sexta-feira, 30 de agosto de 2013



CRIMINOSOS!

INFÂMIA!

PARASITAS! – DEVASSOS!

CORRUPTOS!

Ainda haveria mais alguns termos para definir os mais de 400 ladrões que se encobertam no refúgio de Ali-Baba, neste caso o congresso em Brasília, e que legislam em causa simulandi ou causa turpis.
O povo foi para a rua e... logo cansou. Ficaram os profissionais a soldo dos partidos comunistas e do “volta-meu-bem” conhecido por sapo barbudo, a destruir bens da população e do povo, sem que se lhes meta na cabeta uma paulada digna dos tempos chamados antigos, mas que eram bons. Ótimos.
E os (des)governantes e políticos nada aprenderam com o clamor.
Ontem a câmara dos deputedos, perdão, deputados, não cassou o mandato dum criminoso – com o lindo nome de natan donadon - condenado em última instância a mais de 13 – treze – anos de cadeia por peculato (expressão latina que significa o crime de receber dinheiro de particular em detrimento do fisco e delapidação de dinheiro público) e por formação de quadrilha e, a seguir, o criminoso, todo elegante, voltou algemado para a cadeia, para daqui a uns dois anos voltar para exercer o mandato dos bestas que nele votaram e são incapazes de criar uma queixa crime, já que o bandido em vez de representar o povo, os rouba. (natanzinho e sua quadrilha terão roubado, aliás desviado que é mais suave, somente uns R$ 9.000.000, mixaria, nove milhões de reais).
Como um dos crimes foi de formação de quadrilha... a quadrilha não o condena.
Mas este criminoso tem uma história curiosa e mostra como o voto no Brasil é pior do que piada, Também devia ser considerado crime.
Este donadon foi  julgado e condenado em 2010 a 13 anos 4 meses e mais uns dias de cadeia em regimem fechado. Mas como a justiça tarda, tarda, tarda, surgiram novas eleições e o bandido, condenado, candidata-se e consegue eleger-se para deputado federal. O povo gosta de bandido! Melhor do que isto só os anõesinhos da Branca de Neve!
A indignação é tanta que, de raiva, as lágrimas afloram. Os homens choram pouco, e normalmente só de dor psíquica e não física, mas a sistemática vergonha que nos assola, queima-nos a alma, o consciente, se é que, face a tamanha vergonha, o consciente pode continuar a existir.

***
Mais um pouco sobre os médicos cubanos.
Estupidamente foram muito mal recebidos por uns quantos médicos brasileiros... bestas.
Que o Brasil precisa de médicos é mais do que sabido. E vieram de Portugal, Espanha e outros países europeus, e a estes ninguém apontou o dedo. Mas aos escravos cubanos, que vem para aqui degredados, sem que as famílias os possam vir visitar, e que vão receber a quarta parte do que os outros, tratá-los mal é outra vergonha. É covardia.
Vergonha para esses médicos de araque que se manifestaram contra os escravos, mas sobretudo para o Brasil que parece não se satisfazer com o recorde de importação de escravos de África, e ter sido o último país a abolir a escravatura, e pactua agora com o regime de Cuba importando carne em vez de médicos, a quem, POR LEI tem obrigação de pagar o mesmo a todos por serviço igual.
A lei permitirá que se pague aos donos dos escravos em vez de ser aos trabalhadores? Parece que o STJ estará a analisar o caso, mas como a justiça tarda, tarda, tarda... quando terminar o contrato, daqui a três anos, se verá.
E a madama dona presidentA que se arroga a vaidosamente querer dar ao mundo lições de Direitos Humanos, continuando a importar escravos? Que tal, hein?

***
No meio de tanta vergonha (des)governativa, deu-se agora mais um caso de triste palhaçada. Um senador boliviano estava há 455 dias refugiado na embaixada do Brasil em La Paz, porque com prisão decretada por 22 casos de corrupção. Como é evidente é inimigo mortal do evinho morales, mas não se dá asilo a quem tem problemas na justiça mas a quem é perseguido políticamente.
Para a embaixada se livrar do incómodo hóspede, montou-se uma operação com exército e polícia federal para trazer, “às escondidas” o senador para o Brasil.
Resultado: o ministro das relações exteriores disse que não sabia de nada (foi demitido) a madama presidentA também disse que não sabia (mas não se demitiu!!!) e agora cada um conta uma versão à procura dum bode espiatório.
E o evinho, lá das bandas dos Andes, p. da vida, diz que quer o senador de volta para ser julgado.
Apareceu até na TV a ler (com dificuldade! Não é ele que escreve os pronunciamentos) um protesto contra o Brasil.
Agora só falta irem daqui beijar a mão do evo que nos tem roubado quase todos os investimentos que o Brasil tinha no seu – dele – país, e devolverem-lhe o senador!
Tudo figuras amorosas.
A Madre Tereza se tivesse conhecido estas pérolas, teria morrido mais cedo!
Bem previu Aldous Huxley, em 1932: ) desenvolvimento demasiado rápido rumo a um “mundo novo”, conduziria a cidadões despojados de qualquer consciência moral”.
Rematando com esta maravilha (retirada do blog www.abemdanacao.blogspot.com)
O problema com o mundo é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as pessoas estúpidas estão cheias de certezas.
Frase atribuída a Charles Bukowski  (poeta e escritor americano 1920-1994)


29/08/2013

terça-feira, 27 de agosto de 2013



Os Príncipes de Portugal

nas Colónias

Creio que pouco se sabe sobre viagens dos Príncipes de Portugal às suas colónias ou províncias.
Pela minha parte, ignorante, além da “manobra” de Dom João VI refugiando-se no Brasil, e o primeiro da história a sair de Portugal, com exceção dos Ìnclitos ao Sebastião, que foram batalhar (e morrer) no Norte de África, só tinha conhecimento da grande viagem do Príncipe Dom Luis Filipe, em 1907, a São Tomé, Angola e Moçambique, que, sob todos os aspetos foi um imenso sucesso.
Um sucesso, uma euforia, não só entre os brancos como com os naturais que conheceram “aquilo” que para eles pouco mais era do que uma lenda!
Mas de repente surgem, nos cantos de uma ou outra publicação uma ou duas linhas falando de outros Príncipes que para Além Mar se deslocaram.
Por exemplo a Grande (grande!) Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, sobre o futuro rei D. Luis laconicamente indica:
“D. Luis foi investido no comando da corveta ‘Bartolomeu Dias’. Nesse navio visitou os nossos portos africanos, designadamente os de Angola.” E... nada mais!
Outros livros consultados nem isto contam. A não ser José de Almeida Santos que em l972 publicou com a Câmara Municipal de Luanda o livro “A Velha Loanda”, e aí não só descreve essa visita de D. Luis a Luanda como ainda transcreve o que sobre o assunto, foi publicado no “Boletim Oficial do Governo Geral da Província de Angola”.

A VISITA DO PRÍNCIPE D. LUIZ, DUQUE DO PORTO

Em finais de Julho de 1860, Loanda aguardava alvoro­çada a próxima visita de Sua Alteza Real o Infante D. Luiz, Duque do Porto. Os preparativos para receber condignamente o régio visitante realizavam-se por aqueles dias num ritmo apreciável. E a chegada em breve do Príncipe, vindo de tão longe para honrar com a sua presença a capital da Província, excitava as imaginações e dominava todas as conversas, não só as domésticas mas também aquelas tra­vadas nos locais de tertúlia habitual.
A Câmara Municipal de Luanda tomava a sua quota parte nos trabalhos a levar a cabo para a recepção ao In­fante, encarregando-se do arranjo do Cais da Alfândega no local onde Sua Alteza iria desembarcar e da apresenta­ção do pálio sob o qual D. Luiz transitaria até à Sé. Toda­via, a carência de pessoal para efeito levava o Presidente do Município a pedir ao Governador Geral que lhe fossem cedidos sessenta libertos das Obras Públicas, os quais deve­riam concentrar-se no Cais às seis da manhã a fim de cola­borarem nos trabalhos a efectuar.
«A Camará Municipal de Loanda desejando dar um publico testemunho do jubilo que tem pela vinda a esta Cidade de Sua Alteza Real o Sereníssimo Senhor Infante D. Luís, não tendo outro meio por que solemnemente o pos­sa fazer (...)».
Para maior elucidação do Chefe da Província remetia-se-lhe em anexo parte da acta da sessão onde se haviam agitado aqueles assuntos, solicitando de Sua Excelência o deferimento rápido da proposta, a fim de poderem iniciar-se o mais breve possível os preparativos necessários.
Chegou finalmente a jubilosa data. A 31 de Agosto de 1860, surgia à vista de Loanda—nova confirmada pelo «telegrapho da Fortaleza de S. Miguel»—ao cabo de 29 dias de viagem, a corveta «Bartolomeu Dias» comandada pelo In­fante D. Luiz Filipe, Duque do Porto.
Logo que se obteve a confirmação de que se tratava do navio em que viajava o Príncipe, do brigue «Pedro Nu­nes», dos outros navios portugueses surtos no porto, da fragata americana «Constellation», da inglesa «Arrogant» e das fortalezas retumbaram em uníssono as sal­vas da praxe. Entretanto o Governador Geral, Carlos Au­gusto Franco, mandava publicar no «Boletim» a portaria n.° 110 — onde se especificavam as regalias especiais con­cedidas durante três dias aos funcionários públicos, em homenagem ao régio visitante, irmão de Sua Magestade El-Rei D. Pedro V. Na mesma portaria revelava o Gover­nador o fim da viagem à costa de Angola do Sereníssimo Infante «(...) o qual vem conhecer as mais immediatas precizôes da província para as levar aos pés do Throno de Seu Augusto Irmão EI-Rei o Senhor D. Pedro V» — declara­ção esta que, sem dúvida, iria encher de satisfação quantos na altura labutavam e viviam nas paragens angolanas.
Os funcionários públicos, durante os três dias de gran­de gala fixados pelo Governador, ficariam pois libertos do despacho nas respectivas repartições/excepto nas fiscais, a fim de concorrerem aos festejos anunciados.
A Câmara Municipal fez proclamar um bando em que se pedia aos moradores que, iluminassem as suas casas durante três noites seguidas.
O tenente-coronel Carlos Augusto Franco dirigiu-se imediatamente a bordo da «Bartolomeu Dias», a apresen­tar cumprimentos, gesto que repetiria no dia seguinte, des­ta vez acompanhado do Conselho do Governo, da Câmara, de muitos funcionários civis e militares e «dnma deputação do corpo do Commercio, para em grande cerimonia beija­rem a mão de Sua Alteza, e felicital-o pela Sua vinda a esta província». Incorporavam-se também na embaixada de boas-vindas os Cônsules dos Estados Unidos da América e da Inglaterra.
Sua Alteza fizera constar logo após a sua chegada que receberia as pessoas e entidades que o pretendessem cum­primentar a bordo, enquanto durasse a sua estadia em Loanda, todos os dias, entre o meio-dia e as três horas da tarde.
Contra a expectativa geral, o Príncipe não desceu logo a terra; sabia-se que por proibição do seu médico particu­lar em virtude de haver sido atacado de febres dois dias antes da chegada. Marcara o seu desembarque para o dia 9.
Raiava enfim o dia 9 — dia fixado para o desembar­que do Príncipe D. Luiz — o futuro rei D. Luiz I. E mal lu­zia o primeiro alvor da manhã podiam admirar-se as forta­lezas embandeiradas, assim os navios nacionais mercantes e de guerra surtos no porto e até a corveta francesa «La Recherche».
O Infante desembarcou pelas 9 horas da manhã, acom­panhado do Governador Geral e da sua comitiva. No cais engalanado, aguardavam-no já o Conselho do Governo, a Câmara Municipal, o Corpo Consu­lar, o funcionalismo civil e militar, o corpo comercial e as personalidades mais distintas da terra. Em redor, a massa popular acotovelava-se e atropelava-se para não perder o espectáculo. E o estralejar dos foguetes lançados de mo­mento a momento, uns atrás dos outros, tornava-se ensur­decedor.
Logo após o desembarque do Príncipe, adiantou-se o enervado Presidente da Câmara, Manoel Jorge de Carvalho e Souza, à frente da Vereação, a saudar Sua Alteza e a de­por nas suas régias mãos as chaves da Cidade.
E era chegado o momento de aparecer o famoso pálio sob o qual D. Luiz transitaria a pé do «Caes da Alfândega» até à Sé Catedral, onde deveria realizar-se o solene «Te-Deum» em acção de graças pela feliz chegada do Infante.
O cortejo que se formou e seguiu até à Sé no rasto de Sua Alteza, ao atravessar pelas ruas fixadas no pro­grama, passava entre janelas garridamente enfeitadas de colchas ricas, onde se debruçavam as damas luandenses também arrebicadas em galas de festa — as damas da Ci­dade, de ordinário sumidas no interior do ninho familiar...
Após o «Te-Deum», o Príncipe seguiu a cavalo até ao Palácio do Governo acompanhado pelo Governador Geral e demais oficialidade superior e escoltado por uma força de cavalaria. Ali, pelo meio-dia, realizou-se a ceri­mónia de cumprimentos com a comparência das persona­lidades mais distintas da terra, no decorrer da qual, o Presidente da Câmara, em nome do Município, dirigiu uma saudação ao régio visitante, que aproveitou aquela oportunidade para enume­rar perante Sua Alteza as grandes, as graves atribulações sentidas ha Província, como eram: a falta de estra­das, a falta da água suficiente para abastecer as cidades, a falta de trabalho para ocupar os muitos braços parados e inúteis, a falta de uma engrenagem judicial eficiente e dinamizada, de médicos bastantes para acudir aos doen­tes e prevenir as grandes epidemias, além da fortificação dos pontos estratégicos a fim de garantir a segurança e a defesa das populações havia pouco ameaçadas pelo risco de sublevações no interior - urgentes necessidades estas para o remédio das quais, Carvalho e Sousa punha a sua mais alta esperança na intervenção do Infante junto de El-Rei seu irmão.
D. Luiz Filipe, em resposta, assegurava gentilmente interceder como lhe era solicitado e empenhar nisso toda a sua boa-vontade.
Pelas três horas da tarde ofereceu o Governo um lan­che a Sua Alteza, com a comparência de 36 convidados se­leccionados entre as personagens mais notáveis da Cidade.
A bateria de montanha colocada defronte do Palácio sublinhava os vivas soltados no decorrer da recepção; o Príncipe elevou também o seu brinde pelas prosperidades de Angola. Findou aquele repasto cerimonioso pelas 5 ho­ras da tarde; e como o tempo se apresentava muito ameno e agradável, Sua Alteza decidiu ir a pé visitar o Hospital da Misericórdia, sendo acompanhado no percurso por to­dos os convidados.
De volta ao Palácio, resolveu D. Luiz Filipe montar a cavalo a fim de visitar também o Recolhimento Pio, donde depois desceu até ao Cais para recolher a bordo, escoltado pelo Governador Geral—aguardado já naquele local pelo habitual grupo de altas personalidades oficiais e particulares, que lhe apresentaram cumprimentos.
No dia seguinte, 10 de Setembro de 1860, o Duque do Porto participou ao Governador Geral a intenção de ofere­cer sessenta libras destinadas a serem distribuídas pelo Recolhimento Pio, Santa Casa da Misericórdia e presos pobres.
Pelas quatro horas da tarde do dia 12, o Infante des­ceu de novo à Cidade, prescidindo de cerimonial, com o desígnio de ir observar os quartéis e a Fortaleza de S. Mi­guel — encontrando muito arruinadas as instalações mili­tares, em absoluto carecidas de imediata reparação.
A 14 de Setembro decidiu Sua Alteza levantar ferro das paragens africanas, com destino a Lisboa. E, após os cumprimentos das autoridades oficiais e entidades particu­lares que se haviam deslocado a bordo da «Bartolomeu Dias», deu o Infante a ordem de partida, eram três horas da tarde,
Cinco escassos dias apenas durara a estadia do Príncipe em terras de Angola, tempo na verdade demasiado breve para poder aperceber-se dos grandes problemas da Província – como lhe destinara por missão seu real mano El-Rei D. Pedro V. E o jóvem Infante que, poucos anos depois, viria a ser o Rei D. Luiz I, não poderia de facto transmitir a seu Irmão mais do que uma visãomuito superficial da dimensão dos assuntos angolanos.
(A este tipo de visitantes se chamou mais tarde “os inspetores de cacimbo”! E desta vez o Infante D. Luiz esteve dois meios dias, só, em terra! Dia 9 e dia 12. Não viu nada, não se interessou por nada e deu uma esmola para alguns desgraçados. Fou uma grande visita!)

***
Em 1895 revoltou-se na Índia portuguesa uma companhia de maratas que não queria ir para para Moçambique, conseguindo a adesão dos rames (timorenses). A rebelião tomou vulto e como os rebeldes se dedicassem a atos de banditismo, decidiu-se na metrópole enviar uma expedição e nomear Vice-Rei da Índia o Infante D. Afonso Henriques, Duque do Porto, irmão do rei D. Carlos, já condestável do reino, general de brigada e inspetor da arma de artilharia.
Em 12 de Dezembro chegava a Pangim (“Nova Goa”) a expedição comandada pelo Infante, e a 24 organizou-se uma coluna com D. Afonso à frente do grosso das tropas, ao encontro dos rebeldes, que se achavam em Razingante. Após combates com guerrilhas inimigas, que se esgueiravam pelas florestas e desfiladeiros, avançou-se sobre Canacona, Cumbray, Sanguera, Samorden, Serodá, Pondová, até Sulav, encontrando-se a região devastada pelos insurretos, que voltaram para Satari.
D. Afonso acabou por conceder a amnistia aos rebeldes de Satari (1896) e regressou a Portugal.
Não chegou a ano a estadia do último Vice-Rei da Índia nas terras que lhe foram entregues!

Não parece terem sido mais do que estas as visitas dos Príncipes no vasto Império português.
Honra e glória ao jovem príncipe da Beira, Dom Luis Filipe, filho do Rei D. Carlos e com ele brutalmente assassinado em 1908.
A sua viagem ao Ultramar, em 1907, foi, essa sim, um imenso sucesso.


23/08/2013

sexta-feira, 23 de agosto de 2013




Pronto!  Eu já sabia!


Ainda há pouco, em 27 de Abril, escrevi um texto “Acudam! A cubanização do Brasil” e, às escâncaras, a hora chegou!
É sabido que o sistema de saúde do país enferma de imensos males, apesar de, para ricos, presidentes, deputados e outros parasitas, existirem hospitais tão bons quanto os melhores de qualquer parte do mundo.
E para aqueles que têm a sorte de pagarem um plano de saúde, o sistema funciona de modo razoavel. Mas para o grande povo do interior (que povo? Existe alguma coisa que se chame povo???) a carência é absurda. Constroem-se hospitais, os excelsos governadores contratam artistas a peso de ouro para fazerem shows na hipotética inauguração, chegam novos equipamentos – caros – e depois, ah! e depois ou o hospital não começa a funcionar por falta de administração, de médicos, e os aparelhos, carissimos, como por exemplo tomógrafos, enferrujam nas embalagens, alguns com dois e mais anos jazendo em armazéns.
“Aqui d’El-Rei”! Faltam médicos no interior. Muitos médicos. Milhares de médicos. Porque? Porque o que se lhes paga, ou pagava, não dava nem para alguém sequer pensar em ir para o mato e morrer de fome, ou quase.
Então vai-se pagar melhor aos médicos (o que devia ter sido feito há anos) e como assim mesmo ninguém para lá quer ir, contratam-se médicos estrangeiros. Aparecem algumas dezenas de europeus, que não adianta nada, mas desde há pelo menos dois anos, a coberto com o cinismo habitual da (des)governança, já se negociava com Cuba a vinda de alguns milhares de médicos!
O jornal anunciou agora que esta semana vão chegar os primeiros 400, dum total de 4.000. Maravilha! O PT arranjou uma solução espectacular: quatro mil cubanos, selecionados, que vão atender a populações carentes e... e... sobretudo fazer propaganda das maravilhas de Cuba, da bondade  do fidel ou do assassino guevara e do PT, que foi o único que se lembrou dos desvalidos, e lá vão mais uns milhões de semi analfabetos que não exitarão em votar uma mais vez no sapo-barbudo ou na madama dona presidenta.
O Brasil vai pagar, por cada médico, algo como US$ 4.000 por mês. Pagar a quem? Ao governo de Cuba. O desgraçado que para aqui vier não deve embolsar mais do que uns 10 ou 15% disto. O resto é para as sopas do fidelinho e do raulinho, como sempre fizeram com todos os homens, médicos ou outros cubanos que integraram missões de paz da ONU, ou de guerra!
Quer dizer que o (des)governo de Cuba empochará por ano uns duzentos ou mais milhões de dólares com o aluguer do trabalho dos seus escravos em terras de outrém.
Mas a esperança, para esses médicos, mesmo vindo para o Brasil para serem explorados, é que, em primeiro lugar, tresentos dólares para eles (o que recebia um que aqui esteve em 1990, contra mil e oitocentos que o Brasil pagava)  é uma boa maquia (já que em Cuba ganham US$ 27 !!!), além de que não podem recusar o “convite” com medo de retaliações, e depois parte deles vai, finalmente, sair de baixo da pata daquele governo, e como brasileiras, mais ou menos bonitas há aos milhões, muitos vão dar o fora das missões e casar com essas gatas, mandando o raulinho banhar-se em Guantanamo dançando a salsa!
Mas diz o excelso ministro da saúde di Brasil que não é escravatura, já que os médicos vão receber o mesmo que recebem em Cuba: os tais US$ 27, que deve ser o que o generoso castro entregará às famílias que lá ficam! O que lhes vale é que aqui as prefeituras lhes darão moradia e alimentação, o que melhora bem as condições dos forçados.
Não tardará muito para se saber quantos voltaram, de vez, as costas à terra natal. O difícil vai ser o (des)governo brasileiro dos ptralhas reconhecerem publicamente essa evasão, e ainda por cima, tal como já fizeram, vergonhosamente, com um pugilista que pediu asilo no Brasil que a canalha daqui devolveu ao manos castreiros, deverão tudo fazer para dificultar a reintegração dessa gente no nosso meio.
A ver e a conferir.


22/08/2013

terça-feira, 20 de agosto de 2013




Falares de Moçambique

“República Militar da Maganja da Costa”

Há muito tempo que não falávamos de Moçambique. Não é por isso que ocupa lugar secundário nas nossas saudades de África. Mas o tempo vai passando, outros assuntos se interpondo e...
Hoje vamos buscar termos da região da Zambézia, mais especificamente da “República Militar da Maganja da Costa”, e em outro dia tentar explicar que república, e ainda por cima militar é, aliás foi, esta. Começámos a escrever isto em 2009 e acabou por ficar perdido nos milhões de bytes do computador!

- CAFRE
Sempre que algum termo passa a ser usado com conotação racista ou depreciativa, o que vem dar ao mesmo, deve abolir-se.
Os escritos dos portugueses do séc. XIX, que receberam essa palavra no Norte de Moçambique através de populações islamizadas, passaram a usá-la para definir, de forma genérica, os povos mais incultos, e estenderam essa denominação a todos os que se não distinguiam em grupos étnicos definidos.
É semelhante ao que se passou na Europa com a palavra “bárbaro” que significava o “outro” o “ateu”, o que não falava a “nossa” língua. Depois passou a significar todo o “selvagem”, ou que praticava atos de selvajaria, etc. Apesar de cafre vir do árabe – kafr – e significar, expressamente, o infiel, o não muçulmano, aquele que ficava além Egito e Núbia, acabou tendo o mesmo sentido depreciativo que bárbaro.
Não se chama mais bárbaros aos germânicos, nem aos tártaros, mas... as barbaridades continuam pelo mundo fora, sobretudo cometidas pelos “civilizados”, e os “cafres” há muito foram deixados em paz. Melhor para eles.

- KRAAL
Por muito estranho que pareça o étimo desta palavra é latino!
Poucas vezes se encontra, na escrita portuguesa essa palavra para definir uma construção de defesa. O livro de António Ennes, “A Guerra de África”, refere que era preciso atacar o kraal de Muzila, mas há sobretudo uma curiosa descrição quando descreve o ataque a Gungunhana, em Manjacase: “Os vátuas... nunca aprenderam com os indígenas do Zambeze a levantar aringas! Tradicionalmente conservavam dos seus antepassados o brio de combater a peito descoberto e em campo aberto, e foi essa ingenuidade de bravura que os perdeu.”
Kraal é uma palavra afrikaans, que foi adotada pelos ingleses e que deriva, ou antes, é deturpação de curral! Palavra usada pelos portugueses muito antes dos ingleses imaginarem onde ficava a África.
Curral é do latim corrale – lugar onde se guardavam os currus, os carros.
Isto parece encaixar-se perfeitamente sabendo-se que os africanos defendiam os seus gados, à noite, em currais circulares, dos ataques de predadores, sobretudo leões e leopardos. Eram, e são, paliçadas, com mais de 2 metros de altura, e que serviam também de defesas militares.

- ARINGA
1.- Origem alemã, hrings (círculo) ou do inglês ring (a mesma coisa, anel ou círculo), não faz o menor sentido. Os alemães só começaram a colonizar o Tanganica – Tanzânia – em 1880 e muito antes disso já o termo era usado no nordeste de Moçambique;
2.- A “capital” da “República de Maganja da Costa” chamava-se Aringa; o “dono” de um dos “prazos”, Bonifácio da Silva, fez construir uma aringa em Aringa, além de outras duas mais para o interior. Por aqui se vê que pode haver alguma distinção entre aringa – fortificação, como paliçada ou fosso, etc. – e Aringa povoação;
3.- Nessa região, entre os rios Lucungo e Raraga, viveram os Nharingas, povo altivo, forte, guerreiro, que se considerava superior aos outros! Aí se situava Aringa. Seria muito interessante que alguém consultasse o livro “Os Nharingas”, de Luciano da Costa Rebelo, Quelimane, 1960, dactilografado. (Melhor ainda se me conseguissem uma cópia do mesmo, pelo que eu ficaria extremamente grato!) Há também autores que classificam o povo da Maganja da Costa como um grupo ou sub-grupo étnico conhecido por “nharinga” ou “anyaringa”.
Como conclusão, ou existiu um povo nharinga, forte, lutador, que começou por criar uma defesa à volta da sua povoação, ou... a origem ficará longe de esclarecer, porque vindo do gótico ou saxão ninguém engole.
Curiosidade: em italiano, aringa é um peixe, o arengue, Clupea harengus, segundo Lineu!



A “República Militar da Maganja da Costa” ocupava o que é hoje o Distrito Maganja da Costa, na costa do Índico, a Norte de Quelimane, na Província da Zambézia, e a sua capital é Maganja.
Sob um estranho e único regimem, onde o “escravo” era mais importante que o homem livre, o agricultor, aquele povo estava organizado no modo a que hoje chamaríamos exércitos.
O prestígio dos chefes, a maioria descendente de portugueses, mas já todos misturados com africanos e indianos, media-se no número de “escravos” de que dispunha. Esses exércitos eram formados por milhares de escravos, verdadeiros achicunda, todos armados e com forte disciplina militar, eram respeitados, e sentiam-se superiores ao povo simples.


Achicundas

A organização desses exércitos era formada por ensacas – grupo de guerreiros que tanto poderia ser de 250 homens como de milhares, comandados pelos cazembes – capitães.
Abaixo dos cazembes havia os sachecundas – sargentos – e mucatas – cabos, que em conselho elegiam o cazembe, que só assumia depois de validado pelo conselho dos cazembes que era presidido pelo capitão da Aringa. E eram estes cazembes que, reunidos, nomeavam o capitão general.
O segundo personagem na estrutura de poder da República era o Bazo, uma espécie de diretor supremo dos serviços administrativos, também eleito pelos cazembes.
A terceira pessoa era o Canhongo. O adivinho! Velho sipai conhecido pela sua valentia e bom humor, o canhongo era o encarregado de vigiar de noite todas as sentinelas e de transmitir as ordens, e era equiparado aos cazembes.
Ambos usavam o cabo de guerra, cauda de búfalo, que sobressaia nas cerimónias feitas antes da guerra.
Antes de marcharem para a guerra sempre consultavam os mzimos, espíritos, através duma velha feiticeira, ou feiticeiro, pandoro, a troco de alguns saguates, prendas, de aguardente ou algodão.

(a continuar)


16/06/2009

quinta-feira, 15 de agosto de 2013




Medalha de bronze e cabelos de prata!

Dedicado ao grande Xico d’Água

1952 Helsinquia. Olimpíadas.
Portugal atrasado na educação, cultura e desporto, sempre se atrevia a enviar alguns atletas à grande festa do desporto.
Já não sei de quantos elementos era composta a delegação portuguesa.
Mas com a garra de Bartolomeu Dias, Diogo Cão e outros grandes, a vela e o mar davam alguma possiblidade de não fazermos tão má figura.
O barco era um Star, de classe olímpica, para dois tripulantes, com 6,9 metros, peso mínimo de 671 kg, e área velica total de 26,5 m², armado em sloop e com quilha fixa feito ainda de madeira.

Foi projetado em 1910, por Francis Sweisguth, projetista dos Estados Unidos e utilizado em olimpíadas desde 1932. Embora não tenha um desenho moderno, a classe continua popular e muito competitiva, com uma flotilha de mais de dois mil barcos participando de competições.
E lá vão os nossos velejadores para, brilhantemente conquistarem a medalha de bronze!



Joaquim Fiuza e Francisco Rebelo de Andrade. Serão estes aqui em cima?
As únicas medalhas que Portugal trouxe de toda essa competição na Finlândia.
Foram recebidos, no regresso, como heróis. Há 51 anos.
Hoje, o Francisco Rebelo de Andrade, que ficou conhecido com o Xico d’Água, teria direito a ouro!
Faz noventa anos, está ótimo, continua alegre e bem disposto e o cabelo de prata.


O campeão e o seu Star mais tarde foram para Angola, e embelezaram a baía de Luanda com suas evoluções.
Passaram os anos, o barco envelheceu e deixou o seu casco entregar-se à doce mãe natureza daquela terra.
Continuamos a competir, mas faltam-nos estes campeões e os irmãos Duarte e Fernando Belo também medalhistas Olímpicos, em Star, em Londres, quatro anos antes, 1948.
Parabéns ao “jóvem” Xico d’Água!  Muitos e bons anos ainda por navegar.

16/08/2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013




Da Primavera ao... 

“fim da picada”

Já disse que a “primavera brasiliense”... esmoreceu!
E a canalha ri, ri, e continua fazer o que lhe dá na gana com o aval “dos bons” que rapidamente se cansaram de manifestar.
Hoje, como escrevi já, é só a baderna comandada pela extrema esquerda.
Mas os donos do país continuam na “maior”! No paraíso das Terras de (não) Ver a Cruz.
Há dias um excelentissimo senador foi condenado, por falcatruas variegadas que sempre incluem o ter metido a mão na res publica, a 4 anos e 8 meses de prisão.
Mas o país é bonzinho. O bandido vai cumprir em regimem semi-aberto, i.é, de dia continua a passear e dar risada na casa dos otários, em carro de luxo com motorista e outras mordomias, e a noite, teoricamente, TEORICAMENTE, deveria passar na choldra. Mas com um belo apartamento em Brasília e hoteis de luxo pagos pela ralé, ele vai dormir na cadeia? Façam apostas. E tem mais: condenado, como é evidente por indecente e má figura, o figurão já afirmou que não vai resignar ao seu posto de senador da republica! E assim continuará a ir às sessões e ajudar a conduzir os destinos deste pobre país, mesmo condenado... ´para os bolsos da camarilha. Os seus pares, pares na sacanagem e roubalheira, por consideração com o gangster, não o querem por fora! Que maravilha esta solidariedade!
Pena é que ele não seja obrigado a andar de macacão às riscas com o número nas costas! Era muito mais folclórico.
Nos entrementes outro excelentissimo senador conseguiu retirar do texto da conduta dos parlamentares a palavra “ÉTICA”. Tudo o que o povo queria ao manisfestar-se era exatamente ética, seriedade, transparência. Esmoreceu a galera e o excelência conseguiu em sesão com seus pares, que esta palavra não fosse inscrita do texto!
Argumento: “é uma palvara de sentido subjetivo”!
“Depois de afirmar que a ética é “subjetiva” e que os senadores não devem se comprometer com ela, o relator do novo Regimento Interno do Senado, Lobão Filho (PMDB-MA), recuou e vai discutir a inclusão do compromisso no documento.
O Estado revelou ontem que o senador rejeitou uma emenda ao atual regimento que previa incluir no juramento da posse “a defesa intransigente da ética”. Em entrevista ao jornal na ocasião, o senador justificou que “a defesa da ética intransigente é uma coisa muito subjetiva” e que não via razão para incluir isso no juramento”. Segundo ele, isso “daria margem a interpretações perigosas”. “O que é ética para você pode não ser para mim. E aí incluir isso iria gerar problema de conflitos ali. A ética é uma coisa muito subjetiva, muito abstrata”, afirmou Lobão Filho na entrevista concedida anteontem.
Ontem ele divulgou uma nota oficial na qual prometeu que a questão voltaria a ser discutida e acrescentou: “Julgo que ética e honestidade são implícitas na atividade parlamentar como o ar que se respira”. Na nota, o senador afirmou que “o termo ética não consta do atual juramento do Senado bem como não consta no juramento do Presidente da República, dos ministros de Estado, dos ministros do Supremo Tribunal Federal e, inclusive, dos jornalistas”.
Chama-se a isto “o fim da picada”.

Desculpem mas vou repetir um texto escrito há mais de seis anos, em 07/08/2013 sobre o assunto:

É  ÉTICA  ou  É TITICA ?

Ética é um assunto que vem sendo discutido, pensado, matutado e até complicado por pensadores, filósofos, teólogos e outros matutos, desde há milênios até aos dias de hoje, divergindo os mais modernos à medida que vai evoluindo o conhecimento científico.
Concordam com uns aspetos, discordam de outros, mas para leigos obtusos, como eu, fica sempre no ar uma pergunta inocente: “Será que a evolução científica tem algo a ver com a ética, sendo esta simplesmente a “ciência” da moral e dos costumes?”
Segundo alguns desses pensadores “o Estado representa o ponto de partida e de chegada na ética...” E se o Estado nega todos estes princípios, desmontando de forma implacável tudo aquilo que levou milhares e milhares de anos a definir, permitindo os mais sujos jogos de corrupção, apadrinhamento, enriquecimento ilícito, corporativismo, e outras práticas abomináveis? Como ficamos? (Como agora que uma vergonhosa quantidade de juízes e desembargadores foram presos por todas estas coisas, e no dia seguinte o SUPREMO Tribunal de Justiça mandou que os delinqüentes, sim, delinqüentes, aguardassem julgamento em liberdade, sabendo que esse julgamento só acontecerá... quando mesmo? Talvez nunca. Os restantes membros da quadrilha, mesmo os milionários, ainda estão presos, mas não tarda que tudo acabe à moda napolitana: em pizza.)
O noticiário é repetitivo. Escândalos diários, a todos os níveis, piores nos mais altos escalões, sem que o grande líder apareça a dar uma palavra de ordem, uma explicação, um rumo. Nada. Aparece a inaugurar obras que por aí se ficam, a anunciar PACs que não decolam, sorrindo do alto do seu trono glorioso onde a palavra Ética parece ter sido riscada do vocabulário, e da atitude, do Estado.
O Brasil está pejado de políticos onde essa palavra não existe, nem nos caciques de língua castelhana que nos rodeiam, caciques violentos e demagogos conduzindo arbitrariamente os destinos de povos quase famintos, e nada se conhece da política que o nosso país está conduzindo (será que está?) para nos garantir um futuro mais tranqüilo e mais justo.
Secretismo de Estado? Talvez. O que chega aos ouvidos do povo são pouco mais do que balelas, negociatas por cargos nos altos escalões, manobras para impedir o andamento de CPIs que podem desmascarar toda a sujeira que invadiu o Estado.
Restam-nos, da Ética, a visão de Lutero, quando diz que “a liberdade, e não a lei, é o contexto fundamental para a vida humana”.
Liberdade vamos tendo, e é isso que faz este país continuar a crescer economicamente, à revelia de ineptos governos. Graças a Deus. Socialmente cresce mais devagar. É pena. Se ficássemos, pelo menos, uma década sem governo, o Brasil seria o sonhado paraíso terreal!
Será que lá, nos topos da hierarquia alguém se enganou e em vez de Ética escreveu que a conduta deveria manter-se fiel à È-Titica”, que, segundo Aurélio, significa excremento de aves?
Excremento, que lembra o balir dos rebanhos: mééé...
***
E, enquanto se discute a ética e outros assuntos de semântica e incapacidade:
- por um simples e natural esquecimento no projeto da barragem de Jirau, haverá um custo adicional de 100 milhões. Esqueceram-se (só) de prever como seria feito o transporte da energia. Coisinha simples.
- apesar da classe média ter aumentado (uma pobreza disfarçada em números) aumentou o número de pobres... e de ricos!
- a previsão do tal de PIB para este ano, que sorria para 4,5% (aliás, sorriam os ineptos governantes), parece que não alcançará os 2%, e há previsões para 1,7%!
- sem que isso interfira nos bolsos dos mais ricos, os brasileiros já estão em terceiro lugar nos investidores imobiliários de Paris.
- o TGV que se discute há anos – entre Rio e São Paulo – começou orçado em 11 milhões, o governo agora diz que vai custar 35, os empresários 55 e... o excelência ministro dos transportes diz que só o estudo serão mais de 900 milhões.
- enquanto os intelectuais desgovernados se “entendem” destas formas, no Ro de Janeiro, a cidade maravilhosa, só entre 1991 e 2013 SÓ desapareceram, sem deixar rasto 92.000 pessoas. Noventa e duas mil.
E viva a caipirinha!


14/08/2013

domingo, 11 de agosto de 2013




EM LOANDA
A PRIMEIRA REGATA
24 de Janeiro de 1863

Do livro “A Velha Luanda – nos festejos, nas solenidades, no ensino”
De José de Almeida Santos – Luanda 1972

O ano de 1863 trouxe logo no início um acontecimento histórico ressumante de júbilo e de pompas reais: o casamento d’El-Rei D. Luiz I com a princesa D. Maria Pia de Saboia. Em Loanda, o Governador Geral, José Batista d’Andrade, fixava os dias 22, 23 e 24 de Janeiro para as celebrações do real consórcio.
Te-Deum, cumprimentos oficiais, felicitações, baile no Palácio com “cerca de 30 damas loandenses e muitos cavalheiros principais.”
Para o dia 24 – último dos folguedos e cerimónias – estava marcado um festival náutico na baía de Loanda e à noite récita na “Sociedade Dramática 31 de Outubro”. Tratava-se na realidade de um programa em cheio, condigno do fecho das festividades. E muito embora os luandaenses amassem por tradição o teatro, decerto os atrairia vivamente a regata organizada pela jóvem “Associação Naval de Loanda” que criava assim novos interesses nos moradores, arrastando-os para as emoções inéditas da competição, para o gosto ao ar livre, do mar, do saudável prazer do desporto.
Concorriam naturalmente as embarcações de recreio, propriedade dos ricos negociantes e personalidades distintas da terra. Era eles: o escaler “Corisco” do sr. Eduardo Hypolito de Oliveira; “Dona Antónia” do sr. Francisco Barboza Rodrigues; “Segredo” do sr. António Ignacio  Ruas – que alinhavam para a primeira competição – e as baleeiras “Atrevida” do mesmo sr. Hypolito de Oliveira; “Saltarello” do sr. José Malheiro dos Santos; e “Dona Isabel” do Secretário do Governo – que disputavam a segunda corrida.
Também desfilaram na baía embarcações de cinco re­mos, desafiando-se em velocidade e perícia: os escaleres «Raio», do Sr. Hypolito d’Oliveira; «Acaso», do Sr. Ennes da Costa Alonço; e as baleeiras «Augusta», do Sr. Luiz An­tónio de Oliveira Machado; «Carolina», do Sr. António Es­têvão dos Santos; e «Sultana», do Sr. Isaac Izagury. No final, vinha à frente, triunfante, arrancando o primeiro pré­mio, a baleeira «Augusta», seguindo-se-lhe o escaler «Aca­so», que ganhou o segundo trofeu.
Chegada a hora do almoço, abancavam os sócios do «Naval» na casa do consócio Sr. Pamplona, sita na Ilha, o qual reunia à sua mesa sessenta e dois talheres. Para de­pois do repasto estava já fixada a regata de embarcações de vela em que competiriam o «Corisco», armado a «cutter», o «Baio», o «Saltarello» e o «Cavallo Branco». Arrancou o prémio — que consistia em seis libras a serem distri­buídas pela respectiva tripulação — a última destas em­barcações.


Um cutter do século XIX

Pormenor insólito de tragédia ia-o dando uma das ba­leeiras, a «Saltarello», ao voltar-se – felizmente  sem con­sequências de maior, sendo recolhida a tripulação por outra baleeira, a «Sultana», e por um escaler do brigue «Pedro Nunes».
E pouco depois, das mãos do Senhor Governador Ge­ral, recebiam as tripulações das duas baleeiras — a sinis­trada e a salvadora — cerca de 70$000 rs. fortes, produto da subscrição ali efectuada entre os presentes.
À noite, concorriam ao teatro aqueles amantes do des­porto, para, entre muita outra gente, assistirem à repre­sentação de «Um banho nas Caldas», «Uma noite na casa do guarda» e «Por um triz» — sorrindo divertidos nas co­médias e sacolejando-se de hilariedade na farsa.
Findavam assim os festejos realizados em Loanda para celebrar os augustos esponsais de El-Rei D. Luiz com a Senhora Dona Maria Pia de Saboia.

O que foi escrito no «Boletim Official do Governo Geral da Província d'Angola» n.o 5 de 31 de Janeiro de 1863 — Pag. 32

O dia 24 foi escolhido para se efectuar a regata promovida pela Associação naval de Loanda, que para esse fim foi instituída nesta cidade. Reuniram-se os sócios na casa do sr. Pamplona, num dos mais commodos e aprasíveis logares da ilha e pouco depois das 9 horas da manhã começou a regata. Houve primeiro duas corridas, uma das embarcações de 4 remos, e outras das de 5 remos.
Para cada uma das corridas havia dois prémios, sendo um de libra e outro de meia libra para cada homem da tripulação. As embarcações de 4 remos eram os escaleres Corisco, propriedade do sr. Eduardo Hypolito d'0liveira;  D. Antónia, do sr. Francisco Barbosa Rodrigues;  Segredo, do sr. António Ignacio Ruas; e as balieiras Atrevida, do sr. Eduardo Hypolito d'0liveira;  Saltarello, do sr. José Malheiros dos Santos; e D. Isabel, do secretario do governo. D'estas ganhou o primeiro prémio o escaler do sr. Barbosa Rodrigues, e o segundo a balieira do secretario do governo. Servia de patrão do escaler o sr. Eugênio Augusto d'Andrade, e da balieira o sr. Luiz António Rodrigues. As embarcações de 5 remos eram os escaleres Raio, do sr. Eduardo Hypolito de Oliveira; Acaso, do sr. Hugo Eanes da Costa Alonço; e as balieiras Augusta, do sr. Luiz António d'01iveira Machado; e Carolina, do sr. António Estevão dos Santos; e Sultana, do. sr. Izaac Zagury. Ganhou o primeiro prémio a balieira Augusta, e o segundo o escaler Acaso; os proprietários foram os patrões d'ambas.
Pela uma hora da tarde serviu-se lautamente um lunch de 62 talheres, e em seguida começou a regata das embarcações de vella, que foram o Corisco, armado a cuter, o Raio, o Saltarello, a Sultana e o Cavalo branco, do sr. Hugo Ennes da Costa Alonço, que ganhou o prémio, que era de 6 libras para a tripulação.
Um sinistro, que poderia ter sido de funestas consequências deu logar, passado o momento do perigo, a novas e mais vivas comoções. A balieira Saltarello, da qual servia de patrão o sr. António Ignacio Ruas, ao virar de bordo, voltou-se; foi porem immediatamente socorrida por um escaler do bri­gue Pedro. Nunes, e pela balieira Sultana, de que era patrão o sr. António Este­vão dos Santos. As tripulações das duas balieiras, quando chegaram á ilha, foram recebidas com enthusiasmo, e o sr. Ruas e o sr. Santos receberam não vulgares provas d'estima. Logo ali se promoveu uma subscripção para a gente das duas embarcações e em poucos minutos se juntaram mais de 70$000 reis fortes que foram destribuidos pelo sr. governador geral.


11/08/2013

quarta-feira, 7 de agosto de 2013




Primaveras? Que primaveras?


Há cerca de um mês e meio começou a “primavera” política no Brasil. Todo o mundo aplaudiu, e pensou que o tal “povo ordeiro e cordato” havia, finalmente, despertado para o estado quase caótico em que o país tem vivido.
Os políticos, bestas e estúpidos, como é de praxe, apavoraram-se, resolveram em poucos dias algumas pendências que tinham anos, a madama dona presidenta caíu de 70% de aprovação para 30%, e... ficou tudo na mesma!
Na mesma? Qual na mesma, que nada!
Lembro o lusitano vinteecincobarraquatro, o derrube do salazarismo feito por uns bem intencionados capitãos (ou capitõens?), a chegada a Lisboa, no dia em “ninguém sabia de nada”, de toneladas de cravos vermelhos encomendados há muito em Paris, e ver os tais “bem intencionados” serem logo comidos pelo único partido com organização: os comunas! E foi o desastre que se viu, nacionalizando-se tudo, enfiando nas cadeias todos os que estavam no comando de empresas, bancos, destruição da lavoura, etc.  Gastaram a grana que o velho António tinha obrigado os portugueses a guardar e Portugal foi descendo, aos saltos, até se encontrar hoje de mão estendida à caridade, que em vez de lhe dar alguma moeda, ainda lhe arranca os aneis e os dedos.
Já vi vários filmes de revoluções. De entrada é uma gritaria histérica, depois vem a canga, a seguir a miséria, e só muitas décadas depois o ressurgimento. Russia 1916, Portugal 1910 e 1974, a Revolução Francesa, os países africanos, e agora as “primaveras” do Magrebe e países árabes, tão aplaudidas pelos inocentes e incautos e hoje tão temidas pelos mesmos.
E o Brasil? A mesma coisa.
Porque a madama dona presidenta caíu de repente de 70 para 30% no conceito do “povo”?
Afinal quem está por detrás de tudo isto, desta baderna que em nome da luta pelos direitos e dignidade do povo, destroi lojas, bancos, assalta, lança coqueteis molotov, incendeia carros de particulares, etc.? Quem está a fomentar tal confusão?
No dia 10 de novembro de 2011, “postei” neste blog um texto com o título de “VERGONHA ou SEMVERGONHICE ?, onde escrevi:O atual sistema político brasileiro é decalcado na sinfonia Putin/Medvedev/Putin = Lula/Dilma/Lula. Lembra aquela modinha portuguesa: “Ora agora ficas tu, ora agora fico eu, ora agora ficas tu, ficas tu mais eu!”
E nesta mamata se mantém os mesmos cabecilhas, eminências pardas, os chamados “pensadores” marxistas, bajuladores (ainda!!!) do Fidel e do Chavez, alimentando o movimento guerrilheiro MST, que, de repente pode ser-lhes útil para continuar a dominar as finanças do país.”
Não era necessário ter-se a bolinha de cristal nem ser cientista político para “adivinhar” que o jogo que se estava a preparar era esse mesmo.
Só que o eminente caixeiro viajante das grandes empresas brasileiras, o chamado “sapo barbudo – honoris causa”, (hoje assente numa “pequena” fortuna avaliada em mais de dois bilhões de reais – segundo as “más” línguas!) não previu que a sua comandada iria ter tão grande apreciação pública o que a levaria a recandidatar-se, e ganhar, a reeleição, prejudicando o pacto da alternância.
Aí os pensadores do Foro de São Paulo (associação de extrema esquerda fundada pelo sapo barbudo e seu fidelissimo comparsa cubano) reuniram-se e começaram a armar uma estratégia. Foi simples.
Com toda esta movimentação de rua e baderna, desmoralizar a dona presidenta (que aliás bem o merece) e preparar a volta triunfal do grande sebastião, o salvador da pátria doente! Rodeado pela alta camarilha marxista-oportunista corrupta, que o plano está a ser excutado com maestria, há que reconhecer.
Se até a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) parece estar sob a batuta do PT, o congresso totalmente desmoralizado, a corrupção continuando a correr solta como mosquito da dengue, não é dificil ver aparecer um messias, mesmo sabendo-se que esse salvador é o responsável número um pela calamidade a que se assiste e empurra o Brasil para o buraco.
É recomendável, para quem quiser tentar compreender um pouco mais de toda esta trama, ler o blog http://aluizioamorim.blogspot.com.br/ (não; não é meu parente, nem conhecido, mas é muito interessante).
Alternativas para este cenário? Poucas, mais ainda sabendo-se que o perdedor crônico, José Serra, está disposto a complicar todo e qualquer planejamento que alguém queira para fazer para segurar, e derrotar, os Ptralhas, os canalhas.
É assim.
Bem avisou o grande Papa Francisco aos jovens: “Não se deixem manipular!”
Mas a cultura, a tal instrução e cultura ainda vai demorar a chegar, e entretanto o campo continua aberto aos oportunistas. Aos espertos que tudo manipulam.


07/08/2013