O
Puto *
Estou longe de ser fatalista, mas por vezes acredito
que, algures, lá nos Altos Desígnios, a nossa vida está traçada desde o momento
em que somos concebidos.
Desde que acreditemos que há um Ser Superior que é
Onisciente, mesmo antes de nascermos Ele já saberá como vai ser a vida de cada
um de nós, apesar de nos ter criado livres, sobretudo para pensarmos, muitos
vezes não livres dos nossos corpos e obrigados a esconder ou disfarçar o nosso
modo de pensar, de ser ou não religioso, etc.
Ao longo dos muitos anos já vividos sofri
pesadíssimos golpes, dores imensas, incuráveis, mas tive a felicidade de ir
conhecendo e criando amizades, algumas tão profundas que atravessam os anos, se
consolidam e deixam de pertencer a um simples grupo de amigos para se
integrarem completamente como membros da família.
E o gratificante, é que apesar de muitos irem
ficando pelo caminho, mesmo nesta já provecta idade, ainda vou conseguindo
novas amizades que muito prezo.
E isso é um dos maiores prazeres que a vida nos
proporciona, os Amigos.
Através de um vem outro, guardam-se e estimam-se
aqueles com quem nos entendemos melhor, e assim há poucos dias um novo amigo
veio, através de alguns livros, tornar mais agradável a nossa vivência.
Livro lançado há poucos dias com descrições
históricas do que foi o abandono da colónias portuguesas, entregues de qualquer
modo ao bloco soviético, que levou ao êxodo de milhares de brancos que sentiam
africanos e ao genocídio de perto de dois milhões de angolanos e moçambicanos,
que um dia haviam pensado que a independência lhes daria o direito de escolher
os seus governantes, logro a que que cubanos, russos e asseclas jamais
permitiram, como ainda hoje se vê, por exemplo, na tão democrática Cuba.
Através de um valente jovem português, o Puto,
somos levados aos bastidores de uma guerra fratricida, à vergonha das tropas
portuguesas vergonhosamente vencidas, algumas até vendidas por capitãezinhos
pseudo esquerdistas, enfim, à maior vergonha da história de Portugal.
“O Puto” é um livro com descrições da brutalidade
daqueles tempos, quando os africanos não comunistas – em Moçambique os não
frelimistas, mais de 70% da população, e em Angola os bacongos e os umbundos,
imensa maioria de toda a população angolana – tentaram impedir a imposição dum
novo colonialismo brutal, incomparavelmente pior do que o que tiveram com os
portugueses.
Devem ler o livro quem viveu esses tempos
conturbados e aqueles que gostem de ir mais fundo no estudo da história, tão
alterada, tão falsa, tão mentirosa como a mídia mostrou durante e pós 25 de
Abril. E ainda hoje prefere enaltecer as festas do Avante e discutir, denegrir
o nome a dar a um museu, que tão simplesmente se propôs chamar Museu das
Descobertas, do que mostrar a verdade atrás dum ato, quase infantil, de alguns
capitães poetas e acomodados, logo ultrapassados pela esquerda festiva e
destrutiva.
Sem adjetivações e demonstrações de favoritismo
político, todas as páginas relatam uma luta levada sem medo nem fronteiras por
um jovem PORTUGUÊS, que se sentiu atraiçoado.
Através deste livro tive ainda uma notícia que me
deixou mais feliz porque vim a saber que um amigo que eu sabia tinha sido preso
e espancado pela Frelimo, afinal havia conseguido safar-se. Nunca mais o tinha
visto nem ouvido falar dele, mesmo que tivesse feito diligências nesse sentido,
e fiquei agora a saber que viveu depois, até 2009, em Johannesburg.
Ganhei um pouco mais de conhecimento, tive
notícias de um amigo e, além disso, ganhei um amigo novo, o autor, Ricardo de
Saavedra.
Bem haja, Ricardo.
Às vezes vale a pena viver.
* Do latim “puttus” - menino. “Puto” era o nome,
carinhoso, que se dava, em Angola e Moçambique, às crianças, sobretudo
portuguesas e a alguns adultos baixinhos. Estes baixinhos, em Angola eram mais
chamados de “cambutas”!
Também se usava para referir simplesmente
Portugal.
23-03-19
Exacto! O 25 de Abril de 1974 foi um golpe de Estado comunista perpetrado em Lisboa já que, em Angola e Moçambique, os soviéticos não estavam a conseguir nenhum dos seus intentos.
ResponderExcluirMais: nós somos os autênticos «documentos coevos», não permitimos que nos desmintam.
As loas à liberdade são loas à liberdade que os comunistas adquiriram de mandar prender aqueles que se lhes opunham.
NADA HÁ ENCOBERTO QUE NÃO SE VENHA A SABER...
ResponderExcluirO pior é que isso já não remedeia a História!
Sempre bom ver um comentário coerente e verdadeiro do q realmente aconteceu com a 'desmobilizacao' de Angola e Moçambique...uma vergonha imposta a milhares de portugueses q saíram c a roupa do corpo e outros milhares de nativos perseguidos e mortos por nos apoiarem. Estava em Angola no 25 de Abril tirando o curso de Comandos e fui como Alferes pra Moçambique ajudar precisamente essa desmobilização vergonhosa. Ainda ajudei os Comandos em Portugal no 25 de Nov 75 a nos livrarmos dos 'cubanos' q queriam Portugal vermelho. E depois deste tempo todo no Brasil tenho o prazer de ter ajudado a eleger o Bolsonaro..o Moro..o Paulo Guedes....brasileiros bons q vão botar o Brasil no bom caminho.. junto ..c Janaína Paschoal ..Joice Hasselman.....Marcel Van Hatten...Carla Zambelli e tantos outros q realmente batalham por um Brasil de brasileiros bons e patriotas..e aberto ao mundo civilizado!
ResponderExcluirVou ler o livro do Saavedra com prazer.