terça-feira, 28 de janeiro de 2020



O Parque de Monsanto
MIRADOURO-MOR DA CAPITAL

Já tenho aqui falado, no meu Pai, sobretudo em 19 de Abri de 2010, com uma breve resenha da sua vida, e um retrato, que quem quiser ainda pode ver neste blog - https://fgamorim.blogspot.com/search?q=o+meu+pai
Pesquisando entre muito papel, recortes, recordações que tenho guardado ao longo dos anos, fui encontrar um recorte do Jornal “Diário de Notícias”, Lisboa, de 13 de Junho de 1952, com texto da autoria do Dr. Alberto de Sousa Costa (1879-1961), magistrado e escritor, que a seguir transcrevo.


“Não vou descrever o bosque suburbano, tranquilizem-se. Os actos temerários também têm limite de idade. Desejo, apenas, com prudente regozijo, praticar um acto de desobriga.
Sinto-me obrigado a apresentar cum­primentos, em público, ao Parque de Monsanto - a que chamaria coroa de lou­ros da gloriosa Lisboa de hoje, se não temesse Sª Ex. o Conselheiro Acácio, ainda mais do que os inimigos certos e os amigos incertos, os «impávidos marotos» de Camilo. Tenho por dever trepar ás colunas cimeiras do Diário de Notícias para saudar, deste galarim, a floresta da serra cidadã - tu ca tu lá, com a Cidade, de 'braço dado com elá desde o Aqueduto das Águas Livres. E sinto-me vinculado àquela obrigação, convertida em obcessão após a última e recente visita ao bosque arrabaldino, que não chega a ser rústico, bosque quase urbano, por seu convívio diurno e nocturno com as Sete Colinas da comunidade ulissiponense; e estou cativo daquele dever, por esta razão plau­sível: porque, precisamente do alto das colunas do Diário de Notícias, várias vezes me permiti lembrar aos Mordomos da Cidade, Vereadores da sua fazenda, a efectivação da benfeitoria, por sua larga projecção económica, estética, recreativa e climatérica no património de todos nós.
É verdade. Amigo velho da Árvore, mi­nha irmã. segundo o linhagista S. Fran­cisco de Assis, devoto fiel da Cidade, mãe espiritual a quem devo as escassas luzes que me alumiam, dei-me sempre, desde que me alcandorei no Chiado, ao afã de conjugar o interesse da Cidade com as graças da Árvore. E perdi a conta ao número de vezes que do balcão altaneiro do Diário de Notícias pregoei os bens a colher do amável consórcio.
Daqui soltei brado insistente pela urbanização e arborização do baldio encra­vado no seio da Urbe, a que se dera o nome de Parque Eduardo VII. Afligia-me, como uma vergonha de família, a montueira subversiva, escrupulosamente man­tida no coração do aglomerado citadino - barril do lixo dos moradores do con­torno, baluarte invicto de revoluções e contra-revoluções periódicas, à espera, desde o começo do século, de que o investissem nas dignidades da cidadania.
Daqui supliquei, a quem de direito, in­dulto a favor do arvoredo da Avenida da Liberdade, condenado á morte por sofrer, alegava-se, de não sei que doença bacilosa - como se fosse crime de pena de morte,
para qualquer vivente, aquartelar bacilos no corpo.
A sentença foi publicada em 1937. Os julgadores dignaram-se ouvir a súplica - não por força dela, mas do Pretório que lhe impôs autoridade. Já lá vão quinze anos. E o arvoredo da Avenida, a des­peito do precipitado diagnóstico e da sen­tença sinistra, continua de pé, no seu posto de honra, sadio, risonho, umbroso, viridente, providencial - bálsamo consolador dos grilhetas da carestia da vida sujeitos á lava de Julho; albergue nocturno dos pardais das três freguesias adjacentes; máscara generosa de arquitec­tura pouco digna de lugar ao Sol na artéria primaz da Metrópole.
Em página oportuna, estusiante de hu­morismo, Mestre Francisco Valença, ma­go do riso que nos faz rir pelo menos uma vez cada semana, comentou o aconteci­mento numa caricatura a preceito - o procurador oficioso do arvoredo, nesta Mourama de arboricidas natos, a partir, iracundo, o machado executivo; as árvores a lançarem-lhe os ramos aos ombros, e a murmurarem, e a agradecerem:
- Obrigadas! Muito obrigadas! 
E foi igualmente daqui, desta selecta tribuna, que declinei, embati, e tornei a bater, duas, dez vezes, o acervo de van­tagens da transfiguração dos cabeços e pendores furunculosos da serra quase ur­bana em parque florestal. 
Meseta calcárea erguida á ilharga da urbe magnificente; plaga inóspita desde sempre relaxada ao escalracho e ao malfeitor, arborizá-la seria integrá-la na vida da colmeia humana, convertida á lei da economia colectiva e da sedução paisagís­tica - sedução, consoante rezam os códi­gos do turismo internacional, que repre­senta uma das maiores fontes de riqueza dos povos progressistas. Sim, meus amigos - amigos certos. Dar vida á serra, pela transfusão de vida das selvas, das ramagens, dos ninhos, dos no­vos seres que rompem das entranhas ha­bitadas pelas raízes, das novas espécies que brotam dos
flancos da terra em apojadura, seria a forma de atrair aos ca­beços virentes, aos pendores frondosos o interesse do natural, a curiosidade do es­tranho, o entusiasmo do contemplativo. Seria pôr a serra em perpétuo convívio com a Humanidade - concorrendo para a regularização das correntes atmosféricas do contorno; para a fixação do regime das águas locais; para o crescimento e bara­teamento de lenhas e madeiras a bem do rico e do pobre.
E a pôr em equação o somatório de benefícios da obra de fomento, atrevia-me a beliscar, com irónica irreverência, a fama clássica da visão fomentista de Pombal. Não, Pombal não enxergara, de tão perto, da rua Formosa, do seu palácio de Oeiras, quase debaixo das fraldas da serra. As melhorias e benignidades que a empresa lhe teria prodigalizado a troco de bem pouco, de lhe vestir os bureis, as sedas e os veludos tecidos pelos ramos e frondes.
De súbito, ali por volta de 1930, o Município de Lisboa anuncia a deliberação do povoamento florestal de Monsanto. Depois, dispõe-se a meter ombros ao acto grande na esfera silvícola, E, iniciado o acto grande, em boa entrega o governo da empresa à competência oficial, à sensibilidade requintada, ao coração magnânimo do engenheiro Gomes de Amorim – coração tão bom, com um fim tão mau, por força do trágico e brutal acidente de automóvel que o arrebatou à vida e ao fervor da sua obra, na companhia de Duarte Pacheco, fomentista para aquém e além de tudo.


Maio de 1938. À esquerda, o meu pai explicando ao Gen. Carmona, o projeto do reflorestamento de Monsanto.
À esquerda de Carmona o eng. Duarte Pacheco, na ocasião Presidente da Câmara de Lisboa

Perdão. Um parêntesis de dois segun­dos. Acreditai-me: ao evocar, nestas colu­nas, o nome de Gomes de Amorim, supe­rintendente dos parques e jardins do Município lisbonense, tenho a sensação de que todos os troncos, todas as ramagens da cidade e seu termo estremecem de co­moção e se quedam em sentido - gratos à memória do chefe que os isentou dos tor­mentos vandálicos do serrote da tesoura, que os emancipou dos tratos impostos por bárbaros escultores de monstros.
São veros escultores de monstros os podadores municipais que por esse País fora, de uma das mais belas obras da Criação, fazem obra cruel, horrenda e sacrílega - ruas, avenidas e praças povoadas  de troncos mutilados, de colégios de aleijadinhos, de procissões de penitentes, implorando em vão a misericórdia do Senhor!   
Em 1939, nas vésperas da minha reti­rada de Lisboa, Gomes de Amorim, sensível aos brados frequentes da minha pena no sentido da urbanização de Monsanto, conduziu-me lá acima, de automóvel. Fez-me observar, um por um, os talhões já cobertos de ramos - á data nos assomos tímidos da idade infantil. Subiu comigo ao coruto das lombas - proporcionando-me o encantamento panorâmico dos miradouros abertos nas cumeeiras. Levou-me aos viveiros do Município - dando-me a conhecer a maioria das  espécies lenhosas consignadas à florestação.
Tornei ao Parque de Monsanto no Abril deste ano - treze anos rodados sobre a primeira visita. E outra sensação, como­vedora como aquela anteriormente regis­tada, me acompanhou no curso da jor­nada. Percorri todo o vasto território na impressão de que seguia a meu lado, no carro que me transportou aos cerros ar­borizados, que subia e descia comigo a «montanha russa» das estradas e aveni­das entalhadas no cerne dos maciços, o arquitecto ilustre que delineou e lançou as bases do grande monumento silvícola e panorâmico da cidade.
Subimos a autoestrada, gilvaz rasgado no flanco da serra, sobranceiro ao Tejo. Entramos no dédalo sinuoso de carre­teiras e arruamentos que sulcam pendo­res e cabeços do Parque - giestas flori­das, todas ouradas!, em ranchos debru­çados dos taludes. Galgamos, rodopiando, serpenteando, os maciços lenhosos de cota superior. Assentamos pé, deslumbra­dos, no miradouro-mor da capital, com sua casa de chá a oferecer o beberete ao viandante. Inclinámo-nos á visão magnífica de Lisboa a escorregar das Sete Colinas, à esquerda. Observámos, em frente, Almada, a Arrábida; à direita, Carnaxide, Linda-a-Pastora, Linda-a-Velha. Deleitámo-nos a admirar o Tejo, ao fundo, no rodapé das quebradas, além inchado de glória, aqui mirrado de angústia – na majestosa soberbia da glória, ao depar-se-lhe a sumptuosidade de Lisboa, sua Senhoria, a encolher-se na dor e angústia suprema, quando mete a caminho de Cascais e da morte, que o aguardam lá em baixo, na baía fagulhante de lumes...”

Além da muita, imensa, saudade, é sempre reconfortante “ouvir” estas palavras.
Quando faleceu deixou sete filhos. O mais velho e o mais novo já estão em sua companhia. Os outros, velhotes, por aqui continuamos penando, e recordando.

18/01/2020



quarta-feira, 22 de janeiro de 2020






Há uns poucos anos, cerca de 2550 atrás, reinava na Pérsia, na dinastia dos Aquemênidas, filho de Ciro I, o rei Cambises II, que deixou como retrato,  e fama, ser um sujeito bravo pra caramba.
Ganhou umas batalhas lá nos arredores do seu Império e decidiu depois aventurar-se pelo Egito, que não foi difícil dominar, mas acabou por receber o título de Faraó.
Depois, inchado, importante, achou que podia conquistar toda a África, e começou por mandar uma parte do seu exército, só uns 50.000 homens, conquistar Cartago. Esses estúpidos meteram-se a caminho, a pé pelo Saara e... nunca chegaram ao destino nem voltaram para trás. O deserto os engoliu! Até hoje.
Cambises não parece ter sido “um bonitão”, 
mas o chapéu dele faz inveja a qualquer um.

Pensou então: se não dá para o Poente então para o Sul, convencido que África acabava logo ali só um pouco abaixo, quase ao virar a esquina. Pensou ir até à Etiópia, mas os sudaneses deram-lhe uma surra que o obrigaram a retroceder e voltar para a sua terra.
Reza ainda a história que o imperador estava deprimido quando, a caminho da sua terra, deixou o Egito na primavera de 521 a.C. Além de seus desastres africanos, chegavam notícias de uma rebelião na Pérsia. Estabelecida a soberania no Nilo, seguiu para casa através de Gaza e Damasco, levando consigo Dario. Em algum lugar da Síria, talvez Damasco, Cambises... pifou.
Dario recorda o momento numa frase enigmática: "Ele morreu sua própria morte" que foi interpretada como um veredicto de suicídio, teoria plausível em face dos contínuos contratempos, leia-se derrotas.
Antes de se meter nestas alhadas, Cambises governava com mão de ferro (o que tanta falta faz nos dias de hoje...!
Em 1487-88 as autoridades municipais de Bruges encomendaram ao pintor flamengo Gerard David uma série de painéis para o gabinete do burgomestre da Câmara Municipal. Gerard David pintou um díptico a óleo sobre o famoso Julgamento de Cambises, onde é representada a detenção e esfolamento por ordem de Cambises, dum juiz persa, Sisamnés,  baseado na História de Heródoto.
Segundo Heródoto o juiz terá feito um ou mais julgamentos favorecendo algum comparsa ou quem lhe pagasse.
Vejam bem o “cara” a ser esfolado como um coelho... vivo!

Esta obra pintada sobre painéis de carvalho, aparece mencionada pela primeira vez nos arquivos de Bruges como O Último Julgamento. Serviu como referência, aos funcionários da Câmara, para encorajar a honestidade entre os magistrados, e uma apologia pública à detenção do imperador Maximiliano I de Habsburgo em Bruges, 1488, quando andou a guerrear os Países Baixos. (E o chato disto é que o Maximiliano era neto do rei português D. Duarte, através da sua filha Leonor, que parece ter sido uma gatinha).
 
A Imperatriz Leonor

Voltando ao esfolamento do juiz, o rei Cambises mandou que a pele do desgracento Sisamnés fosse curtida para revestir a cadeira do magistrado, lembrando-lhes assim que corrupção na justiça era assunto a evitar.  
Porque estou a falar disto?
Porque me parece que o tal Cambises está a fazer uma tremenda falta aqui no Brasil, e até em Portugal.
Com o bando que aqui se apoderou do STF, reinando à moda de Luis XIV – “La loi c’est moi” e tendo determinado que os seus cargos são perpétuos, intocáveis, e pior, tendenciosos (para não lhes chamar corruptos, porque é chato), há evidências indiscutíveis de que esses donos do Brasil (o Presidente não manda nada!) teriam já dado mais do que muitas sentenças torcidas a favor dos comparsas que poderiam levá-los, bem esfolados, vivos ou mortos, a estofarem umas quantas cadeiras no tribunal.
Citar nomes? Para quê? O povo brasileiro, nestas alturas já tem ódio dessa gente, sobretudo aos do trio LGT*, todos os dias, sobretudo mas redes sociais, lhes chamam malandros, corruptos, etc., mas eles continuam vomitando opiniões e sentenças pseudo constitucionais ilegítimas, com ar de deuses do Olimpo. E todos já milionários.
Mas não riam, portugueses, porque as informações que por aqui desembarcam, poucas mas firmes, também nos levam a suspeitar que o senhor Cambises deveria fazer um rapa nesse tribunal Constitucional, e mandar estofar umas quantas cadeiras.
Lembro ainda de um juiz em Luanda que, depois de me dar razão, condenou-me a pagar uma multa de trânsito e ainda dar uma grana a um defensor oficioso que não abriu a boca em todo o julgamento. O miserável devia ter medo dos polícias, mas a sua pele pouco aproveitamento teria porque o desgraçado era baixinho. Complexo de altura.
Mas cuidado juízes. Sobretudo se acreditam na reencarnação!
Olha se o Cambises aparece!
Para despedida, duas opiniões de muito valor.
    Ámen.

18/01/2020

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020




É sabido que pelos anos 30-35,  em Portugal, Salazar, para a grande maioria dos portugueses, era o salvador da Pátria. E era mesmo.
Como também era evidente, os comunas tinham-lhe uma raiva danada, tanto mais que Portugal ajudou o Franco na Guerra Civil. Mas não vou falar de política, e sim recordar algumas coisas que marcaram a minha meninice e adolescência, como a Legião Portuguesa, criada como força paramilitar face à ameaça comunista do país vizinho e a Mocidade Portuguesa.
Todas as imagens que se seguem são de uma revista (muitíssimo deteriorada pela humidade e 81 anos em cima), “O Século Ilustrado” – Número especial de 28 de Maio de 1938, no 10° ano da Revolução Nacional do governo de Salazar.
Primeiro os legionários. Vejam o luxo dos meios de transporte

Depois a “malta” em que eu andei metido! Desfilei várias vezes: lembro de uma como estafeta do comandante, palavra levar ordens aos grupos de trás, e outra a tocar tambor!


Hoje a politicalha que desgoverna o país, só sabe falar mal desse GRANDE homem, mesmo com todos os defeitos que quiserem, e alguns foram grandes, como o cercear o crescimento de alguns homens preparados, talvez com inveja ou medo que lhe tirassem o Poder, porque são incapazes, ineptos, para assegurarem uma vida estabilizada, o combate à corrupção de que eles são os primeiros a se locupletarem (deveriam ir para a jaula... dos tigres), e têm até o desplante de proibirem um Museu em Santa Comba.
Ó gentalha covarde e sem miolos! Dentro das suas cabeças só devem ter palha, porque se ao menos fossem burros poderiam comê-la.
Mas enfim.
Este primeiro quadro é elucidativo do modo como se endireitaram as finanças num piscar de olhos. Vejam bem os números e depois procurem inteirar-se do que faz hoje a mesma CGD (a mesma?).

É! Parece que hoje os olhos só servem para chorar e não para verem o descalabro.
Gostaram do que viram? Pois tem mais.
Depois do 25/4 foi chique xingar a alma do morto de Santa Comba, mas muitos desses vira-casacas deveriam estar nas manifestações de centenas de milhares que o iam aplaudir e agradecer o crescimento da economia.

Por muito que bramem hoje, o desenvolvimento do país foi grande. No segundo semestre de 1926 até Abril de 1928, o escudo sofreu a última desvalorização, em consequência de dois aumentos de circulação, do agravamento da dívida flutuante interna e externa e do quase esgotamento das reservas de ouro que o Tesouro Nacional possuía em Londres.
Depois, até 1974... só se valorizou, tudo garantido em ouro, tendo os “gloriosos” do 25/4 derretido em poucos meses a herança salazarista!
Salazar segurava as finanças (e outras coisas!) com mão de ferro e o engenheiro Duarte Pacheco, um dos mais validos homens de TODA a história de Portugal, engrandecia o país.
A Dívida Flutuante era de 2.114.000 contos em 1928 e 0 (zero) em 38. A Dívida Pública reduziu cerca de 20%
Quando Presidente da Câmara de Lisboa, acabou com a construção desregrada. Comprou todas as terras que circundavam a cidade, fez o plano diretor (que não existia), vendeu depois os talhões, o que rendeu à Câmara um lucro significativo que deu para construir o Instituto Superior Técnico (ver a imagem a seguir) o aeroporto da Portela, a Casa da Moeda, e muito, muito mais.

Pelo país algumas indústrias cresciam e tinham o “olho” do governo na questão social, para o que se construíram centenas, milhares de casas para os funcionários.
De 1928 a 1938 os investimentos foram muito significativos:
Na Marinha de Guerra, no Exército, estradas, Caminhos de Ferro, portos, Correios, serviços florestais (olha aí o que se faz hoje!), hidráulica agrícola, melhoramentos rurais, edifícios e Monumentos Nacionais.
O Plano de Reconstituição Económica para 1936 a 1950, que se cumpriu, previa avultados investimentos ainda nas estradas, construção de escolas e liceus, hidráulica agrícola e, mais uma vez, a maior verba era para Povoamento Florestal.

Dizia o “patrão” de Santa Comba: -“Eu sei o que quero e para onde vou!”
O problema é que muitos também sabiam (alguma coisa) e era ele o único que dizia saber!
O ACP – Automóvel Club Português era já uma bela organização. Aqui no 
salvamento dum carro de “luxo”: 


Marinha? Existia, sim. Nos dois navios que se seguem eu viajei. No “Mouzinho” em 1950 numa excursão a Roma. No “Quanza”, em 1955, regressando de Benguela a Lisboa. Reparem no “luxo” do salão do “Quanza”. Foi ali que nasceu e se firmou a minha imensa amizade com o Zé Neto.
Hoje nem navios mercantes tem mais!

   
Este navio, misto de passageiros e carga, levou, para a Madeira 1.500 toneladas de milho produzido em Angola!
E a pesca do bacalhau? Hoje o famoso Bacalhau do Porto vem da Noruega. Naqueles tempos, que lembro bem, e tive muitos amigos na Marinha Mercante que andaram pela Terra Nova à pesca, eram pescados à mão, à linha. Na foto, o dia cerimonial da largada de Lisboa dos lindíssimos bacalhoeiros. Olha a quantidade de navios! Hoje... não resta um único! Missa campal e benção dos navios, a que assistiam largas centenas de marinheiros e uns milhares de familiares, amigos e curiosos. Logo a seguir era uma beleza ver o desfraldar das velas e segui-los com a vista húmida Tejo abaixo. Só voltavam uns seis meses depois.


Infelizmente não consegui recuperar uma foto com o Presidente da República, o tão simpático General Carmona na visita a uma prisão! Onde se vê, nos dias de hoje um presidente visitar presos?

E censura, havia? Havia sim, porque a PIDE era muito mais papista do que o Papa! Muito mais.
Mas reparem bem neste anúncio dos rádios Philips. Vejam a beleza da composição, que mesmo apresentando uma mulher despida nada tem de erotismo ou pornografia.

E hoje? E hoje?
Saudosista, talvez, e espero não esquecer todas essas coisas tão depressa, o que será sinal de que a demência ainda não chegou.
Salazarista? Fui sim, mas só até 1958, quando cansei de tanta intolerância e passei a propagandista do Humberto Delgado. Que aliás deveria ter dado um péssimo presidente!!! Bom general mas político...
Gostei muito da Mocidade Portuguesa, onde só estive até aos 13 anos, e lamento que nada haja que a tenha substituído.
Mas já lá vão mais de 80 – oitenta – anos destas fotos e dos números das Finanças.
Qualquer dia conto mais.

Nota: Quem quiser ver melhor as imagens pode clicar em cima e ampliar

sábado, 11 de janeiro de 2020




Pesquisei muito e encontrei, como escrevi no texto anterior, muita informação interessante sobre essas simpáticas figuras, os Magos... os Reis!
Na memória popular pouco mais ficou do que aqueles homens, com vestes reais, carregando o ouro, o incenso e a mirra e ajoelhados aos pés do Menino, o novo Rei dos Judeus. Festejam-se, admiram-nos, foram e continuam a ser preciosa fonte inspiradora para poetas, como Edmont Rostand (1868-1918):

Eles perderam a estrela uma noite. Por que perdemos a estrela?
Por ter, por vezes, olhado demais para ela.
Os dois reis brancos, sendo estudiosos da Caldea,
Traçavam com varas círculos no solo.
Eles fizeram cálculos, coçaram as barbas,
Mas a estrela tinha fugido, como se fosse uma idéia vazando.
E estes homens cujas almas tinham sede de serem guiados,
Choravam, erguendo as tendas de algodão.
Mas o pobre Rei Negro, desprezado pelos outros dois, diz a si mesmo:
"Pensemos nas sedes que não são nossas; ainda devemos dar de beber aos animais."
 E, enquanto ele segurava seu balde de água,
Na humilde rodada do céu onde camelos bebiam,
Ele viu a estrela dourada, que dançava em silêncio.

Inspirou inúmeros filósofos, escritores, pintores e escultores, dos mais célebres aos mais humildes como os que, no agreste do Brasil fazem estas imagens, que há muitos anos compõem o nosso presépio:


Terminado o texto anterior não abandonei os Magos que “avisados por Deus e temendo o feroz rei Herodes” fizeram o regresso às suas terras por novos e escondidos caminhos.
Seguindo os traços destes homens, que ninguém sabe quem foram nem quantos, é voz corrente, sobretudo na Pérsia, Irã, que no caminho eles foram espalhando a boa nova: “Vimos o menino. Ele vai ser o rei abençoado.”
E naquele longínquo oriente uma nova esperança, uma nova fé começa a nascer e a entusiasmar muita gente.
Hoje o Irã tolera três religiões: o islão, única religião oficial, a cristã e a judaica. 99% são muçulmanos, dos quais uns 7% sunitas), 0,7% cristãos, o que dá uma população de uns 400.000 e uns 200.000 judeus.
Dizem que eles morreram logo em Jerusalém. Outros na Índia e ainda outros na Pérsia, onde deixaram o “terreno” preparado para que o cristianismo crescesse e frutificasse.
Mais tarde Santa Helena, mãe do imperador Constantino, viajou à Índia (?) e recuperou seus corpos. Depositou-os em um túmulo belíssimo e o colocou na grande igreja de Santa Sofia, em Constantinopla, coisa impossível de ter acontecido, porque Santa Helena faleceu em 330 e a Igreja de Santa Sofia só foi construída entre 532 e 537. Como ela mandou construir duas igrejas, uma da Natividade em Belém, que dura até hoje e a Basílica da Ascenção de Jesus no Monte das Oliveiras, a ser verdade que recuperou os corpos dos Magos, deve tê-los sepultado, mais logicamente em Belém. Mas...
John of Hildesheim no livro do século XIV, “Historia Trium Regum” (“História dos três reis”), afirma que Baltasar, Melchior e Gaspar eram da Índia, Pérsia e Caldeia (atualmente Irã e Iraque). Eles iniciaram a sua viagem de forma separada, reuniram-se em Jerusalém e continuaram juntos até Belém. Depois de adorar Jesus, voltaram juntos à Índia, onde construíram uma igreja e, após uma visão que lhes revelou que sua vida terrena estava a ponto de terminar, faleceram ao mesmo tempo e foram enterrados em sua igreja na Índia.
Mas parece mais consentâneo que Santa Helena tenha recuperado os corpos em Sabba, cidade da Pérsia, possivelmente na Mesopotâmia. Mais provável, ainda que tudo lenda, as relíquias recuperadas pela imperatriz Santa Helena, sim, mãe do imperador Constantino, reunidas no ano 300 na cidade de Sabba os restos dos três misteriosos personagens e a partir dali terem sido enviadas para Constantinopla. Repousaram durante poucos anos neste lugar, até Santo Eustórgio, bispo de Milão, ir a Constantinopla pedir ao imperador Constantino que o confirmasse nessa função. Constantino não só o confirmou como lhe terá dado, como relíquias, os corpos do Reis Magos.
Ainda no século IV Santo Eustórgio mandou construir uma Basílica, que ficou conhecida com o seu nome, onde depositou as relíquias levadas de Cosntantinopla. Durante muito tempo esta Basílica foi um destino de peregrinos, já que era considerada o local da tumba dos Reis Magos.
Também há quem afirme que no final do século VI, o imperador Maurício transportou as relíquias para   Milão, o que é outra invenção sem qualquer cabimento. Isto parece mostrar que quem escreveu sobre o imperador Maurício (Flávio Maurício Tibério Augusto, imperador bizantino no período de 582 a 602, nascido na Arménia), no século VI...  se terá esquecido de Santo Eustórgio, e nada sabia de Milão.!!!
Em 1164, o imperador alemão Frederico Barba Ruiva saqueou Milão, e descobriu que uma igreja milanesa custodiava as relíquias. A abadessa deste convento era irmã do prefeito da cidade e prometeu dar as relíquias em troca de proteger a vida de seu irmão da fúria do imperador depois do ataque à cidade. O Arcebispo de Colónia foi chamado a intervir e no fim só pediu uma recompensa ao imperador: que permitisse que a abadessa abandonasse a cidade de Milão com tudo aquilo que pudesse carregar sobre seus ombros. A abadessa cumpriu com a sua parte do trato e como agradecimento ofereceu as relíquias ao Arcebispo de Colónia.
Desta forma as relíquias, os supostos restos mortais dos Magos: Baltazar, Melchior e Gaspar, foram transferidos como dádiva para o Arcebispo de Colónia com a finalidade de o Império Sacro Germânico ficar sob a proteção dos Reis... já santos.
As relíquias tinham grande significado religioso e poderiam atrair muitos peregrinos de toda a cristandade e com isso se ordenou a construção daquela magnífica catedral que tinha começado em 1248 e levou mais de 600 anos para ser terminada. Foi construída no local de um templo romano do século IV, um edifício quadrado conhecido como a "mais Velha Catedral" e administrada por São Materno, o primeiro bispo cristão de Colónia. Uma segunda igreja foi ainda construída no mesmo local, a chamada "Velha Catedral", cuja construção foi completada em 818 mas acabou queimada em 1248.
Atualmente tais relíquias são mantidas no Santuário dos Reis Magos na Catedral de Colónia num sepulcro de ouro. Mas... serão mesmo eles que lá estão???


Em 1864, o relicário foi aberto e descobriram os esqueletos de três homens. É possível que estes sejam os restos dos três reis magos que adoraram Jesus, ou seriam apenas três esqueletos anônimos que se fizeram passar pelos magos no início da Idade Média?
Um esqueleto pertence a um homem jovem, outro a um homem de meia-idade e outra a um idoso. Um mosaico do século VI em Ravena, que representa os três magos, mostra precisamente homens com estas características. Este detalhe coincide com o resto da história o que parece conferir alguma veracidade.
Em 1906 o então Bispo de Milão, Cardeal Ferrari obteve uma restituição parcial das relíquias que se conservam no altar da Basílica de Santo Eustórgio e obteve outras pistas intrigantes.
Mas tem mais história sobre os corpos dos magníficos Magos.
Tudo é bem enigmático. Marco Polo, no capítulo 22 do seu livro “Il Millione” diz que os Magos saíram da cidade Sabba na Pérsia, hoje Saveh, e que, cerca de 1275, viu os corpos dos três Magos nos seus sepulcros, ainda “inteirinhos e com os cabelos e barba como quando vivos”. Diz ele que interrogou muita gente que apenas soube dizer que estavam ali sepultados havia longuíssimos anos!
Isto mais de um século depois de o Barba Ruiva os ter levado para Colónia! Seria uma espécie de vingançazinha de um italiano para perturbar os germânicos? Mas as considerações de Marco Polo sobre a visita dos Magos ao Menino são demasiado fantasistas, até porque ter visto os três corpos, “fresquinhos...” depois de doze séculos... Infelizmente.
A verdade... ninguém sabe. Como Buda dizia que “passou a vida à procura da verdade e morria sem a ter encontrado”!
Deixemos os ossos dos simpáticos Magos descansarem (devem ainda estar estafados de tanta andança) e vamos seguir pela sua herança.
Hoje em Saveh não existe nem uma só igreja, mas a Grande Mesquita dali foi edificada no século XII por cima de um antigo templo zoroastriano. Nada quase sobra do original mas dizem que era construído em tijolo, tendo “uma sala principal para o fogo sagrado, e dois compartimentos onde os representantes do antigo culto se recolhiam para orar”!
Sabe-se que antes de ser destruída por Gengis Khan, Saveg era um importante centro astronómico... Os Magos seriam astrónomos, sacerdotes zoroastristas ou ambas as coisas?
Hoje, os cristãos do Oriente, dizem que foram os três Reis Magos que iniciaram uma nova religião, porque terão entendido que o Menino, mesmo recém nascido, lhes terá transmitido uma mensagem de Amor e Paz.
Céline Hoyeau que se deslocou há pouco ao Irã à procura dos rastos dos Magos, foi a Urmia, à beira do Lago do mesmo nome, sede de uma das mais antigas comunidades cristãs de todo o mundo, onde os Magos teriam sido sepultados, de acordo com a antiga tradição da Igreja do Oriente, segundo o Padre Pierre Humblot, já em França com 85 anos em 2012, que passou quarenta anos no Irã. A Igreja Persa, que ele tanto trazia no coração e que fora fundada, dizia ele, com ar misterioso e divertido, pelos Magos!
O padre que recebia muitos iranianos atraídos pelo cristianismo deu muito crédito a essa tradição, descoberta na Crónica de Zuqnin, uma crónica universal, em língua siríaca, que conta a história do mundo desde a Criação até ao ano de 775, e terá sido escrita por um monge em meados do século VIII, que conta a epopeia de doze (e já não três) reis que, todos os anos aguardavam em oração num certo monte Victorial a luz de uma estrela que devia guiá-los para Deus “que lhes apareceria sob a forma de um homem pobre e humilde”. No regresso do monte eles anunciaram na Pérsia o que tinham visto em Belém. (Não há como saber onde seria este monte Victorial)
Esses doze reis ou magos, foram pouco depois batizados pelo Apóstolo Tomé, tornaram-se missionários, e “a fé na Vida se expandiu pelo Oriente. Um deles estaria sepultado na Igreja de Santa Maria, em Urmia.”
Outro padre francês, o padre Jean-Louis Lejeune, desde 1968 no Irã, passou a vida ao lado dos iranianos ao ponto de pensar em persa”! Ao serviço da igreja caldeica-católica, próxima dos responsáveis de outras igrejas de Urmia, levou Céline Hoyeau ao seu bispo, Monsenhor Thomas Meram um iraquiano, também instalado no Irã há mais de quarenta anos e que conhece bem as 80 igrejas de Urmia e das povoações nos arredores. “Os cristãos estão aqui desde o primeiro século”, afirmou, explicando que a sua igreja foi fundada por Addai e Mari, dois discípulos de Apóstolo Tomé, e que este mesmo havia passado pela região. Por isso se diz que aquela “igreja é apostólica”.
A igreja sofreu consecutivas vagas de perseguição, mas também uma imensa expansão. Mil anos antes dos jesuítas ela enviou missionários por toda a Rota da Seda, até à China. “Chegámos até a ter um bispo mongol, no século XIII!”
O sacristão Sargon Ushana, afirma que uma outra igreja foi fundada sobre um templo zoroastriano. “Um mago era o encarregado do fogo sagrado. De volta de Belém esse velho sacerdote zoroastriano transformou o seu templo em Igreja”. “Temos trabalhado muito para encontrar o túmulo, mas até agora, nada”.
Padre Eilosh Azizyan, assírio, está “100%” seguro que a sua Igreja, de Santa Maria, está sobre o túmulo de um Mago. “Ela parece nova, mas as pedras mais antigas estão no interior das paredes atuais; ela foi quase destruída pelos otomanos e reconstruída em 1944. Pesquisadores italianos estão interessados em explorar, e se isso se provar, dará grande crédito ao cristianismo e ao Evangelho no Irã”.
O presidente do Instituto de Proteção do Património Histórico e Cultural Italiano, Silvano Vicenti, informou que em Abril de 2017, um responsável da província de Azerbaijão Ocidental da Pérsia, onde Urmia, Urumieyh, é a capital, o contatou para tentar detectar potenciais restos mortais de magos que estarão sob a famosa igreja de Santa Maria, o que mostra que as autoridades iranianas se começam a interessar pelo assunto...
Vicenti considera-se ateu, mas... “se novas evidências emergirem, estou pronto a mudar de opinião!”
De acordo com a tradição mais aceite terá sido o Apóstolo Tomé quem evangelizou a Mesopotâmia, ou um dos seus companheiros, Mari, um dos 72 discípulos de Jesus, quando Tomé seguiu para a Índia.
Um manuscrito antigo permite datar a primeira igreja fundada em Kohké, nos arredores de Seleucie-Ctésiphon, capital dos partos (cerca de 35 kms a sul de Bagdad), entre 79 e 120.
A partir de 226 os persas querendo unificar o Império à volta duma religião nacional, o mazdeismo, começaram violentas perseguições aos cristãos.
Depois da conquista muçulmana tudo parece ir abaixo, com sucessivas vagas de perseguições. Sob o Califado Abássida (750-1517), que transferiu a sede da Damasco para Bagdad os cristãos são mais bem tratados. Logo a partir desta altura o Patriarca Timóteo I, ainda no século VII, nomeia monges missionários na Ásia Central na Rota da Seda. Extraordinária epopeia de monges missionários que se aventuram por mar até à Birmânia e Tailândia e por terra até à China, mil anos antes dos jesuítas ali terem entrado.
Uma estela de Sig Nan Fou, erguida em 779 em chinês, assinada por monges persas, testemunha a implantação de vários mosteiros cristãos ao lado da atual Pequim.


No tempo do seu esplendor os cristãos do Oriente alcançavam 80 milhões de almas, mais do que toda a Europa junta.
Mas século IX e depois no XIII, sob a dinastia Ming, a China se fechou a toda a religião estrangeira e a presença cristã se apaga.
Na mesma época os Mongóis massacram os muçulmanos, os cristãos da Pérsia são dispersados e muitos mongóis convertem-se ao cristianismo, chegando um deles, em 1281 a ser Patriarca.
Mas depois de tentativas de aliança entre os Cruzados e Mongóis estes se voltam cada vez mais para os muçulmanos e centenas de milhares de cristãos são massacrados.
Despois da “noite escura” veio a época da “grande separação”: a latinização da Igreja da Pérsia, começada com os Cruzados, cristaliza-se em 1553, alguns bispos se voltam para Roma em reação a um Patriarcado tornado hereditário. Um patriarca católico instala-se à cabeça de uma Igreja, mesmo continuando a chamar-se “caldaica”.
Um pequeno resto de cristãos do Oriente refugia-se nas montanhas do Kurdistão, nos montes Hakkari, arrebanhados do Kurdistão pela Turquia. Viveram isolados até ao enfraquecimento do Império Otomano, antes de voltarem para as planícies do Irã e Iraque. E voltam a ser vítimas de perseguições no século XX, sobretudo após a I Guerra Mundial.
Seduzidos pelos russos sobre a promessa da criação de um estado independente, revoltam-se contra os turcos, mas são deixados pelos “aliados” e massacrados.
Surge agora, com o Papa Francisco, alguma esperança dessa Igreja com a nomeação de cardeais siríacos: Sua Santidade Bechara Rai, patriarca de Antioquia dos maronitas, Baselios Cleemis Thottunkal, arcebispo dos sírio-malankara da Índia, George Alenchery, arcebispo dos sírios-malabares (estes dois últimos, da região por onde andou São Tomé), e da instalação dum bispo maronita para a Europa, Monsenhor Nasser Gemayel, responsável durante quarenta anos dos catecúmenos no Irã. Ele vê assim “um desafio para a nova evangelização no seio da comunidade, uma vez que ela tem sido tão perseguida que se fecha nas suas etnias, em vez de abrir aos numerosos convertidos que batem à sua porta”
Todos os antigos cristãos do Paquistão, China, Etiópia, Pérsia e Ásia Central garantem ser descendentes desses Magos. Serão, quase de certeza herdeiros da sua Fé que os levou ao cristianismo.
Que Deus os ilumine e proteja.
Entretanto São Tomé foi a caminho da Índia e falaremos sobre ele... proximamente.

10/jan/2020