BABILÓNIA e DILÚVIOS
Vimos
que a origem da palavra Babilónia significaria O Portão de Deus, mas em hebráico bibel é confusão, e até o
balbuciar tem a mesma origem.
O
mais curioso de tudo isto vem de muito longe da tal Babilónia que ficaria a umas
cem milhas a SO de Bagdad.
Quando
os espanhóis invadiram o México em 1517, ficaram impressionados por já
encontrarem disseminada a lenda da Torre de Babel, como é evidente, com outro
nome. A grande pirâmide de Cholula, segundo o povo daquela terra foi construída
para servir de abrigo contra um futuro dilúvio, mas seus construtores foram
dispersados por uma confusão de línguas.
A Pirâmide de Tepanapa, também conhecida
como a Grande Pirâmide de Cholula, é o maior monumento e simultaneamente
a maior pirâmide em termos de volume do mundo, com 65 metros de altura e 439 metros
de base.
Os
arqueólogos imaginam que terá começado a sua construção 900 a.C., mas...
Maquete da pirâmide
Quando os espanhóis chegaram a Cholula, no
século XVI, a pirâmide estava degradada, tendo perdido a cobertura de pedras.
Sobre o adobe cresciam plantas e árvores; por esta razão ela foi confundida com
um morro, confusão esta que permaneceu até 1930, quando os arqueólogos começaram
a explorar o local.
Seguindo a tradição de construir uma igreja
sobre o local onde existisse qualquer templo de adoração “pagã”, os espanhóis
construiram a igreja da Virgen de los
Remedios no cume da pirâmide onde antes havia um templo dos nativos. (Aliás
pelo mundo tem-se assistido a transformar mesquitas em igrejas, igrejas em
mesquitas, igrejas do rito A para o rito B, sinagogas em... etc.)
Desde a década de 1930, já foram escavados,
dentro da pirâmide, mais de 8 km de túneis, em vários níveis.
Há
um trecho maia, n livro Popol Vuh, que deixa muito o que pensar, mesmo sabendo-se que
foi escrito em 1547 em latim, no idioma quiché. Apesar de deixar transparecer a
influência cristã, para muitas tribus maias continua a ser a “sua bíblia” já que o texto aborda questões sobre a criação
do mundo, dos homens e dos animais, segundo a sua tradição.
Um pouco do trecho sobre a grande pirâmide:
Aqui as línguas das tribos mudaram – sua
fala ficou diferente. Tudo o que ouviam e compreendiam, ao partir de Tulán,
tornou-se diferente... Nossa língua era uma quando partimos de Tulán. Ai!
Esquecemos nossa fala.
Do
mesmo modo, dilúvio, antropólogos dizem que há mais de
1.000.000 de narrativas do dilúvio em povos e culturas diferentes no mundo e
todas elas, coincidentemente são no início das civilizações.
George
Smith, especialista em línguas antigas, empregado no Museu Britânico, fez uma
descoberta que sacudiu o mundo vitoriano. Por volta de 1870, ao traduzir uma
seção partida de um dos livros de barro de Nínive, deu-se conta repentinamente
de que lia uma história parcial do Dilúvio, escrita antes da versão
hebráica e interrompida pela quebradura no tablete. Tanto furor causou sua
descoberta que o London Daily Telegraph financiou-lhe uma expedição à
Mesopotâmia onde ele, em Nínive, conseguiu localizar os segmentos que faltavam.
A história completa do Dilúvio era um paralelo quase exato da versão bíblica,
com a exceção dos nomes dos deuses e de Noé, que era Ut-naphistim. Mas as
atividades intensas de Smith destruíram-lhe a mente e a saúde. Após realizar
uma tradução original especialmente difícil no Museu Britânico, exclamou: “Sou
o primeiro homem a ler este texto após 2 mil anos de esquecimento!”
Provou
que Noé e a sua Arca não eram só um história da Bília.
Ficou
louco e faleceu pouco depois!
Voltemos
a Babel como confusão de línguas.
A lingua
basca que ninguém sabe bem de onde vem, e atribui-se à pré-história, já que a
última glaciação terá parado antes dos Pirinéus, no país basco francês, mas
existe um pequeno bolsão linguístico basco nas montanhas do Cáucaso! Como?
As
pirâmides astecas eram chamadas de teocalli,
a casa dos deuses. Em grego, theo kalia
é a casa de deus! Já os sacerdotes maias, num exorcismo contra estranhos diziam
konex oman panez; os gregos dizem konex om panex como invocação dos
mistérios religiosos. E tem mais umas quantas palavras que, se não são de
origem grega, devem ser... gregas!
Quem
sabe se não foi Ulisses que passou por lá?!
A
língua quíchua, falada em quase todo o continente sul americano tem inúmeras
palavras iguais às dos maoris, os principais e primeiros habitantes da Nova Zelândia,
que terão saído em várias ondas de
migrações do leste da Polinésia entre 80 e 100 d.C..
Por exemplo (a primeira em maori, e a segunda
em quíchua) :
- chefe tribal – kura, kuraca
- batata doce – kumara, kumara
- pele – kiri,
kara
- entre – pura,
pura
- amor – muna,
munay
- mutilado – mutu, mutu
Se
a bibel aconteceu, como diz a Bíblia,
por mando de Deus, ninguém poderá afirmar. Mas a dispersão dos homens pelo
mundo, os desencontros e reencontros, hoje a filologia dá-nos indicações preciosas,
como alguns dos exemplos acima.
E
ainda o caso de Ibéria e Galiza, que tem
nomes idênticos aos de Espanha nas regiões fronteiriça entre Hungria e
Eslováquia, e Ibéria ao norte da Arménia, alcançando os Cárpatos (já mencionado
num texto http://fgamorim.blogspot.com.br/search?q=Ib%C3%A9ria) onde existe o bolsão de falantes de basco.
Dilúvios,
sempre houve e vão repetir-se, através de inundações, tsunamis e, quem sabe?
com o aquecimento global.
Bibels, confusão, desentendimento propositado, vão subsistir até que o homem
entenda que qualquer outro é seu irmão.
Só
mais uns 200.000 anos.
17/04/14
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