terça-feira, 13 de julho de 2021

 

No país da loucura e do Sorriso


Na minha “inocência”, própria da juventude na segunda ou terceira meninice, imagino que possivelmente a maior parte da população mundial algum dia tenha desejado, ou sonhado, sair do seu país e ir procurar algum Eldorado alhures. Mais sol ou mais frio, menos impostos, salários mais condignos, mais estabilidade, mais liberdade, gente mais afável, ou até a garota, ou o garoto, dos seus sonhos.

Houve uns que conseguiram, a maioria ficou em casa a ver tv e a lastimar-se, e uma grande parte não encontrou nas novas terras a concretização do talvez infantil ou inocente sonho que o levou para longe.

Eu... fui um destes. Mas como nada vem de graça, lutei, passei muitas vezes por um qualquer Lucifer que me prometia o céu e me dava o inferno, mas, olhem, sobrevivi e penso que tanta luta me fez mais forte, porque... porque ainda por aqui ando!

Ando num país que ainda não se encontrou consigo mesmo! Desde há 500 anos, meio milénio, é espoliado, esventrado, cobiçado, criticado e ofendido por ignorantes e invejosos, e agora mais ainda pelas pandemias esquerdopata e heterofóbica, considerando mesmo a da Covid algo passageiro (passageiro chato e perigoso que teima em não nos largar), mas onde se encontra tudo aquilo que é inimaginável. O imaginável é difícil de encontrar!

Vamos começar por analisar a loucura, esquecendo, se possível isso fosse, a roubalheira de trilhões de dólares dos governos anteriores que enriqueceram a mais absurda e idiota gente deste país.

Ora bem, aqui ninguém deve, por exemplo, entrar numa farmácia e comprar um qualquer medicamento, mesmo que o medicamento seja ótimo, não falso (que os há), porque depois pode ter um ataque de coração ou raiva, apesar dos impagáveis sensíveis e carinhosos sorrisos que as funcionárias fazem (nas farmácias, nos correios, nos supermercados, em todo o lado), mas porque se arrisca a constatar que em outra qualquer farmácia (que as há de montão) o mesmo medicamento está com um preço incrivelmente mais baixo!

Já falei nisto várias vezes, já escrevi para os mentecaptos do ministério da saúde para que explicassem tais absurdos, mas vou relatar só unzinhos destes últimos dias.

Gatunagem Nr. 1.- Começo por laboratórios de análises, que é tudo a mesma pandilha.

O meu filho foi fazer umas análises de sangue, aquelas bem simplinhas - hemograma, creatinina e VHS. Aqui perto de casa há meia dúzia de laboratórios (distam no máximo 50 metros uns dos outros!) e decidimos fazer uma prévia consulta para ver a “moral” do nêgossu. Eis os preços das três análises:

Laboratório A – R $ 72,00

                  B – R $ 58,00

                  C – R $ 41,50

                      D – R $ 22,80

O mais caro cobra só 3,16 vezes mais que um outro, ótimo também.  Só a Creatinina variou de 5,40 a 25,00. Loucura, né? É.

Absurdo nr. 2.- Mas as farmácias vivem num mundo de manicómio. Manicómio bilionário, com o beneplácito dos, teóricos, órgão controladores.

A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – determina, regiamente, o preço mais alto porque qualquer medicamento pode ser vendido, e depois indústrias e farmácias que se avenham como quiserem, o que resulta em absurdos de tal forma incompreensíveis como inexplicáveis.

Ontem um médico recomendou-me um medicamento, a tomar duas vezes por dia e, pior, uso contínuo, i.é, até bater a bota! Fui à primeira farmácia, o medicamento estava em falta, mas custava , embalagem de 30 comprimidos, mais de $ 520,00 reais. Isso mesmo, mais de 500 paus, porque me faziam, muito amavelmente 42% de desconto!!! Felizmente estava em falta. A 20 metros de distância outra farmácia, tinha a droga, um pouco mais barata: $499,90! Já dava um desconto de 46%! Como precisava de duas embalagens por mês, estava fadado a gastar mil paus por mês, grana que não tenho.

Disse à farmacêutica que ia alugar uma pistola, fazer cálculos técnico financeiros e voltaria no dia seguinte.

Em casa consultei a “amiga” Internet.

O que foste descobrir??? Uma farmácia, que só vende pela Internet fazia 92% desconto!!!!!! Eu sei que há incrédulos em toda a parte, mas, primeiro eu não tenho por hábito mentir (só às vezes!), e depois, para quem quiser eu posso dar todas as informações para que possam constatar tamanha animalidês.

Resultado, em vez de 1.000 reaisinhos por mês, gastei $164, e assim vou ficar bonzinho num instante. Dá para acreditar? Se não dá eu provo a veracidade desta loucura. E tem que ser depressa porque a continuar assim quem irá parar num manicómio sou eu.

Mas aqui isto é normal. Medicamento de preço “oficial” de $ 70 compra-se, em qualquer lado por 25 a 30.

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Mídia - nr. 3.- Dizer que neste país existem órgãos de informação, essa sim seria uma deslavada mentira. Existem jornais, rádios, tvs, mas em nenhum se pode confiar, nem na política, nem nas informações da covdice.

Os números de infetados e falecidos podem até estar certos, mas como o supremo tribunal federal determinou que o combate ao vírus ficava por conta dos Estados e Municípios, a roubalheira está muito mais dispersa e mais difícil de controlar.

O tal de supremo tribunal federal deu uma ordem que a Constituição não o autoriza, visto que isso seria da responsabilidade do governo executivo em acordo com os estados.

Pois bem, hoje os tais órgãos de desinformação berram aos 4 ventos que o Presidente é o maior genocida que este país já teve, responsável por mais de 500 mil mortes, grande parte das quais se sabe que não foi por Covid. Mas cada atestado afirmando que o Covid matou, dá direito, obrigação, a que o governo federal mande uns quantos milhares de $$$ para o departamento de saúde de onde saiu essa informação.

Assim nós temos um Presidente “acusado” do genocídio de 500 mil brasileiros, caso único no mundo, porque nenhum outro governante o presidente ou rei de outro país foi acusado de ter matado alguém. Imaginem se agora no Reino Unido acusassem a imorrível Elisabet II ou o despenteado PM de genocidas, porque já lá morreram mais de 128 mil, ou o macronzinho com 111 mil?

Em todos os outros países as pessoas morrem com o Covid. Aqui é o Presidente que as mata! Interessante.

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A inflação: em 1994 entrou nova moeda que veio dar alguma, alguma, estabilidade à economia, Mas tem números muito curiosos (desastrosos) que mostram como tudo isto está desencaixado.

Só um exemplo, petróleo e gasolina, comparando os preços de 1996 e 2022.

Petróleo – barril    - 1996 - US$ 22,39    2022 - US$ 70,00 = 210%

Gasolina, Portugal, litro - 1996 -     0,81      2022 -    € 1,65    = 103%

 (Portugal não tem petróleo!)

Gasolina, Brasil, litro    - 1996 -  R$ 0,58     2022 - R$ 6,75  = 1.063 %

Produz 3 milhões de barris/dia)

Bolívia: com 55 mil barris/dia, a gasolina custa R$ 2,12! Menos de 1/3 do Brasil!

É. Talvez o Eldorado seja lá. Em 96 eu gastava R$ 35 reais para encher o tanque do meu carro. Hoje... mais de $400! Vou-me queixar a quem?

Se eu ainda estivesse a trabalhar e atualizassem o meu salário por esta inflação, hoje faria concorrência ao Warren Buffet. Assim o máximo é tentar ir para um albergue do governo!

*****

 

Moral da história: aqui anda tudo, e todos, loucos, mas fora dos avacalhados da política, não há gente mais simpática, prestativa, carinhosa.

As pessoas aqui sorriem umas para as outras, as funcionárias de qualquer loja ou farmácia ou mesmo qualquer pessoa que por acaso se encontre na rua ou numa fila para ser atendida num hospital, sempre, sempre, têm um sorriso para quem está a seu lado, mostram interesse na saúde do desconhecido, tratam-no por “meu bem” ou “amor”.

Ontem mesmo enquanto eu aguardava ser atendido, várias senhoras, umas até com ar abatido se levantaram para me oferecerem o lugar sentado (não aceitei nenhum).

A primeira atendente que preencheu a documentação, quando perguntei onde assinar, mostrou no documento e disse “aqui, meu bem”! E, quando eu ia a sair da clínica ela me acenou como se fossemos amigos há cem anos.

Tem isto em Portugal? Na Alemanha? Nos EUA? Na França?

Ainda tem em Angola, sim, e em alguns outros países de África.

Lá onde ainda conseguem sobreviver os humildes. Bem aventurados os humildes.

 

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Não encontrei o Eldorado. Mas com todas estas vicissitudes encontrei um impagável calor humano.

Infelizmente o calor humano não queima a malandragem!

E assim, continuamos nesta infindável, eterna, luta do bem e do pior, que estas “caricaturas” mostram com toda a clareza:

1ª. - Os gastos do governo central com publicidade. Como a mídia não há-de fazer tudo para o derrubar? Deturpar notícias, esconder as positivas, mentir, etc.?


 2ª.- Mostra, alegremente e com toda a evidência, como funciona (aliás, não funciona) a justiça, leia-se injustiça, neste país. Juízes de rabo preso, muitos deles altamente vulneráveis e corruptos.


10/07/2021

 


Um comentário:

  1. FRANCISCO, MAS ISSO AÍ É UM PARAÍSO DOS DIABOS! O DAQUI É FEITO DE GENTE SÉRIA, TÃO SÉRIA, QUE ATÉ SE MORRE DE RISO! ABRAÇO.

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