sexta-feira, 13 de maio de 2011



Lá... no eternamente!


Quer se acredite ou não, TODOS querem ir para o céu depois de morrer, já que nem um o encontrou na terra! E cada um imagina o céu a seu gosto, com especial ênfase para os muçulmanos, que se matam à espera de encontrarem “LÁ” as prometidas doze mil virgens! Outros rezam e, na moita, vão fazendo as suas..., mas todos, mesmo, nem que seja à hora da morte, sobretudo nessa altura, pretendem arrepender-se da vida suja, desonesta ou violenta que levaram, à procura de alcançar o “descanso eterno”!
Durante toda a vida devemos aprender a morrer, já dizia o velho Séneca.
Mas para quem já teve uma realística visão desse paraíso, esse Éden prometido aos justos, não é bem como se imagina.
Eu vi-o, bem verdade que em sonhos, mas sonhos tão detalhados que se afiguram como a realidade.
Para que cada um tenha tempo para se adaptar à nova, e eterna, vida, que vai levar, saibam que o céu, para os recém chegados, é dividido em “departamentos”: muçulmanos dum lado, judeus de outro, cristãos idem, budistas, ateus, etc., até perceberem que afinal Deus é Único, chamando-lhe o nome que quiserem, e cuja única intenção ao criar o homem, a partir de alguns gases siderais, foi que ele vivesse feliz enquanto experimentava um pequenino hiato de tempo (pequenino e hiato são redundância!) com ossos e carne à volta!
Só depois de morto é que ele começa a perceber como desperdiçou esse hiato que poderia ter sido tão bonito!
O primeiro ataque cardíaco, são os enganados muçulmanos que sofrem, se isso fosse possível post-mortem, ao encontrarem, logo à chegada “lá em cima”, um monte de garotas, lindonas, todas nuas, sem qualquer véu ou burka, incluindo a sua própria mulher, que ele matou à pedrada, pensando, devoto (?), cumprir a lei da covardia, e ela sorrindo, dançando, todas com ar de felicidade! E quando ele, após a perplexidade amainada, se aproximar da primeira, verdadeira estampa do ideal feminino-árabe da felicidade, e tenta abraçá-la, constata que abraça uma imagem virtual, e que nunca lhe toca. Corre para outra, e o mesmo. Até que finalmente sossega e, tal como o vovozinho comum, o Adão, só depois desta primeira frustração é que percebe que ele próprio está, também, nu.
Vencido este primeiro estágio, pode passar a visitar todos os outros “departamentos” e até escolher onde passar a tal eternidade, que no céu passa mais rápido do que o tempo que teve na terra.
E vai de admiração em admiração: num canto, parecendo conversar animadamente, mas sem que ele se aperceba de um único som, encontra o seu tão idolatrado Maomé, junto com alguns dos chamados doutores da Igreja!
Mais adiante um pouco, sempre com aquela cara horrível, Hitler parece conversar com um rabino, além Mussolini ri com Omar Al-Muktar, Luther King toma café com James Earl Ray. Continuando, encontra lado a lado Mao Tsé Tung e Chiang Kai-shek e até o Stalin ajoelhado em frente de Pio XII, apesar deste lhe estender a mão para que se levante. Rindo, juntos, como faziam em crianças, Isaac e Ismael!
Desorientado, continua a caminhar através daquelas pequeninas nuvens cor de rosa, à procura de algo que pareça sensato, como por exemplo ver uns milhares de devotos deitados no chão rezando virados para uma imaginária Meca, ou o Papa a discursar da janela do Vaticano. Mas nada. Nem chão existe, muito menos edifícios, nem alguém ali reza.
Encontra Pedro, o guardião, sempre afável e eternamente humilde e sorridente, que lhe dá um único aviso: só não pode visitar as salas de “espera” daqueles que ainda peregrinam pela terra, porque muitos deles, possivelmente, vão ter que pagar um preço mais alto para entrarem no descanso! Para lhe ar uma idéia deixa-o antever Bin Laden passeando de braço dado com George W. Bush.
Não são só aqueles que andam de olhos fechados, fanáticos, doentes, que cometem até crimes em nome do seu Deus, apesar de saberem que Deus é só Amor, que ficam lá no céu. Talvez num “departamento” menos confortável, como milhares de outros que à sombra duma consciente falsidade enganam os incautos ou fabricam armas mortais, traficam em drogas, mortais, ou fabricam medicamentos, também mortais porque os pobres não têm como pagar qualquer tratamento.
E aquela, aquelas almas novas que vagueiam no éter, levam meia eternidade (como se eternidade pudesse ser divisível) para entender quais eram, afinal, os desígnios do Criador!
Só depois disso é que podem pedir para voltar à terra, prometendo, jurando (não o santo nome de Deus em vão), que se vão comportar sem mácula. Humildes, servidores do próximo, sem roubar, nem ofender. Conforme a sua primeira estadia, se alguma vez houve outra estadia, assim lhes é concedido esse desejo, mas... poderão retornar talvez como baratas, que tantas mataram, ou pássaros, a quem ajudaram a destruir grande parte do seu habitat. Poderão voltar quantas vezes solicitarem, até finalmente se integrarem na autêntica eternidade, onde não há gozo nem tristeza, mas o sossego total.
Como disse o nosso Camões:

Ditoso de quem se partir
Para ti, terra excelente,
Tão justo e tão penitente,
Que depois de ti subir,
Lá descanse eternamente.

12 de maio de 2011


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