Impeachment, julgamento, farsa,
etc.
Há tempo que não faço
comentários à política, economia, segurança e outras áreas do Brasil... para
que fazer?
O impeachment da
madama dona presidenta foi um teatro de comédia. Comédia pobre, mal-educada, grosseira,
podre, falsa. Mandaram a dona para casa, mas não lhe caçaram os direitos
políticos o que foi uma violação à Constituição. Isso quer dizer que ela pode se
candidatar novamente e voltar para onde estava, daqui a pouco mais de um ano.
Brilhante, né?
Isto porque a grande
maioria dos políticos – deputados, senadores e até juízes – preferem ficar em
cima do muro, para o caso da senhora voltar eles continuarem a mamar na teta da
res publica.
Entretanto assume o
vice – o do “golpe”, que nem foi ele que deslanchou – e é obrigado a chamar
para o governo indivíduos com um, dois ou dúzias de processos em tribunal.
Porque? Porque precisa do cãogresso e
sem o apoio dessa banditagem todos os projetos de acerto do país lhe serão
negados e entraremos em super colapso. Em colapso já estamos.
Foi publicado há
poucos meses um livro sobre o juiz Sérgio Moro (que muito recomendo, escrito
por um professor universitário de direito, Luiz Scarpino) que tem conduzido com
muita coragem e isenção o aplaudido processo “Lava Jato”, que já meteu na
cadeia um monte de grandões de colarinho branco.
Até Maio ou Junho
deste ano, foram expedidas largas centenas de mandados de prisão, preventiva ou
temporária, de busca e apreensão e de condução coerciva, a presidentes das
maiores empresas do país, e seus diretores, a diretores da Petrobrás,
traficantes (doleiros), amigos do lula, lulinha e diliminha, ex ministros e
toda uma canalha envolvida em desvios que se calcula atinjam a “montuêra” de
largos bilhões de reais, roubados aos cofres públicos.
Infelizmente no
Brasil há toda uma gangue – senadores, deputados, ministros e governadores, que
usufrue de uma manobra escandalosa chamada de “foro privilegiado”, por eles
criada, como é óbvio, que obriga a justiça a só poder processá-los junto ao
Supremo Tribunal Federal, hoje entupido de processos, o que protela até, por
vezes, à prescrição!
O presidente do Senado
tem um monte de processos em juízo – corrupção, abuso de poder, lavagem de
dinheiro e outras mil brincadeiras – e continua sendo uma das figuras mais
importantes e influentes no quadro político do país, assim como uma imensidão
de outros senadores e deputados.
Se hoje fosse
possível meter essa turma toda na cadeia, o que significa algo em torno de
quatrocentos indivíduos (!!!!!) vários problemas, graves, surgiriam:
- primeiro não há
cadeias que cheguem!
- depois, tal como
já refere o Dr. Luiz Scarpino no livro citado, e aconteceu na operação “Mane
Pulite” na Itália contra a máfia, de repente o Brasil ficaria acéfalo, sem
líderes (mesmo que se saiba que os de hoje são “piores que o Deus me livre”) o
que permitiria o aparecimento de outra casta de malandros espertos (malandro e
esperto é pleonasmo), como aconteceu na Itália com Berlusconi!
Como
resultado estes processos contra a corja que se apropriou do país, têm que ir “piano,
piano”, apesar de todos esperarmos que não leve tempo demais até que possam os
bandidos se livrarem do cutelo da justiça.
Já
tem muitos na cadeia, alguns com penas de 10, 15 e mais de 20 anos, e inclusive
com multas que vão a vários milhões de cada um. Mas ainda é só o começo.
O
que está agora na moda, e essa moda veio também da Itália, são as delações
premiadas que, de acordo com a lei, prevê que pode beneficiar o acusado com:
- diminuição da pena de 1/3 a 2/3;
- cumprimento da pena em regime semiaberto;
- extinção da pena;
- perdão judicial;
E o povo fica
estarrecido ao saber que um doleiro, implicado pela segunda vez em lavagem de
dinheiro, e muitíssissimo dinheiro traficado entre a gangue do governo, depois
de, na primeira vez há uns dez anos, ter jurado pela saúde da mamãe e dos
filhinhos que ia portar-se direitinho, volta a ser apanhado neste processo “Lava
Jato”, é condenado a 124 anos de cadeia, entra com a delação premiada e...
passa 3 anos na cadeia (cadeia com quarto privativo, sala de almoço, tv, e o
máximo de mordomias possível) e quando sair volta a ser um “grande senhor”,
dono de milhões em paraísos fiscais, e, certamente vai continuar com o seu
trabalhinho de comprar políticos e mandar dinheiro para fora!
É evidente que todos
queremos acreditar na justiça, e que o povo torce por juízes como o Sérgio Moro
ou Joaquim Barbosa, os aplaude e até gostaria de vê-los a comandar os destinos
do Brasil.
Mas também sabemos
que estes processos não só não acabam nunca e que mesmo uma pequena melhoria,
leva anos a acontecer.
Se não se educar
desde os primeiros momentos da vida de um indivíduo que a ÉTICA e a educação
são o alicerce básico para se construir uma nação respeitável, prendem-se agora
um monte de facínoras bilionários, mas no vácuo deixado outros tantos
aparecerão.
A educação começa em
casa e nos primeiros bancos da escola.
Em casa, onde o povo
está habituado ao jeitinho, a ver milhões receberem propinas, na Petrobrás,
institutos de Seguros de aposentadorias, nos hospitais, no Detran (para obter
carta de condução mesmo sem fazer exame), em TODAS as obras públicas, federais,
estaduais ou municipais, na polícia que é muitas vezes obrigada (ou voluntária)
a negociar com os narcotraficantes, agora na organização das Olimpíadas com
obras sobre faturadas e onde até o presidente do CO da Irlanda vendia, aqui no
Brasil, ingressos igualmente superfaturados, será em casa que os pais poderão
ensinar os filhos a comportarem-se? Será que a maioria sabe o que é ética, ou
quer que país deixe de ter o “jeitinho”?
Será que vão
aprender nas escolas primárias e infantis onde a grande maioria vive um
descalabro impressionante?
Só o tempo dirá.
A argumentação mais
gasta é que aqui tudo é reminiscência do tempo colonial, dos portugueses! Ontem
comemoraram-se 196 anos do “grito” do D. Pedro, quando o Brasil se livrou de
Portugal.
Continua-se a roubar
e a culpa é do Cabral!
08/09/2016
Como de costume bem escrito e, infelizmente, retratando com fidelidade a realidade. Concordo inteiramente contigo em que uma mudança de mentalidades parte da educação na família e na escola, igualmente são verdadeiras as tuas dúvidas sobre se isso será possível com os exemplos que recebem. O problema agrava-se quando vemos que a realidade não é só brasileira mas mundial e, não é só de agora. O que fazer? Não sei!!!
ResponderExcluirAbraços muito apertados do
Manel
A CULPA É DO CABRAL, POIS CLARO! E POR QUÊ? APORTADO EM 1500, NÃO CHEGOU A 2000 RÉIS!
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