quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017


Uma pequena (e pobre) incursão na poesia!


Choro África

Lembro a mulher
Dobrada,
Com enxada,
Cavando na estrada
Cigarro aceso na boca,
O filho pequeno nas costas,
A mama esticada p’ra trás
Com o pouco leite p’ra lhe dar.

Ind’ouço o canto dolente
Do quissange.
E vejo a savana quieta,
O kota encolhido, sereno e belo
Nas rugas da sua velhice,
O fresco sereno do cacimbo,
 As crianças a brincar
E os homens a suar.

Tudo isto de saudade
De meio século passado.

África eu choro agora
Porque está tristonha e pobre,
Esventrada,
Espoliada,
Com políticos milionários
Que não param de roubar,
Mercenários indiferentes
E o povo por alimentar.

Choro a África bonita
Na alma das suas gentes,
Humildes, trabalhadoras,
Sempre à espera dum Messias
Que os encha de alegrias,
Do direito de viver
Com saúde, felicidade,
E uma bonita amizade

Lutem; por pronta mudança.
E não esqueçam que há sempre,
Por fim,
Um amanhã cheio de Esperança.


04/02/2017

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