segunda-feira, 5 de novembro de 2018




Apresentando um Fascista?
Será Nazista? Ou... ?

O que é um fascista? E um esquerdista? E extrema esquerda? E extrema direta? E ...
Pela luta que tenho travado contra os “ultras-super-intelectuais” portugueses, e até alguns brasileiros, pelo ódio e a cizânia que têm tentado espalhar entre os brasileiros, insurgindo-me contra a baixaria da linguagem reles usada por “mestres”, “doutores” e quejandos, estou a imaginar que já me devem ter rotulado, no mínimo de nazista!
Só para os tranquilizar, informo que ainda uso um nome alemão, Frick, e ainda por coincidência houve um colaborador de Hitler com esse mesmo sobrenome. Esta foi pendurado pelo pescoço, e se eventualmente era parente dos meus antepassados vindos no século XVIII, da Suíça Alemã, eu nada tenho com isso. Tenho é um passaporte prussiano, importantíssimo, que não vale nada, mas tem graça!
O meu curriculum demonstra bem esta minha faceta nazista.
Em 1938, fardado de menino da Mocidade Portuguesa, participei do início da reflorestação do Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa, e tenho uma fotografia minha, tirada quando animadamente tentava cavar para plantar uma árvore, e que está assinada pelo Salazar. Olha o fascismo a revelar-se.
Até aos 13 anos de idade fui membro, importantíssimo, da tal MP, onde me deliciava praticando atletismo. Desfilei várias vezes, duas a tocar tambor e uma como estafeta, transmitindo as ordens do comandante para os esquadrões que vinham atrás, cantando e rindo. Como é de supor a família ia à janela para verem passar o grande militar!
Passei um ano no Colégio dos Jesuítas em Santo Tirso, sempre à bordoada com o “prefeito” que tomava conta dos mais novos, e que me deu mais chutos nas canelas, nesse ano, do que todos os outros que levei até hoje.
No ano seguinte voltei ao Liceu Pedro Nunes de onde, dado meu comportamento sossegado... acabei expulso! Briguei com o professor de matemática, que era pior do que um cretino, e com um colega filhinho de mamãe que fazia queixinhas.
Já em Évora para fui onde estudar em 1946, entre 1948 e 1951 participei em mais de uma dúzia de touradas e garraiadas, o que prova, uma vez mais o meu background das “direitas”.
Ah! É verdade, logo a seguir cumpri o serviço militar obrigatório em Cavalaria 7, e gostei do espírito de ordem e hierarquia, se bem que tenha provocado algumas pequenas confusões no quartel, querendo endireitar algo que considerava errado. Não consegui nada, mas tentei. Quase fui preso!
A partir daí fiquei livre para iniciar a minha vida profissional.
Não demorou a minha partida para Angola, na maravilhosa cidade de Benguela, como responsável pelo departamento de máquinas agrícolas de uma grande companhia com sede em Luanda.
Com o meu feito de não aceitar, JAMAIS, ordens erradas, a briga com o meu superior, e meu colega, bem mais velho, que estava na capital, depois de demonstrar que eu estava certo, achei que não podia ali continuar e despedi-me! Com pena, porque gostei dos meus ajudantes, somente dois. Um, o humilde angolano que já não sei se se chamava Joaquim ou António, era uma figura de legenda. Já escrevi sobre ele, mas, para que conste este meu feitio de extremista, vou repetir um pouco: o António foi “nomeado” meu auxiliar pessoal. Quando eu estava fora da cidade, em viagem, ele dormia em minha casa e tomava conta de tudo. E no regresso, normalmente ao fim do dia ou à noite, levava o António, no quadro da minha bicicleta até casa dele. Típico fascista.

1954 

O outro colaborador era um português aí dos seus 40 anos, magro, baixo, que vivia só e triste sonhando que na União Soviética é que era bom! Anti salazarista até ao tutano. Várias vezes lhe propus pagar-lhe a viagem para a Rússia, só de ida, com uma única condição: estabelecíamos previamente um código de escrita e ele mandava-me postais ilustrados da Praça Vermelha ou de outra maravilha, dizendo se estava satisfeito, se aquilo era o paraíso com que ele sonhava ou... pelo contrário se estava arrependido.
Se fosse o paraíso eu ia ter com ele. Eu não levava muita fé nesse paraíso, mas...
Várias vezes lhe disse que quando quisesse ir eu compraria logo a passagem. Ria, disfarçava, aquilo era muito bom, mas nunca saiu de Benguela. Éramos amigos. (Os comunistas e esquerdistas são assim: falam muito mas não vejo ninguém emigrar para a Venezuela, Cuba ou Coreia do Norte! Enfim, vamos em frente.)
Mais tarde fui trabalhar para as cervejas, a Cuca. Quando assumi a parte comercial reestruturei todo o esquema de salários do meu pessoal que foram substancialmente melhorados. Briguei com os patrões e ganhei. (Deviam ter medo dum nazista!) Uma outra briga, sem nada a ver com dinheiros fez com que eu pedisse demissão da Cuca.  Foi um escândalo. E nessa altura tinha seis filhos. Depois ainda chegaram mais dois. Numa grande empresa com um diretor geral e quatro chefes de serviço (eu, um deles) pedir demissão foi uma bofetada. Pois é, mas eu não levo desaforo para casa, nem do Papa (que jamais o faria!). Só de pobre que sempre precisa de xingar alguém ou alguma coisa para desabafar.
O mesmo fiz em Moçambique, na cervejeira 2M. Essa briga, dos salários, foi mais fácil com o administrador, porque era burro que nem uma tranca, e mais difícil com o pessoal, branco. Estranho, né? Os idiotas, depois de os vestir com fardas novas, impecáveis (nem farda tinham) e que passaram a ter uma confortável melhoria nos seus proventos. Um dia reclamaram. Deram-se mal porque eu não gosto de gente estúpida. Os serventes, moçambicanos, passaram a ter quase 50% a mais de salário, e consideravam-me como um pai... fascista?
Já no Brasil, depois de ter comido o que diabo amassou, e foi amargo, um dia consegui montar uma marcenaria, onde trabalhavam quatro marceneiros. Quando me fartei daquilo, sabem o que aqui o fascista/nazista fez? Ofereceu todas as máquinas aos trabalhadores, um dos quais até hoje é mestre e ainda tem algumas dessas máquinas em bom uso.
Tem mais umas historinhas.
Em outra empresa, quando lá entrei, era hábito o pessoal vender as suas férias. Alguns com 10 anos de casa nunca tinham descansado. Obriguei todo o mundo a sair de férias. Reclamaram de entrada mas quando regressavam ao trabalho vinham agradecer-me. Mas isso são coisas de extremista de... direita! Perigoso.
Eu era o depositário dum relativamente pequeno, mas muito interessante espólio do meu bisavô e homónimo. Valia um bom dinheiro. Mas fascista, extremista, ávido por dinheiro, decidi fazer uma proposta à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, terra do meu antepassado: se eles assumissem a edição dum livro sobre a biografia do meu bisavô, magnificamente escrito pelo grande jornalista Dr. José Rodrigo Costa Carvalho, porque não sendo esquerdista não encontrava editora que o quisesse fazer, eu ofereceria o espólio para a Biblioteca Municipal. Assim se fez, e fui criticado por não ter vendido! Mas o livro saiu e é uma maravilha.
Mas enriquecer para que? Eu já recebo uma generosa aposentadoria da Segurança Social em Portugal no valor de €271. Por extenso: duzentos e setenta e um Euros. Para que mais? Isto depois de 24 anos de trabalho em Portugal e nas Colónias.
É evidente que, com este tsunami de dinheiro entrando na minha conta, só podia ser fascista.  
Teria MUITO mais para contar.
Só uma pequena explicação porque me pus do lado do Bolsonaro.
Primeiro porque, como os outros 55 milhões de brasileiros, estava mais do que enojado e espoliado com a canalha que durante anos andou a roubar, de forma para lá de absurda, o país, isto é o povo. Depois porque não gosto de mentira, coisa que o PT só soube fazer durante 14 anos. Depois porque continuo a considerar a família a base da sociedade, e jamais aceitaria a ideologia do género que o sr. Hadad quis impor, ele, um adulador das obnóxias e aviltantes ideias de extrema esquerda.
Como consequência só uma alternativa se apresentava, mesmo não sendo enviada pelo Arcanjo Gabriel, e que trazia uma proposta séria: Ordem. Ordem. Respeito pela família. E pela Nação.
Diz o Presidente eleito, Bolsonaro, que bandido, se aparecer com arma na mão, vai levar bala.
Há anos que temos mais de 60.000 assassinatos por anos. Mais mortos do que na guerra da Síria. Então não estamos em guerra? Vamos deixar a pilantrada à solta a fazer o quer? Não, não vamos. Talvez dentro de pouco tempo já possamos sair à rua sem medo de sermos assaltados ou assassinados.
Mas continuar a engolir a barbaridade de escritos de portugas esquerdistas, dói até no estômago. Sobretudo porque eu também sou português, e considero um atrevimento covarde e uma baixaria o linguajar dessa gente.
Pobres de espírito.
E foi assim que cheguei a ser um “extremista, nazista, fascista” e outras coisas mais!
Mas creio que o meu “rótulo”, se há um, seria mais ou menos o seguinte: só aceito a verdade, hombridade, ética, decência, respeito. Para isto a ordem é fundamental.
Se enfrentei touros, e em África animais ainda mais perigosos, não vou enfrentar agora essa corja de covardes? Vou, “até que voz me doa”, como cantava a Maria de Fé. É verdade: até a grande Amália chegou a ser acusada de fascista!
Para terminar vou falar-lhes duma pessoa que conheci muito bem, que muito estimava e admirava, republicano até à medula, do grupo de revolucionários que apoiaram Manuel de Arriaga, anti salazarista a cem por cento, médico e professor de Belas Artes, uma figura ímpar. Casado com a irmã da minha avó materna. Nasceu em 1866 e morreu uns dias depois de fazer 95 anos, tinha eu 30 e por isso tive ocasião de o conhecer bem e ter estado muita vez com ele.


Chamou-se João Barreira. Professor Dr. João Barreira.
Nunca da boca daquele SENHOR ouvi uma palavra reles, ordinária. Comentava o seu desacordo com a política de Salazar, mas com a classe dos homens com letra maiúscula. Correto, educado, inteligente, simpático, cultíssimo.
Não devia ter mais de 1,50 m de altura, mas era grande. Por fora é só embalagem.
Eu ouvia-o, procurava guardar cada uma das suas palavras, sábias, tranquilas, uma fonte de história. Um mestre.
Era um Homem da oposição. Mas se ainda estivesse entre nós se horrorizaria com a baixaria que sai da boca dos que se fingem do contra.
Coitados.

04/11/2018

2 comentários:

  1. ..uma delicia essas suas cronicas...eh o que a gente leva desta vida...eh a vida que a gente leva!
    Bem Haja!

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