Quem chegou primeiro às
Américas?
A verdade é
que se olharmos com atenção para as figuras humanas que ainda guardam traços
dos primeiros habitantes, constatamos que há indivíduos tipicamente chineses,
outros polinésios (braquicéfalos) e outros que mais se parecem com persas que
na sua expansão para leste chegaram à ponta da Sibéria e atravessaram para o
Alaska (dolicocéfalos). Estes últimos, os índios norte-americanos de que são
exemplos perfeitos “Nuvem Vermelha” e “Cavalo Louco”.
E os
esquimós, tipicamente braquicéfalos? Vieram de onde, com aquelas olhinhos
fechados e carinhas simpáticas de chineses e logo foram viver onde ficaram
livres deste clima horroroso, por exemplo do Rio de Janeiro?
Porque os
Astecas, cabeçorra alongada, nariz adunco, no seu livro sagrado, sempre
esperaram que do Ocidente viessem homens brancos? Quem lhes contou que havia
essa outra gente? Bem mal se deram quando esses “esperados” ali chegaram!
Nos Andes e
nas florestas do Brasil os “indígenas”, cara e cabeça arredondada, braquicéfalos,
em muitos deles narizes levemente alargados, nada têm a ver com
norte-americanos.
Nas grutas
da Serra da Capivara, no Piauí, lá no Nordeste do Brasil, há milhares de
pinturas rupestres, um assombro, e já se chegou à conclusão que permite afirmar
vestígios humanos que ali estiveram desde há cerca de mais de 20.000 a 49.000
anos! Arqueólogos e pesquisadores o afirmam.
Certamente
não serão antepassados dos que vieram do Alaska há os tais 12 ou 13.000 anos
atrás, ou do Pacífico, estes que se fixaram na costa do mesmo Pacífico e nos
altiplanos dos Andes.
Então de
onde vieram?
Consta, por
África, que há muito, muito tempo, tempo que se perde na memória e não deixa
mais do que uma ténue lenda, um chefe africano teria sonhado com terras do
outro lado do imenso mar, terras férteis.
Ele que via
o sol, no final do dia pôr-se lá, bem lá longe atrás de alguma coisa que só
podia ser terra, porque para eles o mar era plano e nada poderia esconder o sol.
Dias de
melhor tempo, quando em vez, tinha a certeza de ver outras terras, lá... bem
longe, parecia até que chamavam por ele. Isso tornou-se uma obsessão, como que um
chamamento pr ir ver essas terras, que não o largava.
A sua terra,
aí pela região talvez do Congo ou Angola teria sofrido uns anos de terrível seca
ou doença, ou talvez ataques da expansão dos “chamados bantus” que terão chegado
de mais ao norte, região do Senegal, Mali ou outras, e o povo estaria
insatisfeito.
Se foi, por
exemplo há 20.000 anos, o Saara estaria ainda sob gelo, visto que o o ‘Saara
verde” e as suas florestas só começaram nessa área há uns 9.000 anos, a seguir
ao degelo e, eventuais populações daquela área deslocaram-se para Sul.
Seja qual
for a razão o chefe africano acabou por tomar uma decisão: mandou construir as
almadias maiores que já alguma vez se haviam feito, no que os africanos e os
índios do Brasil são exímios artistas, para o que cortaram as mais frondosas
árvores e, assim que prontas, embarcou nelas o máximo de mantimentos e de gente
que foi possível.
Cada almadia
poderia levar até cinquenta ou setenta homens, algumas carregadas com
mantimentos, que nessa época tão longínqua não passava de um pouco de alguns
grãos e feijões de baixíssimo valor nutritivo, mas bastante peixe e carne seca.
Uma pequena almadia, e ao longe o “sonho” de novas terras
Tudo pronto,
fez-se ao mar prometendo que se encontrasse terra boa voltaria para levar o resto
do povo.
A lenda diz ainda
que muita gente se foi deles despedir, mas nunca, nunca mais tiveram novas dos
aventureiros.
Algumas
ossadas que têm sido pesquisadas por cientistas lá na Serra da Capivara,
afirmam que, para além dos vestígios de ocupação humana com cerca de quase 50.000
anos, alguns crâneos têm nítidas características de gente de África.
Verdade?
Mentira? Mas o que sabemos nós (e eles) sobre o que se passou há dezenas de
milénios?
Impossível
não teria sido.
Os
marinheiros, e grandes navegadores, como Bartolomeu Dias sabia e o nosso comandante
Pereira Caldas também sabe muito bem, no Hemisfério Sul as correntes circulam
no sentido contrário aos ponteiros do relógio, passam lambendo a Costa africana
e vêm, quentinhas, molhar as costas do Brasil, como muito bem se vê no mapa
abaixo. E parte pode seguir os Alíseos do Norte e chegar às Antilhas.
Em 1952, um
cientista e velejador francês, Alain Bombard, demonstrou que era possível viver
no mar, sem levar mantimentos, sobretudo para mostrar que náufragos poderiam,
sob certas circunstâncias, sobreviver e, num pequeno barco de borracha de 4,5
metros, saiu de Las Palmas, Ilhas Canárias, sem provisões a bordo e chegou às
Caraíbas. Durou o trajeto 113 dias, simplesmente levado pela corrente dos Alíseos
e seus ventos.
Improvisou
arpões, pescou alguns peixes e alimentou-se sobretudo de plâncton. Talvez
outros europeus tivessem feito a mesma experiência séculos e séculos atrás, para
deixarem com os astecas a esperança que um dia do lado do Sol Nascente,
chegariam homens “brancos”.
Porque
isso não seria possível a homens de África, habituados a navegar até longe de
terra, nas suas almadias, à pesca?
É
evidente que, a terem chegado à América, tiveram que apanhar sempre um tempo
favorável, nada de tempestades, para receberam por fim o prémio por sua
aventura e coragem.
São
lendas, só? Ou é história que milénios transformaram em lenda?
Quis
dubitat?
25/11/2021
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