Do Brasil por
Francisco G. de Amorim
Carta aberta aos portugueses
Para que serve um Parlamento
Só
ontem tomei conhecimento duma proposta que alguns deputados, chamados de
esquerda, apresentaram na Assembleia Nacional para
fossem eliminados os bustos dos presidentes da República dos tempos da
“Ditadura”, em uma exposição na Assembleia Nacional comemorando 100 anos de
república, e que em 2014, bem feitas as contas seriam 104!
Mas até aqui tudo bem se nem sequer sabem fazer contas, nós
desculpamos.
Aqueles deputados podem não gostar dos presidentes do tempo
do Salazar; direito deles, assim como talvez não gostem do Benfica ou do
Sporting ou do F.C. do Porto. Eu por exemplo também não gosto dos tais
deputados que se dizem de esquerda, porque só de esquerda é que se ganham
prémios Nobel, como não gosto do rei Sancho II, nem da Leonor Teles, nem de
João III que gastou uma fortuna para impor a Inquisição em Portugal, e de
muitos outros, como Afonso Costa que jurou um dia que em dois anos não haveria
mais católicos em Portugal, e por acréscimo posso afirmar que nunca gostei de
nenhum dos presidentes pós 25 de Abril, abrindo uma exceçãozinha – zinha mesmo
– para Ramalho Eanes.
Mas jamais me passaria pela cabeça rasgar as páginas da
história de Portugal onde estes personagens aparecem, até porque dificilmente
se aprende com o que outros fizeram bem feito, mas sobretudo com os erros que
podem e devem ser analisados, para se daí se tirarem lições.
Uma das lições que tiro da atitude destes deputadinhos que
não gostam do Carmona, do Craveiro Lopes e do Américo Tomás, é que antes de
tomarem atitudes imbecis deveriam ter consultado os eleitores sobre o seu
parecer, sem esquecer que há poucos anos o português mais querido da história
de Portugal foi exatamente Salazar.
Esses mesmos deputadinhos não devem ter a menor noção do que
seja um Parlamento, a não ser que é um meio brilhante para dele se tirarem
vantagens pessoais, já que na vida privada possivelmente não conseguiriam
trabalho nem como ajudantes de bar.
Uma dica para esses senhores: o Parlamento, em teoria,
deveria servir para ajudar a conduzir o país, o povo, os portugueses, a níveis
de dignidade, cultura, economia, saúde, etc., hoje quase tudo relegado ao “que
se dane o povo”.
Mas enquanto continuarem a eleger-se mentecaptos... a
Assembleia Nacional só servirá para esbanjar dinheiro, muito dinheiro, do país
que empobrece.
E empobrece sem dignidade, sem valores humanos, sem cultura.
Que pena.
Fico a pensar se hei-de rir da estupidez desses deputados se
chorar pelo mal que fazem.
3 de outubro de 2014
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