quarta-feira, 27 de abril de 2011


A Questão Ortográfica

Muito se tem discutido, talvez mesmo verberado, sobre o últimos, e os penúltimos, acordos ortográficos da língua portuguesa.
Amáveis os subscritores do último acordo concluíram que, quem continuasse a escrever “à moda antiga” não errava, estaria somente usando termos arcaicos.
Todos nós continuamos a viver, tranquilamente, com uma boa porção de arcaísmos, mas com orgulho pela riqueza desta língua, de origem latina, grega, românica, árabe, celta, híndi, tupi, bantu, saxônica e até de lá das bandas caucasianas, e de mais não se sabe donde, certamente também dos berberes, antes deste se tornarem árabes.
Que maravilha de língua. Nenhuma outra no mundo tem a mesma riqueza, nem certamente a mesma imensa quantidade de sotaques: do Minho ao Algarve, da Amazonia ao Rio Grande do Sul, em Angola ao Norte e ao Sul, Moçambique, Timor, etc., etc.
Como continua muita gente a chorar pelo modo antigo, sem ganhar nada com isso, hoje temos o prazer de vos prestar um belo serviço, com um pequeno extrato das

“REGRAS
QUE ENSINAM A MANEIRA DE ESCREVER
E A ORTOGRAFIA DA LÍNGUA PORTUGUESA”.


Foram escritas por um português, filho de minhota e flamengo, professor de latim e português, copista da Torre do Tombo e, de duas viagens que fez ao Brasil, escreveu duas magníficas histórias deste magnífico país.
Chamou-se este ilustrado homem, nascido em Braga, Pero de Magalhães de Gandavo (referente ao pai que teria vindo de Gand) e, sem que conheça a data de nascimento (cerca de 1540 ?), faleceu em 1579.
Comecemos pelas “Regras”, de 1574, que devem esclarecer muito espírito crítico:

E as “Regras” continuam. Por elas se pode aprender a “não discutir” acordos ortográficos, para não sermos obrigados a voltar a escrever, por exemplo ortographia, defensam, hum, officina, meyo, Christão, etc.
Quem quiser ler, e imstruir-se, é só procurar o livro na Biblioteca Nacional de Portugal.

Outra das suas grandes obras é a

“HISTÓRIA DA PROVINCIA DE SANTA CRUZ
A QUE VULGARMENTE CHAMAMOS DE BRASIL”
dirigida ao muy Ilustre Dom Leomis Pereira
que foy de Malaca e das mais partes do Sul da India




É a primeira História do Brasil, uma delícia de se ler! Quem estiver interessado na edição última: Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2004.

27/04/2011


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