Mais um pouco de história... feminina!
AS AMAZONAS
Muito se tem escrito sobre as “amazonas”! Desde os mais antigos
historiadores, se contam casos de amazonas, mulheres guerreiras.
Dizem alguns “sábios” que amazona vem do grego popular
a-(privado) + mazos (seio) porque
diziam que as amazonas cortavam o seio direito para melhor usarem o arco e
atirar as lanças. Completamente falso, até porque, de tantas obras de arte
helénicas, não há uma só que mostre alguma amazona com o peito cortado. Segundo
Hesíquio de Alexandria, um gramático, provavelmente do século V, que compilou o
melhor dicionário de palavras gregas pouco usuais e até obscuras, de que se
conservou um só manuscrito, do século XV, a palavra provém do pérsico ha-mazam, guerreiros, ou de hamazakaran¸ da mesma origem, que
significa fazer a guerra. E,
certamente, por piada popular os gregos “cortaram” o seio das amazonas! O pior
é que muita gente acreditou e escreveu sobre isso, alguns dizendo que elas não
queriam homens, que matavam as criancinhas, etc. Se não queriam homens... donde
vinham as criancinhas? Como é fácil aceitar a primeira mentira que as pessoas
ouvem!
Quando eu era criança também ouvia dizer que os
comunistas comiam as criancinhas!!! No café da manhã!
Amazonas em luta com guerreiro grego
(Baixo relevo do sec. IV a.C.)
Heródoto conta o seguinte, a
respeito dos sarmatas: quando os helenos estavam em guerra contra as amazonas
(os citas chamam as amazonas de Oiorpatas,
que na língua helénica significa "matadoras de homens", pois em cita
"homem" é oiore
"matar" é pata), depois de vencerem a batalha do Termodon eles
retornaram ao mar, levando em três naus todas as amazonas que tinham podido
capturar vivas; no alto-mar, todavia, elas atacaram os homens e os massacraram.
(Segundo se consegue averiguar (?) a batalha ter-se-á dado em Terme, na Ásia
Menor, hoje Turquia, e os samartas habitavam na parte norte do mesmo mar, onde
é hoje a Ucrânia).
Mas elas não conheciam a
navegação, não sabiam lidar com os timões, nem com as velas, nem com os remos;
sendo assim, após o massacre dos homens, elas estavam sendo levadas ao sabor
das vagas e dos ventos, e afinal chegaram a Cremnoi, (Cremnoi fazia parte do
território dos citas livres). Desembarcando naquele lugar após a viagem, as amazonas
rumaram para uma região inabitada; aí se apoderaram da primeira manada de
cavalos que encontraram e, montadas nesses cavalos, saíram saqueando os bens
dos citas.
Os citas
não conseguiam explicar o acontecimento, pois não conheciam nem a língua nem os
costumes do povo das amazonas, e perguntavam-se admirados de onde elas vinham. De
entrada eles as confundiram com homens todos da mesma idade, e se empenharam em
combate contra elas; mas quando, no final do combate, recolheram os mortos,
reconheceram que se tratava de mulheres. Depois de deliberar sobre o assunto,
decidiram não continuar a matá-las; em vez disso, enviaram até onde estavam as
amazonas os homens mais jovens entre eles, em número aproximadamente igual ao
delas; esses jovens deveriam acampar nas proximidades das mesmas, e agir de
conformidade com a conduta delas; se elas os atacassem, eles fugiriam sem
combater e, cessada a perseguição, voltariam a acampar nas proximidades delas.
Os citas tomaram essa
decisão movidos pelo desejo de vir a ter filhos com elas.
Séc. V a.C. (não parece que lhe falte
nenhum dos seios!)
E até são perfeitos
Enviados com essas instruções,
os jovens fizeram o que lhes havia sido prescrito. Percebendo que eles não
tinham vindo para fazer-lhes qualquer mal, as amazonas os deixaram em paz, e
com o passar dos dias os acampamentos se aproximavam cada vez mais um do outro;
nada tendo além de suas armas e cavalos, à semelhança das amazonas, os jovens
viviam como elas dos saques e da caça.
Ao meio dia as amazonas agiam
da seguinte maneira: dispersavam-se uma a uma ou aos pares, dirigindo-se a
lugares diferentes, para satisfazerem suas necessidades naturais. Os citas
notaram o seu procedimento e fizeram o mesmo. Um deles aproximou-se de uma
amazona que estava só; ela não o repeliu, permitindo-lhe que se satisfizesse
com ela. Não podendo falar-lhe (os dois não se compreendiam um ao outro), ela
lhe fez sinais com a mão para que ele voltasse no dia seguinte ao mesmo lugar
com um de seus companheiros, dando-lhe a entender que deveriam ser dois, e que
ela mesma traria outra consigo. De volta, o jovem relatou o episódio aos
demais, e no dia seguinte, levando consigo um companheiro, foi em pessoa ao
mesmo lugar, onde encontrou a amazona com uma companheira. Os jovens restantes,
tomando conhecimento desse fato, passaram a relacionar-se com todas as
amazonas.
Em seguida eles juntaram os
dois acampamentos e passaram a morar com elas, cada um tendo como mulher aquela
com a qual havia tido relações sexuais primeiro. Os homens não conseguiam aprender a língua das mulheres, mas as
mulheres podiam compreender a dos homens; quando eles e elas passaram a
entender-se, os homens disseram às amazonas: "Temos pais e temos bens; não
continuemos, portanto, a levar uma existência assim; voltemos para onde está
nosso povo e vivamos com ele; sereis nossas mulheres e não teremos
outras." As amazonas responderam:
"Não seríamos capazes de
conviver com as mulheres do vosso povo; nossos hábitos não são os mesmos delas;
manejamos o arco, atiramos a lança, montamos a cavalo; não aprendemos os
trabalhos femininos; vossas mulheres nada fazem do que dissemos; elas se ocupam
dos trabalhos femininos, permanecendo em suas carroças, sem ir à caça nem a
parte alguma. Não poderíamos, portanto, entender-nos com elas. Mas se quiserdes
ter-nos como vossas mulheres e parecer perfeitamente justos, ide até onde estão
vossos pais, recebei vossa parte de seus bens, voltai depois e moremos no que é
nosso."
Os
jovens concordaram e fizeram isso. Após receberem sua parte dos bens eles
voltaram para junto das amazonas, e elas lhes disseram o seguinte:
"Temos medo e preocupação
diante da perspectiva de ter de morar neste lugar, depois de vos haver separado
de vossos pais e de haver causado muitos danos ao vosso território. Mas, já que
preferistes ter-nos como vossas mulheres, fazei o seguinte juntamente conosco:
vamos embora, saiamos desta terra, atravessemos o rio Tânais e moremos do outro
lado."
Sarmatia, Citia, Amazonas e o rio
Tanais que atravessaram
Os
jovens também se deixaram convencer quanto a isso, atravessaram o rio Tânais
com as amazonas e marcharam no rumo do sol nascente durante três dias a partir
do Tânais e três dias a partir do Paios Maiétis, na direção do vento norte;
chegando à região onde moram atualmente, fixaram-se lá. Desde então as mulheres
dos sarmatas conservam o modo de vida de seus antepassados: vão caçar a cavalo
com seus maridos ou sem eles, vão à guerra e se vestem à maneira dos homens.
Os
sarmatas usam a língua cita, que falam incorretamente desde a antiguidade pelo
fato de as amazonas não a terem aprendido bem. Quanto ao casamento, eles
procedem da seguinte maneira: nenhuma virgem se casa antes de ter morto um
inimigo, e algumas delas envelhecem e morrem solteiras por não terem podido
cumprir essa norma”.
Amazonas continuam a povoar o
nosso mundo. Podemos lembrar algumas que se destacaram, como Joana d’Arc,
Elisabeth I, a brasileira Maria Quitéria de Jesus, Maria Slodowdka Curie,
Margareth Tatcher, e mais uns milhões delas como a mairoria das nossas mães e
mulheres que lutam, Deus sabe como para educar filhos e manter a harmonia
dentro da família.
Não precisam de cavalos e
espadas, mas de inteligência, bom senso e muito amor.
E até a Padeira de
Aljubarrota... não fosse lenda!
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