Passam-se “coisas”
nesta terra (e em todas as outras), que nós, pobres ignorantes e pagantes só
tomamos conhecimento quando um repórter, e uma imprensa livre nos trazem ao
conhecimento.
Hoje, uma
escandaleira internacional, sempre dos benditos ou malditos bancos – de acordo com
a ótica por que são vistos – com aquelas monstruosidades de dinheirama, toda
falsa, mas que enganam qualquer comum mortal.
Ainda hoje foi
recebida, aqui em casa a conta do cartão de crédito que Deus, em boa hora, nos
tem permitido pagar sempre sem ter que ficar a dever, porque o nosso “querido”
banco, o Itaú, só cobra 336,78% de juros ao ano. Ninharia. Favor de amigos.
Mas vejamos primeiro
as escandaleiras mundiais, para as quais os simples mortais são tragados e,
como Jó, só dentro da barriga da baleia é que clamamos por piedade e, porque
não, vingança. Inútil.
A MÁFIA
E O CARTEL
Por José Casado – “O Globo” 10/11/2015
Durante
seis anos, entre 2007 e 2013, 30 operadores financeiros vinculados a 15 dos
maiores bancos globais manipularam um dos principais indicadores económicos do
Brasil - a taxa de câmbio, preço-chave para investimentos e comércio exterior.
Eles fizeram acordos para influenciar cotações do real, dólar e outras moedas.
Dividiam-se em dois grupos no sistema de chat da agência Bloomberg: um
autodenominava-se "A Máfia" outro identificava-se como "O Cartel"
Flagradas
nos EUA, as casas bancárias acabaram multadas em US$ 5,6 bilhões. Em junho uma
delas foi à Procuradoria, em São Paulo. Fez acordos de leniência e delação
premiada. O caso foi repassado ao Conselho Administrativo de Defesa Económica (Cade),
que viu nas provas recebidas "fortes indícios de condutas anticompetitivas"
e "de infração à ordem económica". O processo avança sob sigilo.
O
Cade lista 11 protagonistas da manipulação de cotações da moeda brasileira:
Banco Standard de Investimentos, Barclays, Citigroup, Deutsche Bank, HSBC, Merrill
Lynch, Morgan Stanley, Nomura, Royal Bank of Canada, Standard Chartered e UBS.
Atribui
a oito as maquinações com moedas estrangeiras: Banco Tokyo-Mitsubishi UFJ, Barclays,
Citigroup, Credit Suisse, HSBC, JP Morgan Chase, Royal Bank of Scotland e UBS.
Indicia
por conspiração, via chat, os operadores Alexandre Gertel Nogueira, Sérgio Correia,
Zanini, Alexandre Santos, Christoph Durst, Christopher Ashton, Colin Devereux,
Daniel Evans, Daniel Yúzo Shimada Kajiya, Eduardo Hargrea-1 vês, Fábio Ramalho,
Felipe Leitão, Fernando Pais, Frank Cahill, James Witt, James Wynne, bhn Erratt,
José Aloisio Teles Jr., Marco Christen, ïark Clark, Martin Tschachfli, MatthewJ. Gardí^
jnei; Michael Weston, Niall O'Riordan, Pablo Fri-sanco Oliveira, Paul Nash,
Renato Lustosa Giffo-mi, Ralf Klonowski, Richard Gibbons, Richard Usher e Rohan
Ramchandaní. (N. Tudo gente fina, finíssima)
Segundo
o Cade, eles fizeram acordos para fixar a diferença (spread) entre o
valor de compra e venda de moedas, potencializando lucros dos bancos e os
prejuízos dos clientes. Combinaram cotações falsas e negociaram moedas a preços
específicos, cartelizados. Atuaram para bloquear outros operadores (brokers)
no mercado de câmbio do Brasil, concorrentes ou que se recusaram a aceitar
influência. Compartilharam informações sobre os negócios de clientes,
incluindo contratos, fluxo de recursos, ordens de negociação, preços, posições
confidenciais, estratégias e objetivos.
Coordenaram,
também, operações prévias às colheitas de safras agrícolas, para influenciar
os índices de referência num "movimento de mercado” alterando as cotações
dos produtos.
A
federação dos bancos alega que a taxa de câmbio (PTax) é apurada e divulgada
pelo BC a partir de informações de mais de 180 instituições num mercado com
movimentação média de US$ 6 bilhões por dia, "o que torna praticamente
impossível sua manipulação”. (Vê-se)
Exportadores
que se sentem prejudicados vislumbraram manobra governamental para esvaziar a
investigação. Recorreram ao senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que levou o caso
ao Senado. Não se conhece, ainda, a extensão dos danos às empresas e pessoas
físicas no Brasil. É certo, porém, que o cartel e a máfia causaram perdas bilionárias.
Depois
destas belezas “naturais” vejamos outras que a natureza brasílico-tropical nos
tem presenteado nos últimos tempos, mercê do pouco que roubam os “lá do topo...
e os outros”;
Por
enquanto, este ano podemos contabilizar só
os seguintes aumentos – os mais significativos – no custo de vida para quem tem
que comer:
- o
alho aumentou 60%, a batata inglesa (produzida no Brasil) 69%, o filé de boi
40%, as peras 28%, carne de segunda 20%, macarrão 11,74%, vinho e bebidas alcoólicas
10% (o que desiquilibra o meu orçamento), pão 8,73% energia elétrica entre
43 e 51% - conforme os Estados (todos os estados... moribundos), fora tudo
quanto já por aqui foi informado.
Entretanto
no Texas, com o aumento de instalação de energia eólica, há excesso de
produção! Solução: entre as 21h00 e as 06H00 a energia é de graça. Copiaram do
Brasil.
Mas
tem mais belezas endémico-brasilienses:
- nos
últimos oito anos foram assassinadas 13.000 mulheres... por ano! Começaram a faltar os indispensáveis elementos do
sexo interessante.
- a
economia do país deve sofrer uma retração de 5% até ao fim deste anos. E no
próximo?
Pelo
mundo todo as “coisas também não estão brilhantes: o aumento de temperatura
global passou este ano de 1% - foi de 1,02%. Não se preocupem: quando chegar a
2% a rainha Elisabeth vai abrir o Parlamento de barco ou de biquíni! Um show a
não perder.
E em
Lisboa o pessoal não precisará ir ao Estoril para tomar banho: toma na Baixa.
No Rio de Janeiro... também.
E
assim vai o mundo, e o pior é que vai muito mal o que, aqui, nos rodeia!
11/10/2015
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