quarta-feira, 23 de outubro de 2019



Os Primeiros Brasileiros


Sempre correu por África uma lenda, (o que é verdade) creio que na região “da Costa da Mina” que, em tempos muito, muito idos, um soba da região, talvez um Mansa, gostava de ver o pôr do sol, ia todos os dias vê-lo esconder-se lá, bem longe, atrás do oceano.
E ficava pensando que “lá” onde o sol desaparecia, devia haver outras terras boas e férteis.
Foi sonhando com isso, até que decidiu chamar os seus conselheiros e discutir com eles o problema. Se o Sol, o Astro-Rei¸ para lá se dirigia todos os dias, certamente era porque as terras daquele longínquo lugar seriam boas.
Os conselheiros, meio desconcertados, sem saberem o que responder, aceitavam que o raciocínio tinha alguma lógica, e foram pensar no assunto.
Algum tempo depois voltam a reunir-se e concluem que o seu rei, o Mansa, estava certo. Tinha que por “lá” haver boas terras e os primeiros que ali chegassem certamente viveriam muito bem. (Não reza a lenda se os conselheiros concordaram conscientes, de livre vontade ou simplesmente obedientes, porque não era bom desagradar ao rei!)
Assim sendo o rei decidiu que queria ir conhecer essas terras.
Mandou que construíssem várias canoas, com o maior tamanho possível.
O povo percorreu as florestas à procura das maiores árvores e, com a sua habilidade natural várias canoas de tamanho imenso foram construídas. Algumas com capacidade para setenta a oitenta homens. O rei iria com eles, deixando o trono ao filho enquanto estivesse ausente.
E fez-se saber que só iriam nessa expedição os que se apresentassem como voluntários.
Calculando que a viagem seria longa providenciou-se grande recolha de alimentos, muita carne seca, muita água e frutas, e muito inhame. (O "inhame" é originário do oeste da África. A palavra vem do uolofe nyam, que significa "sabor"; em outras línguas africanas, a palavra utilizada para inhame também pode significar "comer", como nyama, em hauçá.)
Quando tudo estava pronto o povo fez a grande festa de despedida aos atrevidos navegadores, a maioria dos quais levou mulher.
Hoje não é muito difícil conjeturar sobre tamanha aventura, sabendo que naquele canto do Golfo da Guiné uma corrente marítima os leva para o alto mar onde encontram a corrente de Benguela que, chegando perto do equador segue em direção à América do Sul, infletindo depois para sul.


E é bom não esquecer que em 1984 o famoso navegador brasileiro Amir Link atravessou o Atlântico, desde Walvis Bay, na Namíbia, até à Bahia, percorrendo 3.700 milhas náuticas em 100 dias, num barco a remos!
Por outro lado há um ligeiro consenso, não absoluto, de que a ocupação do continente americano terá começado com a emigração de alguns grupos de asiáticos cerca de 13 a 14.000 anos atrás, a maioria deles de origem ou aspecto mongoloide.
Levaram mais de mil anos a se espalharem, descendo alguns a costa do Pacífico e muito raramente alguns terão atravessado os Andes ou a Amazónia para se estabelecerem na costa atlântica.
Mas... no Brasil, Piauí, cuja costa é banhada pela corrente que vem de África (!) (localizado aproximadamente onde está a letra B da Corrente do Brasil, no mapa acima), no sítio Toca do Boqueirão da Pedra Furada, numerosas pinturas rupestres feitas com ocre vermelho, utilizado para desenhar nas rochas, foram encontradas em camadas com datações de entre 17.000 e 25.000 anos. 

    
Recentes trabalhos no pedestal do Boqueirão da Pedra Furada e no local ao ar livre próximo do Vale da Pedra Furada têm produzido mais evidências sobre a ocupação humana que se estende por mais de 20.000 anos, argumento apoiado por uma série de datações por C-14 e OSL (luminescência estimulada opticamente), e pela análise técnica do conjunto de ferramentas de pedra.
No abrigo rochoso da Toca da Tira Peia os resultados trazem novas evidências de presença humana no Nordeste do Brasil já em 20.000 a.C. As idades obtidas, pela técnica de luminescência estimulada opticamente, variam de 22.000 a 3.500 anos antes do presente.
Então os mongoloides que chegaram da Ásia há uns 13.000 anos e levaram mais de mil para descerem a costa do Pacífico, não pintaram aquilo! Quem foi então?
Lembra aquele velho ditado: “Quem cabritos tem e cabras não... de algum lado vem!”
Também é um tanto de estranhar saber que o fóssil humano mais antigo encontrado no Brasil, é de uma mulher a que deram o nome de Luzia! O esqueleto, ainda não fossilizado, foi descoberto nos anos 1970 em escavações na Lapa Vermelha, uma gruta no município de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e terá vivido entre 12.500 e 14.000, o que aparenta que dificilmente teria pertencido a qualquer uma das emigrações que entraram no continente pelo Estreito de Behring.
Os “cientistas” decidiram moldar a cara da dona Luzia, e, como são todos “politicamente corretos” decidiram que ela era de origem africana. E vá de a fazerem assim, beiça grossa, nariz achatado, pele escura e tudo mais. Diziam que talvez, talvez, pertencesse ao povo aborígene da Austrália!!!


Agora chegaram à conclusão que a sua origem será mongoloide! Vão destruir a falsa cara da Luzia e refazê-la! Ora vejam  se o que estão a fazer tem algum cabimento? Reparem no formato do crâneo. Agora é que viram que era alto? E desta vez tem tanto cara de mongoloide... como eu.

Isto de fazer caras de esqueletos encontrados e que terão milhares de anos... só pode ser brincadeira. Qualquer um inventa o que colocar à volta dos ossos e... os babacas acham muito bem. E aqui nem o maxilar inferior têm para ajudar!
Voltemos à lenda africana.
Se os primeiros a habitar no continente americano chegaram há 13 ou 14.000 anos, quem fez as pinturas rupestres que terão entre 20 e 25.000?
Será que aquele grupo de africanos de que reza uma muito antiga lenda conseguiram o extraordinário feito de atravessarem o oceano e chegado a estas bandas?
Qual a razão para não acreditarmos nisso?
Africanos, caçadores, habituados a caçar grandes animais, como elefantes, terão encontrado no Brasil, por exemplo a preguiça gigante, o Megatherium americanum, animal enorme e inofensivo, pesando até 5 toneladas, que se terá extinguido há cerca de 10.000 anos, mas dava muita carne!
E de sobremesa ainda podiam comer os deliciosos abacaxis, goiaba ou maracujá, sem esquecer que foram encontrar nova comida, prima  do inhame, a manyoca.
Razão tinha o rei africano, como bem mais tarde disse Caminha: Em se plantando tudo dá!
O que será que os arqueólogos e paleontólogos pensarão disto?
A verdade é que só há, além de “evidências”, as pinturas.
Com esta hipótese não haverá mais que discutir quem descobriu o Brasil.
Cabral, os botocudos, a Luzia, ou uns milhares de anos antes, os africanos?
Um dia vai saber-se.
Eu estou a apostar nos africanos!

22/10/2019


Um comentário:

  1. Acredito que possa ser verdade.

    Quando me envia por mail a coletânea dos "AMIGOS" ? ( Vou imprimir como livro, acho muito interessante e tenho lá o meu pai. Bj.

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