terça-feira, 10 de novembro de 2015




Passam-se “coisas” nesta terra (e em todas as outras), que nós, pobres ignorantes e pagantes só tomamos conhecimento quando um repórter, e uma imprensa livre nos trazem ao conhecimento.
Hoje, uma escandaleira internacional, sempre dos benditos ou malditos bancos – de acordo com a ótica por que são vistos – com aquelas monstruosidades de dinheirama, toda falsa, mas que enganam qualquer comum mortal.
Ainda hoje foi recebida, aqui em casa a conta do cartão de crédito que Deus, em boa hora, nos tem permitido pagar sempre sem ter que ficar a dever, porque o nosso “querido” banco, o Itaú, só cobra 336,78% de juros ao ano. Ninharia. Favor de amigos.
Mas vejamos primeiro as escandaleiras mundiais, para as quais os simples mortais são tragados e, como Jó, só dentro da barriga da baleia é que clamamos por piedade e, porque não, vingança. Inútil.

A  MÁFIA  E  O  CARTEL
Por José Casado – “O Globo” 10/11/2015

Durante seis anos, entre 2007 e 2013, 30 operadores financeiros vinculados a 15 dos maiores bancos globais manipularam um dos principais indicadores económicos do Brasil - a taxa de câmbio, preço-chave para investimentos e comércio exterior. Eles fizeram acordos para influenciar cotações do real, dólar e outras moedas. Dividiam-se em dois grupos no sistema de chat da agência Bloomberg: um autodenominava-se "A Máfia" outro identificava-se como "O Cartel"
Flagradas nos EUA, as casas bancárias acaba­ram multadas em US$ 5,6 bilhões. Em junho uma delas foi à Procuradoria, em São Paulo. Fez acordos de leniência e delação premiada. O caso foi repassado ao Conselho Adminis­trativo de Defesa Económica (Cade), que viu nas provas recebidas "fortes indícios de condu­tas anticompetitivas" e "de infração à ordem económica". O processo avança sob sigilo.
O Cade lista 11 protagonistas da manipula­ção de cotações da moeda brasileira: Banco Standard de Investimentos, Barclays, Citigroup, Deutsche Bank, HSBC, Merrill Lynch, Morgan Stanley, Nomura, Royal Bank of Cana­da, Standard Chartered e UBS.
Atribui a oito as maquinações com moedas es­trangeiras: Banco Tokyo-Mitsubishi UFJ, Barclays, Citigroup, Credit Suisse, HSBC, JP Morgan Chase, Royal Bank of Scotland e UBS.
Indicia por conspiração, via chat, os operado­res Alexandre Gertel Nogueira, Sérgio Correia, Zanini, Alexandre Santos, Christoph Durst, Christopher Ashton, Colin Devereux, Daniel Evans, Daniel Yúzo Shimada Kajiya, Eduardo Hargrea-1 vês, Fábio Ramalho, Felipe Leitão, Fernando Pais, Frank Cahill, James Witt, James Wynne, bhn Erratt, José Aloisio Teles Jr., Marco Christen, ïark Clark, Martin Tschachfli, MatthewJ. Gardí^ jnei; Michael Weston, Niall O'Riordan, Pablo Fri-sanco Oliveira, Paul Nash, Renato Lustosa Giffo-mi, Ralf Klonowski, Richard Gibbons, Richard Usher e Rohan Ramchandaní. (N. Tudo gente fina, finíssima)
Segundo o Cade, eles fizeram acordos para fixar a diferença (spread) entre o valor de compra e venda de moedas, potencializando lucros dos bancos e os prejuízos dos clientes. Combi­naram cotações falsas e negociaram moedas a preços específicos, cartelizados. Atuaram para bloquear outros operadores (brokers) no mer­cado de câmbio do Brasil, concorrentes ou que se recusaram a aceitar influência. Comparti­lharam informações sobre os negócios de clientes, incluindo contratos, fluxo de recursos, ordens de negociação, preços, posições con­fidenciais, estratégias e objetivos.
Coordenaram, também, operações prévias às colheitas de safras agrícolas, para influen­ciar os índices de referência num "movimen­to de mercado” alterando as cotações dos produtos.        
A federação dos bancos alega que a taxa de câmbio (PTax) é apurada e divulgada pelo BC a partir de informações de mais de 180 instituições num mercado com movimentação média de US$ 6 bilhões por dia, "o que torna praticamente impossível sua manipulação”. (Vê-se)
Exportadores que se sentem prejudica­dos vislumbraram manobra governamen­tal para esvaziar a investigação. Recorreram ao senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que levou o caso ao Senado. Não se co­nhece, ainda, a extensão dos danos às em­presas e pessoas físicas no Brasil. É certo, porém, que o cartel e a máfia causaram perdas bilionárias.

Depois destas belezas “naturais” vejamos outras que a natureza brasílico-tropical nos tem presenteado nos últimos tempos, mercê do pouco que roubam os “lá do topo... e os outros”;
Por enquanto, este ano podemos contabilizar os seguintes aumentos – os mais significativos – no custo de vida para quem tem que comer:
- o alho aumentou 60%, a batata inglesa (produzida no Brasil) 69%, o filé de boi 40%, as peras 28%, carne de segunda 20%, macarrão 11,74%, vinho e bebidas alcoólicas 10% (o que desiquilibra o meu orçamento), pão 8,73% energia elétrica entre 43 e 51% - conforme os Estados (todos os estados... moribundos), fora tudo quanto já por aqui foi informado.

Entretanto no Texas, com o aumento de instalação de energia eólica, há excesso de produção! Solução: entre as 21h00 e as 06H00 a energia é de graça. Copiaram do Brasil.

Mas tem mais belezas endémico-brasilienses:
- nos últimos oito anos foram assassinadas 13.000 mulheres... por ano! Começaram a faltar os indispensáveis elementos do sexo interessante.
- a economia do país deve sofrer uma retração de 5% até ao fim deste anos. E no próximo?

Pelo mundo todo as “coisas também não estão brilhantes: o aumento de temperatura global passou este ano de 1% - foi de 1,02%. Não se preocupem: quando chegar a 2% a rainha Elisabeth vai abrir o Parlamento de barco ou de biquíni! Um show a não perder.
E em Lisboa o pessoal não precisará ir ao Estoril para tomar banho: toma na Baixa. No Rio de Janeiro... também.

E assim vai o mundo, e o pior é que vai muito mal o que, aqui, nos rodeia!


11/10/2015 

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