A Jihad britânica
versus católicos irlandeses
Jihadis, com os muçulmanos lhe chamam –
a guerra santa – existem desde... desde quando mesmo? Ninguém o saberá dizer,
mas a história conta-nos e continuará a contar-nos passagens de completa
vergonha para o bicho que tem o desplante de se intitular o homo sapiens, e insiste, sapiens!
A
Bíblia tem mais descrição de guerras e extermínios do que salmos e louvores ao
Deus Onipotente.
Mais
perto de nós temos calamidades que feliz ou infelizmente não esquecemos, pior
ainda quando pensamos que muitas dessas “guerras santas” se deram no seio
daqueles que se intitulavam cristãos, negando, em total oposição, a base da
Mensagem de Cristo “Amai-vos uns aos outros”.
Só
para lembrar alguns casos:
-
O Massacre de São Bartolomeu em França, em 1572, e o cerco em La Rochelle, onde
terão sido mortos talvez até setenta mil huguenotes;
-
A ferocissima e odienta Inquisição em Portugal e pior ainda sobretudo em
Espanha, que durou uns três séculos;
-
A “limpeza” de índios americanos, sobretudo no Norte e áreas espanholas.
-
O massacre, à fome, dos ucranianos, pelo Stalin.
-
O genocídio dos arménios.
-
Idem dos sérvios pelos croatas.
-
Dos tibetanos.
-
Dos tutsis.
-
Na Somália e Sudão.
-
No Zimbabwe.
-
Sem esquecer o Holocausto e a exterminação de meio milhão de ciganos.
-
E a guerra que os protestantes britânicos moveram, durante séculos, aos
católicos, não só na própria Inglaterra, mas na Escócia, na Irlanda, e mais
tarde até onde o seu império mandou e desmandou.
Em
1695 o parlamento irlandês, já dominado pelo ingleses, exilou da Irlanda monges,
frades, jesuitas e toda a hierarquia católica. Como o Imperador Leopoldo da
Áustria em aliança com os britânicos contra Luis XIV de França tivesse
reclamado da violência desta lei, ela não foi logo executada. Mas assim que a
guerra acabou, em 1697, a lei passou “triunfalmente”, e outras leis contra
católicos seguiram-se umas atrás das outras.
Já
em 1691 Westminster tinha passado uma lei proibindo membros do Parlamento
irlandês de terem assento no “seu” Parlamento ou ocupar cargos públicos se não
tivessem jurado negar a transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e Sangue
de Cristo. Nenhum católico podia prestar juramento parlamentar desde que não
negasse a validade da Missa.
A
perseguição não parava, e os reis, agora William de Orange encorajado pela
mulher Rainha Ana, preparavam mais leis contra os católicos. Em 1704 apareceu o
“Acto para evitar o futuro crescimento do papismo”, que ficou conhecido como o
“Código Penal”, privando os católicos até do direito de voto, e cujas principais
cláusulas eram:
-
Nenhum católico pode comprar terras.
-
Nenhum católico poderia alugar uma fazenda por mais de trinta e um anos; e o
aluguel teria que ser pelo menos dois terços do valor anual da exploração.
-
Quando um católico morrer, a sua propriedade não pode ser herdada pelo filho
mais velho, mas dividida igualmente entre todos os filhos. Se um dos filhos se
tornasse protestante ele poderia herdar a propriedade inteira.
-
Nenhum católico poderia advogar em tribunais, ser solicitador, juiz ou membro
do grande juri.
-
Católicos não podem ter assento no Parlamento nem votar nas eleições.
- Católicos
não podem ocupar lugares na administração pública – por exemplo um católico não
podia ser servente, xerife ou membro do Conselho de cidade.
-
Católicos não podem mandar seus filhos para fora para serem educados, nem criar
escolas dentro de casa.
- Católicos
não podem ser guarda de órfãos.
-
Católicos não podem portar armas, entrar para o exército, ou ter um cavalo que
valha mais do que £5 – cinco libras.
-
Católicos são proibidos de viver em muitas das mais importantes cidades das
províncias.
-
Católicos podem rezar livremente, mas as suas igrejas não podem ter campanários
ou exibir cruzes. Os padres não podem vestir roupas clericais em público, nem
exibir emblemas sagrados; ele terão que se registrar na administração do governo
e fazer juramento de lealdade. Arcebispos, bispos, jesuitas e outros do clérigo
regular (além de monges e frades) têm que viver no campo.
-
Peregrinações de católicos, especialmente a do Lough Derg, in County Donegal, eram
proibidas. (A mais antiga de toda a
Irlanda, no dia de St. Patrick’s Day)
A
Câmara dos Comuns chegou ao expoente máximo do absurdo quando propôs marcar
todos os padres que não se tivessem registado, com um “P” grande marcado a fogo
na bochecha! O Conselho não gostou da solução, que era mais uma punição, e
propôs coisa bem mais “simples”: a castração! Para os ingleses seria uma
solução muito melhor!
O
Conselho Privado do Rei não permitiu que nenhuma destas “soluções” fosse
executada, por achá-las demasiado bárbaras! Mas o restante do Código Penal
entrou em vigor.
Mas
não ficou por aqui a perseguição. Em 1704 o mesmo Conselho do Rei, acrescentou
nova cláusula:
-
Toda a pessoa que tiver um cargo público deve produzir um certificado provando
que ele tinha recebido a comunhão numa igreja da Irlanda. Como os católicos
estavam já desqualificados para emitir qualquer documento este teria que ser
passado pela igreja presbiteriana!
Tudo
isto e outras “vergonhas” impostas aos católicos, empobreceram-nos e
degradaram-nos a um ponto tal que a ingenuidade dos homens não havia conhecido.
Aqueles
que ganharam com a ruína dos católicos foram os ingleses e os proprietários de
terras protestantes e seus parentes.
Valentes,
os católicos, onde somente cerca de cinco por cento se “converteram” para não
serem marginalisados.
Tudo
isto parece inacreditável, partindo dum povo que já no século XIII obteve do
rei a famosa Magna Carta, que “dizem” ser o primeiro passo para a democracia.
Ainda a mesma democracia da Declaração de Independência dos EUA quando diz “que todos
os homens foram criados iguais”; uma mentira que começa agora a parecer que é
verdade, após mais de dois séculos.
A
mesma democracia na Declaração dos Direitos do Homem que repete que “todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e
direitos”, e continua a assistir-se ao gasto com armas que ultrapassa em mais
de cinquenta ou cem vezes o necessário para que acabasse a fome no mundo.
Inclusive a Constituição do Brasil quando diz, no seu Art. 5° “que
todos são iguais perante a lei”, onde um pobre que rouba uma galinha vai preso
e leva da polícia e um político, ou até um presidente que rouba milhões nem
sequer sabe onde ficam as prisões! Tamanha mentira faz doer até as meninges.
Enquanto o “deus dos homens” for o poder, o dinheiro, não haverá
democracia, nem direitos humanos, nem nada disso. Mas continuará a haver povos
submetidos, esmagados e a morrer de fome, e jihads a acontecer por todo o lado.
Ainda se continua a matar em nome de deus, não de Deus. Até
quando?
Mais uns milhões de anos!
21/10/2013
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