Índia – 6
Final - Considerações
Nos
cinco textos anteriores demos uma ideia, mais que simplista, da história da
Índia. Somente a The Cambridge History of
India são, só, oito volumes
com uma média de 700 a 800 páginas cada um! Aquilo, sim, é história!
Mas
busca daqui e dali sempre se descobrem coisas do maior interesse, e esta é uma
delas:
Comparem-se
as inscrições, com cerca de 5.000 anos, encontradas em Mohenjo Daro nas
escavações desta antiga cidade do vale do Hindus, – as da linha de cima – com as que foram descobertas
em cavernas na Ilha de Páscoa, em frente do Chile, a mais de 20.000 quilómetros
de distância uma da outra, e relacionem com os primeiros habitantes da Índia,
os aborígenes da Austrália, etc, e com a língua mais antiga da Índia, chamada
Austric. É evidente que não é coincidência.
Já
alguém pensou na possibilidade de construir, nos dias de hoje um palácio como
Versailles, a Cidade Proibida de Pequim, a igreja de Notre-Dame, o templo da
deusa Meenakshi, a coleção dos templos de Khajuraho com todos as suas figuras
mais do que eróticas, pornográficas, ou mesmo o Taj-Mahal? Nem Bill Gates teria
capacidade financeira para tais empreendimentos. O que se assiste hoje é à
explosão da opulência dos países produtores de petróleo, porque o mundo inteiro
paga para isso.
Desde
há 1.000 ou mais anos quem “pagava” tudo isso era o trabalho escravo ou de
miseráveis servos, sempre com um único objetivo em vista: o engrandecimento dos
senhores, a auto promoção, quer fossem reis ou chefes religiosos. São obras
magníficas, sem dúvida, mas subsiste a pergunta se teriam sido obras
necessárias ou só exibição de fortuna e poder.
Só
há muito pouco tempo se começou a investir em obras sociais, transportes,
saúde, educação, e assim mesmo nem em todo, o lado.
Quando
se admira, por exemplo, Versailles poucos pensam nos milhares de miseráveis que
ali trabalharam, mas na vaidade do “rei Sol”!
Os
pobres substituíram os servos ou escravos o que conduziu a sociedades dominadas
pelo capitalismo, talvez a mais absurda das ditaduras.
Tem
sido assim em todo o mundo, e continua, guardadas as proporções e as épocas, mas
constatando-se que democracia e capitalismo, são, acima de tudo, antagónicas
(J. Le Goff).
E
se é difícil ser-se completamente objetivo, uma verdade antiga continua a sê-la
nos nossos dias: “só a História nos leva a conhecer, e compreender, o
presente.”
Países
há que continuam a querer “ensinar” uma história deturpada, com a finalidade
única de culpar os governantes anteriores pela incapacidade, inépcia e corrupção
do festão atual, e desse modo a maioria dos povos vai perdendo a sua cultura e
como consequência pondo de parte os valores e o interêsse coletivo. Basta
pensar que num elevado percentual de escolas nos EUA foi proibido o ensino de
“A Origem das Espécies” de Darwin, outras, fundamentalistas, insistem que o
primeiro homem foi mesmo o Adão da Bíblia, e quando se lhes mostram pinturas
rupestres com 15 ou 20 mil anos dizem que é invenção de cientistas falsos, mas
o topo de todas essas mentiras, aberrações e/ou negações está na recusa de
aceitar que o homo sapiens tem uma só
origem comum, e essa, veio de África. A menos que essa gente se considere
descendente dum pedaço de barro e de uma costela, como, figurativamente nos
conta o Gênesis!
Gente
que não entende que corpo e espírito são completamente independentes. Um, como
diz o poeta brasileiro Nei Lopes, nada mais é do que “embalagem pra viagem”, descartável, duração extremante precária,
auto-destrutível, enquanto o espírito é eterno.
A
dispersão dos homo sapiens pelo mundo
ainda envolve hoje muito mistério. Um deles, por exemplo é o povo Ainu, que
vive nas ilhas a norte de Hokkaido, hoje sob administração russa, e de que se
desconhecem as origens. Traços aparentam-nos com caucasianos, tibetanos, mongóis,
etc.
Grupo de Ainus,
em 1904
Continuam
o mistério sinais inequívocos da presença de ocidentais nas Américas, talvez
milhares de anos antes de Colombo, como estas pedras encontradas, a de cima, a
pedra rúnica de Kensington, em Minnesota, em 1898 descreve um ataque de skerlings (índios?) a um grupo de vikings.
A
outra encontrada em um túmulo pré-histórico também no final do século XIX, com
caracteres que parecem hebraicos de cananeia, e cujo significado poderia ser “Ano
Um da Idade de Ouro dos Judeus”. Teoria corroborada pela descoberta no Tennesee
e no Kentucky de esconderijos de moedas romanas de cerca de 135 d.C.
Se
tudo quanto se tem conseguido apurar sobre a evolução do homo sapiens pela Terra for verdadeira, o que não podemos esquecer
é dos nossos primeiros antepassados. Alguns deles com hábitos preservados pela
sua determinação em lutar contra invasores, nas ilhas Andamã, que hoje fazem
parte da Índia, a um pouco mais de mil quilômetros a sudeste do continente.
Eram assim os
nossos antepassados. TODOS!
Para
quem não gostou destas nossas jovens parentes... pode escolher estas outras:
12/04/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário