sexta-feira, 29 de novembro de 2013



PRAZERES DA MELHOR IDADE ?

de RUI CASTRO

A voz em Congonhas (Aeroporto em São Paulo) anunciou: "Clientes com necessidades especiais, crianças de colo, melhor idade, gestantes e portadores do cartão tal terão preferência etc.".
Num rápido exercício intelectual, concluí que, não tendo necessidades especiais, nem sendo criança de colo, gestante ou portador do dito cartão, só me restava a "melhor idade" - algo entre os 60 anos e a morte.
Para os que ainda não chegaram a ela, "melhor idade" é quando você pensa duas vezes antes de se abaixar para pegar o lápis que deixou cair e, se ninguém estiver olhando, chuta-o para debaixo da mesa.
Ou, tendo atravessado a rua fora da faixa, arrepende-se no meio do caminho porque o sinal abriu e agora terá de correr para salvar a vida. Ou quando o singelo ato de dar o laço no pé esquerdo do sapato equivale, segundo o João Ubaldo Ribeiro, a uma modalidade olímpica.
Privilégios da "melhor idade" são o ressecamento da pele, a osteoporose, as placas de gordura no coração, a pressão lembrando placar de basquete americano, a falência dos neurônios, as baixas de visão e audição, a falta de ar, a queda de cabelo, a tendência à obesidade e as disfunções sexuais.
Ou seja, nós, da "melhor idade", estamos com tudo, e os demais podem ir lamber sabão.
Outra característica da "melhor idade" é a disponibilidade de seus membros para tomar as montanhas de Rivotril, Lexotan e Frontal que seus médicos lhes receitam e depois não conseguem retirar.
Outro dia, bem cedo, um jovem casal cruzou comigo no Leblon. Talvez vendo em mim um pterodáctilo da clássica boemia carioca, o rapaz perguntou: "Voltando da farra, Ruy?". Respondi, eufórico: "Que nada! Estou voltando da farmácia!".
E esta, de fato, é uma grande vantagem da "melhor idade": você extrai prazer de qualquer lugar a que ainda consiga ir.
Primeiro, a aposentadoria é pouca e você tem que continuar a trabalhar para melhorar as coisas. Depois vem a condução.
Você fica exposto no ponto do ônibus com o braço levantado esperando que algum motorista de ônibus te dê uns 60 anos.
Olha... a analise dele é rápida. Leva uns 20 metros e, quando pára, tem a discussão se você tem mais de 60 ou não.
No outro dia entrei no ônibus e fui dizendo:
- "Sou deficiente".
O motorista me olhou de cima em baixo e perguntou:
- "Que deficiência você tem?"
- "Sou broxa!"
Ele deu uma gargalhada e eu entrei.
Logo apareceu alguém para me indicar um remédio. Algumas mulheres curiosas ficaram me olhando e rindo...
Eu disse bem baixinho para uma delas:
- "Uma mentirinha que me economizou R$ 3,00, não fica triste não"
Bem... fui até a pedra do Arpoador ver o por do sol.
Subi na pedra e pensei em cumprir a frase. Logicamente velho tem mais dificuldade.
Querem saber? Primeiro, tem sempre alguém que quer te ajudar a subir: "Dá a mão aqui, senhor!!!"
Hum, dá a mão é o cacete, penso, mas o que sai é um risinho meio sem graça.
Sentar na pedra e olhar a paisagem.
É, mas a pedra é dura e velho já perdeu a bunda e quando senta sente os ossos em cima da pedra, o que me faz ter que trocar de posição a toda hora.
Para ver a paisagem não pode deixar de levar os óculos se não, nada vê.
Resolvo ficar de pé para economizar os ossos da bunda e logo passa um idiota e diz:
- "O senhor está muito na beira pode ter uma tontura e cair."
Resmungo entre dentes: ..... "só se cair em cima da sua mãe"... mas, dou um risinho e digo que esta tudo bem.
Esta titica deste sol esta demorando a descer, então eu é que vou descer, meus pés já estão doendo e o sol nada.
Vou pensando - enquanto desço e o sol não - "Volto de metrô, é mais rápido..."
Já no metrô, me encaminho para a roleta dos idosos, e lá está um puto de um guarda que fez curso, sei eu em que faculdade, que tem um olho crítico que consegue saber a idade de todo mundo.
Olha sério para mim, segura a roleta e diz:
- "O senhor não tem 65 anos, tem que pagar a passagem."
A esta altura do campeonato eu já me sinto com 90, mas quando ele me reconhece mais moço, me irrompe um fio de alegria e vou todo serelepe comprar o ingresso.
Com os pés doendo fico em pé, já nem lembro do sol, se baixou ou não, dane-se. Só quero chegar em casa e tirar os sapatos...
Lá estou eu mergulhado em meus profundos pensamentos, uma ligeira dor de barriga se aconchega... Durante o trajeto não fui suficientemente rápido para sentar nos lugares que esvaziavam...
Desisti... lá pelo centro da cidade, eu me segurando, dei de olhos com uma menina de uns 25 anos que me encarava... Me senti o máximo.
Me aprumei todo, estufei o peito, fiz força no braço para o bíceps crescer e a pelanca ficar mais rígida, fiquei uns 3 dias mais jovem.
Quando já contente, pelo menos com o flerte, ela ameaçou falar alguma coisa, meu coração palpitou.
É agora...
Joguei um olhar 32 (aquele olhar de Zé Bonitinho) ela pegou na minha mão e disse:
- "O senhor não quer sentar? Me parece tão cansado?"

Melhor Idade??? Melhor idade é a puta que o pariu...


Mau humor
(O AMOR)
Ruy Castro

Algumas mulheres permanecem na memória de um homem, mesmo que ele as tenha visto por um único segundo, atravessando a rua. (Rudyard Kipling)

Nunca tenha filhos. Só netos. (Gore Vidal)

Algumas pessoas têm aquele rosto que, depois de visto, nunca mais é lembrado. (Oscar Wilde)

Cuidado com o homem que não devolve a bofetada: ele não a perdoou, nem permitiu que você se perdoasse. (George Bernard Shaw)

Sexo é bom. Mas o poder é melhor. (Jiang Qing)

A proteção mais infalível contra a tentação é a covardia. (Mark Twain)

A virgindade é curável, se detectada cedo. (Henny Youngman)

Algumas mulheres se acham tão lindas que, quando se olham no espelho, não se reconhecem. (Millôr Fernandes)

Quem tem mulher bonita, que vá enviuvar em Belo Horizonte. Mas nunca deixar uma viúva em Ipanema ou no Leblon. (Antonio Maria)

O zangão é a prova de que o golpe-do-baú sai caro. (Fernando Pessoa Ferreira)

O problema das crianças é que elas não são descartáveis. (Quentin Crisp)

A vida é dura. Os homens não gostarão de você se você não for bonita - e as mulheres não gostarão de você se você for. (Agatha Christie)

Não se ama duas vezes a mesma mulher. (Machado de Assis)

A melhor maneira de segurar os filhos em casa é fazer do lar um lugar agradável — e esvaziar os pneus do carro. (Dorothy Parker)

Sou judia. Não faço ginástica. Se Deus quisesse que fizéssemos flexões, espalharia diamantes pelo chão. (Joan Rivers)

Todo homem tem o direito de ser imbecil por conta própria. (Ivan Lessa)

Quando se tem vinte anos, a gente vive querendo saber quem transa com as garotas de vinte. Aos trinta, descobre. (Ziraldo)

Pode-se ver um monte de sujeitos inteligentes com mulheres burras, mas você dificilmente verá uma mulher inteligente com um sujeito burro. (Erica Jong)

Não confio em produto local. Sempre que viajo levo meu uísque e minha mulher. (Fernando Sabino)

Depois de quatro drinques, meu marido se torna um chato. E, depois do quinto, eu desmaio. (Joan Rivers)

As frases acima foram coletadas, traduzidas e editadas por
 Ruy Castro.Constam do livro "O Amor de Mau Humor", Companhia das Letras - São Paulo, 1991, págs. diversas.

Ruy Castro é jornalista e escritor que podem encontrar no Facebook.


terça-feira, 26 de novembro de 2013



Dia de Zumbi ou Dia de Racismo ?

20 de Novembro, o Brasil tem mais feriado: o Dia da Consciência Negra!
Talvez para que os negros saibam que são negros, os brancos, brancos, e os resultado de cruzamentos que são... gente! O que significa esta comemoração? Creio que ninguém sabe exatamente o que é, mas arranjou-se um mito, meio falso, para enaltecer a população descendente de africanos, e os seu “inventores” tentarem apanhar mais uns votitos.
Criaram-se quotas para as universidades, agora discute-se se se devem reservar quotas para congressistas, abriram-se delegacias de polícia para que qualquer indíviduo mais ou menos escuro se possa queixar de alguém mais ou menos claro que o terá chamado de “neguinho” ou “negão” e tomaram-se outras atitudes, simplistas, bestas, sem que alguém se lembre de olhar e enfrentar a realidade com coragem.
É evidente que os negros ou mestiços no Brasil sofrem mais do que os brancos. Porquê? Porque o ensino para as classes menos desfavorecidas é simplesmente abaixo de lamentável. E como o pobre não tem dinheiro para pôr os filhos em colégos particulares, vai ficar – eternamente? – em situação de desfavor perante a classe mais abastada.
Depois criam-se sofismas para “proteger” os tais escuros, sem jamais se resolver encarar e resolver o problema de base.
Homenageia-se no Dia da Consciência Negra um personagem lendário, Zumbi dos Palmares, de que já muito falei, e escrevi, desde pelo menos o ano 2000, e que serve de bandeira para os que não têm capacidade, ou não querem resolver o problema de raiz.
Depois vêm outros mentecaptos insistir, martelar no tema de que o Brasil é país racista. Racista é a mãe deles. E eles. Hoje o homem mais querido e admirado neste país é o juiz do Supremo, Joaquim Barbosa. Preto como um tição, homem culto, valente, como poucos. E podíamos também falar no rei Pelé, Pixinguinha e tantos outros. Mas para que? Os puxa-sacos vão sempre argumentar com respostas idiotas, como: “Ah! Mas isso são esses!”  Esses quem? Os homens ou as suas peles?
Racismo existe desde... desde há muitos milhares de anos. Sim, desde há milhares de anos, muito antes das descrições dos gregos sobre homens de uma perna só e um olho no peito que viveriam na África para “lá” do deserto!
Os europeus são considerados arianos, ou indo-europeus, povo que se estabeleceu no planalto iraniano desde o final do terceiro milénio a.C. e povoou a Península da Índia por volta de 1500 a.C. A sua cultura ficou particularmente expressa nos Vedas e, principalmente, no Rig Veda, considerado como o mais antigo. Por extensão, a designação "arianos" passou a referir-se a vários povos originários das estepes da Ásia Central - os Indo-europeus - que se espalharam pela Europa e pelas regiões já referidas, a partir do final do neolítico. O termo designa ainda os descendentes dos indo-europeus que fundaram a civilização indiana, subjugando as populações locais, dando origem ao sistema de castas e, mais especificamente, às castas dominantes dos brâmanes, xátrias (militares) e vaixás (comerciantes).
Infelizmente o nazismo deu ao termo “ariano” uma conotação profundamente racista, inclusive não considerando os ciganos como arianos, que são talvez o grupo mais antigo que representa este povo.
São passados milhares de anos, 3 a 4.000, e vemos que já nessa altura os tais “arianos” subjugaram as populações autoctones da Índia. Quem eram estes? Ninguém sabe, e hoje, como é habitual, especula-se com os “povos indígenas”, os menos favorecidos, e assim na Índia haveria, ou há, milhares de etnias.
Mas... também há na Índia uma deusa negra: Kali! Do sânscrito Kālī, que significa, literalmente, "A Negra", e de onde vem o nome da cidade Calcutá – Kalighat ­– a cidade de Kali.

É uma das divindades mais respeitadas do hinduísmo. Ela é a verdadeira representação da natureza e é também considerada por muitos a essência de tudo o que é realidade e a fonte da existência do ser. Deusa da morte e da sexualidade, Kali é a "esposa" do deus Shiva, pois, segundo os Vedas, Shiva é transformado em Kali, que seria um de seus lados, para trazer o fim; segundo o tantrismo, é a divina "mãe" ou pai do universo, destruidor(a) de toda a maldade. É representada(o) como uma mulher exuberante, em uma parte da Índia; em outra, como homem de pele escura, que traz um colar de crânios em volta do pescoço e uma saia de braços decepados - expressando, assim, a implacabilidade da morte.
Mas Kali não é uma deusa ou deus do mal pois, na verdade, o papel de ceifadora de vidas é absolutamente indispensável para a manutenção do mundo. Os devotos são recompensados com poderes paranormais e com uma morte sem sofrimentos.
Kali é a destruidora ou destruidor do demônio Raktabija. E também uma das formas da deusa Parvati, esposa de Shiva. Ou, segundo alguns, o próprio deus Shiva. É coberta de cobras em vez de roupas, e tem um colar dos crânios dos seus filhos.
A figura da deusa tem quatro braços, pele azul, os olhos ferozmente arregalados, os cabelos revoltos, a língua pendente, os lábios tintos de hena e bétele (plantas). No pescoço, traz um colar de cabeças humanas e, nos flancos, uma faixa de mãos decepadas. Sempre é representada em pé sobre o corpo caído do esposo Shiva.
Apesar da aparência de malvada, Kali mostra o lado escuro da mulher ou do transgênero e a verdadeira força feminina. Kali é venerada na Índia como uma mãe pelos seus devotos e devotas, que esperam dela uma morte sem dor ou aflição.
De origem obscura, dos muito antigos cultos não arianos, mesmo dos Veda. Não arianos, porquê? Seriam os primitivos habitantes da Índia de pele escura, idos diretamente de África?
Será que já nesse tempo os arianos eram racistas?

20/11/2013



quinta-feira, 21 de novembro de 2013



Irão, Hollande e Khamenei

Parecia milagre o diálogo aberto, até amigável, entre o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamed Javad Zarif, e a comissão internacional, sobre o problema atómico.
Milagre também a conversa telefónica entre este e Obama. O mundo sorria, tinha esperança.
E tudo parecia correr para bom termo, para entendimento entre povos há tanto separados, quando a cizânia (do grego zizanion, joio) se instala, mais uma vez, e como sempre, pela intervenção daquela parcela de humanos que jamais deveriam ter saído das grades de um zoologico: os estúpidos.
Começou já há alguns dias quando o entendimento e a educação entre os negociadores parecia estar a correr muito bem, mas... sem a intervenção da França.
Foi a entrada da tal cizânia! Um dos ministros deste miserável e desprestigiado governo se lembrou de levantar a voz, vociferar contra o Irão dizendo que a França, note-se bem a França “daqueles valores” que eles estão sempre a alardear – la Republique, l’Igalité, etc. – “não iria permitir, de forma alguma que o Irão tivesse a bomba atómica”.
Berrou isto diversas vezes até que o senhor Hollande, o hollandinho, que está com o mais baixo índice de aprovação desde... décadas, e com o país a afundar-se, greves e revoltas por todo o lado, se lembrou também de ir “dar uma de gostoso” desembarcando em Israel para dizer aos judeus que a França, que não está a meter o bedelho nas negociações com o Irão, não ia permitir a tal bomba.
Esta, sim, uma bomba. Os israelitas ficaram muito contantes com aquela insensata visita, não entenderam o porque da mesma, o hollandinho sentiu-se herói, e no dia seguinte entrou a “besta fera” no caminho.
O “adorável” Khamenei, o manda-chuva, e manda tudo no Irã, num pronunciamento igualmente besta ao do francês, ameaçou os judeus de destruição, disse que o problema atómico era dele, dele, Khamenei, e que quem se metesse com ele, ele Khamenei, se daria mal.
Um balde água fria nas negociações que agora vão demorar mais tempo.
Tudo por culpa do senhor Hollande, chefe de um des-governo francês, que sentido-se a afogar em casa, onde não sabe o que fazer – e parece que tudo quanto faz é errado –  e desprestigiado por não ser o principal interlocutor nas negociações, nem o “porta voz” do super Obama, abriu a boca para dizer um monte de besteira, indo até Israel, convencido que de lá sairia com coroa de louros como os generais romanos ao regressarem vitoriosos a Roma para serem aplaudidos pelo povo.
França, o país que divulgou o conhecimento na Europa, de Rousseau, Montesquieu, Voltaire, Descartes, de Racine e  Victor Hugo e tantos outros que brilharam e deram à França um sentido de respeito, devem dar voltas no túmulto ao verem tão pobre a cabeça dos, hoje, seus des-governantes.
E assim vai o mundo. Entregue a ineptos, corruptos, gananciosos, malandros e, pior do que tudo, estúpidos.


21/11/2013

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Para os que não conhecem a história do Brasil:
- Jango era o vice de Jânio Quadros, o presidente que renunciou.
A bandalha instalou-se no país, sargentos a mandar em generais, cabos da Marinha nos almirantes, os comunas a tomarem conta de tudo... até que
- em 1964, as Forças Armadas deram um basta, correram com o Jango e instalaram a ditadura.
- Jango exilou-se; mas quanto voltou ao Brasil, foi para a sua fazenda, grande, uma noite foi dormir e... acordou morto.
- agora a esquerda procura veneno!
_Celso Daniel era o prefeito duma cidade em São Paulo e foi assassinado pelos comparsas porque parece que sabia demais. Nunca se apurou quem foi o mandante e o assassino
- José Dirceu e Roberto Jeferson são dois "inocentes" do famoso "mensalão".

Com a devida vénia:


OS DEFUNTOS FRESCOS
 “Peixes e convidados fedem em três dias.”
Benjamin Franklin
 Waldo Luís Viana*
         Jango é defunto antigo; Celso Daniel, também. A esquerda exumou o primeiro e quer esquecer o segundo. Dilma, em seu incoercível caminho para a reeleição, tentou fazer barretada eleitoral com os restos do primeiro. Deu tudo errado. Taticamente não fala no segundo porque jamais agradaria à direita, em virtude de que o prefeito de Santo André foi morto por motivo político. Ah, isso não foi provado! – exclamarão alguns; mas também não há evidência de que Jango foi envenenado! – atacarão outros. Por que tanta preocupação com um defunto e o desprezo comissivo por outro?
         Enquanto honras militares eram concedidas a alguém que fora varrido antanho por eles mesmos, o presidente do STF preparava o maior golpe já perpetrado sobre a nuca do PT. Preparou-se para, no dia da proclamação da República, resgatar o país do gozo da impunidade. Cumprindo somente a lei, mandou para a cadeia a quadrilha infame que perpetrou o crime do mensalão. Foram sete anos de espera, longos estudos e perícias e julgamento de um semestre. Melhor que isso, só viajando a Marte...
         Pobre PT, que com a sua política de “dois passinhos pra frente e um pra trás”, comissões da verdade para os que lutaram bravamente pela implantação de uma democracia comunista, defuntos esquecidos e outras trampolinagens culturais – acabou colhido pela prisão emblemática dos mensaleiros.
         Qual será a resposta governamental a esse triste destino? O projeto de José Dirceu de chegar à presidência foi destruído por Roberto Jefferson, personagem esdrúxulo que, tendo pertencido à máfia, resolveu não cair sozinho e levou consigo a cúpula de então do partido majoritário e demais membros da quadrilha. Enfim, a piada de salão transformou em defuntos frescos os imortais da corrupção que se consideravam imbatíveis. “Happy end”, afinal...
         E tais defuntos não receberam nem réquiem da presidenta. Ela foi instruída por seus marqueteiros a não se envolver com o cemitério. Reis mortos, reis postos, não é o que diz o ditado?
Já estava muito ocupada com os restos de Jango, cujo odor só interessava à esquerda. Aliás, a esquerda habitualmente escolhe a dedo quem deseja ressuscitar. E que gosto, meu Deus! Nesse caso, o retrovisor valeria a pena, mas como a história teimosamente olha para a frente, a presidenta não contava com as iniciativas de outro poder da República. Pensava-o morto, mas ele também reviveu. E como?
         Esquerda e direita vivem agora no país uma guerra de defuntos. Qual  seria o mais notório? Quem despertará mais interesse da patuléia, narcotizada como sempre por duplas caipiras e bailes funk? Se 67% do povinho pascácio só tem o curso primário e não tem médicos nem hospitais, como fazer a choldra chorar pelos defuntos frescos?
         O país submerge nas covas da corrupção e não sobra culpa pra ninguém, o que que falta é cadeia. Segurança máxima para pretos, pobres e prostitutas, enquanto políticos, fiscais, pegadores de propinas de empreiteiras, construtoras, multinacionais e firmas sonegadoras de impostos encontram absolvição nos tribunais, na medida em que o tempo passe, os alienados esqueçam e os recursos abundem.
         Os três poderes republicanos são árvores velhas de corrupção e estão em agonia. Diante deles, a população não chora nem leva velas. Continua amando o carnaval e o futebol, a despeito dos black blocks, os baderneiros arrasa-quarteirões da pós-modernidade.
         Imagino a raiva petista nos bastidores. O que fazer com o Joaquim que não bancou o pai Tomás. Se acontecer de ele também virar defunto, a coisa ficará muito evidente...
         O que fazer, então, PT? Afinal, os lorpas da classe C só se interessam por fogão, geladeira e carro popular à prestação, pra ficar em engarrafamentos e estradas esburacadas. Não irão se debruçar sobre defuntos nem chorar por anistiados endinheirados.
         Serão necessárias novas estratégias. Naturalmente, nossos impostos pagarão os cientistas políticos que irão auxiliar a presidenta a “pensar”  em novas manobras para a conquista do eleitorado. As últimas foram mesmo um desastre!
         Pois a imprensa só fala em mensalão e uma revista com taxímetro desviou-se dos fatos atuais para comentar a ecologia. Afinal, isso seria mais importante para o governo do que aludir aos novos defuntos frescos!
         O dia 15 de novembro de 2013 será lembrado pelos pósteros como uma data de libertação nacional. No Brasil, a partir daí, canalha rico e poderoso poderá ir pra cadeia e seus objetivos torpes descerão á cova juntamente com as suas ambições.
         E o partido no governo não vai conseguir reverter o processo, tentando capitalizar o feito, porque Joaquim Barbosa demonstrou ser independente, apesar de ser chamado “negro traidor” pela ofendida  militância no poder.
         Muito cuidado, então, ao escolher a dedo os ministros do STF. De preferência que sejam os de passado militante, embora se tornem vitalícios (e inamovíveis) depois. E é aí que a porca torce o rabo, porque os ministros podem desobedecer os heróis de plantão e deixar novos mortos pelo caminho...
         Pobre Brasil, cujos defuntos antigos não se revolvem nas covas. São os defuntos vivos e frescos que sofrem dentro e agora fora do governo. E não há saída porque irão feder do mesmo jeito...
______

*Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e, por enquanto, ainda vivo, bem vivo...

sábado, 16 de novembro de 2013

Enquanto vou escrevendo outras coisas...

espero que possam ocupar os vossos momentos livres com blogs interessantes que merecem ser vistos.. e lidos.

Economia, história, viagens, crítica, política, literatura:  http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/


Literatura, Agostinho da Silva, poemas, artes: 

O mar eterno é português e... desperdiçado: http://nossomar.blogs.sapo.pt/


História e cultura do Pará: http://www.omarambire.com.br/


O maior jornal da língua portuguesa do Canadá: http://www.solnet.com/

As viagens à vela do cada vez mais famoso MUSSULO:


quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Um pretenso ensaio poético e um texto de 2003.


Ser livre

Como teria gostado
De ter nascido lá...
No mato.
Longe do mundo moderno.
Ter vivido sempre livre,
Tal como um simples selvagem
No seio da floresta
Ou no alto das montanhas.
Sem nunca ter visto tv
Nem prédios de vinte andares
Nem carros, nem militares
Muito menos portas lindas
Com letreiros a prometer
Milhões aos pobres vilões.
Não teria visto aviões,
Nem a mentira a grassar
Nem políticos ladrões.
Seria um “pobre” selvagem
Cuidando da natureza
No sossego e paz da verdade.
E hoje ouviria os pássaros,
A onça e o vento frio
Assobiando nas folhas,
Mas não ouviria as vergonhas
Que nos ferem todo o dia.
Teria sido, sem dúvida,
Simples como um passarinho,
Sem saber o que é ser livre,
Porque hoje sei que não sou.

Março 2013

O passado português

Quem se preocupa no Brasil com a história de Portugal? Ninguém.
Há uns anos, parece que se perdia mais tempo a “discutir” nas escolas quem tinha descoberto ou achado (cuidado com as palavras!) o Brasil, se Cabral ou Pinzon ou até algum antes deles, do que a saber-se da história dos povos indígenas.
Agora é obrigatório, por lei, o que já era. Por lei também. O ensino da influência africana na nossa cultura.. Muito bem.
Bem vistas as coisas o Brasil é um misto cuja base de mistura foi o português, por muito que isto doa a quem tem essa aversão à verdade!
Dos índios, pouco se sabe, e pouco mais se ensina que os portugueses os mataram aos milhares. Milhões. Esquecem-se de dizer que não foram os portugueses, mas sim a varíola, febre amarela, gripe, tuberculose, sarampo, etc.
Depois esquecem também de dizer que no princípio do século XX havia muito mais do que um milhão de índios, porque só juntando algumas tribos lá na Amazônia se encontravam mais do que isto. Encontravam, não, é a palavra errada. Ainda muitos deles não tinham sido encontrados, ou achados ou descobertos. Mas... já lá estavam há uns 10.000 anos.
À medida que o “branco” se foi aproximando deles, a varíola, a gripe e as balas de espingarda (dos brasileiros) reduziram então essas populações para números que hoje ninguém sabe bem em que ficam, mas que se diz que serão uns 300.000. Duvido, mas...
Para se compreender o português, há que fazer como Gilberto Freyre. Estudá-lo. Hoje isso não é mais necessário porque o grande sociólogo o deixou escrito. Ele foi à procura das raízes desse português e estudou as suas origens, que são extremamente complexas.
Eu mesmo há perto de meio século, quando quis conhecer melhor esses portugueses donde eu vinha, li Gilberto Freyre, e compreendi muita coisa que nunca professor algum mo havia mostrado.
Ora se o próprio português não se conhece a si próprio, vai querer que o brasileiro o conheça? Jamais.
Só uns exemplositos bem simples. Hoje, na nossa terminologia, que é dos próprios portugueses, temos uma série de palavras que significam mais o mesmo: labrego, galego, alarve igual a lorpa, pateta, grosseiro, rude, bestalhão, etc.
Labrego é o agricultor da Galiza, galego é o natural da Galiza, alarve significa al arave, o árabe, e todos eles estão na base da formação do português!
Ora se o português respeita assim o seu passado e os seus ancestrais, vai querer que o brasileiro saiba quem foi o Afonso Henriques e respeite o Manel e Jaquim que vieram de trouxa às costas? Nunca!
Ele conhece, sim, o Eça de Queiroz porque ridiculariza o português de torna viagem, o portuga que já nem no Brasil era querido e voltou para construir o sobrado forrado de azulejos, e uma sociedade cosmopolita de emergentes que em toda a parte do mundo é igualmente caricata e metida a gostosa!


21-jan-03

sexta-feira, 8 de novembro de 2013



POLÉMICA EM 2003
10 passados e tudo na mesma
Ou pior !


Exmo Senhor
Ministro da Educação

Peço-lhe o favor de mandar alguém ler e lhe comentar, o que abaixo transcrevo, sobre uma “consulta” feita por um suposto “Conselho Nacional de Educação”, que é no mínimo, absurdo!
Segue-se nio final o comentário que esta “pesquisa-consulta” me mereceu, e que submeto à sua consideração.

Atenciosamente

Francisco G. de Amorim
Rio de Janeiro

*          *          *          *          *          *
Recebida pela Internet a incrível consulta abaixo:

From: Quilombhoje                                                                  
To: raizes75@zaz.com.br
Sent: Thursday, February 13, 2003 12:51 AM
Subject: Pesquisa

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

CONSULTA COM VISTAS A PARECER QUE CONTEMPLE A  POPULAÇÃO NEGRA BRASILEIRA


A mensagem abaixo refere-se à lei sobre o ensino de cultura e história afro-brasileira.
É importante que participemos desse processo.
Caso você já tenho a pesquisa, não esqueça que o prazo de envio é 10/03.

Brasília, 23 de janeiro de 2003

Prezadas senhoras e senhores
Nós, abaixo-assinados, somos conselheiros do Conselho Nacional de Educação, e vimos, por meio deste solicitar sua colaboração conforme explicamos a seguir. O Conselho Nacional de Educação - CNE, entre importantes objetivos que têm, está o de interpretar leis maiores, como da Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996, que trata das Diretrizes e Normas da Educação Nacional; a Lei n º 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira, em estabelecimentos de ensino fundamental e médio.
O CNE interpreta e apresenta normas a serem seguidas para que se cumpram as leis, no que diz respeito à oferta de educação para todos, bem como à realização de estudos com sucesso. Para tanto, redige pareceres, documentos que contêm encaminhamentos, orientações a serem seguidas pelas secretarias de educação, escolas e também pelos professores, a fim de elaborar planos e executar ações que garantam, a todos os brasileiros, o direito de receber educação de muito boa qualidade. E, além disso, tenham, ao realizar seus estudos, reconhecidas e respeitadas suas especificidades de gênero, raça/etnia, classe social, religião, necessidades especiais, faixas etárias, estilos de vida e outras singularidades. Nós assumimos o compromisso de redigir parecer que contemple a população negra brasileira. Nosso objetivo é o de fazer proposições às secretarias de educação, estabelecimentos de ensino, professores que garantam o reconhecimento da população negra e a afirmação de seus direitos, entre outros, à educação, à história, à identidade, à cultura, à cidadania. Estamos, aqui, solicitando sua colaboração e do Grupo do Movimento Negro a que você pertence, para bem redigir esse parecer.
Solicitamos, pois, que respondam às perguntas que encaminhamos em documento anexo e nos enviem suas respostas até o dia 10 de março de 2003.
Enviem suas respostas, por gentileza, para o seguinte endereço eletrônico: petronilha@power.ufscar.br. Contando com sua valiosa colaboração, apresentamos nossos votos de alegrias, saúde e felizes empreendimentos em 2003.
Atenciosamente
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Marília Ancona-Lopez, Francisca Novantino, Carlos Roberto Jamil Cury

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

CONSULTA COM VISTAS A PARECER QUE CONTEMPLE A  POPULAÇÃO NEGRA BRASILEIRA


Desde já, agradecemos sua colaboração. As respostas podem ser dadas individualmente ou em grupo. Reúna pessoas que possam estar interessadas em responder as perguntas. Leia cada uma delas separadamente, escute a respostas atentamente e depois escreva tudo que for possível ou tudo que o grupo julgar importante.
Vamos começar!
1)     Primeiramente identifique: Grupo do Movimento Negro: ............. ONG :  ................... Outra instituição:  ............................................. Endereço:Rua................nº.......Complemento.......CEP.......  Cidade.................. Estado....................  a) Se as perguntas forem respondidas individualmente, informe seu: Sexo................ Idade.................. Cor.................
Escolaridade: ( )1 ª a 4 ª  série ( ) 5ª a 8ª série ( ) ensino médio ( ) superior ( ) completo ( )  completo ( completo ( ) completo ( )incompleto ( ) incompleto ( )  incompleto ( ) incompleto b) Se as perguntas forem respondidas em grupo,  informe: - quantos homens responderam (idade entre 22 e mais anos ? .... -  quantos rapazes (idade entre 15 e 21 anos)? ........ - quantos meninos (entre 6 e 14 anos)? ................. - quantas mulheres responderam (idade entre 22 e mais anos ? .... - quantas moças (idade entre 15 e 21anos)?........ - quantas meninas (entre 6 e 14 anos)? .............. Das pessoas que responderam, quantas cursaram: ( )1 ª a 4 ª série ( ) 5ª a 8ª  série ( ) ensino médio ( ) superior ( ) completo ( ) completo ( ) completo ( ) completo ( )incompleto ( ) incompleto ( ) incompleto ( ) PERGUNTAS
1)     O que todos precisam saber sobre as necessidades e interesses da população negra em relação à educação nas creches, nas escolas, nas faculdades?
2)     O que os professores precisam de saber sobre seus alunos negros?
3)     De que maneira os professores podem se inteirar da história e cultura dos africanos e da história e da cultura dos brasileiros descendentes de africanos?
4)     O que precisam as crianças e os jovens negros aprender na escola?
5)     O que os brancos, os amarelos (descendentes de japoneses, coreanos, outros), os povos indígenas precisam aprender a respeito dos negros brasileiros?
6)     Como deve ser a escola de qualidade para bem atender os alunos negros em todos níveis de ensino: · Educação Infantil (creche, maternal, jardim, parquinho, etc)? · De 1a a 4a série do Ensino Fundamental? · De 5a a 8a série do Ensino Fundamental? · Ensino Médio (colegial)? · Ensino superior (faculdades, universidades?
7)     O que é necessário e não pode faltar, para que todos os negros recebam educação de
 qualidade em todos os níveis de ensino?
8)     O que deve ser feito para facilitar o acesso da população negra a todos os níveis de ensino?

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Esta “consulta” merece o seguinte comentário:
As perguntas acima são... incríveis!!!!

1) O que todos precisam saber sobre as necessidades e interesses da população negra em relação à educação nas creches, nas escolas, nas faculdades?
A população negra????????? E os outros? O que está em causa é a população do Brasil, sejam eles azuis, verdes ou cor de rosa! Ou a lei é feita só para ensinar aqueles a quem o tom da pele diferenciar? A intenção do legislador foi rácica ou cultural?
Que faltam creches, escolas e faculdades para os menos favorecidos, isso é demasiado evidente, é até chocante, só que mais chocante ainda é quando se pretende classificar os brasileiros por raças, etnias e outras afrontas.

2) O que os professores precisam de saber sobre seus alunos negros?
Incrível! Sobre os alunos negros?! Eles têm que saber tudo sobre todos os alunos. E como ele vai saber quem é negro, 10 ou 80% negro, fula, mandinga, sudanês, bosquímano, nordestino “tostado”?
O que os professores têm que saber é muito. Sobre história, cultura, humanismo, para poderem ensinar sem preconceitos de raça, ou etnia, ou religião, ou...

3) De que maneira os professores podem se inteirar da história e cultura dos africanos e da história e da cultura dos brasileiros descendentes de africanos?
Aqui aparece de novo a intenção de criar diversas culturas no país: uma para os mais escuros, outra para os intermédios e outra para os mais esmaecidos!
Acima de tudo os professores têm que saber mais sobre povos, culturas....

4) O que precisam as crianças e os jovens negros aprender na escola?
Outra! As crianças e os jovens africanos? Onde está a diferença? Que diabo de racismo está em jogo? Será que este “Conselho” distingue crianças de jovens negros? É possível?
O que os jovens têm que aprender na escola, acima de tudo é a verdade. Da história, das culturas, dos povos, ...

5) O que os brancos, os amarelos (descendentes de japoneses, coreanos, outros), os povos indígenas precisam aprender a respeito dos negros brasileiros?
Nada. Eles, os tais brancos e "amarelos", bem como todos, repito todos os brasileiros, o que têm é que aprender a história do Brasil, com toda a influência que todos os povos trouxeram para ajudar a formar este imenso e espantoso caldeirão. Como a influência africana é grande e profunda a sua quota parte no caldeirão e no ensino deverá ser proporcional aos frutos que nos proporcionaram.

Curioso como a pergunta omitiu um aspeto fundamental do povo deste país: os "pele vermelha"! Os índios. Os primeiros brasileiros. Os desgraçados que estão sempre sendo relegados para último lugar... quando ainda sobra algum lugar para eles, o que no caso dos "brilhantes conselheiros" de um "Conselho Nacional de Educação”, não sobra!
Nem se lembraram que índio existe! Ou será que os incluíram no genérico “crianças”? Onde eles ficam?

6) Como deve ser a escola de qualidade para bem atender os alunos negros em todos níveis de ensino: · Educação Infantil (creche, maternal, jardim, parquinho, etc)? · De 1a a 4a série do Ensino  Fundamental? · De 5a a 8a série do Ensino Fundamental? · Ensino Médio (colegial)? · Ensino superior (faculdades, universidades?
Primeiro: como deve ser a Escola de Qualidade? Deve ser  SEMPRE de QUALIDADE.
No entanto para ser de qualidade a primeira coisa a fazer é formar professores de qualidade.
Depois, nesse ensinamento a professores, para eles terem qualidade, há que lhes ensinar a história sem preconceitos, seja de que forma forem.
E isto tem que começar pelas creches, parquinhos, etc.
Para que isto aconteça é necessário que existam inspetores de ensino ainda mais descomplexados e de muito melhor qualidade e formação.
Finalmente continuo sem entender o porquê "atender bem os alunos negros"! Porquê negros? Porquê esta constante distinção entre alunos em geral e negros. Onde quer chegar o "conselho"?

7) O que é necessário e não pode faltar, para que todos os negros recebam educação de qualidade em todos os níveis de ensino?
Idem, ibidem.

8) O que deve ser feito para facilitar o acesso da população negra a todos os níveis de ensino?
Onde está ela hoje dificultada? Na cor da pele ou no bolso dos pais? Neste caso a pergunta deveria ser formulada de outro modo:
- o que deve ser feito para facilitar/permitir o acesso das classes economicamente menos favorecidas, ou até desfavorecidas, a um ensino de qualidade? O que falta no ensino oficial para ser de qualidade?
A resposta parece simples: professores de qualidade.

Finalmente, Senhor Ministro, como é possível tanta ignorância sair de um intitulado
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
que faz uma coisa destas a que chamam
CONSULTA COM VISTAS A PARECER QUE CONTEMPLE A POPULAÇÃO NEGRA BRASILEIRA
simplesmente ignorando todos os outros brasileiros.
Será que as/os quatro abaixo
Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, Marília Ancona-Lopez, Francisca Novantino, Carlos Roberto Jamil Cury
não se dão conta da ignorância que expôem e do racismo que evidenciam?
É isto um Conselho Nacional de Educação?
Pobre educação.

Fev. 2003