Nepal e o Mediterrâneo
1.- Nepal e o Boxe
Um
horror este terremoto no Nepal. Milhares de mortos, muito mais milhares de
feridos, milhares de casas e monumentos destruídos, a população com
dificuldades incríveis para ser socorrida, uma catástrofe imensa.
Famílias
que perderam tudo, casa, recheio, roupas, etc., e nada têm para comer!
Muitos
países correm para lá com equipas de socorro, alimentos, hospitais de campanha.
Pelas contas da Unesco são necessários uns US$ 500 milhões para socorrer e dar
de comer àquela população e reorganizar um pouco a vida.
Para
mim essa verba é quase inimaginável, mas quando sabemos que o número de
bilionários, pelo mundo, dobrou em cinco anos, e bilionários contam os seus dinheiros
aos bilhões, parecia fácil com um ou dois cheques desses açambarcadores
resolver-se o problema. Mas é o povo que contribui, um pouco de cada um, que
por vezes esse pouco de “um” pode até ser muito.
Paralelamente
vimos uma desmesurada propaganda na TV sobre o combate de boxe do século! Em
Las Vegas, é claro.
Só
para entrar no ringue um dos contendores recebeu 180 milhões de dólares e o
outro 120 milhões! E a organização gaba-se de que com a venda de ingressos
(entre 1,5 e 7,5 milhares de dólares cada) e mais a venda de imagem para as TVs
de todo o mundo e a publicidade, devem fazer mais 500 milhões. Um grande,
enorme, negócio para que se vejam homens à porrada!
Escândalo!
Vergonha! Podiam ir para a Síria ou Líbia. Bestialidade é a mesma!
Só
para que dois brutos se esmurrem e um monte de carniceiros pague para ver a
bestialidade humana no seu melhor, gasta-se o dobro do que seria necessário
para resolver o problema da alimentação dos flagelados e reconstrução do Nepal.
É
nestas alturas que eu tenho vergonha de ter aparecido na Terra como humano.
Preferia ter reencarnado como barata, rato, qualquer coisa que não me
envergonhasse.
O
contraste é tão grande, violento, que mostra bem como os homens perdem o senso
da ética e que a palavra humanidade não tem qualquer valor nem significado.
1.- O Mediterrâneo e o Negócio dos Refugiados
Todos
os dias milhares de.. ia a dizer de fugitivos da fome e da guerra, morrem
estupida e covardemente na tentativa de chegarem à Europa, o sonhado, e falso, Eldorado.
Mas...
serão todos, mesmo todos, desgraçados?
Não
dá para acreditar.
A
partir da Líbia, o embarque é feito sob o controle dos jihadistas, e só embarca
quem lhes tiver pago alguns milhares de Euros, ou para eles tenha trabalhado,
como escravo, até 4 e 5 anos como alguns já o afirmaram.
Uma
boa parte deles são mesmo os tais desgraçados que fogem à fome e guerra, mas
outra boa percentagem será de terroristas que se estão a infiltrar na Europa
para depois espalharem ainda mais o terror e a guerrilha, porque o EI não
desiste, e sabe muito bem como alcançar o que se propõe.
É
evidente que à chegada, sobretudo na Itália, é extremamente difícil fazer a
triagem do quem é quem. Pior ainda àqueles que chegam à Grécia atravessando a
fronteira a pé.
O
que se pode ter a certeza é de várias coisas:
-
os jihadistas estão a receber diariamente milhões de dólares dos que procuram alcançar
a Europa;
-
no meio desses, uma percentagem, desconhecida, será de guerrilheiros treinados;
-
a Europa não tem meios de albergar toda a gente que chega;
-
pior ainda, não tem capacidade nem meios para distinguir os que procuram paz,
comida e trabalho, dos que vão para aguardar ordens para o terror;
-
a Europa não é responsável pela loucura do avanço da jihad, nem das guerras no
Sudão, etc. (Falaremos disto noutra ocasião!);
-
alguém, além dos jihadistas está a lucrar muito com este monstruoso crime,
vendendo barcos infláveis, motores outboard,
e armas, muitas armas, aos selvagens fundamentalistas, quer seja no Iraque,
Líbia Nigéria, etc.
Vêm-se
artigos nos jornais “perguntando” porque não se vão refugiar em países
muçulmanos e ricos como os árabes! É piada de jornalista. Nos árabes não entram
de jeito maneira.
Ainda
há dias, cinco contrabandistas foram degolados na Arábia Saudita, e o mundo...
valou. Só fala nos condenados ao fuzilamento na Indonésia!
Fogem
desgraçados da Nigéria, o maior produtor de petróleo de toda a África... e
também estão a sair do Brasil o país do eldorado do ex-famoso pré-sal!
Onde
estão os refugiados da Síria e do Iraque? A maioria, e há muitos anos, no
Líbano. Por exceção muitos também na Jordânia.
Quem
cuida dessa gente? O Crescente Vermelho ou a Cruz Vermelha?
Onde
estão as fontes do dinheiro barato, pelo menos até agora? Nos trabalhadores da
Europa ou nos poços de petróleo dos sultões, emires, e outros podres de grana?
De
tudo isto algumas conclusões:
-
a cristandade, espalhada pelo mundo, o que tem feito para ajudar os perseguidos
e em vias de extinção cristãos siríacos, católicos, coptas, etc. na Síria,
Iraque e outros países? Nada ou quase nada.
-
os países árabes, das riquezas inesgotáveis e dos príncipes muçulmanos que
gastam, em seus países, fortunas em noitadas de orgias, prostitutas e álcool,
porque não acolhem os seus correligionários de religião?
-
o que pode fazer a Europa para interromper este fluxo assassino que sai,
sobretudo da Líbia? Bloquear os mares da Líbia, como fizeram os ingleses a
Lisboa no século XVIII? Difícil, dizem os “politicamente corretos”, porque
iriam entrar em águas territoriais de outro país sem que este o tenha
solicitado! Que piada besta! Alguma vez se pede licença para começar uma guerra
ou para tentar acabar como uma carnificina?
Repetindo
o que acima já disse: porque eu não nasci minhoca, cágado ou urubu?
02/05/2015
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