Divagando sobre Economia
Thomas Jefferson
disse que as instituições bancárias são mais perigosas do que os exércitos
permanentes. Isto no século XVIII. Estamos no XXI, e ele tinha toda a razão.
Vivemos hoje tempos
de incerteza, de desigualdade, concentração de renda, especulação feroz,
guerras que proporcionam fabulosos lucros aos fabricantes de armamentos, grande
e grave apreensão sobre o futuro a curto e médio prazo, porque a longo ninguém
será capaz de prever, por exemplo, como a “pacífica” invasão da Europa que, por
força, a vai desestabilizar.
O Estado brasileiro
detentor do monopólio financeiro, dita as leis mais absurdas que se possam
imaginar, como por exemplo um juro básico de 14,25% que permite aos bancos
particulares cobrarem aos clientes qualquer coisa como até 500 % ou mais no
cheque especial ou no cartão de crédito. Com este tipo de monopólio, e outros,
o Estado detém do mesmo modo o uso legítimo da violência, que a usa para aumentar
impostos para não enxugar a máquina administrativa, poder comprar congressistas
e outras barbáries.
Nepotismo, palavra
que vem do italiano nepote – sobrinho ou sobrinha, neto ou neta – desde o
século XV, de Alexandre VI, o famigerado Borgia, considerado o pior papa de
todos os tempos, que chamava sobrinhos aos filhos ilegítimos, para os
enriquecer, hoje é prática que por aqui se mantém mais arreigada que lapa na
rocha.
O EI aproveita esta
onda, esta tsunami de migrantes, para semear mais terror aos europeus: “Já
mandámos junto com os fugitivos mais de 5.000 combatentes”! Por outro lado,
assisti há dois dias um pouco ao debate entre os pré-candidatos republicanos
nos EUA. Difícil ouvir tanta besteirada!
Doem até as meninges! Cada um semeava mais pavor do que o outro, unânimes em
acusarem o reinício das relações com o Irã, como extremamente perigosas,
argumentando que “sendo o Irã um estado teocrático, na posse da bomba atómica,
vai provocar o fim do mundo, despejando bombas por todo o lado. Assim ficariam
com a certeza de encontrarem no “crescente azul” as cobiçadas virgens”. E os
babacas que assistiam ao debate, entusiasmados batiam palmas!
O rombo mundial de 2008
deu-se por uma circunstância simples: ganância desenfreada. Os agentes
financeiros dos EUA soltaram pelo país vendedores de créditos! Eram pagos em
percentual dos créditos conseguidos, fossem eles seguros, inseguros ou
inexistentes. Um pobre do Alabama com uma casa de madeira a cair aos pedaços
era fisgado para assinar um contrato de empréstimo de alguns milhares de
dólares para melhorar a sua casa, ele que mal tinha dinheiro para sobreviver. O
vendedor recebia o pagamento pelo seu trabalho e os “espertinhos” dos bancos
passavam o contrato adiante e... provocaram uma tremenda quebra de mercados.
Muito pior do que a ingénua Dona Branca em Portugal.
Porque ninguém
percebeu? Perguntou nessa conjetura, a rainha Elizabeth. Não foi um caso de excesso
confiança entre agentes financeiros, mas um caso nítido de compadrio, que o
governo americano apadrinhou, entregando bilhões de dólares aos bancos e
seguradoras que estavam, fraudulentamente, falidos!
Em França o
desgoverno do Hollande também corre atrás de bancos e indústrias para não
fecharem, transformando assim o país de democrático em socialista, e continua a
falar nos “valeurs de la Republique, egalité, état laique, etc.” linguagem
estranha para muçulmanos e judeus, e os próprios franceses.
Surgem Partidos
Populistas, como Syriza, Podemos de Espanha, Front Nacional em França, que se
baseiam no desprezo dos governos sobre a retração do poder de compra do
trabalhador, que dificilmente enxugam a máquina estatal, sem se atreverem a
mexer nos Benefício Sociais, que serão, em muito breve, a causa primária da
penúria e guerra civis.
Por aqui é a
cegueira total. Ninguém faz nada, ninguém parece saber algo de qualquer coisa,
quando aparece alguém que anuncia alguma medida saudável, no dia seguinte é
desautorizado, e o país afunda, afunda, afunda e para o afundar mais depressa recorre,
não à contenção dos gastos, mas ao aumento disparatado de impostos.
Ninguém confia em
ninguém! Em políticos... abrenúncio (!), na polícia, deus nos livre, nos
advogados que comandam as câmaras legislativas, é um mal obrigatório, e nas
empresas... o mesmo, e o povo pára os carros nas calçadas, avança sinais, bebe
muito e conduz, corre em alta velocidade, grita contra o governo, mas,
falta-lhe cultura, educação civismo.
Pode-se confiar, por
exemplo num sueco, mas difícil num brasileiro ou num kuaitiano!
No meio do barulho,
as fações marxistas enxergam os administradores pagos com fortunas, mesmo que
tenham levado as empresas para o fundo, mas limitam-se a “ladrar”.
Num país de
compadrio basta influenciar os legisladores para que um bom negócio se efetue,
para que as leis se baralhem de tal forma para que os julgamentos levem tantos
anos que o pior bandido, se tiver bons advogados acaba por se ver livre das
acusações, e sobretudo visam proteger os próprios legisladores e os juízes, que
se atribuem imunidades.
A importância do
dinheiro não é novidade. Vejam a acusação feita por David Graham Phillips
(1867-1911):
“Traição é uma palavra forte. Mas
não forte demais, e sim fraca demais, para descrever a situação na qual o
Senado (EUA) é o entusiasmado, engenhoso e incansável agente de interesses tão
hostis ao povo americano, quanto o seria um exército invasor, e muito mais
perigoso: interesses que manipulam a prosperidade produzida por todos de modo a
que ela proporcione riqueza para poucos; interesses cujo crescimento e poder
podem significar a degradação do povo, a transformação dos cultos em
bajuladores, das massas em servos. ”
Podia
dizer isto hoje!
Como
diz Luigi Zingales: “...não podemos
esperar que o processo político, pesadamente influenciado por lobbies, se
contenha a si próprio. Isso seria o mesmo como esperar que o peru vote a favor
da Ceia de Natal! ”
Reagan:
“Não há respostas fáceis, mas há
respostas simples. Precisamos ter a coragem de fazer aquilo que sabemos ser
moralmente correto. ”
Os
legisladores jamais criam leis simples. Sempre vão fazê-las mais e mais
complicadas para que haja uma ou mais brechas, por onde poderão escapar ou
adiar a sua própria condenação. Mark Twain tinha sobre essa gente uma opinião
simples: “Há três tipos de mentiras:
mentiras, mentiras simples e mentiras deslavadas e estatísticas”. Vemos isso todos os dias na boca dos
governantes: mentiras.
Se
pudéssemos definir, por uma só palavra um governante e/ou político, esta seria:
“mentira”.
Mas
os políticos não são os únicos que mentem, por exemplo ocultando dados. Vimos
isso no estouro da bolsa de 2008 com o banco Lehman Brothers (que está aí de
novo e poderoso), as ultra seguradoras Fannie Mae e Freddy Mac e outros.
O
mercado político distorcido permite que o capitalismo de compadrio triunfe, que
o governo intervenha e que o contribuinte pague.
O
governo cria riqueza com os impostos e distribui pelos industriais de maior
força política, sempre sacrificando os consumidores.
Daí
que a livre concorrência e o controle dos lobbies deva ser uma prioridade para
um governo justo.
Mas...
há disso nas Américas? Onde?
N.- Algumas ideias retiradas do
livro “Capitalismo para o Povo” de Luigi Zingales.
19/set/2015
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