quinta-feira, 24 de abril de 2014



BABILÓNIA  e  DILÚVIOS



Vimos que a origem da palavra Babilónia significaria O Portão de Deus, mas em hebráico bibel é confusão, e até o balbuciar tem a mesma origem.
O mais curioso de tudo isto vem de muito longe da tal Babilónia que ficaria a umas cem milhas a SO de Bagdad.
Quando os espanhóis invadiram o México em 1517, ficaram impressionados por já encontrarem disseminada a lenda da Torre de Babel, como é evidente, com outro nome. A grande pirâmide de Cholula, segundo o povo daquela terra foi construída para servir de abrigo contra um futuro dilúvio, mas seus construtores foram dispersados por uma confusão de línguas.
A Pirâmide de Tepanapa, também conhecida como a Grande Pirâmide de Cholula, é o maior monumento e simultaneamente a maior pirâmide em termos de volume do mundo,  com 65 metros de altura e 439 metros de base.
Os arqueólogos imaginam que terá começado a sua construção 900 a.C., mas...

Maquete da pirâmide

Quando os espanhóis chegaram a Cholula, no século XVI, a pirâmide estava degradada, tendo perdido a cobertura de pedras. Sobre o adobe cresciam plantas e árvores; por esta razão ela foi confundida com um morro, confusão esta que permaneceu até 1930, quando os arqueólogos começaram a explorar o local.
Seguindo a tradição de construir uma igreja sobre o local onde existisse qualquer templo de adoração “pagã”, os espanhóis construiram a igreja da Virgen de los Remedios no cume da pirâmide onde antes havia um templo dos nativos. (Aliás pelo mundo tem-se assistido a transformar mesquitas em igrejas, igrejas em mesquitas, igrejas do rito A para o rito B, sinagogas em... etc.)
Desde a década de 1930, já foram escavados, dentro da pirâmide, mais de 8 km de túneis, em vários níveis.



Há um trecho maia, n livro Popol Vuh, que deixa muito o que pensar, mesmo sabendo-se que foi escrito em 1547 em latim, no idioma quiché. Apesar de deixar transparecer a influência cristã, para muitas tribus maias continua a ser a “sua bíblia” já que  o texto aborda questões sobre a criação do mundo, dos homens e dos animais, segundo a sua tradição.
Um pouco do trecho sobre a grande pirâmide:
Aqui as línguas das tribos mudaram – sua fala ficou diferente. Tudo o que ouviam e compreendiam, ao partir de Tulán, tornou-se diferente... Nossa língua era uma quando partimos de Tulán. Ai! Esquecemos nossa fala.
Do mesmo modo, dilúvio, antropólogos dizem que há mais de 1.000.000 de narrativas do dilúvio em povos e culturas diferentes no mundo e todas elas, coincidentemente são no início das civilizações.
George Smith, especialista em línguas antigas, empregado no Museu Bri­tânico, fez uma descoberta que sacudiu o mundo vitoriano. Por volta de 1870, ao tradu­zir uma seção partida de um dos livros de barro de Nínive, deu-se conta repentinamente de que lia uma história parcial do Dilúvio, escrita an­tes da versão hebráica e interrompida pela quebradura no tablete. Tanto furor causou sua descoberta que o London Daily Telegraph finan­ciou-lhe uma expedição à Mesopotâmia onde ele, em Nínive, conseguiu localizar os segmentos que faltavam. A história completa do Dilúvio era um paralelo quase exato da versão bíblica, com a exceção dos no­mes dos deuses e de Noé, que era Ut-naphistim. Mas as atividades intensas de Smith destruíram-lhe a mente e a saúde. Após realizar uma tradução original especialmente difícil no Museu Britânico, exclamou: “Sou o primeiro homem a ler este texto após 2 mil anos de esquecimento!”
Provou que Noé e a sua Arca não eram só um história da Bília.
Ficou louco e faleceu pouco depois!
Voltemos a Babel como confusão de línguas.
A lingua basca que ninguém sabe bem de onde vem, e atribui-se à pré-história, já que a última glaciação terá parado antes dos Pirinéus, no país basco francês, mas existe um pequeno bolsão linguístico basco nas montanhas do Cáucaso! Como?
As pirâmides astecas eram chamadas de teocalli, a casa dos deuses. Em grego, theo kalia é a casa de deus! Já os sacerdotes maias, num exorcismo contra estranhos diziam konex oman panez; os gregos dizem konex om panex como invocação dos mistérios religiosos. E tem mais umas quantas palavras que, se não são de origem grega, devem ser... gregas!
Quem sabe se não foi Ulisses que passou por lá?!
A língua quíchua, falada em quase todo o continente sul americano tem inúmeras palavras iguais às dos maoris, os principais e primeiros habitantes da Nova Zelândia, que terão saído em várias ondas de migrações do leste da Polinésia entre 80 e 100 d.C..
Por exemplo (a primeira em maori, e a segunda em quíchua) :
- chefe tribal – kura, kuraca
- batata doce – kumara, kumara
- pele – kiri, kara
- entre – pura, pura
- amor – muna, munay
- mutilado – mutu, mutu
Se a bibel aconteceu, como diz a Bíblia, por mando de Deus, ninguém poderá afirmar. Mas a dispersão dos homens pelo mundo, os desencontros e reencontros, hoje a filologia dá-nos indicações preciosas, como alguns dos exemplos acima.
E ainda o  caso de Ibéria e Galiza, que tem nomes idênticos aos de Espanha nas regiões fronteiriça entre Hungria e Eslováquia, e Ibéria ao norte da Arménia, alcançando os Cárpatos (já mencionado num texto http://fgamorim.blogspot.com.br/search?q=Ib%C3%A9ria) onde existe o bolsão de falantes de basco.
Dilúvios, sempre houve e vão repetir-se, através de inundações, tsunamis e, quem sabe? com o aquecimento global.
Bibels, confusão, desentendimento propositado, vão subsistir até que o homem entenda que qualquer outro é seu irmão.
Só mais uns 200.000 anos.

17/04/14


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