domingo, 8 de maio de 2016



Como usas o teu tempo?

Dois ligeiros poemetos com verdades grandes. Pesadas. Que devem ser lidos, relidos, meditados.
Sempre que se recorda um amigo, um misto de amargura e sorriso d’alma nos aflora ao coração e à cabeça.
Estes dois poemetos, grandes no valor e nas mensagens, durante muitos anos foram-me sendo dados por um amigo que sempre considerei como um irmão mais velho, a quem chamava de meu “diretor espiritual”.
Já nos deixou, e no instante em que escrevo isto deve ele estar a sorrir, com aquele ar de grande paz, que transmitia, sobretudo de grande, simples, humilde, amigo. A sua simplicidade era uma das marcas da sua grandeza.
Chamou-se, enquanto por entre nós andou, António Oliveira Lima. Deixou uma família linda, e uma imensa porção de amigos que além de o estimarem muito ainda o admiram.
Um grande exemplo, o meu querido “diretor espiritual”.

ARRANJA TEMPO

Arranja tempo para pensar
É a fonte de todo o poder.
Arranja tempo para brincar
É o segredo da eterna juventude.
Arranja tempo para ler
É a fonte da sabedoria.
Arranja tempo para rezar
É o maior poder do mundo.
Arranja tempo para amar e ser amado
É um privilégio de Deus.
Arranja tempo para ser amigo
É o caminho para a felicidade.
Arranja tempo para rir
É a música da alma.
Arranja tempo para dar
O dia é muito curto para ser egoísta.
Arranja tempo para trabalhar
É o preço do sucesso.
Arranja tempo para a caridade
É a chave para o paraíso.

*    *    *

“Deus nos pede do tempo estreita conta!
E é forçoso dar conta a Deus do tempo!
Mas como dar, do tempo, tanta conta,
Se se perde, sem conta, tanto tempo?!

Para fazer, a tempo, a minha conta,
Dado me foi, por conta, muito tempo,
Mas não cuidei no tempo e foi-se a conta…
Eis-me agora sem conta…eis-me sem tempo…

Ó vós, que tendes tempo e tendes conta,
Não o gasteis sem conta em passatempo,
Cuidai, enquanto é tempo, em terdes conta.

Ah! se quem isto conta do seu tempo
Houvesse feito a tempo, preço e conta,
Não choraria sem conta o não ter tempo.”

Frei Castelo Branco, Séc. XVIII

“O tempo é a mais preciosa coisa da vida” – João de Barros


08/05/2016

3 comentários:

  1. OBRIGADO, FRANCISCO! QUERERIA DIZER SÉCULO XVII... A POESIA "DO TEMPO" APARECE, CONTINUAMENTE, COMO SENDO DO CÉLEBRE FREI ANTÓNIO DAS CHAGAS QUE VIVEU AÍ ALGUNS ANOS E DO QUAL ANTÓNIO VIEIRA NÃO IA LÁ MUITO NA CONVERSA...

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  2. Querido Tio Chico. Obrigada por ter tornado o meu dia mais bonito. Um beijinho muito grande, com muito carinho

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  3. encontrei na net
    "O Soneto intitulado " Do tempo " foi escrito por frei José de Santo António ( Castelo Branco ) ; era filho dos condes de Pombeiro.
    Chamava-se José Castelo Branco.
    Tomou hábito no dia 19-Março-1701.
    Faleceu no terramoto de 1755 ( Lisboa ) "

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