quarta-feira, 14 de outubro de 2015



Como estocar o vento

Carta aberta à dona Presidenta Dilma

Com todo o respeito!

Senhora Dona Presidenta Dilma

Devo confessar, humildemente, que me extasiei ouvindo a comunicação que a Senhora fez perante os ignorantes delegados de outros países à reunião na ONU, incapazes de, até hoje, terem solucionado tão simples quanto indispensável problema levantado, fiz a mim mesmo a pergunta:
- Porque ninguém ainda inventou uma maneira de estocar o vento?
Perante tal situação pensei muito sobre o assunto, e posso agora afirmar, com toda a certeza que descobri uma maneira de satisfazer o desejo de V. Excelência: estocar o vento.
Dependendo da quantidade de vento que se pretenda estocar, e do conveniente espaço para o armazenar para quando e como for solicitada a sua colaboração, os meus planos comportam diferentes equipamentos, que se diferenciam unicamente pela sua capacidade.
Como a Senhora afirmou que a energia elétrica é muito barata, que é só estender uma linha de cá para lá e de lá para lá, e o que produz essa energia é a água que é de graça, é óbvio que o equipamento estudado é acionado por eletricidade, que ao fim e ao cabo o custo será quase de graça, porque provém da água.
(Só um pequeno lembrete, a propósito: se é tão barata porque aumentou 70% ? – Pura curiosidade e nada de reclamação).
Voltemos ao equipamento. Se a quantidade a estocar for, por exemplo para uma família monoparental, com um filho só, o equipamento pode até ser portátil, como se apresenta na foto número 1, muito económico e fácil de manusear.

No caso de ter que estocar, digamos, industrialmente, como por exemplo o vento que diariamente refresca a orla marítima do Brasil, então se exigirá equipamento mais potente, conforme a foto 2, e que requer técnico experimentado, podendo ser nomeado simplesmente por indicação do PMDB ou do PT, com ordenado compatível, já que terá de o dividir com quem o indicar.


V. Excelência certamente gostaria de saber quanto custaria uma instalação como esta última, mas neste caso seria necessário saber quem seria o comprador, quanto vai levar de propina, quem vai levar essa propina a algum membro do governo, etc. Enfim esses pormenores comezinhos que a Senhora deve conhecer muito bem.
Guardar o vento, estes equipamentos guardam, e muito bem, trabalham com energia quase gratuita – a água, transformada em eletricidade – mas há ainda que prever onde armazenar, e são conhecidos como compressores de ar comprimido.
Reza a história que Zeus, o deus grego (que não era simpatizante do Syriza) fizera de Éolo o senhor dos ventos, sabendo que Éolo era um sábio que conhecia tudo sobre os ventos, sendo por isso chamado de Senhor dos Ventos. Quando Odisseu chegou à sua ilha, a ilha Eólia, a de todos ventos, e lá passou um mês, contando as suas aventuras, Éolo entregou-lhe um saco de couro de um novilho de nove anos de idade, em que estavam presos todos os ventos, que ajudariam a regressar a casa, a igualmente famosa ilha de Ítaca. 
O engenhoso e culto povo brasileiro, entrementes, baseado nessa maravilhosa invenção de há mais de 4 ou 5.000 anos, encontrou uma solução a todos os tipos impecável, e de muito mais baixo custo (a menos que seja a Petrobrás a pagar), porque em vez de couro de novilho usou plástico, uma matéria horrível e poluente, mas muito mais barata, e esses “armazéns de ar” podem  ser confeccionados em tamanhos diferentes, consoante a capacidade exigida, quase sem limite. Na foto abaixo mostram-se dois modelos, muito económicos que, temos a certeza, agradarão a V. Excelência.

Como ao lado dos reservatórios está muita gente, dá para ter uma ideia da sua capacidade. O maior, e mais poderoso, terá cerca de 250 m3 de capacidade. Muito vento. O da direita, mais modesto e menos poderoso, pouco mais da metade.
Podem executar-se outros modelos, até maiores, mas que evito indicar quais para não causar inconvenientes às negociações que sabemos estão em curso para evitar o impeachment.
Aguardo as encomendas de V. Excelência, na certeza de que não serão esquecidos todos os intermediários.
Cumprimentos de um brasileiro muito interessado no póbrema do bento, perdão, do vento.

13/10/2015



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