Natal
Todos os
anos temos que parar uns momentos, refletir, meditar, rebuscar no fundo da
memória as lembranças de todos os amigos, os que ainda estão entre nós e os já
que nos aguardam lá... onde quer que seja.
Junta-se
a família, ou só parte dela, muitos ausentes, longe, trocam-se uns presentinhos
que mais não significam do que “não me esqueci de você”, come-se o peru (apesar
de estar carissimo!) mas e sempre presente a sensação de que nos falta
algo, alguém.
Os bonitos cartõezinhos de B.F., que estão a
cair em desuso com a Internet, distribuem abraços e votos de um melhor ano, boa
saúde e disposição, vivem-se umas horas de ilusão, que cada um não quer
desperdiçar, sabendo no entanto que o próximo ano não vai ser melhor em coisa
alguma.
O pseudo-laicismo leva-nos a dar razão a Nietzsche quando disse “Deus está morto, somos nós os
seus assassinos”. E não nos podemos reabilitar?
Poucos celebram em primeiro lugar
o nascimento do Menino que nos trouxe a Boa Nova, raro haver momentos de
meditação coletiva para que cada um aprofunde o sentimento do verdadeiro Natal,
a maioria não saberá porque enfeita a árvore com uma estrêla no topo, porque o
que impera hoje é uma grande festa, leia-se farra do comércio por todo o mundo,
que aproveita a quadra para vender tudo a preços inflados porque... é Natal.
Esta deveria ser uma mensagem de
esperança, sobretudo de votos de muita paz, e se ela está a ser destruída por
esse mundo todo, que guardemos a paz interior, que só cada um consegue
encontrar quando a procura.
Assim mesmo vai um forte abraço
para todos, família, amigos e até para aqueles que nos consideram inimigos.
Talvez, talvez, se estes aceitarem o abraço alcançaremos mais depressa a tão
desejada PAZ.
Dezembro de 2014
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