terça-feira, 5 de novembro de 2013



Descansando as meninges


Vamos “brincar” mais um pouco com a origem das palavras. Mesmo que se perca um pouco de tempo, parece que vale a pena.
GRAVATA - A origem da palavra é francesa: cravate, uma corruptela do nome croate. Os Luises XIII e XIV tinham uma guarda pessoal dos Royale Croate, um regimento de cavalaria composto por mercenários croatas. Seu uniforme era composto por uma cinta de pano vermelho enrolada no pescoço, que passou a ser chamada de croate pelos franceses. Origem eslava Hravt.
TRABALHAR – Do latim tripaliare, “torturar com tripaliu”, sendo tripaliu um instrumento de tortura formado por três pés, usado para os cavalos que não se deixavam ferrar. (Uma tortura... trabalhar, ainda hoje).
POLICIA – De politia, administração pública. Do grego politeia, arte de governar a cidade. De polis.
(Exemplo máximo disto é a polícia no Brasil!)
EL –Do latim ille, que deu, por exemplo El-Rei
ELE – Idem.
ELITE – Do francês élite, do latim eligere, escolher, selecionar, apartar.
ETIQUETA – Do francês étiquette, antigo estiquier recebido do holandes e alemão stiken. Ligar, prender, mais tarde, por exemplo “memória com a lista das testemunhas” ou “pequena indicação escrita colocada nos objetos para os reconhecer” e ainda “cerimonial da corte” onde as etiquetas tinham que estar em determinada ordem.
SUCATA – Do árabe sucaTâ, o que cai ou sai de qualquer coisa; objecto sem valor.

E um pouco de história da música.

Em 1741 houve uma fome terrível na Irlanda, enchendo as ruas de Dublin com doentes. As enfermarias do Charitable Infirmary no Inns Quay and Mercer’s Hospital não podiam receber mais pacientes. Dinheiro era necessário, com urgência.
Um magnifico Music Hall acabara de ser aberto pela Charity Musical Society, e esta sociedade lembrou-se de convidar o grande músico Georges Frideric Handel (1685-1759) para dar uns concertos com fins caritativos.




Apesar das grandes obras já conhecidas, os seus últimos Oratorios, Saul, Israel in Egypt e L'Allegro, Il Penseroso e Il Moderato, tocados em Londres, tinham feito pouco sucesso e ele atravessava graves dificuldades financeiras. Além disso estava a trabalhar num outro Oratório, o Messias, composto com passagens selecionadas das Escrituras pelo seu amigo Charles Jennens. Handel preferiu apresentar este novo trabalho a outra audiência que não fosse à dos críticos de Londres, e aceitou o convite para ir a Dublin.
Inaugurou com a nova obra, Messias, que foi um estrondoso sucesso, e tocou ainda outras, como L’allegro, que foi igualmente muito bem recebida.
Escreveu dali a seu amigo Jennens:
“A música soa deliciosamente nesta encantadora sala... Eu executei no meu órgão com sucesso mais do que o habitual. Não consigo expressar suficientemente o tratamento gentil que recebo aqui; mas a delicadeza desta generosa nação não pode ser desconhecido por você.”
Dois anos depois regressa a Londres, onde o êxito dos seus concertos o haviam precedido, e a partir daí a crítica foi-lhe sempre favorável. Compôs ainda uma grande quantidade de obras que hoje são consideradas sublimes, entre elas a Fireworks Music, uma suíte orquestral. Finalmente suas finanças se estabilizaram.



05/11/2013

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