Antes do Propósito
(rebuscado do francês,
Avant-Propos) ou
A Propósito
O amor ou só a atração física entre dois corpos,
tem sido, desde o tempo que nem tempo era ainda, um dos primeiros motivos para
guerras, traições, escândalos, suicídios, assassinatos, divórcios, e muito
mais.
Basta pensar na bela Helena, raptada por Páris e
a guerra, monstruosa, que por culpa da sua beleza aconteceu em Troia, e quantos
foram mortos, por tão fútil motivo.
Páris raptando a bela
Helena
Escândalos, estão a acontecer a todo o momento, em todo o mundo. Lembro do famoso Caso Profumo, um escândalo político britânico com origem numa ligação sexual, em 1961, entre John Profumo, o Secretário de Estado da Guerra, no governo de Harold Macmillan, e Christine Keeler, uma futura modelo de 19 anos. Como era de prever, o Profumo dançou e a Christine ficou famosa!
Ora se o Profumo não havia de ficar louco com uma gatinha destas...
Que se danasse a guerra!
Suicídios de amor
têm sido contados desde sempre, envolvendo reis, príncipes e outros ditos
“grandes”, porque do povo ninguém quer saber, e lembro da triste história da
doce Cio-Cio-San (Butterfly em japonês), baseada em fatos reais, que
Puccini nos mostra na sua magnífica ópera Madame Butterfly, quando Cio-Cio-San,
esperando ansiosa e cheia de saudades do seu amor, sabe que ele ao fim de
vários anos vem visitá-la, mas casado com outra, enfia a faca na barriga, e faz
o hara-kiri.
"Othello e Desdêmona em Veneza" por Théodore Chassériau
(1819–1856)
Divórcios são aos
montes, e como dizia Jô Soares no programa “O Gordo” : casa, descasa, casa,
descasa, por isso é que eu não me caso!
Traições então...
Por que as
estátuas gregas mostram as mulheres e os homens despidos? Por quê tanto
monumento, desde tempos imemoriais, ao falo e àquilo que se chama deusas
da fertilidade representando uma mulher nua?
Por que aparecem
agora em Aveiro, norte de Portugal, num sítio arqueológico dentro do mar a
sessenta metros de fundo, imagens, partes de cerâmicas de 3.000 a 4.000 anos
a.C, com seios femininos de mamilos destacados? E o templo de Kajuharo?
Milhares de esculturas em situações eróticas, ou pornográficas, representando
possivelmente o Kama Sutra, um antigo texto indiano sobre o comportamento
sexual humano, desde as antigas antiguidades, sendo amplamente considerado o
trabalho mais completo sobre amor na literatura sânscrita. Uma espécie de
enciclopédia sobre “as técnicas de fazer amor”.
Este rei, louco pela
traição da sua primeira esposa, desposa uma noiva diferente todas as noites,
mandando matá-las na manhã seguinte. Sheerazade consegue escapar a esse destino
contando, durante a noite, histórias maravilhosas sobre diversos temas que
captam a curiosidade do rei. Ao amanhecer, Sheerazade interrompe cada conto
para continuá-lo na noite seguinte, o que a mantém viva ao longo de várias
noites - as mil e uma do título - ao fim das quais o rei se arrependeu de seu
comportamento e desistiu de executá-la.
Conta a Bíblia,
ainda, que avisado por Deus, Lott, deve sair de duas cidades onde imperava a pouca
vergonha, Sodoma e Gomorra. Que não olhassem para trás pois Deus iria pôr
fogo e destruir tudo. Saiu, com a mulher e duas filhas. A mulher (curiosas as
mulheres), voltou-se para trás, para ver o estrago e foi transformada numa
estátua de sal. Lott não terá tido tempo para chorar essa perda, mas vê-se sem
descendentes, e isso, diz a Bíblia, o fazia sofrer. Resolveu o assunto do modo
mais simples. Deitou-se com as filhas, uma de cada vez e assegurou assim a
descendência! Ou... cama confortável?
E o incesto? Fica
deste modo sacramentado pelo Livro dos Livros?
Todo este “A
Propósito” serve só para dizer que as histórias que se seguem são todas
baseadas no mais profundo de todos os sentimentos humanos: o amor, seja ele
profundo... ou Profumo!
Erótico ou não,
toca todas as idades.
Francisco,
ResponderExcluirAi o Amor, o Amor!
Coisa complicada, que a cultura trovadoresca inculcou nas sociedades europeias ocidentais.
O caso do Páris e da Bela Helena é uma excentricidade nas culturas greco-latina, anteriores ao séc. XIII. A vertente judaica praticamente ignora-o e a Igreja de Roma nunca o viu com bons olhos.
Só um pequeno reparo. A ópera Madamme Butterfly saiu da inspiração de G. Puccini.
Abraço
APM
Indesculpável erro musical! E eu até sabia que Puccini é que... mas!
ExcluirSempre com uma escrita agradável e com interesse
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