Escrito
em Maio de 2004
O
HUMANO E O
DIVINO
Desde o
princípio que há os que acreditam e os que se negam a acreditar. Através dos
tempos sempre apareceram uns quantos, metidos a intelectuais, que punham em
dúvida a simplicidade do Divino, chegando até a quererem, não a crerem, que no
princípio não existira Verbo, mas... mas... o que, então?
Dizia-se que o
comunismo ateu, quando, ferozmente, abria uma porta de argumentação contra a
religião, encontrava pela frente outras duas portas, fechadas. Batalhava,
argumentava, e por fim abria uma delas. À frente lá estavam mais duas, e assim
sucessivamente, sem nunca conseguir abri-las todas e “cientificamente” provar
algo que materializasse o Divino.
Como tudo isto
começou? Ninguém sabe. O Universo, dizem, há uns 15 a 18 bilhões de anos e a
Terra há 4 ou 5. Será? Lá vem a velha pergunta: e antes disso?
Houve muitos
materialistas ou humanizadores, entre eles Renan com o seu livro “A vida de
Cristo”. Surge agora um outro, já com milhões de exemplares vendidos que,
romanceando, vai deixando nos leitores a impressão de que, há dois mil anos,
pouco mais terá acontecido do que um simples “vento de verdade” e quase de
demagogia!
Como vende fácil
a falsidade, a maledicência, o obtuso! Como as pessoas gostam de se iludir,
procurando resposta para aquilo que os seus corações já conhecem mas a
sociedade teima em escarnecer! Porque pôr em dúvida a Verdade só porque é mais
fácil jogar a primeira pedra do que lutar por essa mesma Verdade?
Tem “profissionais”
da Igreja que a desacreditam. Tem, sim. Muitos, infelizmente. Mas esses são
simplesmente homens, fracos como qualquer de nós, que melhor fariam se tivessem
enveredado por qualquer outra profissão.
A verdade é que
a Verdade não depende dos outros. Depende unicamente de cada um, do modo como
olha para dentro de si e para os outros.
Alguns dos
chamados intelectuais gostam, uns, de a pôr em dúvida, pretendendo até com
argumentos chamados científicos, o que é por demais simples, negá-la, outros de
jogar com a incredulidade popular e enriquecer, baralhando as idéias daqueles
que se querem ver baralhados.
O cristianismo
atravessa uma fase difícil. Saímos há muito da sua primeira etapa: a caridade.
Foi preciso um ateu nos vir dizer que praticar a caridade é humilhar o seu
semelhante. Contraria São Paulo, mas os tempos de hoje são outros. Vivemos um
capitalismo selvagem em que se permite que alguns bilhões de seres humanos
vivam na mais absoluta miséria, para a seguir lhes acenarmos com dádivas de
sobras e os comprometermos com os nossos interesses político-econômicos.
Vendemos-lhes armas para que pratiquem os genocídios que entenderem atrás de
miragens de riquezas que sempre vão parar nas mãos dos gananciosos fabricantes
de morte.
Publicamos
livros sensacionalistas que pretendem negar o Divino, porque é isso que vende.
Permitimos que
se minta, se roube, se mate, se matem até inocentes ainda no ventre das mães
porque estas não perceberam ainda quanto de divino tem o ser-se Mãe.
Permitimos tudo
isto, porque é mais cômodo e financeiramente mais rentável, e continuamos a não
querer dar ouvidos àquilo que podia, se deixássemos, sair espontaneamente de
dentro de nós: o culto da Verdade.
A Verdade que
nos diz que somos todos irmãos, que podendo haver ricos e pobres nenhum irmão
deve ou pode viver na miséria, que em vez de assistirmos aos permanentes e
diários genocídios, devíamos andar sempre de bandeira branca nas mãos, que
enfim devíamos ser inocentes de espírito como são as crianças, puras. Quem mais
disse ou pratica isto?
Foi só
esta a mensagem que Alguém nos deixou, e que morreu para defender a Palavra da
Sua Verdade.
Não bastasse a
força desta mensagem há toda a história contada em quatro diferentes Evangelhos
que só deixa dúvidas a quem não quer ver, e sobretudo não quer comprometer-se.
Alhear-se e
negociar com a Verdade, é, infelizmente, humano. Comprometer-se até às últimas
consequências, isso sim, também é Divino. Essa é a diferença.
Rio, 9-mai-04
Seguindo sempre e fielmente seu blog. Um abraço do chimango Ismaelino Valente.
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