Apresentando
um Fascista?
Será
Nazista? Ou... ?
O
que é um fascista? E um esquerdista? E extrema esquerda? E extrema direta? E
...
Pela
luta que tenho travado contra os “ultras-super-intelectuais” portugueses, e até
alguns brasileiros, pelo ódio e a cizânia que têm tentado espalhar entre os
brasileiros, insurgindo-me contra a baixaria da linguagem reles usada por
“mestres”, “doutores” e quejandos, estou a imaginar que já me devem ter
rotulado, no mínimo de nazista!
Só
para os tranquilizar, informo que ainda uso um nome alemão, Frick, e ainda por
coincidência houve um colaborador de Hitler com esse mesmo sobrenome. Esta foi
pendurado pelo pescoço, e se eventualmente era parente dos meus antepassados
vindos no século XVIII, da Suíça Alemã, eu nada tenho com isso. Tenho é um
passaporte prussiano, importantíssimo, que não vale nada, mas tem graça!
O
meu curriculum demonstra bem esta minha faceta nazista.
Em
1938, fardado de menino da Mocidade Portuguesa, participei do início da
reflorestação do Parque Florestal de Monsanto, em Lisboa, e tenho uma
fotografia minha, tirada quando animadamente tentava cavar para plantar uma
árvore, e que está assinada pelo Salazar. Olha o fascismo a revelar-se.
Até
aos 13 anos de idade fui membro, importantíssimo, da tal MP, onde me deliciava
praticando atletismo. Desfilei várias vezes, duas a tocar tambor e uma como
estafeta, transmitindo as ordens do comandante para os esquadrões que vinham
atrás, cantando e rindo. Como é de supor a família ia à janela para
verem passar o grande militar!
Passei
um ano no Colégio dos Jesuítas em Santo Tirso, sempre à bordoada com o
“prefeito” que tomava conta dos mais novos, e que me deu mais chutos nas
canelas, nesse ano, do que todos os outros que levei até hoje.
No
ano seguinte voltei ao Liceu Pedro Nunes de onde, dado meu comportamento
sossegado... acabei expulso! Briguei com o professor de matemática, que era
pior do que um cretino, e com um colega filhinho de mamãe que fazia queixinhas.
Já
em Évora para fui onde estudar em 1946, entre 1948 e 1951 participei em mais de
uma dúzia de touradas e garraiadas, o que prova, uma vez mais o meu background
das “direitas”.
Ah!
É verdade, logo a seguir cumpri o serviço militar obrigatório em Cavalaria 7, e
gostei do espírito de ordem e hierarquia, se bem que tenha provocado algumas
pequenas confusões no quartel, querendo endireitar algo que considerava errado.
Não consegui nada, mas tentei. Quase fui preso!
A
partir daí fiquei livre para iniciar a minha vida profissional.
Não
demorou a minha partida para Angola, na maravilhosa cidade de Benguela, como
responsável pelo departamento de máquinas agrícolas de uma grande companhia com
sede em Luanda.
Com
o meu feito de não aceitar, JAMAIS, ordens erradas, a briga com o meu superior,
e meu colega, bem mais velho, que estava na capital, depois de demonstrar que
eu estava certo, achei que não podia ali continuar e despedi-me! Com pena,
porque gostei dos meus ajudantes, somente dois. Um, o humilde angolano que já
não sei se se chamava Joaquim ou António, era uma figura de legenda. Já escrevi
sobre ele, mas, para que conste este meu feitio de extremista, vou repetir um
pouco: o António foi “nomeado” meu auxiliar pessoal. Quando eu estava fora da
cidade, em viagem, ele dormia em minha casa e tomava conta de tudo. E no
regresso, normalmente ao fim do dia ou à noite, levava o António, no quadro da
minha bicicleta até casa dele. Típico fascista.
1954
O
outro colaborador era um português aí dos seus 40 anos, magro, baixo, que vivia
só e triste sonhando que na União Soviética é que era bom! Anti salazarista até
ao tutano. Várias vezes lhe propus pagar-lhe a viagem para a Rússia, só de ida,
com uma única condição: estabelecíamos previamente um código de escrita e ele
mandava-me postais ilustrados da Praça Vermelha ou de outra maravilha, dizendo
se estava satisfeito, se aquilo era o paraíso com que ele sonhava ou... pelo
contrário se estava arrependido.
Se
fosse o paraíso eu ia ter com ele. Eu não levava muita fé nesse paraíso, mas...
Várias
vezes lhe disse que quando quisesse ir eu compraria logo a passagem. Ria,
disfarçava, aquilo era muito bom, mas nunca saiu de Benguela. Éramos amigos.
(Os comunistas e esquerdistas são assim: falam muito mas não vejo ninguém
emigrar para a Venezuela, Cuba ou Coreia do Norte! Enfim, vamos em frente.)
Mais
tarde fui trabalhar para as cervejas, a Cuca. Quando assumi a parte
comercial reestruturei todo o esquema de salários do meu pessoal que foram
substancialmente melhorados. Briguei com os patrões e ganhei. (Deviam ter medo
dum nazista!) Uma outra briga, sem nada a ver com dinheiros fez com que eu
pedisse demissão da Cuca. Foi um escândalo. E nessa altura tinha
seis filhos. Depois ainda chegaram mais dois. Numa grande empresa com um
diretor geral e quatro chefes de serviço (eu, um deles) pedir demissão foi uma
bofetada. Pois é, mas eu não levo desaforo para casa, nem do Papa (que jamais o
faria!). Só de pobre que sempre precisa de xingar alguém ou alguma coisa para
desabafar.
O
mesmo fiz em Moçambique, na cervejeira 2M. Essa briga, dos salários, foi
mais fácil com o administrador, porque era burro que nem uma tranca, e mais
difícil com o pessoal, branco. Estranho, né? Os idiotas, depois de os vestir
com fardas novas, impecáveis (nem farda tinham) e que passaram a ter uma
confortável melhoria nos seus proventos. Um dia reclamaram. Deram-se mal porque
eu não gosto de gente estúpida. Os serventes, moçambicanos, passaram a ter quase
50% a mais de salário, e consideravam-me como um pai... fascista?
Já
no Brasil, depois de ter comido o que diabo amassou, e foi amargo, um dia
consegui montar uma marcenaria, onde trabalhavam quatro marceneiros. Quando me
fartei daquilo, sabem o que aqui o fascista/nazista fez? Ofereceu todas as
máquinas aos trabalhadores, um dos quais até hoje é mestre e ainda tem algumas
dessas máquinas em bom uso.
Tem
mais umas historinhas.
Em
outra empresa, quando lá entrei, era hábito o pessoal vender as suas férias.
Alguns com 10 anos de casa nunca tinham descansado. Obriguei todo o mundo a
sair de férias. Reclamaram de entrada mas quando regressavam ao trabalho vinham
agradecer-me. Mas isso são coisas de extremista de... direita! Perigoso.
Eu
era o depositário dum relativamente pequeno, mas muito interessante espólio do
meu bisavô e homónimo. Valia um bom dinheiro. Mas fascista, extremista, ávido
por dinheiro, decidi fazer uma proposta à Câmara Municipal da Póvoa de Varzim,
terra do meu antepassado: se eles assumissem a edição dum livro sobre a
biografia do meu bisavô, magnificamente escrito pelo grande jornalista Dr. José
Rodrigo Costa Carvalho, porque não sendo esquerdista não encontrava editora que
o quisesse fazer, eu ofereceria o espólio para a Biblioteca Municipal. Assim se
fez, e fui criticado por não ter vendido! Mas o livro saiu e é uma maravilha.
Mas
enriquecer para que? Eu já recebo uma generosa aposentadoria da Segurança
Social em Portugal no valor de €271. Por extenso: duzentos e setenta e um
Euros. Para que mais? Isto depois de 24 anos de trabalho em Portugal e nas
Colónias.
É
evidente que, com este tsunami de dinheiro entrando na minha conta, só podia
ser fascista.
Teria
MUITO mais para contar.
Só
uma pequena explicação porque me pus do lado do Bolsonaro.
Primeiro
porque, como os outros 55 milhões de brasileiros, estava mais do que enojado e
espoliado com a canalha que durante anos andou a roubar, de forma para lá de
absurda, o país, isto é o povo. Depois porque não gosto de mentira, coisa que o
PT só soube fazer durante 14 anos. Depois porque continuo a considerar a
família a base da sociedade, e jamais aceitaria a ideologia do género que o sr.
Hadad quis impor, ele, um adulador das obnóxias e aviltantes ideias de extrema
esquerda.
Como
consequência só uma alternativa se apresentava, mesmo não sendo enviada pelo
Arcanjo Gabriel, e que trazia uma proposta séria: Ordem. Ordem. Respeito pela
família. E pela Nação.
Diz
o Presidente eleito, Bolsonaro, que bandido, se aparecer com arma na mão, vai
levar bala.
Há
anos que temos mais de 60.000 assassinatos por anos. Mais mortos do que na
guerra da Síria. Então não estamos em guerra? Vamos deixar a pilantrada à solta
a fazer o quer? Não, não vamos. Talvez dentro de pouco tempo já possamos sair à
rua sem medo de sermos assaltados ou assassinados.
Mas
continuar a engolir a barbaridade de escritos de portugas esquerdistas, dói até
no estômago. Sobretudo porque eu também sou português, e considero um
atrevimento covarde e uma baixaria o linguajar dessa gente.
Pobres
de espírito.
E
foi assim que cheguei a ser um “extremista, nazista, fascista” e outras coisas
mais!
Mas
creio que o meu “rótulo”, se há um, seria mais ou menos o seguinte: só aceito a
verdade, hombridade, ética, decência, respeito. Para isto a ordem é
fundamental.
Se
enfrentei touros, e em África animais ainda mais perigosos, não vou enfrentar
agora essa corja de covardes? Vou, “até que voz me doa”, como cantava a
Maria de Fé. É verdade: até a grande Amália chegou a ser acusada de fascista!
Para
terminar vou falar-lhes duma pessoa que conheci muito bem, que muito estimava e
admirava, republicano até à medula, do grupo de revolucionários que apoiaram
Manuel de Arriaga, anti salazarista a cem por cento, médico e professor de
Belas Artes, uma figura ímpar. Casado com a irmã da minha avó materna. Nasceu
em 1866 e morreu uns dias depois de fazer 95 anos, tinha eu 30 e por isso tive
ocasião de o conhecer bem e ter estado muita vez com ele.
Chamou-se
João Barreira. Professor Dr. João Barreira.
Nunca
da boca daquele SENHOR ouvi uma palavra reles, ordinária. Comentava o seu
desacordo com a política de Salazar, mas com a classe dos homens com letra
maiúscula. Correto, educado, inteligente, simpático, cultíssimo.
Não
devia ter mais de 1,50 m de altura, mas era grande. Por fora é só embalagem.
Eu
ouvia-o, procurava guardar cada uma das suas palavras, sábias, tranquilas, uma
fonte de história. Um mestre.
Era
um Homem da oposição. Mas se ainda estivesse entre nós se horrorizaria com a
baixaria que sai da boca dos que se fingem do contra.
Coitados.
04/11/2018
Muito bem Francisco! Grande abraço
ResponderExcluir..uma delicia essas suas cronicas...eh o que a gente leva desta vida...eh a vida que a gente leva!
ResponderExcluirBem Haja!