Pandemia e
Pandemónio
No velho ditado “depois da tempestade
sempre vem a calmaria” parece história da vovozinha, ou como por aqui dizem
“conversa para boi dormir”! Desta vez a calmaria não vai chegar tão
depressa.
Esta devastadora pandemia teve um sucesso
imenso em deixar o mundo aterrado, comprando toneladas de papel higiénico, as
cidades isoladas, a população encarcerada em suas casas, os italianos cantando
às janelas mas já morreram milhares, os governos ditam medidas de segurança de
quinze dias, quando se imagina que o pico da pandemia vai demorar ainda uns
largos meses para começar a regredir, talvez só lá para Agosto ou Setembro, e o
Irã, de começo a mentir (para variar) que tudo estava bem, mas na realidade
estavam, e estão, muito mal.
Os órgãos de informação é só do que sabem
falar, sejam eles do Brasil, Portugal, França, EUA, ou de qualquer outro país.
A China diz que já resolveu o problema, e
os novos casos que voltaram a aparecer é culpa de alguns americanos que se
deslocaram aquele país. Da China tudo quanto nos chega é falso, desde os
relógios Rolex, que lá são de plástico e custam dez dólares, até as
informações. Ninguém, ninguém pode basear-se no que eles dizem.
Os homens, os humanos, ainda não aprenderam
que mexer com a natureza é o pior crime que podem cometer, porque ela acaba por
se recompor e nós por nos decompormos, a história do feitiço que se vira contra
o feiticeiro.
Lembra a metáfora do Adão e Eva, quando
esta lhe terá dito que devia encarar Deus de frente e saber tanto como ele.
Mexeu nos planos do Criador...
A que assistimos agora: cidades que parecem
abandonadas como a poética Passargada, Persópolis, Cartago, que foram
florescentes e o homem destruiu. Até Chernobill está a desaparecer debaixo da
recuperação natural.
Fotos de Roma deserta com javalis comendo
alguns restos nas ruas que há dias tinham milhões de transeuntes, mais adiante
um lago, talvez a Fontana di Trevi ou em um outro, uns patos selvagens para ali
vieram se apropriar do que algum dia foi deles, e o povo adoece e morre.
Hoje alimentamo-nos de química, de DNAs
alterados, emitimos para o espaço (o espaço somos nós) uma imensidão de ondas
curtas e longas, radioativas ou não, a Internet, o G4 e o G5, os médicos
enchem-nos de remédios que são, como a palavra diz, para remediar e não
para curar, não sabem mais o que sabiam as nossas mães e avós que para
dor de ouvidos ainda é melhor pingar umas gotas de azeite morno do que tomar
drogas da farmácia.
Estaremos com todo esse bombardeamento de
química e raios invisíveis mais sujeitos a estes virus?
Depois, cientistas criminosos inventam
virus e bactérias com finalidades mortíferas. Para estarem preparados para uma
guerra biológica já que a atómica ninguém quer começar.
Nos tempos muito passados as lutas entre os
povos eram com paus, pedras e murros. Assim que chegou o bronze quem o teve
primeiro impôs-se. Depois o ferro, idem. Mais tarde a pólvora, canhões,
espingardas. Vieram os aviões com bombas até à I Guerra Mundial com a sua
inimaginável guerra química, onde foram
usados o gás de cloro, o gás mostarda e o gás fosgênio (gás tóxico e
corrosivo usado na fabricação agrotóxicos, corantes, produtos
farmacêuticos, entre outros). Todos os países envolvidos, desde a Alemanha à
Inglaterra, todos, exceto Portugal que não tendo para os usar foi deles vítima,
valeram-se do uso desses gases contra os seus adversários. Só nessa
vergonhosa guerra foram usadas 124 mil toneladas de gases. Loucura.
A seguir uns ensaios diabólicos com bombas atómicas e
nucleares, e há muito que se fala em guerra biológica.
Hoje a ciência sofistica cada vez mais o poder mortífero, com
uma finalidade única: poder, dinheiro. Por enquanto não se imagina que a China
possa querer invadir a Rússia ou os Estados Unidos, nem vice-versa, então para
quê essa sofisticada guerra biológica, que já chegou?
Parece que só o senhor Fleming por acaso
descobriu a penicilina, já que os atuais nada descobrem por acaso, uma vez que
perseguem outros objetivos misteriosos, financeiros e assassinos.
O mundo parou. E todos os dias uma
quantidade de pseudo poetas mandam via Internet lindos poemas cantado a
beleza de ficar em casa, avós com netinhos, a passagem de conhecimentos dos
idosos para jovens, como se fazia até há duzentos anos, no frio, sentados à
volta duma lareira, ou no calor de África também à volta do fogo da noite para
afastar mosquitos e humidade.
Hoje os idosos estão isolados, não podem ou
não devem ver os filhos nem os netos e, se a velhice já de si mesma, até
daqueles que ainda gozam de saúde, é um peso difícil de carregar, isolados
podem chorar de saudades, mas nada existe que possa substituir um bom abraço ou
um beijo de carinho.
Nós, como milhares, que têm filhos e netos
nas proximidades só os podem ver pelas vias virtuais, um rápido “alô” no
telefone para saber se estão bem, e o calor humano da família... deixa na alma
um frio doloroso.
Outros, idiotas, saúdam o isolamento porque
diminuiu a emissão de CO2. Quem é capaz de imaginar que é mais bonito um céu
limpo do que a família reunida?
É evidente a necessidade de isolamento.
Quanto tempo e quais resultados? Não haverá isolamento total, porque há
necessidade de abastecimento e os alimentos e medicamentos de que muitos têm
necessidade constante não podem vir pela Internet. Há entregas.
Recomendam os sábios que ao receber mesmo
os embrulhos do supermercado, depois de os abrir lave bem as mãos. E se um
vírus chegar agarrado ao embrulho?
Outros recomendam que se sair para fazer
compras, ao chegar a casa dispa toda a roupa e lave-a bem.
Duvido que alguém faça isso.
O vírus só vai parar de se expandir quando
a maioria da população tiver sido atingida, o que não significa que todos
morrerão. 0 a 0,2% de crianças e 7 ou 8% de adultos, sobretudo os que por
qualquer outra razão estão já debilitados, é que devem pagar o preço mais alto.
Os outros, mesmo não havendo medicamento que cure, com cuidados que os Serviços
de Saúde recomendarão vão ultrapassar essa ameaça.
O mundo é tragicômico! No Brasil, agora, SÓ
permitem visitas (familiares e sexuais) a detentos uma vez por semana! Que
bestialidade! As pessoas que dantes poderíamos chamar de normais são obrigadas
a ficar em casa, isoladas, e os bandidos podem ter uma visita por semana! Devem
ter feito um acordo secreto com o Covid-19 para dar uma folga... por exemplo as
quartas-feiras, mas só para bandido!
A estupidez, universal, a maior pandemia
desde sempre, essa não tem remédio, nem cura.
Neste momento a minha maior preocupação não
é o vírus, de que, como todos, não estou livre. Mas o que virá a seguir a esta
paralisação mundial vai ser um pandemónio maior do que a pandemia.
Milhares de empresas falidas, milhões de
trabalhadores sem salários, os países que dependem da importação para se
alimentarem vão passar fome, muita fome, e... depois?
Aqueles que tiverem reservas financeiras,
ou que possam manter os seus trabalhos, mesmo com algum sacrifício,
prosseguirão as suas vidas. E os outros? Quanto tempo vai demorar para a
economia mundial se reerguer? Quantos vão morrer da causa e não do efeito?
O custo de vida vai subir , estagnar ou
aumentar?
Não há dúvida de que o terror paira em cima
das nossas cabeças. Mesmo que alguns façam piadas com a situação, como sobre o
idiotíssimo caso das pessoas que compraram uma centena de rolos de papel
higiénico (cada rolo tem em média 40 metros de comprimento; 100 rolos perfazem
4 quilómetros!), a maioria, ao fim de poucos dias começa a dizer asneiras,
alguns até, possivelmente a entrar em paranóia.
Tudo isto por ganância, poder.
O Outro, que pertence ao grupo dos que não
têm poder, nada valem. São carne para canhão, neste caso para vírus.
Surgem também pedidos de orações. Rezar
todos os dias, criar uma cadeia de meditação pedindo a Deus ou a qualquer dos
seus santos que nos ajudem.
Infelizmente milagres não existem para
estas coisas, quando não as guerras já teriam acabado há muito tempo. Mas é bom
que orem e meditem. A quarentena tem como vantagem adicional proporcionar a
cada um o olhar para dentro de si mesmo e pensar nos outros. O pior é que todos
sabemos que o inferno está cheio de boas promessas, muitas delas feitas nas
passagens dos anos!
Esta pandemia, PROVOCADA, vai fazer muito
mais estragos do que qualquer das guerras que têm ocorrido desde o começo do
século XX. Estragos físicos, morais e econômico-financeiros.
Fica no ar uma pergunta: o que o mundo, ou
os poderosos, vão aprender com isso?
E um pedido aos amigos que estão mais
longe: vão-me dando notícias das vossas saúdes. O meu coração está convosco e com todo o
mundo.
Do meu lado, enquanto tiver físico e cabeça
para ir escrevendo podem ter a certeza de que vou bem. Velhote e cansado mas
bem. Se começar a falhar...
23/03/20
Adorei a análise de toda está loucura, está bem crua e realista.
ResponderExcluirMas neste momento sem dar chance ao pánico, é melhor viver um dia de cada vez. É a única forma de amenizar angustias e ansiedades.
Brilhante análise, Francisco, como é hábito. Brilhante e lúcida.
ResponderExcluirQue assim continue sempre para nossa alegria (a nossa face ilumina-se quando chega o seu correio) e bem-estar.
Por cá vive-se sufoco idêntico ao de qualquer ponto do globo, imagino. Ontem chegou a notícia, via presidente da Câmara de Mafra, de que já há 10 casos registados... e agora é fazer a conta ao factor de multiplicação, totalmente descontrolado e em crescendo.
Ninguém (ou poucos) consegue tirar partido do tempo, agora livre, para a agostiniana Criação. Por mim falo.
A preocupação, o cuidado, o medo tomaram conta de nós. E o discernimento e a serenidade começam a ser afectados na voracidade das notícias, verdadeiras e falsas, e das opiniões, inteligentes e / ou tortuosas, que nos entram pela casa adentro.
Tempos difíceis estes, meu Amigo, para todos nós.
A pergunta: que futuro para a Humanidade?
Com a Natureza não me preocupo, que ela, naturalmente, se regenera.
Com os Homens, sim. Em irracionalidade crescente; e os que mandam, presos ainda ao acessório, desgovernam.
E Com as crianças. Como crescerão as que resistirem?
Grande abraço! E SAÚDE!
Helena