Um pouco de premonição geopolítica
Desde há muitos anos que venho
assistindo à degradação da Europa. E não só. É triste, mas parece irreversível,
mesmo que Portugal esteja agora a receber uns balões de oxigénio com o turismo.
Talvez tenha começado:
- pela baixa taxa de natalidade, que nem sequer repõe os que morrem,
- pelo ‘politicamente correto’,
- pela covardia da justiça que tarda e pune brandamente delinquentes que
precisavam ser trancafiados ad vitam e são ad
interim,
- pela constante demanda do povo por regalias, não se preocupando em esgotar
e ultrapassar as receitas do estado e levando a situações de quase falência,
tudo isto somado a
- muita corrupção, generalizada e espalhada Urbi et Orbe, e à moeda escriturada e especulativa,
- a ser sistemática e planejadamente esmagada por ondas de emigrantes e
de terroristas,
- por absurdos, como o que levou o senhor Macron de querer que todas as escolas
de França ensinem o árabe, diz ele que é para
um melhor entendimento entre os povos,
- pelos black blocs que parece
só quererem o caos e a destruição, e...
Uma Europa que depois de ter perdido estupidamente largos
milhões da sua população em guerras absurdas, acabou por se sujeitar aos
descendentes de Hitler que perceberam que não precisam de guerras para dominar
o que Napoleão e o capeta queriam
fazer matando, criando uma União Europeia que impõe as suas vontades,
dando-lhes a cheirar dinheirinho que parecia barato, como o Artigo 4, que reza em parte: "os
Estados Membros facilitarão a implementação das tarefas da União e irão se
abster de tomar qualquer medida que possa comprometer a efetivação dos
objetivos da União." Em outras palavras, os interesses da União estão
acima dos interesses de qualquer estado e de qualquer cidadão, e os babacas
deputados do estados pedintes, têm montes de regalias, mas não fazem
absolutamente NADA, quando se exige que os membros da Comissão Europeia sejam
selecionados com base em seu "compromisso europeu". Isso na verdade
significa que qualquer um que tenha uma opinião divergente dificilmente será
membro da Comissão, algo assustadoramente parecido com o comunismo. Como a
história demonstra reiteradamente, onde não há oposição, a liberdade vai pelo
ralo.(1)
Até
a Inglaterra com todo o seu esnobismo e arrogância aceitou estas condições,
somente não querendo o euro, e agora esbraveja para voltar a ser dona dos seus
próprios destinos, o que lhe vai custar caro.
Apostou
no cavalo errado!
Já em 21 de janeiro de 1866 o
jornal francês Le Mémorial Diplomatique, escrevia: “Os ingleses estão completamente convencidos que as suas instituições
devem servir de modelo aos outros Estados, e que todo o pedido tendente a
modificar a sua legislação para a aproximar das potencias continentais, acabam
ferindo a sua susceptibilidade nacional.”
O mesmo, ou quase,
disse Charles de Gaulle, numa conferência de imprensa em 14 de janeiro de 1963,
(sobre a entrada da Grande-Bretanha na CEE): “A Inglaterra... é
insular. Ela é marítima. Ela está ligada pelas suas trocas, seus mercados, seus
abastecimentos aos mais diversos países, por vezes longínquos. Ela exerce uma
atividade essencialmente industrial e comercial, e muito pouco agrícola. Ela
tem todo o trabalho de hábitos e tradições muito marcadas, muito originais. Em resumo,
a natureza, a estrutura que são próprias à Inglaterra, diferem profundamente
das continentais.”
Agora
assistimos aos politicamente corretos,
isto é a esquerda caviar ou champanhe, a bramar contra os governos de direita,
que não estão mais dispostos a servirem de capacho às determinações da EU, como
serem obrigados a receber um determinado número de emigrantes, sabendo, uns e
outros, que nessa emigração maciça entram na Europa milhares e milhares de
terroristas. A esses chamam depreciativamente de “nacionalistas”!
Além
da capital europeia do jihadismo, Bruxelas, no Belgistão, só em Barcelona os
jihadistas já cometeram pelo menos 369 assaltos e roubos. Além dos roubos, os
membros da célula se sustentam por meio do tráfico de drogas e falsificação de
documentos. Não resta dúvida que a região autônoma da Catalunha se tornou uma
base privilegiada de operações para atividades terroristas.
Pelo
resto da Espanha, sobretudo com o atual governo, uma esquerda infantil, demagoga, quer destruir, entre
outras coisas, a Igreja, e criar nova cisão com a história do túmulo do Franco,
não tardando que volte a pedir ajuda a um novo Tarik do Magrebe, para...
perderem tudo e facilitarem a islamização da Península. E Catalunha em guerra
com Madrid!
Em
França, Macron, eleito pela juventude que queria mudanças, sem terem pensado
que essas mudanças na economia lhes ia custar caro, agora, mantendo só 95% a
sua arrogância inicial, está completamente perdido com os gilets jaunes, com os sindicatos, e com uma imensa rejeição de grande
parte da população, chegando ao absurdo de estenderem passadeiras vermelhas aos
muçulmanos!
Eles
não precisam dessas facilidades porque já estão instalados por todo o país. Em
2016 o diretor da Grande Mesquita de
Paris, Dalil Boubakeur, sugeriu que o número de mesquitas na França fosse
dobrado nos próximos dois anos. Boubakeur ressaltou que 2.200 mesquitas
"não são suficientes" para os "sete milhões de muçulmanos que
vivem na França". Ele preconizou que igrejas ociosas sejam transformadas
em mesquitas.
Resultado
desta política politicamente
desastrosa, uma imensa quantidade de judeus, que todos sabemos como são
importantes para o desenvolvimento económico dum país, continuam a sair de
França a caminho de Israel ou dos EUA. Mais uma vez, perseguidos por fanáticos!
Neste
momento a França esqueceu os exemplos da história, simples, da economia: os
supermercados não podem mais vender qualquer mercadoria sem que acrescentem, no
mínimo 10%, de margem! Isto, dizem os cerveaux
réfléchis, que não conhecem a mais elementar lei de mercado: a economia, que é um animal vivo, vivíssimo,
cujo único domador é o intermediário, o comerciante, enfim, a lei da oferta e
da procura. Dizem os crâneos que é para que os negociantes possam pagar um pouco mais aos produtores
rurais!
Nos
muitos anos que já vivi assisti a coisas assim estupidas; muitas vezes, e todas
foram um desastre.
Entretanto
na filosofia cerebral dos franceses
de hoje, o que parece sobressair do que se está passando, é que, primeiro, sem
greves a França não vive, e que ninguém se importa se as greves duram um dia,
uma semana ou seis meses, e que isso custa uma fortuna ao país. Depois quando
uma empresa, por razões económicas ou estratégicas fecha as portas, lá vão os
sindicatos, queimam umas toneladas de pneus, mais greves, xingamento ao
governo, o trivial.
Com
o meio ambiente o problema é muito mais grave, a começar pelas centrais
nucleares. Querem acabar com elas dum dia para o outro para depois ficarem sem
energia e terem que a comprar ao simpático
colaborante Putin! No campo, na agricultura, é mais que sabido que o uso de
glifosato, por muito que a Monsanto grite que até faz bem à saúde, vai, lentamente contaminando os solos, os
lençóis freáticos, os rios... o mar. A verdade é que se deixarem de o utilizar
as produções de grãos vão cair na ordem de 30 a 40%!
Os
EUA não vão abdicar dele, nem, por exemplo, o Brasil, porque se daqui a um
século as populações estiverem agonizantes, intoxicadas, os chefes de hoje já há muito estarão oferecendo o seu cálcio e potássio à
terra.
Fora
da Europa, como a Turquia, que
finge estar ou a querer estar na EU, o senhor Erdogan sonha com um novo império
otomano, um estado teocrático, e vai esmagando tudo quanto se lhe opõe: católicos,
os liberais herdeiros políticos de Mustafa Kemal Atatürk, arménios, curdos, assírios, etc.
Pela
Rússia o novo (velho!) czar Putin III (desde 2000!) tudo faz para torpedear o
progresso europeu. Pela China o PC chinês conseguiu vergar o Vaticano para
serem eles a nomear bispos da Igreja Católica, e assim vai o mundo, mesmo na
América Latina onde os evangélicos, um dos maiores negócios que jamais
existiram, à sombra da palavra do Homem, pobre e humilde, vão dominando tudo e
todos.
De
um lado a ganância por poder, por impérios, por outro a vontade de varrer das
mentes sul-americanas o complexo da colonização.
Por
essas e outras nestas bandas o desconhecimento da história e do eventual estudo
da genealogia não interessa a não ser a um número ridiculamente restrito.
Concomitantemente não há interesse pelo futuro, para o que se podem apresentar
dois exemplos primordiais: o chavismo maduro
da Venezuela, e os, pelo menos dezesseis anos da esquerda petista, em dois
países ricos e cheios de potencial, que ambos destruíram.
Comecem
os sinos a tocar, antevendo confusão, mesmo que se espere que as novas gerações
possam vir a fazer algo para salvar o mundo.
Alguém
acredita nisso?
Eu
não. Também fui “das novas gerações”, batalhei muito, e tudo está cada vez
pior.
(1) – Gatestone Institute
1-fev-19
Obrigado por esta análise lúcida .
ResponderExcluirE não se vê uma luz no fim do túnel.
ResponderExcluirPor onde vamos parar?