quinta-feira, 25 de novembro de 2021

 

Quem chegou primeiro às Américas?

 

 Tem sido dito e redito, por sábios, que o continente americano começara a ser ocupado por humanos há uns 12 ou 13.000 anos. Teriam passado pelo estreito de Bering, na ocasião gelado, enquanto há quem afirme que, mais ou menos na mesma época, ou outras, terão vindo outros grupos da Polinésia, da China, e de...

A verdade é que se olharmos com atenção para as figuras humanas que ainda guardam traços dos primeiros habitantes, constatamos que há indivíduos tipicamente chineses, outros polinésios (braquicéfalos) e outros que mais se parecem com persas que na sua expansão para leste chegaram à ponta da Sibéria e atravessaram para o Alaska (dolicocéfalos). Estes últimos, os índios norte-americanos de que são exemplos perfeitos “Nuvem Vermelha” e “Cavalo Louco”.

E os esquimós, tipicamente braquicéfalos? Vieram de onde, com aquelas olhinhos fechados e carinhas simpáticas de chineses e logo foram viver onde ficaram livres deste clima horroroso, por exemplo do Rio de Janeiro?

Porque os Astecas, cabeçorra alongada, nariz adunco, no seu livro sagrado, sempre esperaram que do Ocidente viessem homens brancos? Quem lhes contou que havia essa outra gente? Bem mal se deram quando esses “esperados” ali chegaram!

Nos Andes e nas florestas do Brasil os “indígenas”, cara e cabeça arredondada, braquicéfalos, em muitos deles narizes levemente alargados, nada têm a ver com norte-americanos.

Nas grutas da Serra da Capivara, no Piauí, lá no Nordeste do Brasil, há milhares de pinturas rupestres, um assombro, e já se chegou à conclusão que permite afirmar vestígios humanos que ali estiveram desde há cerca de mais de 20.000 a 49.000 anos! Arqueólogos e pesquisadores o afirmam.

Certamente não serão antepassados dos que vieram do Alaska há os tais 12 ou 13.000 anos atrás, ou do Pacífico, estes que se fixaram na costa do mesmo Pacífico e nos altiplanos dos Andes.

Então de onde vieram?

Consta, por África, que há muito, muito tempo, tempo que se perde na memória e não deixa mais do que uma ténue lenda, um chefe africano teria sonhado com terras do outro lado do imenso mar, terras férteis.

Ele que via o sol, no final do dia pôr-se lá, bem lá longe atrás de alguma coisa que só podia ser terra, porque para eles o mar era plano e nada poderia esconder o sol.

Dias de melhor tempo, quando em vez, tinha a certeza de ver outras terras, lá... bem longe, parecia até que chamavam por ele. Isso tornou-se uma obsessão, como que um chamamento pr ir ver essas terras, que não o largava.

A sua terra, aí pela região talvez do Congo ou Angola teria sofrido uns anos de terrível seca ou doença, ou talvez ataques da expansão dos “chamados bantus” que terão chegado de mais ao norte, região do Senegal, Mali ou outras, e o povo estaria insatisfeito.

Se foi, por exemplo há 20.000 anos, o Saara estaria ainda sob gelo, visto que o o ‘Saara verde” e as suas florestas só começaram nessa área há uns 9.000 anos, a seguir ao degelo e, eventuais populações daquela área deslocaram-se para Sul.

Seja qual for a razão o chefe africano acabou por tomar uma decisão: mandou construir as almadias maiores que já alguma vez se haviam feito, no que os africanos e os índios do Brasil são exímios artistas, para o que cortaram as mais frondosas árvores e, assim que prontas, embarcou nelas o máximo de mantimentos e de gente que foi possível.

Cada almadia poderia levar até cinquenta ou setenta homens, algumas carregadas com mantimentos, que nessa época tão longínqua não passava de um pouco de alguns grãos e feijões de baixíssimo valor nutritivo, mas bastante peixe e carne seca.

 

Uma pequena almadia, e ao longe o “sonho” de novas terras 

Tudo pronto, fez-se ao mar prometendo que se encontrasse terra boa voltaria para levar o resto do povo.

A lenda diz ainda que muita gente se foi deles despedir, mas nunca, nunca mais tiveram novas dos aventureiros.

Algumas ossadas que têm sido pesquisadas por cientistas lá na Serra da Capivara, afirmam que, para além dos vestígios de ocupação humana com cerca de quase 50.000 anos, alguns crâneos têm nítidas características de gente de África.

Verdade? Mentira? Mas o que sabemos nós (e eles) sobre o que se passou há dezenas de milénios?

Impossível não teria sido.

Os marinheiros, e grandes navegadores, como Bartolomeu Dias sabia e o nosso comandante Pereira Caldas também sabe muito bem, no Hemisfério Sul as correntes circulam no sentido contrário aos ponteiros do relógio, passam lambendo a Costa africana e vêm, quentinhas, molhar as costas do Brasil, como muito bem se vê no mapa abaixo. E parte pode seguir os Alíseos do Norte e chegar às Antilhas.

Em 1952, um cientista e velejador francês, Alain Bombard, demonstrou que era possível viver no mar, sem levar mantimentos, sobretudo para mostrar que náufragos poderiam, sob certas circunstâncias, sobreviver e, num pequeno barco de borracha de 4,5 metros, saiu de Las Palmas, Ilhas Canárias, sem provisões a bordo e chegou às Caraíbas. Durou o trajeto 113 dias, simplesmente levado pela corrente dos Alíseos e seus ventos.

Improvisou arpões, pescou alguns peixes e alimentou-se sobretudo de plâncton. Talvez outros europeus tivessem feito a mesma experiência séculos e séculos atrás, para deixarem com os astecas a esperança que um dia do lado do Sol Nascente, chegariam homens “brancos”.

Amir Klink, o grande navegador brasileiro, também atravessou o Atlântico, a remos, desde Walvis Bay, na Namíbia até Salvador na Baía. Enquanto dormia a corrente o ia levando para o destino!

Porque isso não seria possível a homens de África, habituados a navegar até longe de terra, nas suas almadias, à pesca?

É evidente que, a terem chegado à América, tiveram que apanhar sempre um tempo favorável, nada de tempestades, para receberam por fim o prémio por sua aventura e coragem.

São lendas, só? Ou é história que milénios transformaram em lenda?

Quis dubitat?

 

25/11/2021

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