Os Impérios e a República no Brasil
Há,
caminhando e destruindo-se por todo este planeta, um animal estranho, bizarro,
mau, incurável, ganancioso e... estúpido! A esse conjunto de seres heteróclitos,
convencionou-se chamar humanos!
E
quando, hoje, somando cerca de sete bilhões sobre a Terra, sabendo-se que
somente oitenta e cinco deles acumulam uma fortuna igual a metade da população
mundial, não há necessidade de dizer ao mais ignorante que está tudo errado.
Mas
não é de agora. É de sempre, só que piora com o tempo e em progressão quase
logarítmica.
E
sempre a ganância e o ego a dominar.
Portugal,
pequenino, deu novos mundos ao mundo
e, de repente chegou a ser o centro de distribuição das riquezas que vinham da
Índia, do Oriente. Os navios, as naus, carregavam pouco, porque eram só de 400
toneladas. A ganância cresceu e, contra a opinião dos grandes mestres
construtores começaram a construir-se naus de 800 e 900 toneladas, que
embarcavam, para a Índia, entre 700 a 800 soldados. Tanta gente, tanto tempo de
mar e climas “doentios” o desastre era evidente: morriam quase metade, e os que
chegavam. acabam muitos também, por agonizar em terra. Mas o regresso era pior.
Além da carga comercial, carregavam essas naus com tudo que se possa imaginar:
caixas e mais caixas com roupas, louças e inúmeras outras coisas, e tantas eram
que por vezes, amontoadas nos convéses chegavam a ficar com mais altura do que
o Castelo de Popa. As embarcações levavam muita pancada pelo mar, abriam água,
jogava-se tudo borda fora, e assim mesmo, em 1591 e 92, das vinte e duas que
saíram da Índia só duas chegaram a Lisboa!
Gente
idiota.
Surge
a Monarquia no Brasil e, quando em Portugal, segundo Pedro Calmon, para fazer
um conde demorava quinhentos anos, no Brasil eram só quinhentos contos!
De
1815 a 1899 foram distribuídos, aliás vendidos, 1400 títulos de nobreza a
fazendeiros, militares, comerciantes, traficantes de escravos, etc. Só entre
1888 e o fim na Monarquia, em 1889, foram 155!
E
veio a República; mas continuavam a existir idiotas que queriam títulos de
nobreza. A República não os dava já, mas Portugal continuou a “exportá-los”, e a
seguir um novo filão foi descoberto e os títulos fluíam com mais facilidade:
compravam-se ao Vaticano mediante pagamento a uma obra da Igreja. E apareceram
mais condes e viscondes...
Gente
idiota.
A
República andou aos tombos muitos anos, o país cheio de guerras civis, até que
Getúlio Vargas veio dar um pouco de paz, com a sua mão de ferro, a sua ditadura.
E o país começou a crescer com mais segurança.
Acaba
Getúlio e volta a democracia. Constroi-se Brasília a um custo exorbitante e
endividamento paralelo, entra Janio Quadros que se julga capaz de blefar com o
povo que o ignora, deixando o país na mão de pseudo esquerdistas, gananciosos
pelo poder.
E
é Jango que, incapaz de governar, liderar, se deixa arrastar para o desastre
dos extremistas que orientados pelos sovietes, começam a desestabilizar todos
os setores da vida nacional: indústria e sobretudo as Forças Armadas,
permitindo-se que cabos e sargentos dessem ordens a generais e almirantes.
Gente
mal intencionada.
Não
durou muito. Os generais deram-lhes o fora, e instalou-se um governo duro, duro
demais, porque a sovietização caminhava com força e poder. Os generais não são
para governar, mais ainda os desse tempo que só aprendiam como lutar, guerrear,
e foi assim que conduziram o país durante vinte anos. Não havia necessidade de
terem feito tanta repressão. Dizem que nesses vinte anos morreram, alguns torturados,
400 indivíduos (incluindo os mortos pelos “terroristas?”).
Gente
dura!
Daqui
a pouco o atual des-governo vai celebrar os cinquenta anos do “fim da
democracia” e a entrada da ditadura, e os trinta do fim desta, enchendo o país
de elogios a terroristas, distorcendo a história, sonegando os crimes que os
revoltosos cometeram, entre os quais assassinatos de colegas que se queriam
retirar da luta!
Um dos que deve ser quase
santificado, e elevado a herói nacional será Carlos Marighella que
escreveu o Mini-Manual do
Guerrilheiro Urbano, ainda hoje usado em todo o mundo, e que foi
traduzido em inúmeras línguas e continua em inúmeros mortos. Estranho que
Marighella, comunista de carteirinha desde os dezoito anos, morre aos
cinquenta, segundo se diz emboscado pelas forças do governo, mas só depois de
se ter desligado do Partido Comunista.
Filmes,
livros, programas de tv, vão inundar o mercado enaltecendo esses comunistas que
tentaram destruir o país, e a corja que hoje se apoderou dele e o tem saqueado.
Estes conhecem o Manual de cor, mas
transformaram a Guerrilha Urbana em
algo muito mais proveitoso: o saque generalizado, a impunidade, as prisões de
mentirinha para os condenados e a perpetuação no poder e no acesso irrestrito
aos bens públicos.
É
com estas “festividades” que vai fazer a cabeça dos “ocos votantes”.
Gente
maldosa e gananciosa.
Também
vão esquecer-se de dizer que o maior crescimento do Brasil se deu durante a
gestão militar, e que tanto com o “louvado” João Goulart, o Jango, quanto com o
des-governo do PT foram os piores da história. Pelo quadro abaixo vê-se bem o
desastre da gestão pré ditadura de 1961 a 1964, em 1990 a estupidez do playboy
chamado Collor e desde 2002 o atual.
Gente
mentirosa.
Compreende-se
melhor o clima de 1964 com a leitura deste documento:
Ministério da Guerra
Estado-Maior do Exército
Rio, 20 de março de 1964
Do Gen. Exército Humberto de Alencar Castello Branco, Chefe do
Estado-Maior do Exército
Aos Exmos Generais e
demais militares do Estado-Maior do Exército e das organizações subordinadas
Compreendendo a intranqüilidade e as indagações de meus
subordinados nos dias subseqüentes ao comício de 13 do corrente mês. Sei que
não se expressam somente no Estado-Maior do Exército e nos setores que lhe são
dependentes, mas também na tropa, nas demais organizações e nas duas outras
corporações militares. Delas participo e elas já foram motivo de uma
conferência minha com o Excelentíssimo Senhor Ministro da Guerra.
São evidentes duas ameaças: o advento de uma constituinte como
caminho para a consecução das reformas de base e o desencadeamento em maior
escala de agitações generalizadas do ilegal poder do CGT. As Forças Armadas são
invocadas em apoio a tais propósitos.
Para o entendimento do assunto, há necessidade de algumas considerações
preliminares.
Os meios militares nacionais e permanentes não são propriamente
para defender programas de Governo, muito menos a sua propaganda, mas para
garantir os poderes constitucionais, o seu funcionamento e a aplicação da lei.
Não estão instituídos para declararem solidariedade a este ou
àquele poder. Se lhes fosse permitida a faculdade de solidarizarem-se com
programas, movimentos políticos ou detentores de altos cargos, haveria,
necessariamente, o direito de também se oporem a uns e a outros.
Relativamente à doutrina que admite o seu emprego como força de
pressão contra um dos poderes, é lógico que também seria admissível voltá-la
contra qualquer um deles.
Não sendo milícia, as Forças Armadas não são armas para
empreendimentos anti-democráticos. Destinam-se a garantir os poderes
constitucionais e a sua coexistência.
A ambicionada constituinte é um objetivo revolucionário pela
violência com o fechamento do atual Congresso e a instituição de uma ditadura.
A insurreição é um recurso legítimo de um povo. Pode-se perguntar:
o povo brasileiro está pedindo ditadura militar ou civil e constituinte? Parece
que ainda não.
Entrarem as Forças Armadas numa revolução para entregar o Brasil a
um grupo que quer dominá-lo para mandar e desmandar e mesmo para gozar o poder?
Para garantir a plenitude do grupamento pseudo-sindical, cuja cúpula vive na
agitação subversiva cada vez mais onerosa aos cofres públicos? Para talvez
submeter à Nação ao comunismo de Moscou? Isto, sim, é que seria anti-pátria,
anti-nação e anti-povo.
Não. As Forças Armadas não podem atraiçoar o Brasil. Defender
privilégios de classes ricas está na mesma linha anti-democrática de servir a
ditaduras fascistas ou síndico-comunistas.
O CGT anuncia que vai promover a paralisação do País no quadro do
esquema revolucionário. Estará configurada provavelmente uma calamidade
pública. E há quem deseje que as Forças Armadas fiquem omissas ou caudatárias
do comando da subversão.
Parece que nem uma coisa nem outra. E, sim, garantir a aplicação
da lei, que não permite, por ilegal, movimento de tamanha gravidade para a vida
da nação.
Tratei da situação política somente para caracterizar a nossa
conduta militar. Os quadros das Forças Armadas têm tido um comportamento, além
de legal, de elevada compreensão em face das dificuldades e desvios próprios do
estágio atual da evolução do Brasil. E mantidos, como é de seu dever, fieis à
vida profissional, à sua destinação e com continuado respeito a seus chefes e à
autoridade do Presidente da República.
É preciso aí perseverar, sempre "dentro dos limites da
lei". Estar prontos para a defesa da legalidade, a saber, pelo
funcionamento integral dos três Poderes constitucionais e pela aplicação das
leis, inclusive as que asseguram o processo eleitoral, e contra a revolução
para a ditadura e a Constituinte, contra a calamidade pública, a ser promovida
pelo CGT, e contra o desvirtuamento do papel histórico das Forças Armadas. O
Excelentíssimo Senhor Ministro da Guerra tem declarado que assegurará o
respeito ao Congresso, às eleições e à posse do candidato eleito. E já declarou
também que não haverá documentos dos ministros militares de pressão sobre o
Congresso Nacional.
É o que eu tenho a dizer em consideração à intranqüilidade e
indagações oriundas da atual situação política e a respeito da decorrente
conduta militar.
General-de-Exército Humberto de Alencar Castelo Branco, Chefe do
Estado-Maior do Exército”.
25/02/2014