sexta-feira, 31 de janeiro de 2014




O axioma de Garrincha

e outros axiomas

Axioma vem do grego: o que merece, ou princípio evidente.
1.- Garrincha. Escreve hoje no jornal “O Globo” o jornalista Aydano André Mota um passagem sensacional da vida brasileira:
Entre as lendas do futebol brasileiro uma das mais famosas tem como cenário a preparação da seleção para a Copa de 1958. Vicente Feola, o técnico, treinava jogadas para a partida de estreia, contra a União Soviética, quando ocorreu uma pergunta de Garrincha, diante do trabalho minucioso, interrompido a todo o instante para correções nas posições de todos:”Mas a gente já combinou isso com os russos?” Na sua simplicidade quase inacreditável, o supercraque entendia que, para os lances sairem daquele jeito, os adversários teriam de se comportar da maneira que os reservas faziam na simulação artificial. Ou então, toda aquela ralação serviria para nada!
Grande Garrincha, a verdade da simplicidade a subir à tona!

2.- O tempo e o aquecimento. Se não é global, de certeza é tropical, mais detalhadamente carioca! Há um mês que estamos entre os 38 e 41°C - com sensação térmica que chega aos 53° - e as previsões são que vai continuar assim; o mar sentiu-se e de que maneira: mais de uma semana com água a 30° provocou um desastre jamais por aqui visto, com a mortandade de bilhões de algas. Veja a foto, tirada pelo satélite:

3.- Musée d’Orsay. Visita obrigatória para quem vai a Paris. Infelizmente há muitos anos que lá não vou, ali onde me deixava seduzir por peças indiscritveis. Uma delas, que nem sempre está exposta é Femme piquée par un serpent, de Auguste Clésinger (1814-1883), executada em 1847, de que o próprio Museu faz o seguinte comentário:



Este mármore foi, com os “Romanos em decadência” de Thomas Couture, a obra mais admirada do salão de 1847, sendo objeto dum duplo escândalo, artístico e mundano. Para esta imagem sugestiva de uma mulher nua, retorcendo-se sob a mordida da serpente simbólica enrolada em torno de seu pulso, Clesinger, como em testemunha da celulite da parte superior das coxas e transcrito em mármore, tinha usado uma moldagem direta sobre o corpo duma Demi-Mondaine, Apollonie Sabatier, (1822-1890). Musa de Baudelaire, beleza parisiense dona de um salão de beleza, que os amigos chamavam “A Presidente”, assim ofereceu um sucesso inesperado a Clesinger.
O uso direto da natureza para o molde de uma escultura foi violentamente contestado no século XIX, induzindo a falta de trabalho e probidade do artista. Clesinger mantinha cuidadosamente excelentes relações com Théophile Gautier, que orquestrou o escândalo. Para Delacroix, aquilo não se tratava mais do que um daguerreotype em escultura. Assim as formas generosas cujo realismo chocou o puritanismo do público da exposição, estão associados a elementos mais convencionais: rosto idealizado menos expressivo, uma base coberta de flores como o bronze de um pêndulo, “Femme piquée par un serpent” é o exemplo perfeito de ecletismo na escultura. Quanto ao motivo do corpo abandonado ele foi largamente retomado até ao fim do século.

4.- Viagens da madama. A dilminha quiz ir a Lisboa. Nada de mal. Mas fez às escondidas. Tudo de mal. E nós pagamos por uma noitinha da dilminha na suite presidencial no Ritz, mais do que eu recebo durante dois – 2 – anos de aposentadoria!
Mas ela sérinha diz que pagou o jantar dela. Ah! Bom. Melhorou. Mas agora imaginem se a esta Presidenta também lhe fizessem um molde em gesso! Onde será que ela esconderia o papázinho?????

5.- Presidente do Supremo Tribunal Federal. O ministro Joaquim Barbosa, hoje venerado e respeitado pelos brasileiros, foi de férias, pela Europa. Deu palestras e entrevistas, e por fim regressou ao Brasil. Veio num voo da TAM... em classe turística, descontraído, sem gravata. Um senhor. E o Comandante não quis perder a oportunidade de se fotografar ao seu lado.


Deus seja louvado. Ainda há gente boa.


31/01/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário