Muito
Prazer em Conhecer !
É
sabido que o brasileiro tem um tremenda capacidade para inventar nomes
estapafúrdios para registrar os filhos. Mas, normalmente só os nomes próprios,
que dos sobrenomes guardam os Silva, Pereira, Costa, Mendes, etc., que não
querem perder.
Há
algumas pérolas, aliás milhares de pérolas, tais como Cincero do Nascimento, Bispo
de Paris, Carabino Tiro Certo, Céu Azul do Sol Poente, Chevrolet da Silva Ford,
Clarisbadeu Braz da Silva, Colapso Cardíaco da Silva, Benedito Frôscolo Jovino
de Almeida Aimbaré Militão de Souza, Arquiteclínio Petrocoquínio de Andrade, Caso
Raro Yamada, as irmãs Xerox, Autenticada e Fotocópia, ou os irmãos Cedilha,
Vírgula, Cifra e Ponto, etc. Uma maravilha.
Em
Portugal, regra geral ficaram-se
pelos Maria, Madalena, Ana, Manel e Jaquim, José, João, Francisco, António e
etc., exceto a “alta nobreza” que, como o rei D. João VI, se alargava em nomes,
como se isso lhe acrescentasse grandeza, e se chamou João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael
de Bragança, filho de Maria Francisca Isabel Josefa Antónia
Gertrudes Rita Joana de Bragança, a Louca, e pai de Pedro de Alcântara
Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José
Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon (o I do Brasil e IV
de Portugal) - como eram modestos!
- mas o que, no século XIX irrompeu como enxurrada, foram, na “terrinha”, os
sobrenomes que as famílias se deram. Queriam diferenciar-se e assim...
Além
de já ter alugado um armazém a um senhor Parcelas, porque o pai em vez dum
terreno grande herdara uma quantidade de pequenas parcelas e assim ficou conhecido,
tenho colegas e amigos Lebre, Cabrito, Vaca, Leite, Pato, Lobo, Sal, Salgado,
Chichorro, Sardinha, Peixinho, Pavão, Banha, Uva, Paleta, etc., e alguns mais
indigestos, como Rato, Gato, Raposo, Leão e outros.
Só
com os nomes portugueses pode montar-se um cardápio completo, sem esquecer as
alfaias necessárias, como Prato e Copo, Frigideira, e “oferecer aos clientes” o
prato Frio ou sopa Morna, sempre servindo Pão, Pãozinho, Pão Alvo e até Pão Duro,
além de Farinha para uma farofa.
Para
os pratos de substância tem, além da Vaca e da Paleta, Costela, Bucho, Tripas,
Chouriço e Presunto, Borrego e Cabrito, Coelho, que se podem acompanhar com
Tinto, Branco, Cerveja e até, no final, um Generoso cálice de vinho do Porto ou
uma Aguardente ou um Conhaque Velho! Para os que sofrem do estômago
aconselha-se um copo de Leite ou Coalhada.
Peixes tem de montão: desde
Bacalhau a Pescada, Garoupa, Cachucho, Carapau, Truta e Tuna, regados com bom
Azeite, podendo ser acompanhados de Batata.
Fruta também não falta: Uva, Laranja
e Pêssego encontra-se com facilidade, e no fim de tamanho repasto o “freguês”
paga um Vintém, um Pataco, e se for mais abastado alguns Dobrões.
Por fim, bem comido e bebido pode
o indivíduo refestelar-se numa macia espreguiçadeira, e tomar o seu Café e fumar
um Charuto, um Cigarro ou, à moda dos velhos marinheiros apreciar o seu
Cachimbo, tendo o cuidado de não deixar cair as Cinzas no chão.
Não é comum mas até pode beber o
vinho por uma Palhinha!
Bom Apetite.
(N.-
Quem quiser ver mais nomes de brasileiroes pode, por exemplo ir para
26/08/2013
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