quarta-feira, 29 de janeiro de 2014



As “primaveras” do Mundo


Começaram há pouco as “primaveras” no mundo árabe e em vez do desabrochar duma vida nova, mais decente e livre para aqueles povos, só ontem a Tunísia deu, com grande sufoco, o primeiro passo. E foi um passo enorme. Que Alá os proteja.
Sobre a Líbia paira o espectro da continuação de guerra civil, o Egito parece que vai demorar mais tempo a establizar-se do que as pirâmides a desmoronarem e, na Síria, de entrada o mundo aplaudiu os revoltosos e esconjurou o Bashar que agora pensa até em apoiá-lo, sabendo que o Al-Qaeda já tomou conta da parte mais rica do país, o norte, onde estão os poços de petróleo, obrigando o tal Bashar a negociar com eles!
E com a aproximação dos EUA com o Irão, o mundo sunita tremeu de medo, decidiu formar um exército unificado, e continua a sair dinheiro para as mais estranhas e opostas situações: por um lado os sauditas, de onde saiu a Al-Qaeda, simplesmente odeiam o estado monárquico, e para não caírem do cavalo, os “nobres” enchem de dinheiro os oposionistas que aguardam o momento para transformar a Arábia em mais um estado teocrático, e entretanto vão espalhando madraças pelo mundo todo, incetivando os “irmandades muçulmanas” e a “Jihad”. Ao mesmo tempo financiam os generais egípcios, ferozes adversários dos tais “irmãos”, sem deixar de mandar dinheiro também para estes.
O chamado equilíbrio desiquilibrado, cujo tombo parece prever-se, mas não se imagina quando.
Outra primavera infernal atinge agora a Ucrânia, encravada e sob a pata dos sovietes (os mesmos que foram da KGB), a quem está a ser negada a sua liberdade.
País, povo sofrido, que só se tornou uma “república”, satélite da URSS, em 1922, para, teoricamente adquirir independência em 1991, após o colapso (?) bolchevique.
Mais um país com fronteiras feitas a martelo, diferentes línguas, ucraniana e russa, uma região industrial que desenvolvida pela URSS e a área agrícola, onde os mesmos bolcheviques praticaram o que deve ser sido o maior genocídio de toda a história da humanidade, conhecido pelo genocídio de Holodomor.
Nem Mao, nem Hitler conseguiram dizimar tanta gente!
Não faz muito tempo. Foi no início dos anos trinta do século passado, e o povo, o que sobrou, não esqueceu, nem jamais pode esquecer, o assassinato consentido, determinado, de muitos milhões de ucranianos por ordem do soviete supremo, na altura sob a ferocidade do famigerado Iossif Vissarionovitch Djugashvili, o Stalin de triste, tristissima, asquerosa, memória.
Depois de lhes nacionalizarem as terras, roubado gado e máquinas, deixaram-nos morrer ou de fome porque lhes confiscaram até 90% dos alimentos que produziram, ou assassinados, fuzilados, enviados para a Sibéria, etc., não se sabe ao certo quantos, mas os historiadores calculam que tenham sido entre 4 a10 ou mais milhões. Além das duas ondas de expurgos (1929-1934 e 1936-1938) que resultaram na eliminação de quatro-quintos da elite cultural da Ucrânia.



Como é de se esperar, esta parte do povo ucraniano, e os ucranianos natos são 78% da população, não “engole” a Rússia, nem jamais vai aceitar de bom grado, uma vez mais, a pata do urso nas suas cabeças. Ao mesmo tempo há a população da parte oriental, de língua russa, sendo ucraniana – os russos são 17% da população total – que vive da indústria, da exploração de carvão, etc., e aceita a tutela. Um país dividido, onde jamais o bom entendimento vai acontecer.
Além de mais a Rússia não largará mão das suas bases navais no Mar Negro.
E como complicador  – ? – final, a principal igreja da Ucrânia é a Ortodoxa Ucraniana vinculada ao Patriarcado de Moscou, com 7.540 paróquias, mas só com 27% dos cristãos, e a segunda, Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Kiev, com 1.977 paróquias congregando 55% dos cristãos.
E todos sabem que quando a religião entra nestes problemas de cidadania, independência, etc., o seu peso é grande, porque a fé do povo tem muita força.
Assunto a acompanhar e, quem sabe, ver surgir mais um país na Europa.

Pergunta final: como é possível que ainda haja idiotas que se dizem, ou são, comunistas? Tais como as donas madamas e os donos do Brasil que financiam – pagam; pagam mesmo, não é empréstimo, e com dinheiro do povo brasileiro – um porto de mar em Cuba, vão lá para o inaugurar e beijar a mão ao fidelissimo!
Doença mortal e incurável.

29/01/2014


Nenhum comentário:

Postar um comentário