Uma pequena (e pobre)
incursão na poesia!
Choro
África
Lembro a mulher
Dobrada,
Com enxada,
Cavando na estrada
Cigarro aceso na boca,
O filho pequeno nas costas,
A mama esticada p’ra trás
Com o pouco leite p’ra lhe dar.
Ind’ouço o canto dolente
Do quissange.
E vejo a savana quieta,
O kota encolhido, sereno e belo
Nas rugas da sua velhice,
O fresco sereno do cacimbo,
As crianças
a brincar
E os homens a suar.
Tudo isto de saudade
De meio século passado.
África eu choro agora
Porque está tristonha e pobre,
Esventrada,
Espoliada,
Com políticos milionários
Que não param de roubar,
Mercenários indiferentes
E o povo por alimentar.
Choro a África bonita
Na alma das suas gentes,
Humildes, trabalhadoras,
Sempre à espera dum Messias
Que os encha de alegrias,
Do direito de viver
Com saúde, felicidade,
E uma bonita amizade
Lutem; por pronta mudança.
E não esqueçam que há sempre,
Por fim,
Um amanhã cheio de Esperança.
04/02/2017
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