segunda-feira, 26 de novembro de 2018



Coisas que vamos encontrando aqui e além, muitas das quais podem a seguir ser vistas na Wikipédia. Mas como ninguém lê a tal Wikipédia toda, o que é pena, divulgar algumas destas curiosidades, simples, políticas ou... não faz mal a ninguém.
1.  Geografia e história
Muita gente sabe onde fica a ilha de Curaçau. Muitos já lá estiveram, entre os quais eu não me conto, com muita pena, porque é uma beleza, praias lindas, e outras belezuras. Ali, no Caribe, em frente à desgraçada Venezuela, faz parte do Reino da Holanda. Uma forma sofismada de lhe chamar colónia, mas...
Mas, o que muitos não sabem é porque chama assim, desde sempre, mesmo que escrito de formas diversas e até no papiamento local, que lhe chamam Kòrsou.
Reza a história, e com fortes foros de ser verdadeira, que no século XVI praticamente em todos os navios que se aventuravam mar fora, morriam marinheiros aos molhos com o miserável escorbuto, a falta de vitamina C. Hemorragias, gengivas apodrecendo, etc., o destino da maioria desses doentes era morrem a bordo e jogados ao mar. Às vezes ainda com um restinho de vida, mas podres, a exalar o último suspiro, atiravam-nos ao mar.
Numa dessas viagens a caminho da América do Sul, dezessete marinheiros portugueses, num navio espanhol, moribundos, pediram ao capitão para os abandonar numa ilha por onde passavam, porque preferiam morrer em terra do que serem comidos pelos peixes.
O capitão fez-lhes a vontade. Um mês depois quando retornava decidiu aproximar-se da ilha e ver se algum deles ainda vivia.
Estavam todos ótimos de saúde! Completamente recuperados, nem um único havia morrido, e cheios de força.
Foi um espanto que deu muito que falar em Espanha, onde, como em qualquer outro lugar nunca se tinha ouvido falar em vitaminas, mas que ajudou a melhorar, um pouco, um pouco só, a alimentação a bordo.
A essa ilha os marinheiros portugueses deram o nome de Ilha da Curaçam, porque lá todos se curaram.

2. História e Geopolítica mundial
1818 - Faz este ano um século que um dos grandes facínoras da história da humanidade, que se chamou Vladimir Ilyich Ulyanov, conhecido como Lenin, após se apoderar da revolução russa, proclamou que iria espalhar o bolchevismo por todo o mundo.
Só pela Rússia mandou matar largos milhares que se lhe opunham, e com as reformas agrárias, matou milhões à fome.
Mas conseguiu espalhar o maldito vírus urbe et orbi, que ainda hoje transtorna o pensamento de muitos que, aparentemente, pareciam ser pessoas normais.
Como é de supor, ao “querer” igualar todos por baixo, sexa sempre viveu em grandes palácios expropriados aos nobres russos. Começou logo aí a tal esquerda caviar tão bem seguida mundo fora. Até hoje.
1849 – Um discípulo do tal Ulyanov, talvez o maior ou um dos mais citados anarquistas de todos os tempos, Mikhail Aleksandrovitch Bakunin, russo, bolchevista, revolucionário, com frases que ficaram inscritas no imaginário de idiotas, como A paixão pela destruição é uma paixão criativa, também não viveu em pensões de terceira categoria.
Vai para a Alemanha, espalha a revolução, vive, como os outros “chefes” sempre em casas ricas, conhece o grande compositor Richard Wagner, de quem se torna amigo e lhe vira a cabeça, levando o músico para os levantes populares.
Wagner em 1842 é nomeado Kapellmeister em Dresden onde as suas óperas obtêm enorme sucesso, e em 1949 rege uma apresentação pública da Nona Sinfonia de Beethoven. No final da apresentação Bakunin, que o tinha seguido, levantou-se da plateia, apertou a mão de Wagner e disse bem alto para que todos ouvissem que, se toda música que já foi escrita, fosse perder-se na conflagração mundial, nas suas palavras a destruição do mundo que ele estava a preparar, esta sinfonia pelo menos teria que ser salva!
Ainda é assim que muitos democráticos vêem os seus países.  Destruir tudo, mas salvar o que lhes sabe bem.

3. Universitários
Vamos recuar alguns anos para que se possa sentir a diferença na cultura de muitos povos, e até dentro do mesmo povo; a diferença, do ontem e de hoje.
Em Portugal, quem tivesse o 7° ano dos liceus, só teria depois que fazer um exame para entrar na faculdade que quisesse frequentar. A base do conhecimento geral estava apta.
Muitos alunos, por razões várias não puderam prosseguir os estudos superiores, mas aquele 7º ano lhes deu asas, para muitos deles, voaram bem alto.
Um pequeno exemplo de dois jovens que, em 1975 tiveram que seguir a diáspora dos que estavam nas colónias, indo parar no Brasil.
Um deles, acabado o tal 7° ano em Angola, chega ao Rio de Janeiro pouco antes do famigerado vestibular, para que tanto os alunos aqui se preparam, muitas vezes levando um ano para isso. Prestou provas, escolheu arquitetura e entre centenas deles, ou milhares, ficou em 6º lugar!
Outro mais flagrante, chegou tendo só completado o 6° ano. Sempre muito bom aluno, ao chegar, em vez de ir estudar para o exame, foi professor dos colegas brasileiros. Escolheu medicina e, se não entrou em primeiro lugar, é hoje um dos mais conceituados neuroradiologistas intervencionistas, especialidade ainda relativamente recente. Professor, doutor, pós-doutorado, etc. Ah! É verdade: e um grande velejador!
Infelizmente por estas bandas o ensino, exceto em algumas escolas particulares e muito caras, e em muito mais raras públicas, é extremamente deficiente.
Entretanto há centenas de universidades, poucas se contando entre as que realmente ministram um conhecimento válido, mas a grande maioria é de tristeza total. Quando não corrupta, vendendo diplomas.
E como os cursos, nos dias de hoje, são divididos em inúmeras especialidades, a abrangência da cultura dos alunos fica muito limitada.
Chamada a civilização dos especialistas, ensinados por homens de rigorosa visão técnica mas de visão cultural deficiente e de miserável miopia política, quando não de intenções abertamente políticas.
Razão teve Ortega y Gasset quando se referiu a este tipo de ensino universitário como responsável pela “formação de novos bárbaros, homens cada vez mais sábios e cada vez mais incultos.”
Homens que sabem cada vez mais de cada vez menos, constituem produtos altamente perigosos para a vida da cultura.
E pior, quando assentes em cima de diplomas, e se permitem emitir opiniões que estão fora da sua esfera de especificidade!

4. Pele negra
Esta é uma controvérsia, complicada, ignorante, doentia e estúpida.
Penso que a maioria das pessoas não tem a menor ideia do porque as diferentes colorações da pele dos humanos, e da sua influência sobre a saúde corporal.
Desde há séculos que se estigmatizaram os africanos, desconhecendo que alguns deles, durante quase cem anos, entre 700 e 600 antes de Cristo, foram até faraós do Antigo Egito, e muitos deles membros da nobreza local, quando pelas Américas, só existiam “índios”, pela Europa mal começavam a despontar alguns grupos organizados em “estados”, e a China julgava que além das suas províncias não existia nada mais, porque a Terra era plana.
As pessoas ainda hoje se admiram ao ver que a maioria dos africanos têm uns dentes impecáveis, brancos, lindos, e atribuem isso ao contraste com a pele escurecida. Nada disso. Os dentes das populações nativas que, em África, sempre se alimentaram bem, têm muito melhores dentes do que as populações brancas, porque a sua pele lhe permite uma muito superior absorção dos raios solares que lhes “fabricam” boas doses de vitamina D e assim fixarem o cálcio. Em África, há muitos anos nós já sabíamos que se um indivíduo de pele negra e um branco se chocassem na cabeça, o branco quebrava o crâneo e o outro, quando muito teria alguma dorzita.
O problema tem a mesma origem: a pele que absorve muito mais sol, vitamina D, é muito superior na “produção” de cálcio e com isso a estrutura óssea é incomparavelmente superior à dos brancos.
Nessas regiões, por exemplo, ainda hoje entre os Masai, praticamente não existe osteoporose!
Um pele branca se ficar muito tempo na praia, ao sol, leva um escaldão e pode, com facilidade, ter câncer de pele, além de que, em qualquer circunstância a pele começa a envelhecer bem mais cedo que qualquer outra. Já a pele negra, com alto índice de melanina, oferece proteção UV natural, portanto, o fotoenvelhecimento é menos aparente. Chegam a dezenas de anos a diferença!
Tem muitas outras vantagens mas não se pretende dar um aula de dermatologia.
Mas não podemos deixar de confessar uma certa inveja!
E com respeito a beleza? Todos os tipos têm gente feíssima e gente lindíssima, e como gostos não se discutem, por aqui se acabam os considerandos.

5. Verdade? Mentira?
Nesta desgracenta política, assunto que não cala, sobretudo nos derrotados, assistimos a verdadeiras avalanches de mentiras e ofensas.
Donde se conclui que o sucesso do negócio da mentira é que o custo de produção de mentiras é zero. Isto difere em muito com o que custa produzir a verdade.
Desde sempre as pessoas tiveram imensa facilidade em acreditar em mentiras e boatos e enorme dificuldade em aceitar a verdade.
Porque? A mentira é escandalosa, e um escandalozinho faz as delícias dos estúpidos que, por comodidade e covardia, não vão procurar a origem e a verdade.
Buda tinha mais do que razão: meditou toda a sua santa vida, para no final confessar que “sempre havia procurado a verdade, e morria sem ter descoberto o que era”.

25 nov. 18



2 comentários:

  1. Bom estar no meio das suas histórias. Mas fui sim Primeiro Lugar no Vestibular de Medicina de 1978... aliás só fiz um vestibular porque tinha certeza que passava e não almejava o primeiro lugar. Inclusive fui para o Rio disputar um campeonato brasileiro de Laser (sem saber de havia passado) e lá recebi um telegrama dos pais com a classificação... ainda se usava telegrama. E uma história curiosa é que eu não fiz cursinho passei direto do terceiro ano para a Universidade e os padres do Salesiano nunca me deram bolsa, só não pagava quando tirava primeiro nos simulados que eram uma vez por trimestre. Aí passei em primeiro lugar e a mãe ( o Tio sabe como ele era!!) foi lá ao padre (agora esqueci-me o nome) diretor geral e disse que eles tinham que pagar todos os meus livros do princípio da faculdade e ficaria muito contente se eles me contratassem como professor... assim lá fui eu com 17 anos dar aulas de química para os matulões à noite!! Comprei então uma Mobillete com o dinheiro do meu salário e com ela andava para cima e para baixo.
    JG

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  2. E lá se vão 42 anos desse vestibular que era tão estranhamente diferente dos métodos e provas a que estávamos acostumados.
    Passados estes anos todos e hoje o substituto ENEM ainda apresentam um padrão tão arcaico de avaliação do conhecimento.

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