segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

 

Retrospectiva de 2020

e Pantaleão Pantoja 

É! 2020 foi um dos anos mais difíceis desde... talvez desde sempre.
Desde que o homem apareceu na Terra houve inúmeras catástrofes, guerras, epidemias, genocídios, pragas, etc., mas nada que se compare à universalidade desta epidemia.
Destruiu e continua a destruir economias, a matar muita gente e, mesmo com “vacina à vista” já se está a anunciar que diversas mutações têm aparecido, umas mais letais, outras que em vez de atingirem idosos preferem jovens na casa dos 20 anos, há até quem preveja que em vez de melhorar opinam que deve piorar, e que nova epidemia deverá chegar nos finais de 2021 ou 2022.
Se o objetivo era a redução da população mundial, a Covid não satisfez, e muitos países vão declinar em bancarrota e fome.
Além disso, quase isolados aqui no Rio de Janeiro, idade avançada, durante o ano chegaram notícias da perda de familiares e amigos, que, mesmo lá longe, ajudaram a derrubar ainda mais aquilo que deveria ser a “alegria de viver”.
Sobre política, que ocupa cada vez menos tempo as minhas meninges, o panorama mundial é um completo desastre.
A começar pelo Brasil que tendo conseguido safar-se do governo “mais corrupto do mundo”, cai, meio falido, nas mãos de um incompetente que ainda apanha com a pandemia que tem provocado uma profunda recessão, desemprego, violência e banditagem e ainda lidar com os “defensores do mundo” que se arrogam o direito de quererem gerir a Amazónia, região que sozinha ocupa uma área maior que a Europa toda!
Esses “defensores” que estão a colaborar com a Covid, fomentando a destruição da cultura e costumes dos seus países apoiando a invasão descontrolada de muçulmanos.
Depois assiste-se em Espanha a um crescendo bolchevista com um bando de energúmenos no governo, criando leis de desagregação, retirando a educação das crianças dos seus pais para serem “propriedade” do estado/governo, e em Portugal outro governo composto em sua maioria por um nepotismo jamais visto, bando de incompetentes e corruptos, com um presidente da República, se não conivente, ausente, um popularusco ridículo que vê o país a afundar-se abstendo-se, a rir, sem tomar qualquer decisão.
O governo permite festas do Partido Comunista, com uns milhares de idiotas amontoados, mas proíbe por exemplo a Missa do Galo, no Natal
E assim vai a Europa a transformar-se, sempre para pior.
A saúde (minha) teve os seus piripaques – carburador com gigleur meio entupido, bobine gasta passou a ter ignição química, carroceria enferrujada, suspenção com amortecedores de dimensões diferentes – mas tudo se concertou e consertou e agora deve durar um pouco mais sem muitas avarias. Assim se espera! Sem garantia.
 
Mas nem tudo foram situações ruins, difíceis.
Ganhei um novo amigo, o que considero uma dádiva, um outro que vive em Brasília veio ao Rio, almoçou conosco e deu-me um livro especial!
Eu que normalmente só me interesso por história, livros de grandes figuras como Confúcio, Lao Tsé, e semelhantes, recebo um de Mario Vargas Llosa, onde ele mesmo escreve que tinha querido escrever um capítulo da história do Peru, mas com situações tão inusitadas, que o faziam rir às gargalhadas, resolveu escrevê-lo para que todos se divertissem com ele. “Pantaleão e as Visitadoras”.
A história, verdadeira, ter-se-á passado nos anos 50, lá no interior da Amazónia peruana, onde estacionavam vários batalhões militares, das três forças, com vista a reforçarem as fronteiras com Equador, Bolívia e Brasil.
Milhares de militares, um calor sufocante, nada de entretenimento, pouco ou raro contato com índios, porque sempre dava confusão, quando a soldadesca tinha autorização para ir à cidade, Iquitos, entrava no primeiro bar ou comércio que lhe aparecesse e enchia a cara.
Alcoolizados agarravam qualquer mulher que lhes passasse ao alcance e “o atraso sexual” em que se encontravam, mais o calor equatorial e muito álcool que os excitava, traçavam todas as fêmeas que apareciam.
Não escapavam a não ser as que se aferrolhavam em casa. Um dia foi até a mulher e a cunhada do perfeito!
As reclamações dos escândalos choviam no Comando Militar na capital o que era uma vergonha comentada nos jornais e em todo o lado. Um desprestígio a que se devia por fim.
Como?
Os generais tomaram uma decisão. Chamaram um oficial dos serviços administrativos, impecável, eficiente, o capitão Pantaleão Pantoja e confiaram-lhe uma missão ultra secreta: montar um serviço de “visitadoras” – leia-se prostitutas – que fossem “visitar” os soldados nos aquartelamentos, a um preço módico, descontado no soldo de cada um.
O livro, escrito com passagens curiosíssimas é uma fuga à esmagadora publicidade que se faz da epidemia. O “sistema das visitadoras” funcionou a pleno contentamento dos beneficiados, mas um dia toda a organização militar, secreta, disfarçada, foi descoberta!
Escândalo nacional... também!
O livro, muito bem escrito, como seria de esperar, deu para o devorar em dois fins de tarde!
Não é um livro pornô, mas diversas vezes, sozinho a lê-lo, dei boas risadas.
Não direi que seja recomendável para toda a gente – por exemplo freirinhas e madres superioras – mas neste tempo difícil que estamos a viver é um agradável e diferente refrigério para a nossa cansada mioleira, isso é de certeza.
Todos os anos morre gente aos milhares, com doenças cardiovasculares, pulmonares e muitas outras e não se fala nisso. Este ano, cansados, cansados do uso de máscaras e do terror que espalharam, tem que se procurar algo alegre. Aí está uma sugestão.
 

02/jan/2021

4 comentários:

  1. Boa tarde: A propósito do "nas mãos de um incompetente" fui seguindo, da Europa e com informação mínima sobe o Brasil, os seus comentários sobre o Bolsonaro sobre quem eu não conhecendo nada tinha expectativa inicial positiva, pelo menos de que mudasse o clima de "facilitismo" anterior. Mas rápidamente vi que ele defraudaria a expectativa, acho que logo na sua tentativa de nomear o filho para embaixador nos EUA, um caso de prepotência 3o mundista e logo a seguir confirmado com as teorias estapafúrdias sobre o COVID (era tão fácil gerir isso, dizer eu escuto e sigo o que cientistas recomendam e e quando não há consenso entre eles ou há outras questões a ter em conta tenho de decidir seguindo os que me parecem mais lógicos ou critérios mais vastos, mas vamos iremos vendo, escutando, aprendendo e mudando quando necessário). Mas um tanto surpreendentemente fui vendo nos seus escritos que você parecia continuar a acreditar nele. Se se confirma a minha leitura de que mudou de opinião, já agora gostaria de saber qual foi a "gota de água"? Cumprimentos.

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  2. Meu Curioso Amigo
    Parece que de início estávamos ambos no mesmo "barco". Mas não tardou a meter água.
    De entrada acreditei, como muitos, que o Bolsonaro poderia dar um impulso a esta terra, com a vantagem de ter dado, se não, um basta, pelo menos uma folga de 4 anos à roubalheira esquerdista/bolchevista.
    Mas o dito Bolsonaro embriagou-se com o poder - porque jamais esqueceu que foi expulso do exército - e tem o grave defeito de não ouvir ninguém e ter o que se chama "boca routa": diz o que lhe vem à cabeça como se ser presidente da República, fosse o mesmo do que dizer gracinhas no boteco da esquina.
    Hoje está desacreditado e convencido que se vai reeleger.
    O problema é que não há, à vista, concorrente, a não ser os mesmos uns quantos profissionais do "pataca a ti pataca e meia a mim"!
    Portanto não foi uma "gota de água", foi esta constante chuva de incapacidades e verboseia que levou a descrer totalmente dele, mesmo não esquecendo que, por enquanto, nos libertou da maior roubalheira que se conheceu em todo o mundo, ultrapassando largamente os Zédus de Angola e Guiné Equatorial.
    Até quando? A ver vamos

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  3. Caro Francisco,
    Das conversas sobre politica e sobre doenças estou eu cheio. Já sobre obras como "Pantaleão e as visitadoras", isso sim me enche de interesse e vale conversar. Se não li todas os livros de Mario Vargas Llosa, li com certeza a sua maior parte. Escreve magistralmente e tem um pensamento com o qual me identifico. O livro que refere está entre os meus preferidos de sempre, li-o já duas vezes, e de cada vez que o leio arranca-me muitas risadas. Como diz não é para todos, mas é uma obra impar. Desde o zelo com que Pantaleão vai montando o seu "serviço" e toda a organização e logística que lhe está associada, passando pelos conflitos de interesse que vão emergindo ao longo da história e os jogos políticos e de poder que se desenrolam, tudo isso é descrito com uma ironia sem igual e com uma forma de escrever que não tem igual. Vale sem dúvida a leitura, e vale tanto mais nestes tempos, estranhos e negros, em que as piores loucuras ficcionadas por Orwell e outros como ele parecem estar a tornar-se realidade.
    Um abraço

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  4. Tio desejo-lhe também por aqui que 2021 nos traga um pouco mais de sossego. Fiquei curiosa com o livro vou ler bjs

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