domingo, 3 de fevereiro de 2019


Um pouco de premonição geopolítica

Desde há muitos anos que venho assistindo à degradação da Europa. E não só. É triste, mas parece irreversível, mesmo que Portugal esteja agora a receber uns balões de oxigénio com o turismo.
Talvez tenha começado:
- pela baixa taxa de natalidade, que nem sequer repõe os que morrem,
- pelo ‘politicamente correto’,
- pela covardia da justiça que tarda e pune brandamente delinquentes que precisavam ser trancafiados ad vitam  e são ad interim,
- pela constante demanda do povo por regalias, não se preocupando em esgotar e ultrapassar as receitas do estado e levando a situações de quase falência, tudo isto somado a
- muita corrupção, generalizada e espalhada Urbi et Orbe, e à moeda escriturada e especulativa,
- a ser sistemática e planejadamente esmagada por ondas de emigrantes e de terroristas,
- por absurdos, como o que levou o senhor Macron de querer que todas as escolas de França ensinem o árabe, diz ele que é para um melhor entendimento entre os povos,
- pelos black blocs que parece só quererem o caos e a destruição, e...
Uma Europa que depois de ter perdido estupidamente largos milhões da sua população em guerras absurdas, acabou por se sujeitar aos descendentes de Hitler que perceberam que não precisam de guerras para dominar o que Napoleão e o capeta queriam fazer matando, criando uma União Europeia que impõe as suas vontades, dando-lhes a cheirar dinheirinho que parecia barato, como o Artigo 4, que reza em parte: "os Estados Membros facilitarão a implementação das tarefas da União e irão se abster de tomar qualquer medida que possa comprometer a efetivação dos objetivos da União." Em outras palavras, os interesses da União estão acima dos interesses de qualquer estado e de qualquer cidadão, e os babacas deputados do estados pedintes, têm montes de regalias, mas não fazem absolutamente NADA, quando se exige que os membros da Comissão Europeia sejam selecionados com base em seu "compromisso europeu". Isso na verdade significa que qualquer um que tenha uma opinião divergente dificilmente será membro da Comissão, algo assustadoramente parecido com o comunismo. Como a história demonstra reiteradamente, onde não há oposição, a liberdade vai pelo ralo.(1)
Até a Inglaterra com todo o seu esnobismo e arrogância aceitou estas condições, somente não querendo o euro, e agora esbraveja para voltar a ser dona dos seus próprios destinos, o que lhe vai custar caro.
Apostou no cavalo errado!
Já em 21 de janeiro de 1866 o jornal francês Le Mémorial Diplomatique, escrevia: “Os ingleses estão completamente convencidos que as suas instituições devem servir de modelo aos outros Estados, e que todo o pedido tendente a modificar a sua legislação para a aproximar das potencias continentais, acabam ferindo a sua susceptibilidade nacional.”
O mesmo, ou quase, disse Charles de Gaulle, numa conferência de imprensa em 14 de janeiro de 1963, (sobre a entrada da Grande-Bretanha na CEE): “A Inglaterra... é insular. Ela é marítima. Ela está ligada pelas suas trocas, seus mercados, seus abastecimentos aos mais diversos países, por vezes longínquos. Ela exerce uma atividade essencialmente industrial e comercial, e muito pouco agrícola. Ela tem todo o trabalho de hábitos e tradições muito marcadas, muito originais. Em resumo, a natureza, a estrutura que são próprias à Inglaterra, diferem profundamente das continentais.”
Agora assistimos aos politicamente corretos, isto é a esquerda caviar ou champanhe, a bramar contra os governos de direita, que não estão mais dispostos a servirem de capacho às determinações da EU, como serem obrigados a receber um determinado número de emigrantes, sabendo, uns e outros, que nessa emigração maciça entram na Europa milhares e milhares de terroristas. A esses chamam depreciativamente de “nacionalistas”!
Além da capital europeia do jihadismo, Bruxelas, no Belgistão, só em Barcelona os jihadistas já cometeram pelo menos 369 assaltos e roubos. Além dos roubos, os membros da célula se sustentam por meio do tráfico de drogas e falsificação de documentos. Não resta dúvida que a região autônoma da Catalunha se tornou uma base privilegiada de operações para atividades terroristas.
Pelo resto da Espanha, sobretudo com o atual governo, uma esquerda infantil, demagoga, quer destruir, entre outras coisas, a Igreja, e criar nova cisão com a história do túmulo do Franco, não tardando que volte a pedir ajuda a um novo Tarik do Magrebe, para... perderem tudo e facilitarem a islamização da Península. E Catalunha em guerra com Madrid!
Em França, Macron, eleito pela juventude que queria mudanças, sem terem pensado que essas mudanças na economia lhes ia custar caro, agora, mantendo só 95% a sua arrogância inicial, está completamente perdido com os gilets jaunes, com os sindicatos, e com uma imensa rejeição de grande parte da população, chegando ao absurdo de estenderem passadeiras vermelhas aos muçulmanos!
Eles não precisam dessas facilidades porque já estão instalados por todo o país. Em 2016 o diretor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, sugeriu que o número de mesquitas na França fosse dobrado nos próximos dois anos. Boubakeur ressaltou que 2.200 mesquitas "não são suficientes" para os "sete milhões de muçulmanos que vivem na França". Ele preconizou que igrejas ociosas sejam transformadas em mesquitas.
Resultado desta política politicamente desastrosa, uma imensa quantidade de judeus, que todos sabemos como são importantes para o desenvolvimento económico dum país, continuam a sair de França a caminho de Israel ou dos EUA. Mais uma vez, perseguidos por fanáticos!
Neste momento a França esqueceu os exemplos da história, simples, da economia: os supermercados não podem mais vender qualquer mercadoria sem que acrescentem, no mínimo 10%, de margem! Isto, dizem os cerveaux réfléchis, que não conhecem a mais elementar lei de mercado: a economia, que é um animal vivo, vivíssimo, cujo único domador é o intermediário, o comerciante, enfim, a lei da oferta e da procura. Dizem os crâneos que é para que os negociantes possam pagar um pouco mais aos produtores rurais!
Nos muitos anos que já vivi assisti a coisas assim estupidas; muitas vezes, e todas foram um desastre.
Entretanto na filosofia cerebral dos franceses de hoje, o que parece sobressair do que se está passando, é que, primeiro, sem greves a França não vive, e que ninguém se importa se as greves duram um dia, uma semana ou seis meses, e que isso custa uma fortuna ao país. Depois quando uma empresa, por razões económicas ou estratégicas fecha as portas, lá vão os sindicatos, queimam umas toneladas de pneus, mais greves, xingamento ao governo, o trivial.
Com o meio ambiente o problema é muito mais grave, a começar pelas centrais nucleares. Querem acabar com elas dum dia para o outro para depois ficarem sem energia e terem que a comprar ao simpático colaborante Putin! No campo, na agricultura, é mais que sabido que o uso de glifosato, por muito que a Monsanto grite que até faz bem à saúde, vai, lentamente contaminando os solos, os lençóis freáticos, os rios... o mar. A verdade é que se deixarem de o utilizar as produções de grãos vão cair na ordem de 30 a 40%!
Os EUA não vão abdicar dele, nem, por exemplo, o Brasil, porque se daqui a um século as populações estiverem agonizantes, intoxicadas, os chefes de hoje já há muito estarão oferecendo o seu cálcio e potássio à terra.
Fora da Europa, como a Turquia, que finge estar ou a querer estar na EU, o senhor Erdogan sonha com um novo império otomano, um estado teocrático, e vai esmagando tudo quanto se lhe opõe: católicos, os liberais herdeiros políticos de Mustafa Kemal Atatürk, arménios, curdos, assírios, etc.
Pela Rússia o novo (velho!) czar Putin III (desde 2000!) tudo faz para torpedear o progresso europeu. Pela China o PC chinês conseguiu vergar o Vaticano para serem eles a nomear bispos da Igreja Católica, e assim vai o mundo, mesmo na América Latina onde os evangélicos, um dos maiores negócios que jamais existiram, à sombra da palavra do Homem, pobre e humilde, vão dominando tudo e todos.
De um lado a ganância por poder, por impérios, por outro a vontade de varrer das mentes sul-americanas o complexo da colonização.
Por essas e outras nestas bandas o desconhecimento da história e do eventual estudo da genealogia não interessa a não ser a um número ridiculamente restrito. Concomitantemente não há interesse pelo futuro, para o que se podem apresentar dois exemplos primordiais: o chavismo maduro da Venezuela, e os, pelo menos dezesseis anos da esquerda petista, em dois países ricos e cheios de potencial, que ambos destruíram.
Comecem os sinos a tocar, antevendo confusão, mesmo que se espere que as novas gerações possam vir a fazer algo para salvar o mundo.
Alguém acredita nisso?
Eu não. Também fui “das novas gerações”, batalhei muito, e tudo está cada vez pior.

(1) – Gatestone Institute

1-fev-19

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