sábado, 12 de abril de 2014




Índia – 6

Final - Considerações

Nos cinco textos anteriores demos uma ideia, mais que simplista, da história da Índia. Somente a The Cambridge History of India  são, só, oito volumes com uma média de 700 a 800 páginas cada um! Aquilo, sim, é história!
Mas busca daqui e dali sempre se descobrem coisas do maior interesse, e esta é uma delas:
Comparem-se as inscrições, com cerca de 5.000 anos, encontradas em Mohenjo Daro nas escavações desta antiga cidade do vale do Hindus,  – as da linha de cima – com as que foram descobertas em cavernas na Ilha de Páscoa, em frente do Chile, a mais de 20.000 quilómetros de distância uma da outra, e relacionem com os primeiros habitantes da Índia, os aborígenes da Austrália, etc, e com a língua mais antiga da Índia, chamada Austric. É evidente que não é coincidência.

Já alguém pensou na possibilidade de construir, nos dias de hoje um palácio como Versailles, a Cidade Proibida de Pequim, a igreja de Notre-Dame, o templo da deusa Meenakshi, a coleção dos templos de Khajuraho com todos as suas figuras mais do que eróticas, pornográficas, ou mesmo o Taj-Mahal? Nem Bill Gates teria capacidade financeira para tais empreendimentos. O que se assiste hoje é à explosão da opulência dos países produtores de petróleo, porque o mundo inteiro paga para isso.
Desde há 1.000 ou mais anos quem “pagava” tudo isso era o trabalho escravo ou de miseráveis servos, sempre com um único objetivo em vista: o engrandecimento dos senhores, a auto promoção, quer fossem reis ou chefes religiosos. São obras magníficas, sem dúvida, mas subsiste a pergunta se teriam sido obras necessárias ou só exibição de fortuna e poder.
Só há muito pouco tempo se começou a investir em obras sociais, transportes, saúde, educação, e assim mesmo nem em todo, o lado.
Quando se admira, por exemplo, Versailles poucos pensam nos milhares de miseráveis que ali trabalharam, mas na vaidade do “rei Sol”!
Os pobres substituíram os servos ou escravos o que conduziu a sociedades dominadas pelo capitalismo, talvez a mais absurda das ditaduras.
Tem sido assim em todo o mundo, e continua, guardadas as proporções e as épocas, mas constatando-se que democracia e capitalismo, são, acima de tudo, antagónicas (J. Le Goff).
E se é difícil ser-se completamente objetivo, uma verdade antiga continua a sê-la nos nossos dias: “só a História nos leva a conhecer, e compreender, o presente.”
Países há que continuam a querer “ensinar” uma história deturpada, com a finalidade única de culpar os governantes anteriores pela incapacidade, inépcia e corrupção do festão atual, e desse modo a maioria dos povos vai perdendo a sua cultura e como consequência pondo de parte os valores e o interêsse coletivo. Basta pensar que num elevado percentual de escolas nos EUA foi proibido o ensino de “A Origem das Espécies” de Darwin, outras, fundamentalistas, insistem que o primeiro homem foi mesmo o Adão da Bíblia, e quando se lhes mostram pinturas rupestres com 15 ou 20 mil anos dizem que é invenção de cientistas falsos, mas o topo de todas essas mentiras, aberrações e/ou negações está na recusa de aceitar que o homo sapiens tem uma só origem comum, e essa, veio de África. A menos que essa gente se considere descendente dum pedaço de barro e de uma costela, como, figurativamente nos conta o Gênesis!
Gente que não entende que corpo e espírito são completamente independentes. Um, como diz o poeta brasileiro Nei Lopes, nada mais é do que “embalagem pra viagem”, descartável, duração extremante precária, auto-destrutível, enquanto o espírito é eterno.
A dispersão dos homo sapiens pelo mundo ainda envolve hoje muito mistério. Um deles, por exemplo é o povo Ainu, que vive nas ilhas a norte de Hokkaido, hoje sob administração russa, e de que se desconhecem as origens. Traços aparentam-nos com caucasianos, tibetanos, mongóis, etc.

Grupo de Ainus, em 1904

Continuam o mistério sinais inequívocos da presença de ocidentais nas Américas, talvez milhares de anos antes de Colombo, como estas pedras encontradas, a de cima, a pedra rúnica de Kensington, em Minnesota, em 1898  descreve um ataque de skerlings (índios?) a um grupo de vikings.
A outra encontrada em um túmulo pré-histórico também no final do século XIX, com caracteres que parecem hebraicos de cananeia, e cujo significado poderia ser “Ano Um da Idade de Ouro dos Judeus”. Teoria corroborada pela descoberta no Tennesee e no Kentucky de esconderijos de moedas romanas de cerca de 135 d.C.


Se tudo quanto se tem conseguido apurar sobre a evolução do homo sapiens pela Terra for verdadeira, o que não podemos esquecer é dos nossos primeiros antepassados. Alguns deles com hábitos preservados pela sua determinação em lutar contra invasores, nas ilhas Andamã, que hoje fazem parte da Índia, a um pouco mais de mil quilômetros a sudeste do continente.


Eram assim os nossos antepassados. TODOS!

Para quem não gostou destas nossas jovens parentes... pode escolher estas outras:
 


12/04/2014

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