Hoje vou continuar a recordar algumas viagens que
fiz, e convido-os (nada covide-us) a passearem comigo.
GABÃO
Outra viagem com
peripécias gozadas, nada parecido com o atraso de vida da Guiné, um dos países
mais pobres do planeta, ainda hoje.
1974, depois do glorioso/desastroso
25/4 os bancos começaram a encolher como balões de festa no dia seguinte.
Nada de negócios, empresas a fecharem, e o meu departamento, marketing do banco...
a olhar para o teto, assobiar, mas sem qualquer hipótese de atuar.
Como Angola tinha
deixado de ser uma terra fechada aos países africanos, todos estavam muito
interessados em saber como era a vida ali, se os portugueses matavam os
angolanos para os comerem, etc..
Os que foram a
Angola, saíram de lá elogiando tudo que viram.
Lembrei-me então,
para ocupar um pouco o meu pessoal, de despachar um deles para Kinshasa
contatar o banco de lá para possíveis negociações! Pelo menos quem lá foi
divertiu-se ao ver aquela calamidês!!! O diretor geral do banco, bela roupa,
europeia, gravata de seda e tudo, mas nos pés... havaianas. Mas ia almoçar no
seu Mercedes, novinho, e tinha até oferecido um ao pai, um silvícola, que não
aceitou a oferta.
Entretanto já
andava lá por Luanda um gabonês, tipo alto, culto, metido a importante,
intitulando-se representante do presidente do Gabão, que em pouco tempo já era
recebido pela sociedade luandense! Conheci-o, conversámos um bom bocado e ele
disse-me que o Gabão estava florescente!
Perguntei se podia
lá ir? “Claro.” – “E visto?” – “Não precisa de visto. Na entrada lhe dão o visto.”
Decidi. Vou ao
Gabão, mas vou levar tudo quanto possa caber numa mala, do que em Angola se
fabrica: todo o material elétrico para construções, de cabos a interruptores, tijolos,
cimento, rações para gado, a melhor farinha de peixe do mundo, duas fábricas de
óleos alimentares, duas de açúcar, conservas de sardinha e atum, vassouras,
metalurgia (contrução de vagões de passageiros e carga e navios de alto mar), celulose,
a maior fábrica de pneus de toda a África, linhas de montagem de caminhões
Scania e Hitachi, fábrica de bicicletas e motorizadas, redes de pesca,
indústria naval (construção de grandes embarcações de pesca a maior frota
pesqueira de toda a África) quatro fábricas de trintas, fibrocimento, indústria
de gases (oxigénio, azoto, etc.)(destas não levei amostras, mas carreguei
catálogos), quatro fábricas de, cerveja, várias de refrigerantes, duas de vinhos
de ananaz e laranja, três de salsicharia, matadouros queijos e leite pasteurizado, garrafas de vidro,
indústria textil, etc., etc., e muita outra coisa que já nem lembro mais. Uma
mala, grande, bem cheia.
E mais exportação
de café (chegou a ser o 2º exportador mundial) milho, banana, crueira
(mandioca), sisal, gado, ferro, diamantes, manganês, 3.000 quilómetros de
estradas asfaltadas, mais de 2.500 de linhas férreas, companhia de aviação,
refinaria de combustíveis, cinco bancos, e mais o que já esquecemos.
O meu colega
Correia Martins, o responsável pelas obras e manutenção das instalações do
banco, quis ir comigo, talvez lá conseguisse trabalho que em Angola tinha
desaparecido e sem perspectivas. Lá fomos os dois.
À chegada, sem
visto, criou-se logo um problema! Eu expliquei que o Mr. “?” amigo e
representante do Presidente (Omar Bongo) me tinha garantido que à entrada me
dariam o visto. Veio um jovem tenente, que estava a comandar o controle do
aeroporto, muito atencioso, telefona para não sei onde, e de lá lhe disseram
para nos darem um visto de 48 horas, mas que no dia seguinte nos
apresentássemos no ministério “x” para falar com o Mr “y”.
E hotel? Havia uma
convenção qualquer na capital e os hotéis estavam todos lotados.
Eu tinha recebido
em Luanda um jovem gabonês, Christian... inspetor do Banco “central” do Gabão,
muitíssimo educado, formado na Sorbonne, a quem de Luanda avisei que iria
visitá-lo. Não estava no aeroporto, telefonei-lhe para o avisar que tinha
chegado mas nada de hotel! “Vou resolver o assunto.” Amigo de um médico
dono de uma clínica... arranjou-nos lá um quarto, com duas camas! Mas tínhamos
que cumprir o horário de entrar antes das 10 da noite, coisa que nunca fizemos
e ouvíamos sempre reclamações das enfermeiras!
Conforme previsto,
no dia seguinte, logo pela manhã fomos ao tal Departamento “x”. Não tardou a
aparecer a pessoa com quem tínhamos que falar. Um francês, grandão, simpático.
Perguntei o que ele fazia ali. “Tudo. Aqui no Ministério nada se faz sem vir
primeiro à minha mão. Eu não mando nada, não tenho nenhum cargo. Sou
“colaborador”. Mas ninguém assina nada sem eu ter revisto o texto e dado o meu
parecer!”
Tivemos mais de uma hora em ótima conversa, deu-me imensas indicações de
como o país funcionava, mandou alguém dar os vistos por uma semana, e foi interessantíssimo
para mim.
O Gabão naquela
altura, hoje não sei, mas ainda deve ser “propriedade” fechada da França, o
único país com quem tinham comércio. A França não deixava lá entrar mais
ninguém!
De qualquer modo
fui visitar o maior mercado, tipo supermercado, que vendia tudo, falei com o
gerente, (francês) que ficou espantado com o que Angola produzia, até montagem
de carros e caminhões. Mas disse-me que infelizmente ali só entrava coisa vinda
de França. Todos os dias chegava um avião que até alface trazia!
Um ou dois dias
depois de termos chegado, o Christian convidou-nos para jantar em sua casa.
Casado, dois filhotinhos pequenos, e a presença do pai. Todos educados e
amáveis. Nessa noite o presidente fez um discurso à nação tipo De Gaulle: Gabonaises,
gabonais, e segue dizendo que se até àquela altura todos tinham dupla
nacionalidade, agora isso ia acabar. Os gaboneses deixariam de ter
nacionalidade francesa, e ele via com muito bons olhos que alguns franceses
adotassem a cidadania gabonesa!
A dona da casa, uma
jovem africana elegante e culta, ao ouvir aquilo encolheu os ombros e disse
logo: “Essa conversa não é comigo. Eu sou francesa!”
Muito rimos com
esta observação. Todo o tempo em que estivemos a ver e ouvir o discurso pela
tv, os dois filhotinhos estiveram sentados no meu colo e volta e meia passavam
a mão na minha barba!
Mas foi uma bela
sessão, o Christian era um sujeito culto e inteligente, assim como o pai, que
muito nos falaram sobre o seu país.
Uma das coisas que
me disseram é que o povo tinha muito interesse em aprender português. Muitos
queriam ir para Portugal aprender a língua para conhecerem melhor a sua
história conjunta. Foram os primeiros europeus que ali chegaram, deram nome ao
país, comerciaram sem nunca terem tido qualquer conflito.
Uns anos antes,
Portugal tinha assinado com o Gabão um tratado de cooperação, comprometendo-se
a criar em Libreville um “instituto” de língua portuguesa e a manter no país um
professor, que o Gabão pagaria.
Tristemente, Portugal NUNCA fez NADA.
Tristemente, Portugal NUNCA fez NADA.
O Christian
apresentou-me a uma tia, já bastante gasta (!), locutora da Rádio
Libreville, que me convidou para uma entrevista. Ninguém sabia nada do que se
passava em Angola, a não ser que tinha havido a guerra colonial, mas quando
contei como estava desenvolvida, indústrias, agricultura, pescas, etc., aquilo
foi um espanto para aquele povo.
Libreville tinha
alguns restaurantes simpáticos, comia-se lá bem, e ainda se bebia vinho
francês... bom.
Para o domingo
seguinte a tia convidou-nos para irmos almoçar a casa de um amigo, numa
casa de fim de semana a uns 20 kms a norte da capital. Um lugar fantástico, com
praia e mar de um lado e floresta do outro. Levou-nos no carro dela e ainda uma
amiga em muito bom estado de conservação!
O amigo era Diretor
do Departamento de Estatística do Ministério de Agricultura, que devia ter um
trabalho imenso porque até as bananas que comiam iam dos Camarões! Ainda lhe
perguntei que estatísticas fazia. Não sabia!!!
No fim do almoço
preparou uma surpresa: algo que nós jamais tínhamos visto! Uns pedaços de favos
de mel!!!
Tive que lhe explicar
como tirar o mel dali, que era excelente, da floresta, e quando regressei a
Luanda mandei-lhe dois livros sobre isso
Por fim ofereceu-me
uma pequena e bonita máscara de pedra sabão.
Findo o almoço
(agora entra a sacanagem!) a tia e a jovem convidam-nos para irmos ver a
praia e a baía, mas assim que estávamos um pouco afastados, cada uma se deita
numa sombra, levanta as saias e convidam-nos para nos deitarmos a seu lado,
para... para isso mesmo!
Caímos fora para
grande escândalo das oferecidas, e a tia, muito minha “amiga” não me
falou mais nos restantes dias que lá estive!
Não dá para nos
gabarmos!
SÃO TOMÉ
Passei em São
Tomé, a primeira vez, quando fui para Angola em 1954. Estive só um dia, enquanto
o navio “Moçambique” fazia escala, dia 08/Agosto/1954.
Ao
aproximarmo-nos da Ilha a sensação é que se está a ver um chapéu mexicano! Uma
aba larga, a parte baixa da ilha, depois um círculo de nuvens envolvendo toda a
meia altura, e por cima, o pico... do chapéu.
A família sabia
que havia lá um parente afastado, Gomes de Amorim, administrador da maior roça
de S. Tomé, do BNU (Banco Nacional Ultramarino) e mandou-lhe um telegrama a
dizer que eu ia lá passar.
O navio fundeou
e a primeira pessoa a entrar a bordo - era influente! - foi o Humberto Gomes de
Amorim. Muito simpático, homem da geração anterior à minha, levou-me logo para
terra, ofereceu-me um matabicho que até hoje não esqueci: frutas, pão,
café, ovos, mel e nem sei o que mais, que comemos na varanda do “palácio” onde
vivia.
Varanda com
mais de 2m. de largo, piso em madeira, ventilado, que o clima ali não dá
tréguas, depois levou-me a dar uma volta pelas plantações, rápido almoço e...
volta ao barco. Aliás navio.
O que não
conseguimos na altura apurar foi saber quem era o nosso antepassado comum. Ele
dizia que o avô ou o bisavô dele se chamava Francisco Gomes de Amorim, mas isso
era o nome dos meus. Só bem mais tarde relacionei que o padrinho do meu bisavô
FGA, o poeta, se chamou também Francisco. Devia ser descendente dele, mas das
outras vezes que voltei à ilha ele já tinha ido para o descanso eterno.
Voltei mais duas vezes,
ambas em serviço da Cuca, a última para
ensinar o pessoal de alguns bares a lidar com cerveja de barril, que
pretendíamos enviar para aquela terra.
“Curso
de Tiradores de Cerveja”, bastante badalado na pequena cidade de São Tomé, que
passava a ter possibilidade de beber cerveja “a copo, de barril ou à
pressão”, as imperiais, os finos, os chopes. No fim de
cada aula sempre havia cerveja de
borla para os clientes. Era necessário treinar os tiradores! Profissionalmente
correu muito bem, e foi um trabalho proveitoso.
Na primeira
visita, de entrada fiquei instalado num hotel na cidade, mas no dia seguinte
fui para a Pousada Salazar, subindo o monte, uma dúzia de quilómetros, até a
800 ou 900 metros de altitude, acima das nuvens, e o friozinho da noite
obrigava a dormir com cobertor. Uma maravilha, De manhã acordava literalmente
nas nuvens!
Na última vez
fiquei instaladão na casa do administrador de uma roça, creio que a mesma onde
esteve o nosso parente, que na altura era o meu colega e amigo Júlio Cunha
Rego. Fui recebido como o “rei da arábias”!
Ele saía bem
cedo para distribuir o trabalho aos empregados, eu acordava às 07h00 com um
criado, impecável, que abria a janela do quarto e ia encher a banheira para eu
tomar banho! Entretanto o “dono” da casa estava de volta e tomávamos o matabicho,
soberbo, juntos,
Como
era obrigado a ficar uma semana na ilha, por causa dos vôos para Luanda, o
tempo sobrava e procurei visitar um pouco daquela exuberante terra, sobretudo
as plantações de cacau que não conhecia. Os meus cicerones eram ótimos. Amigos
e colegas de estudo, um deles até do meu curso, fizeram questão em mostrar-me
os mais ínfimos e especiais detalhes. Andámos muito, e vimos muito, como Os
Angolares, pequena povoação a sul da Ilha onde dizem terem chegado em tempos
desconhecidos os primeiros habitantes, poucos, pescadores idos de Angola, ou refugiados
do tráfico que por ali muito andou, e o Forte de São Sebastião à entrada do
Porto.
O
verde ali é uma coisa! Exatamente sob o equador, calor e umidade certos, só não
cresce o que não se deixa crescer. As ilhas de São Tomé e o Príncipe, podem considerar-se
uma estufa com cerca de novecentos quilómetros quadrados quadrados! Tudo aquilo
é uma estufa... enquanto não se desmata!
O
que mais me impressionou nas plantações de cacau foi ver como se limpava o
terreno. Tudo quanto crescia por debaixo das árvores era capinado: desde capins
e plantas infestantes ou indesejadas, como antúrios, lírios, e outras
plantas com flores e frutos dum exotismo maravilhoso, as imensas orquídeas que cresciam
agarradas aos troncos das árvores de sombreamento. Passámos por caminhos
abertos no meio dos cacaueirais ladeados com baunilheiras, planta também da
família das orquidáceas, cujo perfume nos fazia pensar estarmos entre uma
perfumaria e uma fábrica de bolos.
Antes
de sair de São Tomé fiz questão de pedir ao governador que me recebesse. Não
foi difícil. O tal “Curso de Tiradores de Cerveja” fora comentado, e numa
cidade com meia dúzia de milhares de habitantes, até um espirro se ficava
sabendo mesmo antes de ser dado! Sexa
concedeu-me uns rápidos minutos pensando que eu ia ao beija mão.
- Senhor Governador, vou
daqui impressionado. Esta terra é maravilhosa. Pena que viva quase
exclusivamente do cacau. Exporta também um pouco de café, mas no fundo vive do
cacau que enriquece meia dúzia de magnates lá em Portugal, e destrói
sistematicamente uma riqueza natural que lhe podia dar muito dinheiro.
Sexa deve ter pensado que estava
na presença de algum lunático. No mínimo um chato metido a esperto. Continuei.
- Eu vi capinar antúrios e
lírios debaixo dos cacaueiros, que ficam no chão a apodrecer, quando na Europa
se paga muito dinheiro por estas flores. São Tomé, e certamente o Príncipe,
onde tenho pena de não ter podido ir, são estufas naturais. Podem-se produzir
belíssimas flores exóticas o ano inteiro e vendê-las por bom dinheiro nos
mercados ricos da Europa e Estados Unidos. Viver só do cacau, cultura quase
exclusiva, está escrito nos livros, que acaba sendo um desastre no dia em que a
cotação internacional baixar, além de esgotar as terras.
Sexa
escutou e... boa tarde, passe muito bem!
Falei
sobre isto com muita gente. Com os meus amigos, técnicos, que mais não eram do
que empregados dos donos das roças, para quem o único interesse era o chorudo
lucro que dali lhes chegava todos os anos aos bolsos, lá... longe. Um dos maiores
proprietários, e das melhores terras, tal como acontecia em Angola, Moçambique
e ali em São Tomé, era o Banco Nacional Ultramarino, que cresceu imensamente à
custa da sua política monetária de agiota. Criado para desenvolver a
agricultura das colónias, os juros dos seus empréstimos foram sempre de tal
montante que os agricultores que caíram nessa esparrela acabaram por ter que
entregar as terras ao banco. Este, financiava-se a custo zero de juros! Pudera,
o dinheiro era dos depositantes. Mas enfim, tinha previsto não falar de
problemas políticos ou sócio-económicos neste texto, porque os considerandos
poderiam levar a muitas páginas mais. Enfim, preguei no deserto. Estava bom
assim. Para quem?
De
todo aquele exotismo acabei colhendo umas hastes lenhosas com uns cinco a seis
milímetros de espessura, de onde saíam uns frutos, não comestíveis, que nunca
havia visto nada similar. Imagine-se uma pêra, bem amarela, cor viva, lisa,
agarrada à haste não pela ponta estreita mas exatamente pelo lado oposto, ao contrário
do caju, sem pedúnculo, bem encostada ao caule. Isso, assim, ao contrário.
Imaginem ainda que a pêra não estava pendurada, como as que toda a gente
conhece, nem de cabeça para baixo. Ficavam praticamente em posição horizontal.
Da parte mais larga saem uma espécie de orelhas gordas, duas a três, parte
integrante do mesmo fruto, e por isso com a mesma cor. Em cada haste, com uns
sessenta a setenta centímetros de comprimento, o tamanho com que as colhi,
entre três a quatro daqueles frutos. Conhecem a cara daquela boneca da tv a Piggy? Lembram-se dos Três Porquinhos?
Algo da mesma família! A verdade é que lá em São Tomé tudo quanto consegui
saber sobre esta planta é que lhe chamavam Focinho
de Porco.
Colhi
uma braçada, talvez uma dúzia destas hastes, lindíssimas, que guardei com o
maior cuidado para chegar com elas intactas, a Luanda. No regresso até casa
carreguei-as sempre na mão.
No
aeroporto, quase a embarcar, um indivíduo desconhecido aproximou-se:
- Bonito, isso. Onde o senhor arranjou?
- Apanhei no mato. Na roça... lá por baixo do cacau.
Olhou,
remirou:
- Interessante. Come se chama?
- Não sei. O único nome que me souberam indicar foi
“Focinho de Porco”.
O
sujeito franziu a testa deu meia volta e desandou. Quem estava por perto
começou a rir disfarçadamente. Eu, achei estranho, mas não só não entendi o que
se estava passando como nem me interessava entender. Fiquei quieto, aguardando
que me chamassem para o vôo.
Logo
a seguir um outro indivíduo que estava por ali pergunta-me:
- Sabe quem era aquele homem?
- Não faço idéia. Nunca o vi antes.
- É o comandante da polícia.
- Muito bem. E depois?
- Aqui chamam-lhe o “Focinho de Porco”!
As
flores, aliás os frutos, chegaram a Luanda em ótimas condições e, durante anos,
sim, duraram anos, sempre fizeram um grande sucesso.
Na
jarra, a única coisa que se trocava era a folhagem verde que compunha o
arranjo, por cima da qual aqueles lindos focinhitos
de porco pareciam participar, interessados, em tudo quanto se passava na
sala de nossa casa.
Orgulhosos, talvez agradecidos, porque finalmente
alguém lhes reconhecera a beleza e valor, que pelos vistos, depois disto
ninguém mais o fez.
Que
pena. E São Tomé que tanto precisa que se faça algo pelo seu povo, que vive uma
miséria grande.
Os “focinhos de porco”, os antúrios, os
lírios, as orquídeas e tantas outras maravilhas, que além de terem um preço
compensador, exigem boa qualidade e quantidade de mão obra, que não falta
naquela terra, talvez ajudassem a minimizar o problema.
Muito interessante!
ResponderExcluirDe África, conheço Moçambique de norte a sul - fui no meu carro pessoal de Pemba (Porto Amélia) a Capetown e regressei a Maputo (Lourenço Marques), Guiné-Bissau e São Tomé. De Angola só conheço a Baixa de Luanda e a sala de passageiros em trânsito do aeroporto.
Dá para dizer que «As minhas para com África só à vista terão fim».
Voltámos aos tempos que antecederam a assinatura do Tratado de Simulambuco e para irmos ensinar português às locutoras de rádio.
Também visitei São Tomé com 9 anos quando fui de barco visitar os meus avós ( António e Mª Bernardina Mariano de Carvalho) e mesmo tendo vivido 12 anos no Brasil nunca vi NATUREZA tão bonita como ali ....
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