Como usas o teu tempo?
Dois ligeiros poemetos com verdades grandes. Pesadas. Que devem ser lidos,
relidos, meditados.
Sempre que se recorda um amigo, um misto de amargura e sorriso d’alma
nos aflora ao coração e à cabeça.
Estes dois poemetos, grandes no valor e nas mensagens, durante muitos
anos foram-me sendo dados por um amigo que sempre considerei como um irmão mais
velho, a quem chamava de meu “diretor espiritual”.
Já nos deixou, e no instante em que escrevo isto deve ele estar a
sorrir, com aquele ar de grande paz, que transmitia, sobretudo de grande,
simples, humilde, amigo. A sua simplicidade era uma das marcas da sua grandeza.
Chamou-se, enquanto por entre nós andou, António Oliveira Lima. Deixou
uma família linda, e uma imensa porção de amigos que além de o estimarem muito ainda
o admiram.
Um grande exemplo, o meu querido “diretor espiritual”.
ARRANJA TEMPO
Arranja tempo para pensar
É a fonte de todo o poder.
Arranja tempo para brincar
É o segredo da eterna juventude.
Arranja tempo para ler
É a fonte da sabedoria.
Arranja tempo para rezar
É o maior poder do mundo.
Arranja tempo para amar e ser amado
É um privilégio de Deus.
Arranja tempo para ser amigo
É o caminho para a felicidade.
Arranja tempo para rir
É a música da alma.
Arranja tempo para dar
O dia é muito curto para ser egoísta.
Arranja tempo para trabalhar
É o preço do sucesso.
Arranja tempo para a caridade
É a chave para o paraíso.
* *
*
“Deus nos pede
do tempo estreita conta!
E é forçoso dar
conta a Deus do tempo!
Mas como dar,
do tempo, tanta conta,
Se se perde,
sem conta, tanto tempo?!
Para fazer, a
tempo, a minha conta,
Dado me foi,
por conta, muito tempo,
Mas não cuidei
no tempo e foi-se a conta…
Eis-me agora
sem conta…eis-me sem tempo…
Ó vós, que
tendes tempo e tendes conta,
Não o gasteis
sem conta em passatempo,
Cuidai,
enquanto é tempo, em terdes conta.
Ah! se quem
isto conta do seu tempo
Houvesse feito
a tempo, preço e conta,
Não choraria
sem conta o não ter tempo.”
Frei
Castelo Branco, Séc. XVIII
“O tempo é a mais preciosa coisa da vida” – João de
Barros
08/05/2016
OBRIGADO, FRANCISCO! QUERERIA DIZER SÉCULO XVII... A POESIA "DO TEMPO" APARECE, CONTINUAMENTE, COMO SENDO DO CÉLEBRE FREI ANTÓNIO DAS CHAGAS QUE VIVEU AÍ ALGUNS ANOS E DO QUAL ANTÓNIO VIEIRA NÃO IA LÁ MUITO NA CONVERSA...
ResponderExcluirQuerido Tio Chico. Obrigada por ter tornado o meu dia mais bonito. Um beijinho muito grande, com muito carinho
ResponderExcluirencontrei na net
ResponderExcluir"O Soneto intitulado " Do tempo " foi escrito por frei José de Santo António ( Castelo Branco ) ; era filho dos condes de Pombeiro.
Chamava-se José Castelo Branco.
Tomou hábito no dia 19-Março-1701.
Faleceu no terramoto de 1755 ( Lisboa ) "