Ortodoxia
= Poder
Já escrevi sobre este assunto, mas as transformações por que o mundo
está a passar, obrigam a meditar, muito, sobre a bestialidade, o uso da força,
militar, política ou financeira, e o uso, aliás abuso, da religião para os
mesmos fins, o poder.
Desde os primórdios da história (e da proto história) os que assumiam o mando
apoiavam uma religião, cujas manifestações sofisticavam ao máximo, para que ao
seu poder temporal fosse agregado o “divino” e assim melhor poderem controlar o
povo.
Mesmo na história da Índia, de que tanto se fala nos bramanes, como o
topo da escala social, parece terem sido os kshatryias,
os governantes ou chefes militares, que elevaram os bramanes, sacerdotes, ao
ponto mais alto, dando-lhes templos e dinheiro, obrigando-os a complicarem as
cerimónias para eles próprios se assegurarem no comando, tornando-se como que
divinos! Seiscentos anos a.C. os japoneses seguiram caminho semelhante fazendo
do culto primitivo Kami-no-michi um
instrumento de domínio político.
Através dos tempos todas as religiões passaram por
situações iguais, tendo-se visto até alguns papas formarem exércitos, imporem a
Inquisição, a ortodoxia judaica definir a conduta dum povo – e dos vizinhos –
quando se sabe que a maioria dos judeus, em todo o mundo, são liberais, e agora
o islamismo, mais feroz ainda do que no seu começo, cria interpretações cada
vez mais sofismadas do Corão, com a intenção única de dominar mais e mais
povos.
Espanta ver a imensa quantidade de jovens que, de
praticamente todos os países, se juntam ao terrorismo islâmico, onde já se
incluem oito portugueses e duas portuguesas (o que elas andarão por lá a
fazer?), e tornaram-se autênticas bestas-feras, cujo único objetivo é matar, e
com requintes que não se conheciam a não ser para se matarem galinhas!
Porquê, segundo informações, metade dos terroristas jihadistas
são oriundos de fora do médio oriente?
Porquê se assiste às levas de imigrantes de África à
procura dum “El-Dourado”, pagando pequenas fortunas para serem levados à
Europa, em condições de gado, qual o transporte de escravos nos séculos
vergonhosos da escravatura?
Porquê cresce o número de assaltos, roubos, greves,
insatisfação, sobretudo nas populações jovens, mais ainda nas imigrantes?
Será que o desemprego tem a ver com tudo isto? Parece
evidente.
Jovens, alguns com formação universitária, com imensa
dificuldade em encontrar trabalho. Desiludidos com o presente e descrentes no
futuro.
Desde sempre, no desespero, grande maioria procurava
algum consolo na religião, na oração, na paz que lhes ofereciam a meditação, as
igrejas, os mosteiros a vida religiosa.
Onde estão as vocações? Onde estão as igrejas cheias de
fiéis, a não ser as milagreiras evangélicas que até fazem, nalguns dias,
promoção de milagres?
Conventos são transformados em hoteis ou museus ou
abandonados à ruina, igrejas são vendidas e muitas transformadas em moradias,
outras invadidas por hyppies, o abstencionismo nas eleições de políticos é cada
vez maior, e tudo são demonstrações claras de que o mundo parece estar perdido
e, não só os jovens, ninguém acredita mais em ninguém.
Aumentam as vendas, mais que qualquer outra coisa, de
artigos de luxo exorbitante, iates para passear “clientes” e prostitutas que
comportam duas pistas de helicópteros e dois submarinos, carros cobertos de
ouro, relógios cravejados de diamantes, hoteis de cinco ou sete estrêlas
oferecendo suites de novecentos metros quadrados a um preço, por uma noite, que
daria para várias famílias viverem, bem, durante um ou mais anos!
O desiquilíbrio é cada vez mais evidente e ostensivo, e
os jovens se perguntam como sobreviver neste autêntico mundo cão.
O cinema, a tv, os jornais e as revistas dão cada vez
mais espaço a escândalos financeiros (veja-se agora o Brasil), à violência,
pornografia, mulheres que se expõem oferecidas, e não prometem mais do que uns
momentos de fuga ao mundo real.
Levantou-se a bandeira da homossexualidade como se fosse um
mérito ser homossexual, quando não mais do que uma condição de vida que nem
exposta deveria ser.
Destroi-se a família, abandonam-se os idosos,
comercializam-se vidas com a venda de esperma escolhido para que o filho tenha
olhos azuis ou verdes, pratica-se o aborto porque não se querem abster de
fantasias sexuais, e o indivíduo acaba por se sentir isolado, desprezado. Uma
peça numa engrenagem torturante, um número nos arquivos virtuais de empresas ou
governos, roubado da sua independência e dignidade.
Vão-se enganando com o uso de drogas, reconhecendo no seu
íntimo que são farrapos humanos, sentem-se imprestáveis, abandonados.
Surge o jihad. Promete-lhes aquelas bobagens de morrerem
como herois e terem um batalhão de virgens à espera deles nos tais elíseos
corânicos. As mulheres são contratadas para servirem sexualmente os “valentes
heróis” e, todos perdidos neste mundo de loucura, oferecem-se para a luta
terrorista onde se sentem John Waines da
vida, metralhadora na mão ou cinturão de explosivos, para se vingarem duma
sociedade que se lhes apresentou cada vez mais injusta e absurda.
Menos mortíferos, o mesmo se passa com os Black Bloks, ou com as permanentes greves
que assolam sobretudo o país mais “especializado” em movimentos sociais, a
França, no fundo todos lutando contra as desigualdades.
Os EUA sempre um país de racismo exacerbado, é um dos
principais “fornecedores” de jovens para o ISIS. Lá, os miseráveis que em “casa”
(?) eram tratados quase como lixo, sentem-se realizados com uma arma na mão, a
matar, simplesmente a matar quem quer que seja porque a sua vida passou de
miserável a “poderoso”!
E assim, por todo o mundo, os que se consideram escória
dum mundo bestial, procuram nas fileiras do terror alguma satisfação para o seu
ego destruído. E essa satisfação é tanto maior quanto mais matam e com mais
requintes de barbarie. E parecem nada sentirem, por incrível que pareça!
Os que sobreviverem vão de lá sair completamente
transtornados e nunca mais se vão encaixar nas suas anteriores comunidades. Nem
eles são capazes, nem as comunidades os querem.
Quanto tempo vai durar ainda toda esta situação?
Décadas de horror, de terror, medo, desiquilíbrio.
Tanto é o medo – e a covardia – que inspiram que,
voltando a França, este ano um desses amedrontados, ao abrigo duma lei de 1905,
que considera o Estado Francês laico, entrou com um processo no tribunal para a
que Mairie, creio que de Cannes, fosse obrigada e retirar da sua entrada um
presépio que ali era colocado desde... sempre. O tribunal deu ganho de causa ao
covarde. O maire comentou que qualquer dia obrigarão também a tirar as estrelas
que enfeitam e encimam as árvores e Natal, porque elas simbolizam o aviso aos
Magos, e a seguir só falta mesmo acabar com o Natal.
Depois trocam-se os pinheiros por cedros do Líbano, e
encimam-se as árvores com o crescente... verde.
É o que acontece quando as populações se acovardam.
Os terroristas irracionais ortodoxos aproveitam-se do
caos que reina pelo chamado Ocidente e...
08/12/2014
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