Da Primavera ao...
“fim da picada”
Já
disse que a “primavera brasiliense”... esmoreceu!
E
a canalha ri, ri, e continua fazer o que lhe dá na gana com o aval “dos bons”
que rapidamente se cansaram de manifestar.
Hoje,
como escrevi já, é só a baderna comandada pela extrema esquerda.
Mas
os donos do país continuam na “maior”! No paraíso das Terras de (não) Ver a
Cruz.
Há
dias um excelentissimo senador foi condenado, por falcatruas variegadas que
sempre incluem o ter metido a mão na res
publica, a 4 anos e 8 meses de prisão.
Mas
o país é bonzinho. O bandido vai cumprir em regimem semi-aberto, i.é, de dia
continua a passear e dar risada na casa dos otários, em carro de luxo com
motorista e outras mordomias, e a noite, teoricamente, TEORICAMENTE, deveria passar na choldra. Mas com um belo
apartamento em Brasília e hoteis de luxo pagos pela ralé, ele vai dormir na
cadeia? Façam apostas. E tem mais: condenado, como é evidente por indecente e
má figura, o figurão já afirmou que não vai resignar ao seu posto de senador da
republica! E assim continuará a ir às sessões e ajudar a conduzir os destinos
deste pobre país, mesmo condenado... ´para os bolsos da camarilha. Os seus
pares, pares na sacanagem e roubalheira, por consideração com o gangster, não o
querem por fora! Que maravilha esta solidariedade!
Pena
é que ele não seja obrigado a andar de macacão às riscas com o número nas
costas! Era muito mais folclórico.
Nos
entrementes outro excelentissimo senador conseguiu retirar do texto da conduta
dos parlamentares a palavra “ÉTICA”. Tudo o que o povo queria ao manisfestar-se
era exatamente ética, seriedade, transparência. Esmoreceu a galera e o
excelência conseguiu em sesão com seus pares, que esta palavra não fosse inscrita
do texto!
Argumento:
“é uma palvara de sentido subjetivo”!
“Depois
de afirmar que a ética é “subjetiva” e que os senadores não devem se
comprometer com ela, o relator do novo Regimento Interno do Senado, Lobão Filho
(PMDB-MA), recuou e vai discutir a inclusão do compromisso no documento.
O Estado revelou ontem que o senador rejeitou
uma emenda ao atual regimento que previa incluir no juramento da posse “a
defesa intransigente da ética”. Em entrevista ao jornal na ocasião, o senador
justificou que “a defesa da ética intransigente é uma coisa muito subjetiva” e
que não via razão para incluir isso no juramento”. Segundo ele, isso “daria
margem a interpretações perigosas”. “O que é ética para você pode não ser para
mim. E aí incluir isso iria gerar problema de conflitos ali. A ética é uma
coisa muito subjetiva, muito abstrata”, afirmou Lobão Filho na entrevista
concedida anteontem.
Ontem
ele divulgou uma nota oficial na qual prometeu que a questão voltaria a ser
discutida e acrescentou: “Julgo que ética e honestidade são implícitas na
atividade parlamentar como o ar que se respira”. Na nota, o senador afirmou que
“o termo ética não consta do atual juramento do Senado bem como não consta no juramento
do Presidente da República, dos ministros de Estado, dos ministros do Supremo
Tribunal Federal e, inclusive, dos jornalistas”.
Chama-se
a isto “o fim da picada”.
Desculpem
mas vou repetir um texto escrito há mais de seis anos, em 07/08/2013 sobre o
assunto:
É ÉTICA ou É
TITICA ?
Ética
é um assunto que vem sendo discutido, pensado, matutado e até complicado por
pensadores, filósofos, teólogos e outros matutos, desde há milênios até aos
dias de hoje, divergindo os mais modernos à medida que vai evoluindo o
conhecimento científico.
Concordam
com uns aspetos, discordam de outros, mas para leigos obtusos, como eu, fica
sempre no ar uma pergunta inocente: “Será que a evolução científica tem algo a ver com a ética, sendo esta
simplesmente a “ciência” da moral e dos costumes?”
Segundo
alguns desses pensadores “o Estado representa o ponto de
partida e de chegada na ética...” E
se o Estado nega todos estes princípios, desmontando de forma implacável tudo
aquilo que levou milhares e milhares de anos a definir, permitindo os mais
sujos jogos de corrupção, apadrinhamento, enriquecimento ilícito,
corporativismo, e outras práticas abomináveis? Como ficamos? (Como agora que
uma vergonhosa quantidade de juízes e desembargadores foram presos por todas
estas coisas, e no dia seguinte o SUPREMO Tribunal de Justiça mandou que os
delinqüentes, sim, delinqüentes, aguardassem julgamento em liberdade, sabendo
que esse julgamento só acontecerá... quando mesmo? Talvez nunca. Os restantes
membros da quadrilha, mesmo os milionários, ainda estão presos, mas não tarda
que tudo acabe à moda napolitana: em pizza.)
O
noticiário é repetitivo. Escândalos diários, a todos os níveis, piores nos mais
altos escalões, sem que o grande
líder apareça a dar uma palavra de ordem, uma
explicação, um rumo. Nada. Aparece a inaugurar obras que por aí se ficam, a
anunciar PACs que não decolam, sorrindo do alto do seu trono glorioso onde a
palavra Ética parece ter sido riscada do vocabulário, e da atitude, do
Estado.
O
Brasil está pejado de políticos onde essa palavra não existe, nem nos caciques
de língua castelhana que nos rodeiam, caciques violentos e demagogos conduzindo
arbitrariamente os destinos de povos quase famintos, e nada se conhece da
política que o nosso país está conduzindo (será que está?) para nos garantir um
futuro mais tranqüilo e mais justo.
Secretismo
de Estado? Talvez. O que chega aos ouvidos do povo são pouco mais do que
balelas, negociatas por cargos nos altos escalões, manobras para impedir o
andamento de CPIs que podem desmascarar toda a sujeira que invadiu o Estado.
Restam-nos,
da Ética, a visão de Lutero, quando diz que “a liberdade, e não a lei, é o contexto fundamental para a vida humana”.
Liberdade
vamos tendo, e é isso que faz este país continuar a crescer economicamente, à
revelia de ineptos governos. Graças a Deus. Socialmente cresce mais devagar. É
pena. Se ficássemos, pelo menos, uma década sem governo, o Brasil seria o
sonhado paraíso terreal!
Será
que lá, nos topos da hierarquia alguém se enganou e em vez de Ética escreveu
que a conduta deveria manter-se fiel à È-Titica”, que, segundo Aurélio,
significa excremento de aves?
Excremento,
que lembra o balir dos rebanhos: mééé...
***
E,
enquanto se discute a ética e outros assuntos de semântica e incapacidade:
-
por um simples e natural esquecimento no projeto da barragem de Jirau, haverá
um custo adicional de 100 milhões. Esqueceram-se (só) de prever como seria
feito o transporte da energia. Coisinha simples.
- apesar da classe média ter
aumentado (uma pobreza disfarçada em números) aumentou o número de pobres... e
de ricos!
- a previsão do tal de PIB para
este ano, que sorria para 4,5% (aliás, sorriam os ineptos governantes), parece
que não alcançará os 2%, e há previsões para 1,7%!
- sem que isso interfira nos
bolsos dos mais ricos, os brasileiros já estão em terceiro lugar nos
investidores imobiliários de Paris.
- o TGV que se discute há anos –
entre Rio e São Paulo – começou orçado em 11 milhões, o governo agora diz que
vai custar 35, os empresários 55 e... o excelência ministro dos transportes diz
que só o estudo serão mais de 900 milhões.
- enquanto os intelectuais
desgovernados se “entendem” destas formas, no Ro de Janeiro, a cidade
maravilhosa, só entre 1991 e 2013 SÓ desapareceram, sem deixar rasto 92.000
pessoas. Noventa e duas mil.
E viva a caipirinha!
14/08/2013
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