Lembrando a chegada da
frota comandada por Pedro Álvares Cabral
ao território onde hoje se localiza o Brasil: 22 de abril de 1500
"Pátria-Mãe!"
pelo General
Exército Paulo Cesar de CASTRO,
(último Chefe do DEP, atual DECEX (Departamento
de Educação e Cultura do Exército), e Acadêmico da AHIMTB - Academia de História
Militar Terrestre do Brasil.)
"Quando, triste e envergonhado,
leio a mentira divulgada em textos revisionistas... quando, feliz e orgulhoso,
associo-me às comemorações da data magna de Portugal, ainda que dela nenhuma
referência tenha encontrado na imprensa brasileira, brado com
emoção..."
...Obrigado, Portugal, Pátria-Mãe do meu
Brasil!
Obrigado porque teus descobridores
partiram da ocidental praia lusitana e, por mares nunca d'antes navegados,
foram bem além do Bojador, além da dor, e descobriram para o mundo a terra onde
eu nasci.
Obrigado por teres batizado esta parte
do Novo Mundo de Terra de Santa Cruz, e que se fez conhecida como Brasil. Nas
velas enfunadas da esquadra de Pedro Álvares Cabral, teus navegadores, a cruz e
a espada lado a lado, revelaram-nos e marcaram-nos para sempre com a Cruz da
Ordem de Cristo. E, de imediato, mandou o Descobridor celebrar missa em louvor
a Nosso Senhor Jesus Cristo, fazendo do Brasil a Nação cristã da qual e do que
todos nos orgulhamos. Obrigado pelo cristianismo!
Obrigado pela última flor do Lácio,
inculta e bela! Porque tu, Portugal, nos colonizaste, herdamos o idioma que
Luiz Vaz de Camões e Fernando Pessoa imortalizaram. Obrigado, pois que, assim,
permitiste que na tua língua latina se imortalizassem Machado de Assis, Castro
Alves, Olavo Bilac, Rui Barbosa, Gustavo Barroso e outros patrícios que bem a
esgrimiram. Graças ao teu Português, ao nosso Português, os cento e noventa
milhões de brasileiros se expressam e se entendem, emprestando unidade exemplar
à Nação. É por meio do idioma de nossos antepassados luso-brasileiros que se
entendem o caboclo da Amazônia e o capoeirista da Bahia, o jangadeiro
nordestino e o empresário paulista, o gaúcho dos pampas e o seringueiro do
Acre, o sambista carioca e o boiadeiro do pantanal, o seresteiro das Minas
Gerais e o índio de todas as tribos. Obrigado pelo idioma que nos une e nos faz
Nação!
Obrigado pelo território que nos
legaste! Obrigado pela audácia, bravura, coragem, empreendedorismo e
despojamento dos teus e dos nossos bandeirantes e entradistas que ousaram
transpor Tordesilhas. Povoados e vilas, rios e campos, riquezas e ciência, tudo
legaram em função da obra desbravadora que tanto enriquece nossa História.
Pelas mãos daqueles bravos e dos homens do litoral a Pátria foi sendo desbravada,
demarcada e construída. Obrigado pelo território, magistralmente defendido por
teus diplomatas, cuja obra tornou-se imortal nos teus tratados com Espanha,
entre os quais sobressai o de Madrid. Obrigado pela terra que nos legaste.
Obrigado por esta mesma terra que para
nós demarcaste e defendeste, semeando marcos, padrões e fortificações. Aí estão
os fortes e fortalezas das Baías de Guanabara e de Todos os Santos. Aí estão as
fortificações em todo o litoral, como, por exemplo, as do Recife, de Natal e
Belém. Aí estão, sobretudo, provas da obstinação e da capacidade de teus
engenheiros em Príncipe da Beira e em Coimbra. Obrigado, pois, pela riqueza
histórica e cultural que, por meio tuas obras defensivas, tu nos presenteaste.
Obrigado pela coragem e bravura, pelo
espírito combativo e destemido com que tu, Portugal, lideraste lusos e
brasileiros nas lutas contra o invasor francês, no Rio de Janeiro e no
Maranhão. Assim também nos combates contra o ousado invasor holandês, na Bahia,
em Pernambuco e em outras praias do Nordeste. Da mesma forma, com determinação,
comandaste os teus e os nossos nas pelejas contra os ingleses na calha
amazônica.
Obrigado pela integridade do patrimônio
territorial, afirmada e confirmada pela transmigração de tua Corte para o Rio
de Janeiro, o que fez do monarca português o único rei europeu a visitar e a
viver no Novo Mundo. Não fora a sábia e oportuna decisão tomada pelo Príncipe
Regente, quem sabe como teríamos nosso País, quase metade da América do Sul, do
qual desfrutamos em pleno Século XXI? Obrigado pelo legado da permanência da
Corte no Brasil, de que são exemplos o Jardim Botânico e a Academia Militar das
Agulhas Negras, o Banco do Brasil e o Arquivo Histórico do Exército, a Justiça
Militar, a Polícia Militar do Rio de Janeiro e o Corpo de Fuzileiros Navais,
exemplos lembrados a esmo entre tantos outros que bem poderiam ter sido
recordados. Obrigado pela integridade do território.
Obrigado pela independência, proclamada
pelo teu Pedro IV, que, em momento de magnífica lucidez e de amor ao Brasil, D.
João VI deixou-nos como Príncipe Regente. Fizemo-nos independentes de ti, mas o
sangue lusitano organizou o Império do Brasil e nos governou até a Regência.
Não se pode esquecer que, também nas veias e artérias do brasileiro D. Pedro II
corria o sangue de Portugal, filho de teu Rei D. Pedro IV. Obrigado pela voz
que bradou "Independência ou Morte!".
Obrigado pelo verde e pelo amarelo,
nossas cores nacionais desde o Império e que perpetuaram, em nosso pavilhão, as
cores das dinastias de Bragança e dos Habsburgos. Nelas, hoje e no mundo
inteiro, encontramos nossa identidade e por elas somos prontamente
reconhecidos. São cores que fazem bater mais forte o coração do brasileiro.
Elas estão em nossos quartéis, belonaves, aeronaves, edifícios públicos,
estádios, legações e trajes desportivos. Obrigado aos da Casa de Bragança e aos
da Casa dos Habsburgos por nossas cores nacionais.
Obrigado pelo jeito brasileiro de ser,
tão marcado pela miscigenação adotada e praticada pelo colonizador. Porque os
teus se miscigenaram, não somos racistas. Ao contrário, abominamos os que nos
querem fazer ver e pensar de outra forma. Não fossem os teus e não teríamos as
decantadas mulatas que tanto nos orgulham e que encantam platéias quando evoluem
ao som de samba e do frevo, do maracatu e do boi bumbá.
Obrigado pelo legado artístico que hoje
exibimos em nossas igrejas. São, os próprios templos, admiráveis obras de arte,
com seus riquíssimos acervos em imagens, objetos de ouro e prata, pinturas e
esculturas. Obrigado pelo que nos ensinaste e deixaste em arte sacra.
Obrigado pelo que nos ofereceste quando
comemoramos, em 1972, o sesquicentenário de nossa independência. Deste-nos o
corpo do próprio D. Pedro I, hoje guardado em venerável repouso no Monumento do
Ipiranga, às margens do mesmo riacho no qual proclamou-nos Nação livre e
soberana. Obrigado por deixá-lo repousar em terras brasílicas.
Obrigado pelos costumes, valores e
tradições que nos fazem parte inconfundível da civilização ocidental. À tua
predominante cultura somaram-se contribuições italianas e indígenas, espanholas
e africanas, finlandesas e alemãs, japonesas e coreanas, holandesas e russas,
todas artífices da cultura brasileira, perfeitamente integrada e identificada à
do Ocidente. Obrigado por nos ter aberto as portas do Ocidente cristão.
Obrigado por tudo, Portugal! Obrigado,
Pátria-Mãe!
General-de-Exército Paulo Cesar de
Castro
ResponderExcluirSerá uma voz a pregar no deserto?
Quase. Mas vê-se que é um homem valente, correto e que não tem medo do "politicamente...
ExcluirMerece o meu aplauso