabe khawarij, "os que cindiram",
foram o primeiro ramo a formar-se no Islão durante o cisma de
655-661, entre Ali e Muawiyah sobre quem deveria ser o califa, e têm
origem na batalha do Camelo, onde o governador do Sham, Muawiyah , junto
com a viúva de Maomé, Aicha, uniram forças para tirar Ali do poder. Com a morte
de Ali, este foi sucedido por seu filho Hassan, porém, o novo califa foi
obrigado a renunciar em prol do corrupto Muawiyah, que subornara seus
amigos, corrompera seu governo, tornando-se impossível sua governabilidade.A
divisão entre sunitas e xiitas nasce da questão sucessória dessa época.
Khnoum – Deus egípcio com cabeça de carneiro, criador da vida, guardião
do Nilo.
Knox – (John). Reformador escocês – 1514-1572 – tornou-se padre católico mas
logo adotou a Reforma e fez abolir o catolicismo no seu país.
Krishna – Do sânsc., “negro”, Deus célebre na Índia, encarnação de Vishnu,
herói mítico, um antigo chefe aborígene, identificado tanto como um sábio veda
com importante papel no Mahãbhãrata, como Gopala Krishna,
deus vaqueiro. Krishna revela-se no Bhaganad-Gita, “A canção do
bem-aventurado, como o Senhor supremo, indicando uma via de sabedoria para a
exaltação de um amor místico, o bhakti, devoção,, futura grande
forma de devoção indiana.
Krishnanamurti- Nascido em 1897, brâmane, fundou a facção chamada “Igreja
católica-liberal”. Os teólogos reconheceram nela o percursor do boddhisattva
Maitrya, pois viram nela uma reencarnação do Cristo. Recusando título e
honrarias, retirou-se para a Califórnia.
Kubera – Na Índia, o Deus das riquezas. Representado com grande barriga e
um saco de tesouros.
Kwan-yin (na China) ou Kwannon (no Japão) – Deusa da
misericórdia, tem a forma feminina da Avalokiteçvara no budismo. Infinitamente
compassiva manifesta grande poder de interceder, por isso muitas vezes
representada com mil braços. Carrega um vaso para curar a sede dos homens e,
protetora das mães,
invocam-na em caso de esterilidade.
- L -
Lakshmi ou Çri – Deusa indiana, esposa de Visnu.
Lamaismo – Do tibetano lama, “superior”, religião
originária do budismo mahãyãna, do Tibete e de algumas regiões da
Ásia Central, Butão e Sibéria. Foi introduzida no VII séc. por duas princesas,
uma nepalesa e outra chinesa que casaram com o rei Srong Tsan Gam Po, que se
tornou legendário, mas foi Padma-Sambhava, cerca de 750, o considerado como o
grande fundador da religião tibetana.
Lazaristas ou Vicentinos – Membros da
Congregação dos padres da Missão, fundada em 1625 por São Vicente de Paulo,
patrão dos leprosos.
Limbo – Lugar, no Antigo Testamento, onde aguardavam os mortos a vinda
do Cristo na sua descida aos infernos.
Linga ou Lingam – No hinduísmo simbolo masculino de
Çiva, o falo, o princípio criador, sem dúvida um antigo deus do sole da
fecundidade.
Liturgia – Do gr. Leitourgia, de leitos, “publico”
e ergon, “obra”, ordem das cerimónias e orações de que se compõe o
serviço divino já muito generalizada na antiga Grécia.
Lotus – Flor, tipo de nenufar, que se tronou simbólica. No Egito antigo,
florescendo ao sol, simbolizava o nascimento do mundo, na Índia (padma,
no sânsc.), fonte de vida, no budismo é emblema de espiritualidade. Padmasana é
a posição do lotus, para a meditação. Benares, a cidade santa do hiduísmo é
considerada o “lotus do mumdo”.
Lucas – São Lucas, do hebraico, “gentil”, era médico.
Lucifer – Do lat. lux, luz e ferre, o que
carrega, o mais belo dos anjos, chefe da milícia celeste que, segundo a Bíblia
se teria revoltado contra Deus, foi corrido e precipitado no inferno, tornou-se
o chefe dos demónios, ou Satam, o espírito do mal.
Luteranos – Protestantes que adotaram as doutrinas de Lutero, por oposição,
desde o começo aos calvinistas. Mantém a fé em Cristo e no Credo.
Lutero – Teólogo, sacerdote católico agostiniano, reformador – 1483-1546
– chocado com a alegação de que a liberdade da punição de Deus sobre o pecado
poderia ser comprada, confrontou o vendedor de indulgências Johann
Tetzel, contestou veementemente os conceitos da Igreja Católica o que
resultou na sua excomunhão pelo Papa e a condenação como um fora-da-lei
pelo imperador do Sacro Império Romano Antigo, dando origem ao movimento
chamado Reforma.
- M -
Maât – Deusa egípcia da sabedoria, verdade,
justiça, da lei e da ordem, filha de Ra e esposa de Toth.
Magos – Do
persa mag. Na Babilónia e
na Pérsia antiga os magos, oriundos duma tribo meda, formavam uma casta de
astrólogos e sábios (chamados mágicos, do seu nome vem a palavra magia).
Mahabhãrata – Uma das grandes epopeias da Índia e
certamente o mais longo poema do mundo, conta as aventuras dos guerreiros
descendentes de um herói mítico, Bharata.
Esta obra mostra um um pouco da Índia pré ariana, onde o matriarcado se
manifesta, noção totalmente estranha ao brahamanismo. Os Pandava, cinco irmãos esposos
de Draupadi, lutam contra os Kaurava. Por fim derrotados são exterminados.
Mahadeva – Do sânsc., “grande deus”, nome às vezes
dado a Çiva.
Mahatma – Do sânsc., “grande alma”, título dado a
Ganhdi.
Mahdi – Do árabe “bem dirigido”, no Islão nome
dado a um descendente do Profeta.
Maitreva – No budismo mahãyãna, um dos grandes
bodhisattva que deve tornar-se o Buda futuro, daqui a 5 bilhões e 656 milhões
de anos. Reside no “Sol dos Tushita”
Mana- Palavra que nos melanésios significa “força invisível”,
de fonte de energia escondida.
Mandala – Figura do budismo tântrico, diagrama
místico, cósmico e mágico que serve suporte à meditação.
Mandeismo – Religião do tipo gnóstico, segundo
etimologia arménia, muito importante nos tempos antigos. Vários livros
sagrados exprimem as suas crenças, sendo os principais Ginza Rba ("O Grande Tesouro", em
mandeu) ou Siddra Rba,
("O Grande Livro" em árabe) é uma das muitas escrituras sagradas da
religoão mandeíta. Também é conhecido como O
Livro de Adão. Consiste de 18 livros em 62 capítulos, contendo cerca de 700
páginas. O livro, escrito à mão, possui textos na vertical em cada página da
direita para os vivos, e os textos quando virados de cabeça para baixo, são os
deixados para os mortos. A seção direita do Ginza
Rba contém seções lidando com
narrativas sobre teologia, criação, ética, e história. A seção da esquerda é
para ser lida com a alma do homem após a vida.
Maniqueismo – Religião fundada por Manès, filósofo
cristão no começo do séc. III d.C., quando teve visões que o levaram a
proclamar a sua doutrina, um sicretismo da mazdeísmo, cristianismo e budismo.
Manès sofreu a hostilidade dos adoradores do fogo, foi preso e morreu no
calabouço.
Mantra – Do sânsc., “controle da mente”.
Manu – Do sânscrito, “homem”, o nome do
primeiro homem, que no vedismo é ligado ao sacrifício. Nos Purãna a mitologia
indica quatorze Manu, um dos mais importantes seria o que salvou a humanidade
no dilúvio, o Noé indiano, que foi o ancestral de todos os humanos.
Maomé – Fundador do Islão, (Meca 580 – Medina
632), o seu nome significa “o Louvado”, chamdado o Profeta. Da poderosa tribo
dos karaichitas que se pretendiam descendentes de Abrão por seu filho Ismael.
Casou com a rica viúva Khadidja que lhe deu oito filhos e uma filha Fátima, que
casou com seu primo Ali, assegurando assim a sucessão. Dum temperamento doce e
místico, Maomé, com quarenta anos atravessou uma fase de ascése e meditação.
Foi nessa ocasião lhe apareceu o Anjo Gabriel que lhe transmitiu versículo por
versículo o que veio a ser o Corão. Em 622 tendo perdido os seus filhos e o tio
que o educara, refugiou-se em Medina. Essa data histórica, ficou chamada a
Hégira (fuga, emigração) e marca o ponto de partida do Islão e uma grande
mudança na vida da Maomé. Torna-se organizador, chefe de Estado ao mesmo tempo
que chefe espiritual. Rompe com a sua tribo estabelecendo com os árabes a
unidade pela lei. As lutas foram longas, com intervalos para a peregrinação a
Meca que Maomé soube incorporar ao Islão. Ao fim de pouco tempo era mestre de
toda a arábia, depois de ter combatido as tribos rebeldes, os judeus, ricos
comerciantes desde longa data. No segundo período da sua vida desposou quatorze
mulheres. A maioria tomadas das tribos vencidas, e uma delas, Aicha teria um
papel importante após a sua morte.
Marcos – Apóstolo e evangelista, 43-68, segundo a
tradição fundador da igreja de Alexandria, onde morreu e foi sepultado. Em 828
dois comerciantes de Veneza roubaram o corpo e para que o caixão não fosse
inspecionado pelo muçulmanos cobriram-no com carne de porco; levado para Veneza
tornou-se o santo patrono. A
referência a São Marcos é oriunda do Século IV, quando os escritores dos quatro
Evangelhos foram representados por símbolos alados e suas cabeças envoltas numa
auréola, a partir da visão do Profeta Ezequiel: o homem (Mateus), o touro
(Lucas), a águia (João) e o leão (Marcos).
Marduk – O grande deus criador da Babilónia que
matou o monstro Tiamat, a deusa do mal, a quem tirou o Céu e a Terra.
Maronitas – Cristãos do Oriente, uniatas de rito
sírio. O nome é de São Maron que reuniu no Líbano cristãos desejosos de afirmar
a sua fidelidade ao concílio de Calcedónia em 451. Multiplicaram-se os seus mosteiros,
tiveram que lutar contra vizinhos heréticos, depois contra os muçulmanos que os
escorraçaram para as montanhas. Ainda subsistem no Líbano e Síria, o elemento
católico sob o patriarcado de Antioquia.
Marranos – Em toda a península Ibérica, judeus que se
mantinham fiéís ao judaísmo depois duma forçada conversão ao cristianismo.
Maya – Do sânscirto, “ilusão, força mágica”.
Mayas – Antigo povo do Yucatan, na América
Central. Tinham uma religião agrária com semelhanças com os astecas e Toltecas,
Fortemente dualista tinha divindades do bem e do mal.
Mazdeismo – Antiga religião dos iranianos com
origens comuns aos indo-arianos, povos nómades que não deixaram nenhum
monumento, mas que livros sagrados atestam um culto comum aos bovinos na classe
sacerdotal e aos cavalos, os guerreiros. O nome mazdeísmo vem de mazdâo, “Luminoso, omnisciente”, do grande
deus. Religião organizada e
definida nos medas por Zoroastro, que estabeleceu um colégio de magos, cujas
escrituras santas são o Avesta.
Meca – Cidade santa dos muçulmanos, onde nasceu
o profeta. Bem no centro veneram a Kaaba,
que segundo a tradição teria sido construída por Abraão e seu filho Ismael,
deixando ver no interior a famosa pedra negra, o centro do mundo islâmico.
Melquitas – De melek, “imperador”. Cristãos do Oriente que depois
do concílio de Calcedónia, 451, tomaram o partido do imperador.
Menonitas- Seita protestante muito austera fundada
na Suíça no séc. XVI. Ferozmente independentes, objetores de consciência, foram
perseguidas por toda a Europa onde não pararam de se desenvolver. Admitem as
verdades fundamentais do cristianismo e o batismo. Um grande número conseguiu
estabelecer-se na América onde vivem em pequenas comunidades sempre muito fiéis
aos seus costumes originais (vestuário) e à sua austeridade.
Mesquita- No Islão, lugar de oração e de prosternação.
Messias – Do arménio meschîkhâ, “o ungido, sagrado
pelo Senhor”, passou em grego para kristos, “salvador, enviado de Deus”. Nos
hebreus há quem tenha a ideia de que a queda de Adão dava ao povo de Deus a
esperança da salvação pela vinda de um Messias. Este devia ser descendente do
rei David. No Islão o mahdi é o messias.
Metodistas – Protestantes que seguem o ensinamento de
John Wesley, seu irmão Charles e seu amigo Whitefield, do séc. XVIII, pastores
anglicanos que pregaram um “método” de vida espiritual com desligamento da
igreja anglicana. Na América constituíram um metodismo episcopal, mas em
Inglaterra foram-se dividindo e sub-dividindo; são evangelistas mas não
reconhecem a predestinação calvinista.
Mexico – Quando da invasão dos espanhóis os
aztecas eram os mestres do país e a sua religião parecia um sincretismo dos
diversos povos submetidos, olmecas, toltecas, etc. O panteão azteca compreendia
uma série de deuses, como Tezcatlipoca,
Deus do céu, da antiga tribu azteca, Quetzacoatl,
o Kukulkan dos mayas, Mictlantecuhtli,
Deus da morte,Xipe-Totec, Deus do Oeste, Tlaloc, Deus dos
teotihuacanos, particularmente venerado.
Milagre – Do lat. miraculum, “acontecimento
maravilhoso, violação das leis da natureza, prodígio de intervenção divina”.
Milenaristas – Do lat. millenium, mil anos, membros
heréticos duma seita do séc. I que esperava a segunda vinda do Cristo.
Minimos – Membros duma ordem fundada por são Francisco
de Paulo na Calábria em 1435. Pregavam
a humildade sendo assim abaixo dos “padres menores”.
Mistério – Do gr. mustês, via lat. mysterium, em teologia “verdade
inacessível”. Na Caldeia, Egito, Grécia e em toda a antiguidade os mistérios
sempre foram um conjunto de doutrinas ou práticas religiosas de que os homens
se assombravam por não compreenderem, mas que procuravam explicar.
Monaquismo - Modo
de vida dos que deixam os assuntos do mundo e se devotam à religião.
Monge – Do gr. monos, via lat. monachus, “só”, religioso que
consagra a sua vida a Deus. Primeiro anacoreta, depois cenobita.
Monofisitas – Do gr. monos, "único, singular", e physis - "natureza", os que defendem que, depois da união do
divino e do humano na encarnação
histórica, Jesus Cristo, como encarnação do Filho ou Verbo (Logos) de Deus, teria apenas uma única
"natureza" que não era mais nem divina, nem humana e nem uma síntese
de ambas, refere primordialmente à posição dos que, especialmente no Egito e, em menor grau, na Síria, rejeitaram
as decisões do Concílio de Calcedónia em
451.
Montanistas – Movimento cristão fundado por Montano por volta de 156-157, que se organizou e
difundiu em comunidades na Ásia Menor, Roma, e Norte de África. Por ter se
originado na região da Frígia, era
chamada de Heresia Frígia. O movimento caracterizou-se como uma
volta ao profetismo, pretendendo revalorizar elementos esquecidos da mensagem
cristã primitiva, sobretudo a esperança no Juízo Final.
Moravos – Membros da mais antiga seita
protestante, fundada na Boémia em 1465, depois da morte de João Huss. Também
conhecidos como Igreja dos Irmãos Unidos ou Irmãos da Lei de Cristo, e que
fixaram na fronteira da Morávia, região leste da República Checa, hoje com
comunidades na Holanda, estados bálticos e EUA. Admitem o Credo de Niceia e a
maior parte dos sacramentos, simplificados, têm um clero hierarquizado e uma
organização mundial de províncias governadas por sínodos.
Mormons – Adeptos da Igreja dos Santos dos Últimos
Dias, estabelecida por Joseph Smith em 1830, no estado de Nova York. Eles não usam dos ensinamentos
bíblicos - embora creiam na Bíblia - pois seguem as revelações e ensinamentos inscritos no Livro de Mórmon, que teve origem em uma
descoberta de Smith em várias placas aparentemente de ouro, gravadas com vários
hieróglifos, vertidos por ele para o inglês. Parece que estes escritos narram a
história dos americanos pré-colombianos. A palavra mórmon foi retirada do nome
de um outro profeta, que teria sido um predecessor na reunião dos textos
sagrados desta religião.
Mout – Deusa mãe, egípcia, na mitologia de
Tebas.
Muçulmano – Do árabe muslim, “que se entrega a Deus”.
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