Eleições
e armalhões
(A turma
do pega fácil)
Todos os segredos da política consistem em mentir a propósito.
Madame de Pompadour
Será a política coisa diversa da arte de mentir a propósito?
Volaire
Na política ninguém se limpa daquilo que envilece.
Napoleão
Alguém acredita que qualquer um dos 15 famintos
candidatos à presidência do Brasil está lá para trabalhar pelo povo, pela
elevação do nível de vida das gentes, pela moralização dos costumes?
Haverá alguém tão ingênuo que acredite nisso?
Para se ter uma ideia, comecemos um pouco abaixo,
bastando para isso citar alguns nomes de candidatos a deputedos, para que o
“panorama” da desgraça se mostre mais evidente. O candidato pode se chamar Zé
Mané, mas escolhe um nome de guerra pelo qual se candidata. Não é piada.
Vejamos alguns artistas: Graça Figuraça, Índio Muay Thai, Kaká Vem Aí, Lex Bom,
O Cara de Óculos, Zé da Vergonha, Cheiro Verde, Orelha de Porco, Spiff, Velho
do Rio, Zé Bonitinho, e o campeão Alceu Dispor.
E vão ter quem vote neles por acharem graça. Aqui não
se vota com a consciência do dever cívico, vota-se por achar graça, como há uns
anos o terceiro mais votado para o governo do Rio foi um velho chimpanzé do
zoológico. E há pior: em muitas zonas dominadas pelo tráfico ou pelos
milicianos (outro tipo de máfia) o povo está avisado que quem não votar no
candidato deles vai sofrer consequências, a maioria das vezes uma bala.
O que
mais admira, para quem procura analisar com frieza a situação eleitoreira, é a
voracidade com que os órgãos de informação – Globo, Veja, Época e outros –
ocupam as suas páginas com fotos em grande formato do ex lula e seus asseclas.
E parece que no Brasil não há outros ex presidentes! Ainda estão vivos, mesmo
que não valendo nada (ética e moralmente) sarney e collor, que não “merecem” o
destaque de serem tratados como ex-presidentes. Só o sapo barbudo não é tratado
como um indivíduo, mas como ex-presidente... quando deveria ser, não como ex,
mas como atual presid...iário!
Mas
todos eles se atiram, furiosamente a um único candidato, aquele que tem o
“desplante” de pôr nomes aos bois, como por exemplo acabar com a proibição da
venda de armas. “Aqui d’El Rey! que o cara quer aumentar os morticínios!” Pois é, mas os assassinatos têm crescido de
forma inacreditável, e só em 2017 foram apreendidas 120.000 armas de fogo...
nenhuma com registro no Brasil. Isto é os bandidos recebem, a toda a hora
armamento, e algum pesado, contrabandeado, e eu, por exemplo, não posso, a não
ser com um monte de burocracia, comprar sequer uma pressão de ar! E olha que
quando fiz o serviço militar fui classificado como atirador especial!!! (A
minha glória militar.)
Uma
Beretta 9 mm com dois ou três carregadores de quatorze balas cada... daria
jeito para levar no carro! Para ter em casa... nada, que o assaltante não
espera que eu vá pegar o trabuco! Fico-me com uma frigideira pesada, à mão, na
cozinha!!!
Mas
porque todos se atiram tão ferozmente a um único candidato, e os jornais catam
dele uma palavra aqui e outra além, nos seus pronunciamentos, e montam frases
deturpadas? Têm medo do que? Que lhes acabe a mamata? Para parecerem, não
socialistas, mas “politicamente corretos”? Para enganarem a opinião pública.
Até criticaram por terem encontrado no seu plano de governo uma meia dúzia de
pontos de exclamação!
Como tem
covarde.
A bem da
verdade nem um só presta. Mas há que escolher um.
Lembro
de 1958, quando o governo de Salazar se lembrou de inventar eleições “livres”
para a presidência da república. Já se sabia que iria ser uma farsa, mas houve
um general que topou o desafio, e candidatou-se. General de prestígio, mas
nervosinho, esqueceu-se que o velho ditador, calmo e seguro haveria de o fazer
derrapar.
Eu
estava em Luanda e ouvia pela rádio os discursos, sobretudo do governo, e um
dia um salazarista doente bramou aos microfones da Emissora Nacional a seguinte
e atrozmente infeliz frase:
- Nós não saímos daqui nem a votos, nem a tiros!
Eu
estava indiferente ao desenrolar da farsa, mas, ao ouvir isto, dei um pulo na
cadeira e senti-me esbofeteado. A partir desse momento conclui que era preciso
mudar. Mudar de qualquer jeito, mas mudar. Comecei a fazer a apologia do
general, e coloquei no vidro traseiro do meu carro, letra grande: VOTE NO
HUMBERTO DELGADO!
Resultado:
o meu nome foi cortado das listas de eleitores!
O que se
passa hoje por aqui é a mesma coisa: Há que mudar, RADICALMENTE.
O
governador de São Paulo, que sempre viveu da política, está enterrado até à
careca, com coligações para poderem dividir o bolo, outro que por lá anda há
uns quarenta anos, foi governador do Ceará, deputado, ministro, secretário de
saúde, e já fez acordos com não se sabe bem quantos, um dia mais à direita, no
outro mais do outro lado conforme a música. E escolheu para vice a dona dos
fazendeiros e ganadeiros, que são mais à direita do que foi o general Costa e
Silva, porque vivem do crédito do governo. Depois tem uma candidata,
teoricamente do centro, que não merece crédito, porque até hoje não conseguiu
apresentar qualquer programa, e não quer escorregar para a esquerda nem para a
direita. Limita-se a dar umas opiniões como “sim, pois, ó quem dera” e por aí
se fica.
Na extrema
esquerda está um filhinho de papai e mamãe (médicos e professores
universitários) que se lembrou de ser comunista, licenciado, com doutorado, que
afirma que os seus únicos bens se resumem a um carro usado, chefe do movimento
dos Sem Teto (o coitado deve dormir no carro) que grita, berra, insulta, mas
não passa disso, e dos outros pouco há a comentar.
Sobra o
visado por todos. O capitão, deputado, que até hoje ninguém foi ainda capaz de
apontar falcatruas, mas que o condenam por ter dois filhos na política e cinco
apartamentos, que escolheu para vice um general de 4 estrêlas durão, porque não
é de bom tom escolher militares que estão loucos para acabar com a baderna que
se vive neste país.
Tem
também um bombeiro, evangélico, que sobe
ao Monte das Oliveiras nas vésperas dos debates na tv, para rezar agarrado
a uma bíblia, enquanto alguns seguidores vão atrás de violão e samba!
Nem um
único destes todos candidatos levaria um voto meu. Mas há que votar em alguém,
e o voto em branco é a arma mais perigosa que se pode deixar nas mãos dos pts e comunistas, porque estes não
perdem a ocasião para entrar no esquema.
Mas
enquanto houver candidatos chamados Alceu Dispor, Cheiro Verde e outras demências,
que refletem o nível de cultura a que o Brasil está entregue, o jogo é uma
loteria.
Não
custa nada afirmar que eu apostaria no capitão.
Perigo
de ditadura, não parece mais possível, a não ser nos EUA e na Coreia do Norte,
Cambodja e similares.
Ele
oferece uma esperança de combate, sério, ao descalabro de 60.000 assassinatos
por ano e ao domínio das gangues em muitas das principais cidades, é verdade.
Terá que
dar uma atenção SUPER especial com a educação e cultura, apesar de saber-se que
o próximo eleito vai receber o governo de caixa vazia, e dívidas altíssimas. E
ao desemprego, grande parte dele causado não só pela economia devastada, mas
pelo medo que impede que muita gente saia de casa.
Infelizmente
não acredito que, eu, possa esperar mais meio século para começar a ver o
futuro tão badalado!
Entretanto
os candidatos todos tiram lindas fotos a sorrir, enquanto nós continuamos a
chorar pela infâmia que nos atinge diariamente.
“Maledetti voi que nos achincalham, nos roubam o bem estar de hoje e
o futuro dos jovens, que nos esmagam e maledetti noi porque
continuamos a permitir que nos ponham os pés em cima.”
E pronto. Não vou mais envolver-me no lixo!
16-ago-18
Valha-vos São Judas Tadeu, o Santo das causas perdidas.
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