quarta-feira, 25 de junho de 2014



Reduções e Bandeiras
Brasil – século XVII

Em março de 1549, chegaram ao Brasil os primeiros padres jesuítas que de depararam com enormes dificuldades em iniciarem o processo de catequização indígena em massa.
Não tardou muito a perceberem o interesse dos portugueses em escravizar os índios, e o modo de melhor os defenderem foi migrarem as missões para cidades interioranas. Além de ensinar a doutrina católica, os jesuítas iniciaram o trabalho de orientação agrícola para que vivessem independentes e afastados dos colonizadores portugueses.
Os índios, que viviam como nômades percorrendo grandes distâncias em busca do melhor lugar para ficarem, passaram a sedentários com o cultivo da terra, já que conseguiam alimentar tribos inteiras com o trabalho agrícola.
Entretanto, graças a isso, os colonizadores descobriam e mandavam prender e torturar grandes aldeias, que se chamaram às missões de “reduções”, na intenção de obterem mais escravos para negociarem.
A esses ataques de rapina humana passou a chamar-se “bandeiras”.
Na época em que Portugal e Espanha estavam governados por um mesmo rei, foi publicada a partir de 1607 uma série de decretos que protegiam as missões, dando-lhes total autonomia desde que houvesse ali um representante da Coroa. Ao mesmo tempo se proibiu o acesso de mestiços e negros, e se deram salvaguardas para os índios reduzidos a fim de que não pudessem ser capturados pelos encomenderos, os caçadores de escravos. O resultado dessas novas medidas foi que grande número de indígenas buscou proteção dentro das reduções, num período em que crescia aceleradamente a demanda por escravos, e os ataques ilegais aos aldeamentos também se multiplicavam. Calcula-se que somente na década de 1630 tenham sido mortos ou aprisionados cerca de 30 mil nativos na região do Paraguai. Em todas as reduções foram aldeados muitos indígenas, atingindo 10.000 almas a de São Cristóvão e em outras a 8 e 7 mil.
As reduções jesuíticas no território riograndense chamaram a aten­ção dos bandeirantes que viram nesses centros de população viveiros de indígenas propícios às suas caçadas.
Era, além disso, voz corrente na época, que o solo riograndense encerrava ricas minas de metais preciosos.
Para ali se dirigiu e penetrou a primeira bandeira paulista, em 1636, pelo «caminho marítimo», como dizem duas grandes autoridades nesse assunto.
A bandeira que penetrou no território riograndense era chefiada pelo famoso paulista António Raposo Tavares. Saíra de São Paulo em Janeiro, constituída por 120 paulistas e 1.000 tupis, tendo sido engrossada na sua travessia.                                                                 
Em Novembro penetrou no território que demandava e a 3 de Dezembro seguinte atacou a redução de Jesus Maria, onde penetrou triunfante, depois de seis horas de encarniçada e sangrenta luta. Os habitantes da redução, que orçavam em cerca de 10.000, retiraram-se em desordem.
Avançou em seguida para São Cristóvao, que foi abandonada pre­cipitadamente.
Aí retornaram os padres, à frente de grande número de neófitos, e travaram a 25 de Dezembro formidável combate com os bandeirantes. Estes obtiveram vitória no fim de cinco horas de luta, já ao cair da noite, de cujas sombras se aproveitaram os vencidos para hábil retirada.
Os governadores de Buenos Aires e do Paraguai negaram-se a socorrer os jesuítas e, por isso, estes, sem elementos para uma resistência eficaz, resolveram abandonar as povoações que haviam estabelecido nas margens do Jacuí e dos seus afluentes e foram-se localizar com os catecúmenos que puderam salvar, na mesopotâmia argentina (entre os rios Uruguai e Paraná).
Em Junho de 1637 já estava Raposo Tavares de regresso a São Paulo, com enorme botim e grande número de aborígenes apresados durante a sua aterradora incursão.
A segunda bandeira rumo ao Sul, foi a de Francisco Bueno que, saindo de São Paulo em começo de 1637, penetrou, em Maio, no território riograndense e em Dezembro atacou a redução de Santa Teresa, que ofereceu fraca resistência.
Os indígenas, pelo temor que tinham dos paulistas, preferiram fugir ou entregar-se, sem combater.
Daí marchou o chefe bandeirante para as reduções localizadas nas margens dos tributários orientais do Uruguai, atacando, no começo de 1638, Todos os Santos, São Carlos, Candelária, e São Nicolau, onde houve sangrento combate, o último dessa cruzada que obrigou os jesuítas a abandonarem todas as povoações do Noroeste riograndense, para, com os seus catecúmenos se localizarem, juntamente com os que abandonaram as do Jacuí, entre os rios Uruguai e Paraná, no actual território da Provín­cia de Comentes, na República Argentina.       
Uma parte desta bandeira voltou para São Paulo em fins de 1638 e a outra em começo de 1639, tendo, assim, permanecido nos sertões cerca de dois anos, em lutas contínuas com o homem e com a natureza.
Foi a bandeira de Francisco Bueno que anulou o poderio dos jesuí­tas e a posse espanhola na margem esquerda do Uruguai ou seja no terri­tório que havia de constituir mais tarde a Capitania de São Pedro.
Outras bandeiras penetraram no território riograndense no decurso do século XVII – entre elas a que teve como chefes Domingos Cordeiro e Pascoal Leite Pais. este irmão do Caçador de Esmeraldas e que foi derro­tado pelo cacique Nicolau Nienguirú, no combate travado em Caaçapa-guassú em 1639 onde morreu o padre Alfaro.
Este sacerdote, que era dotado de espírito combativo, vendo a indecisão e receio do governador paraguaio Pedro de Lugo, que procurava evitar combate com o inimigo à vista, enfrentou este, a cavalo, encora­jando os indígenas. Foi por essa ocasião atingido por uma bala no olho esquerdo e teve morte instantânea.
Esse acontecimento encheu de cólera os indígenas e, sob as ordens de Nienguirú, como feras raivosas, caíram sobre os bandeirantes e os des­troçaram completamente.
A bandeira de Jerónimo Pedroso, derrotada no Mbororé a 11 de Março de 1641, transitou pelo território riograndense, embora não fosse este o seu objectivo nem aí o seu campo de acção, como asseveram alguns historiadores, na suposição de que o Mbororé corre, como eles dizem, «no sertão sulino do Rio Grande».
Aquele arroio é tributário da margem direita do Uruguai. Aí foram, mais tarde, atacados pelos indígenas capitaneados pelos jesuítas.
As razias dos bandeirantes convenceram aos jesuítas de que lhes era impossível manterem-se no território da margem esquerda do Uruguai e, por isso, tomaram a resolução de abandonar essa região, levando os indígenas para as reduções na argentina.
O aborígene riograndense teve então oportunidade de revelar entra­nhado apego ao solo natal.
Tão forte era nele esse sentimento que, a despeito da obediência servil em que fora educado, desatendeu aos padres, recusando-se a segui-los, preferindo o cativeiro sob o domínio dos paulistas ou o retorno às selvas, ao abandono da terra em que nascera e vivia.
Este sentimento tão altamente revelado e que tanto impressionou. os padres foi por estes explorado mais tarde, para se oporem ao tratado de 1750, originando esse procedimento a guerra guaranítica.
Foi um espectáculo impressionante e selvagem o abandono daquele território: as povoações foram incendiadas pelos próprios habitantes que, em seguida, dirigidos pelos padres, iniciaram a retirada, tardos, tristonhos, chorosos, como um rebanho tangido pelos padres.
Muitos se desgarraram durante a marcha e se internaram nos matos, onde foram respirar desafogados e satisfeitos, pela liberdade e pela alegria de ficarem.
Outros levaram a desobediência até ao sacrilégio, como aconteceu. com os que eram conduzidos pelo padre Alfaro, que chegaram ao ponto de quebrar o altar portátil deste sacerdote.
Um tuxava da redução de São José ameaçou de morte o padre Cataldino, que se prostrou de joelhos, entregando-se ao golpe que o cacique não quis desferir, impressionado com aquela atitude ou condoído da humildade.
Os que maior resistência ofereceram ao abandono da terra natal foram os da Província do Tape.
Foi uma luta tenaz e hercúlea a dos jesuítas durante esta emigração e, a despeito da energia inquebrantável, da coragem inexcedível, da grande ascendência que tinham sobre os indígenas, poucos, relativamente ao nú­mero de aldeados, foram os que chegaram à margem direita do Uruguai.
A maioria ficou no território natal, refugiada, dos padres e dos ban­deirantes.
Aí retornaram os jesuítas, durante alguns anos, com o seu notável e jamais igualado poder de persuasão, a fim de convencerem os recalci­trantes ao abandono da terra natal.
O resultado dessa tenacidade sem par, não foi nulo - mas não cor­respondeu ao esforço empregado.             
O apego do aborígene à terra do nascimento obrigou os jesuítas a transportarem-se novamente para a margem esquerda do Uruguai.
Aí fundaram, a partir de 1687, os sete povos de Missões, onde desen­volveram notável progresso industrial e agrícola, com a utilização do braço indígena.
Foi adoptada uma planta única para todas as reduções: uma praça quadrada, com 250 metros em cada face. A frente ficava para o Norte. Na face do Sul erguia-se o templo, sumptuoso, de 3 ou 5 naves, ficando a entrada voltada para a parte interna da praça.
O templo era ladeado pelo cemitério e pelo Colégio, onde residiam os padres e ao seu lado estavam as oficinas, os asilos, a sala de música e os depósitos. Ao fundo, abrangendo em largura as repartições mencionadas, ficava a horta.
Do lado oposto, isto é: no alinhamento do cemitério, ou seja na face de leste, fica­vam: o hospital, a cadeia e o quartel. Tanto na face da entrada da praça como nas que lhe eram laterais ficavam os alojamentos dos indígenas, com amplas salas sem repartições, destinadas às famílias, que aí dormiam e preparavam os seus alimentos.
As reduções eram constituídas por seis, doze e até mais quadras ou quarteirões paralelos, com diversas ruas.
Os quarteirões eram de cem metros de frente por quinze de fundo. Tinham duas frentes e em cada uma destas vinte salas, com uma porta e uma janela. Essas salas eram separadas no sentido longitudinal por uma parede de um metro de espessura, onde assentava a cumieira. Os quartei­rões eram circundados por alpendre. Os edifícios eram cobertos de telha.
Na sede das estâncias de cada redução havia pequenos ranchos para o alojamento do pessoal aí destacado. Todas as estâncias tinham a sua capela, construída de pedra e coberta de telha.
Nas reduções, antes de clarear o dia, rufavam-se os tambores para dispertar os indígenas, mas somente uma hora depois lhes era permitido deixarem o leito. Fazia-se isso em observância aos preceitos que Tomás Campanella julgava necessários para o aperfeiçoamento da raça!
Ao ser tangido, porém, o sino grande do campanário, todos se levan­tavam para as suas orações matinais e iam depois tomar o primeiro alimen­to, isto é, o mate e em seguida fumar.
Às 7 horas no verão, e às 8 no inverno, todos principiavam a traba­lhar: os artífices nas diversas oficinas, sendo as mulheres nos teares.
Os trabalhadores agrícolas reuniam-se em frente à igreja e daí partiam encorporados para a lavoura, conduzindo em andor a imagem de Santo Izidro - o padroeiro dos agricultores.
O regresso e o retorno eram também feitos em procissão. Ao meio dia todos almoçavam nas suas casas. Finda a refeição retornavam ao trabalho, até ao pôr do Sol.
Cada casal dispunha de pequeno trecho de terra onde trabalhava para si dois dias na semana.
A sobra do fruto que aí colhia, não podia vendê-la - era trocada com seus irmãos de raça ou recolhida aos depósitos da redução.
Os indígenas sob o domínio dos jesuítas não possuíam dinheiro.
Depois do toque de silêncio na redução, às 8 horas no inverno, e às 9 no verão, não era permitido o trânsito pelas ruas e ninguém saía dos seus dormitórios.
É longa e triste a história destas reduções e das bandeiras. Todo o magnífico trabalho dos missionários terminou quando foram expulsos da colônia portuguesa do Brasil em 1759 através de um decreto do Marquês de Pombal.

N.- Texto recolhido do trabalho “A Capitania de São Paulo” do escritor, historiador e general brasileiro Emílio Fernandes de Sousa Docca (1884-1945) 

22/06/2014


quarta-feira, 18 de junho de 2014





Relações Norte Sul
Rainhas de Portugal
os Dhugail e os Fingail

De vez em quando uma viagem pela história luso-árabe-viking, mesmo parecendo atrevimento por parte dum não pesquisador ou professor, não faz mal a ninguém, e terá no mínimo uma vantagem: se alguém discordar e sobretudo comentar, todos os que lerem essa “polémica” mais informados ficam.
Os chamados Homens do Norte, os vikings, começam a expandir-se no século VIII, navegando nos seus magníficos barcos  “drakkars” - dragão - invadem e ocupam a Islândia, Irlanda, Escócia, Inglaterra, Bretanha na França, além da expansão para leste onde formaram o primeiro estado russo.
Era uma “turma da pesada”, sabe-se que chegaram até à Groelândia e muito possivelmente ao Canadá, e para sul às Asturias, Galiza, Portugal (de hoje), à Espanha muçulmana, Baleares, Sicília, Grécia e até ao Líbano e Palestina.
   A cristianização dos escandinavos começa quando o rei Harald Klak Halfdansson (c. 785 – c. 852) da Jutlândia – Dinamarca e parte sul da atual Suécia, rei dos dhugail – se sente ameaçado e pede proteção a Luis I, o Piedoso (778-840), rei da Aquitânia desde 813, mas é Olavo Tryggvason, rei da Noruega de 995 até 1000, bisneto de Haroldo, primeiro rei da Noruega, rei dos fingail, quem teve um papel importante na conversão dos vikings ao cristianismo. Antes do cristianismo adoravam Odin, Thor e outros.
 Quando começam a expansão para sul encontram pelo caminho duas religiões monoteístas bem estabelecidas, a cristã e a islâmica, mas o respeito pelos cristãos era bastante “frágil”!
Cerca de 844 chegam à costa da Galiza que começam a saquear. Ramiro I (o meu antepassado muito estimado!) reune um exército, corre com eles, que entram nos barcos e seguem para o sul. Quando passam por Lisboa saqueam a região, conforme carta de Wahballâh ibn-Hazun, governador de Lisboa, avisando todos os governadores  muçulmanos a prepararem a defesa; “ali tinham passado cinquenta e quatro navios e outras tantas barcaças, o mar parecia cheio de aves vermelhas”! Eram as cores das velas dos drakkars.

 Em todo o Oeste ninguém conseguia opor-se-lhes. Era inimigo duma bravura pouco comum!
Os melhores relatos dos ataques dos vikings à Península foram deixados pelos árabes. O mais antigo, de Ibn al-Koutia, do século X, cujo nome significa filho de Godo, nascido na Andaluzia,
descendente de Sara, filha de Witiza, que casou com um escravo forro do Califa Omar II de
Damasco, foi o maior filólogo da Espanha. Seu nome completo Abu-Bekr Mohammed ibn-Omar ibn Abdo’l-aziz, faleceu em Córdova em 367 (989 da era cristã).
Deixou-nos o relato da primeira das invasões dos normandos a quem chamavam Madjous.
“Abd ar-Rahman (também meu estimado antepassado!) mandou construir a grande mesquita de Sevilha e reconstruiu as muralhas desta cidade destruidas pelo ataque dos Madjous em 844. A chegada destes bárbaros semeou o terror entre os habitantes que fugiram para as montanhas. Adb ar-Rahman teve que pedir auxílio a todos os vizires que se uniram e foram emboscar os invasores na vila Quintos Maãfir (Maãfir, o nome de uma tribu árabe que se apossou da antiga vila Quintos, perto de Sevilha). Puseram um vigia na torre da antiga igreja com um molho de lenha, para avisar quando o inimigo passasse. Deixaram passar os infiéis polígamos e atacaram-nos pelas costas de modo que lhes impediu a retirada e mataram 16.000.” (É evidente o gosto dos árabes no exagero das vítimas das guerras, e aqui haverá, no mínimo um zero a mais!)
Todo o tempo que estiveram à volta de Sevilha foi de cerca de quatorze dias, quando, depois de perderem muita gente foram embora, apesar de estarem constantemente a receber reforços.
Os Madjous saíram de Sevilha, voltaram por Lisboa sem mais ataques e sumiram.
Abd ar-Rahman a seguir mandou construir em Sevilha um arsenal para construção de navios, contratou marinheiros em toda a costa da Andaluzia e a todos forneceu “máquinas de guerra” e nafta. Quando os Madjous voltaram, quatro a cinco anos depois, foram batidos e perderam vários navios que foram queimados.
Durante bastante tempo os vikings deixaram a Espanha em paz. Até 1014, quando o jovem príncipe Olaf Haraldsson por espírito de aventura (e pilhagem) voltou a assolar a costa da França, Astúrias, Galiza, onde destruiu Tuy, e a costa do Mediterrâneo, sempre à procura de ricos espólios. Mais tarde Olaf tornou-se rei da Noruega, foi beatificado em 1031 três anos pós a sua morte e canonisado em 1164 pelo Papa Alexandre III. Recebeu ainda o título de Rex Perpetuus Norvegiae.
Mais cem anos se passam e agora é o jovem rei Sigurd I, que em 1107 sai de Bergen para a Terra Santa com 60 drakkars levando 10.000 homens. Desta vez não foi pela pilhagem mas à procura de glória pessoal!
Pouco depois Portugal torna-se um reino independente e, como em todo o lado, o primogénito é o príncipe herdeiro e os outros tinham que ir à vida, como fez o terceiro filho de Sancho I, Fernando, que se tornou Conde da Flandres quando, em 1211, casou com Joana da Flandres, filha mais velha e herdeira de Balduíno I, Imperador Latino de Constantinopla e Conde da Flandres.
Este Dom Fernando foi peça importante no jogo de interesses da França e Inglaterra sobre as Flandres e um nobre conhecido lá pelas terras do Norte.
Waldemar II, rei da Dinamarca enviuvara da sua primeira mulher Margreta Dankmar, Princesa da Bohémia, filha de Przenihl-Ottocar I, rei da Boémia, em 1212 e, certamente por influência do Infante Dom Fernando, voltou a casar com a irmã mais nova deste, Berengária, em Maio de 1214. Tem-se como provavel que esta Infanta estaria a viver em casa do irmão.
Deste casamento nasceram três filhos que todos foram reis da Dinamarca, e uma filha.
Talvez porque a primeira mulher do rei Waldemar II fosse simpática, a nova rainha portuguesa, que morre muito nova, em 1221, deixou mau nome, tanto que ainda hoje o seu nome, Bengierd, em dinamarquês, é sinónimo de mulher má! A má fama vem pela superstição da série “negra” da família.
Começa quando, já morta a rainha, o rei Waldemar II é feito prisioneiro e entrega o trono ao único filho do primeiro casamento, Waldemar III, que casou com uma sobrinha de Berengária, Leonor, filha do rei Afonso II de Portugal. O casamento durou somente dois anos; a rainha Leonor morre dando à luz, em Agosto de 1231, e a criança teve vida curta. Pouco tempo depois, em Novembro do mesmo ano, Valdemar III morre, acidentalmente atingido por uma flecha enquanto caçava.
Com a morte do pai, assume o trono o filho mais velho de Berengária, Erik V, que em lutas pelo trono com o irmão Abel, é por este feito prisioneiro e assassinado. Abel morre dois anos depois durante uma revolta dos frísios na Dinamarca. O trono passa ao mais novo, Cristovão I, que vive em constante luta com o clero e parece ter sido envenenado.
Com tanta desgraça, razão teve Shakespeare quando escreveu tem algo de podre no reino da Dinamarca! (Será que Hamlet é inspirado nesta família?)
E a culpa desta saga, estupidamente assumida em trovas impressas no final do século XVI, é atribuida à rainha portuguesa! E ainda se devem queixar do “azar” da segunda rainha, Leonor, também portuguesa, ter morrido com dois anos de casamento sem deixar herdeiro.
O que se consegue apurar é que, segundo antropólogos que abriram o seu túmulo sete séculos depois, Dona Berengária era uma mulher linda. “O esqueleto de Berengária assim como a sua caveira são de linhas nobres e belas, donde se deduz que esta princesa deve ter sido raramente formosa e de corpo escultural. Ao lado da caveira estavam duas tranças fartas que atualmente se conservam entre duas chapas de cristal no Museu da Igreja dos Waldemares, em Ringsted, que em 1915 inspiraram o poeta Waldemar Rordam:

Neste escrínio de cristal, repousam cabelos de mulher
Separados da minha mão, unicamente pelo vidro.
Ali jaz uma trança farta, espantosamente conservada
Das trevas da morte e da poeira de 700 anos.
Está frágil e desbotada, no seu entrançado,
Com esta trança, o rei Waldemar brincou.
Nas ondulações desta trança enroscou-se
A felicidade da Dinamarca.
Sustentámos batalhas gigantescas
As nossas vitórias caíram, quais frutos corridos
Pela traição dos duques, e discórdia fraternal.

Na época, o nome das rainhas de Portugal, seria ser lembrado com admiração, o que deve ter levado a princesa Cristina da Noruega, filha do rei Hakon IV, a empreender em 1256 uma viagem, “acompanhada de cento e vinte pessoas, muitas damas da nobreza e um grande dote de ouro, prata e peles brancas e cinzentas”, para ir casar-se com um dos irmãos do rei Afonso X de Leão e Castela.
Escolheu Filipe, vinte e cinco anos, arcebispo de Sevilha que entrega o arcebispado ao irmão Sancho, promete à noiva construir uma igreja dedicada a Santo Olaf e casam em 1257.

Notas
1.- Se alguém for à Dinamarca deve visitar a Igreja dos Beneditinos em Ringsted, onde estão sepultadas as duas rainhas e seus maridos.
2.- Ramiro II e Adb ar-Rahman foram mesmo meus antepassados!


12/06/2014

domingo, 15 de junho de 2014



Incursões, Capitalismo, Revoluções

Muitos comentários têm aparecido sobre o livro – grande livro, em todos os sentidos – do Mestre Thomas Piketty. Porque não meter eu também a minha foice em seara alheia? Uma incursãosinha!
Há muito tempo, ignorante em “economia”, venho desgastando as meninges e complacência atirando-me quixotescamente sobre a absurda concentração de riqueza que continua a crescer de forma quase exponencial.
Como não parece haver a curto prazo solução para as desigualidades e equilíbrio entre as gentes, pelo contrário, a minha bola de cristal só consegue ver para isso uma revolução.
Nada de revoluçõesinhas tipo a dos capitãesinhos de Abril, pinochices, e outras que tais, porque se a primeira trouxe liberdade de expressão, essa tão almejada liberdade levou o país à bancarrota, enquanto a pinochice fez exatamente o oposto, tapou as goelas aos chamados democratas libertários mas fez o país crescer, e em ambas as situações a concentração de riqueza não fez se não aumentar.
Já disse, escrevi e repito que o comunismo é uma fábula. O único admirável é o de Cristo, mas vê-se bem que Jesus era filho de Deus e parecia não conhecer a ganância dos homens que, agora mais do que nunca, caminham numa velocidade sideral rumo à destruição do planeta e, óbvio, da humanidade.
É o homem, hoje, a espécie mais ameaçada de extinção.
No entanto a história mostra que houve duas revoluções que mudaram, por algum tempo, o curso dessa ferocidade financeira: a francesa e a bolchevista.
O problema é que passados alguns anos tudo voltava à mesma. A primeira começa com o Terror, e a ruína ainda maior dos mais pobres e surge depois com o chamado estado social, de tendência galopante para a falência. A bolchevique foi uma outra piada desgracenta, tipo “A Revolução dos Bichos”, que trocou um czar e inúmeros duques e por tiranos e gangsteres, que só se preocuparam com eles e com material de guerra. Não foi isso que Marx desejou.
Mas as duas se aconteceram devido à estagnação e empobrecimento das gentes trabalhadoras e ao progresso da renda financeira.
Assistir nos dias de hoje ao surgimento constante de milhares de bilionários – só em 2013 alcançaram essa posição mais dois milhões e meio de indivíduos, quase sete mil por dia! – a sugarem nas carcaças largadas pelos sovietes ou pelo PC chinês, a esmagarem os trabalhadores, ao enriquecimento astronómico dos Warrens Buffets, Zukerbergs e quejandos, aos salários mais do que absurdos dos jogadores de futebol, basquete, golf, dos artistas de cinema e dos cantores de funk, ao acúmulo de capital dos Quatars e comparsas, aos milhares de políticos com enriquecimentos mais do que ilícitos, é uma afronta ao sentido de humanidade. A maioria deles a viver de renda e especulação financeira ou imobiliária.
A Europa finge que está a sair da crise e o que se assiste, sobretudo na França, que tem a vantagem de ser mais transparente, é a um declínio permanente da sua economia. Num dia fecha uma fábrica, no outro tem greves a exigirem mais do governo, e no topo da cadeia das empresas, tanto estatais como privadas, os salários chegam a ser centenas de vezes superiores ao da média dos trabalhadores.
O preço dos imóveis e de alugueis já está proibitivo para quem começa a vida fora das saias dos papás. Ainda lembro que quando casei me avisaram que não devia pagar pelo aluguer mais do que 1/6 do meu salário para manter as finanças equilibradas, e consegui até, uma casa boa, que não foi além de 1/5. Há sessenta anos. Onde se vê isso hoje? Não vê.
Os jovens agarram-se a esperanças ilusórias. Uma delas é deixar de andar de carro porque o combustível está carissimo e passar a andar de bicicleta. Outra é o interior, o seu sossego, ar puro e algumas outras quimeras. O trabalho agrícola. Mas raros são os que conseguem sobreviver. Para a agricultura o início está em pesados investimentos e o rendimento dificilmente dá para pagar os juros, fora o principal. Com a perspectiva do aumento de consumo de alimentos no mundo o preço das terras começou a subir, alcançando valores absurdos que os agricultores sabem que não podem acompanhar. Os compradores vêm do médio oriente, da Rússia, da China, invadem África, Europa e perturbam até o Canadá. A Ucrânia e Bulgária venderam imensas áreas agrícolas e o preço do imobiliário não pára de subir.
Esta espiral inflacionária não pára nunca. Não pára porque seria necessária toda uma nova reorganização das contribuições sociais, a eliminação dos paraísos fiscais, o equilíbrio dos impostos.
Comecem por perguntar à City de Londres porque não quer entrar num esquema desses. É lá que corre o dinheiro, de onde saem os políticos que fazem as leis. Idem nos Estados Unidos, com o Fed e o Reserve Bank, instituições privadas, e com os bilionários parlamentares republicanos que dominam o país.
Podem perguntar a qualquer país do mundo, ao Brasil, Angola, Nigéria, Rússia, aos árabes e aos chineses, a quem quiserem, porque quem está por cima jamais aceita ficar ao lado.
Todos sabemos que para distribuir é preciso ganhar. Mas jamais acumular para comprar iates de um bilhão de dólares para passear prostitutas e corruptos.
Como diz Piketty, os proprietários das terras e do petróleo podem acumular créditos importantes junto à população, que acaba por perder tudo, inclusivé as bicicletas!
Solução a prazo curto não existe. Mas tanto a humanidade vai ser esmagada que um dia se revolta. Será uma nova Revolução Francesa, com o Terror a destruir esses sugadores e seus incalculáveis patrimónios, e o mundo a ficar durante uns quantos anos na maior miséria para tentar renascer novo.
Renascer de novo com a mesma espécie? Nem os porcos de Orwell conseguiram.
Só há um caminho, teórico, com duas recomendações:
- reconhecer igualdade no Outro, seja ele quem for;
- e seguir, com rigor, a recomendação de Marx: “Trabalhadores de todo o mundo uni-vos.”
Duas situações que a humanidade ainda não está preparada para assumir, primeiro porque milionário pretende continuar a explorar os outros, depois quer seja pelo racismo, ou desprezo pelas mulheres nos países muçulmanos e até na Índia, e ainda porque, mesmo sabendo que só a união faz a força, unir os trabalhadores de TODO o mundo, nem sonho chega a ser.
A crise de 2008 que alguns ingénuos, como eu, chegaram a pensar que ia abrir as portas para caminhar para a igualdade, abriu as comportas para o acúmulo da riqueza privada e para se alcançar um número aterrorizante: 40 milhões de desempregados!
Para ajudar a destruir o planeta mais rapidamente, temos agora a exploração de petróleo nas areias betuminosas que vai esterilizar milhões de hectares de terras, e o gaz de xisto que deverá ter efeito semelhante ou explosivo para as populações circundantes.
A corrupção grassa paralelamente, em todo o mundo, para níveis jamais sequer pensados.
Com todo este quadro haverá alguém que acredite na sobrevivência, digna, da espécia humana?


13/06/2014 – Dia de Santo António cuja “especialidade” não é salvar o mundo, mas encontrar objetos perdidos e noivos para se casarem!

segunda-feira, 9 de junho de 2014




Não se espantem!

Realmente está difícil alguém não se espantar ao ver “a banda passar”! Por isso, mesmo que me retraia a escrever sobre política, não é possível segurar!
- Enquanto na Índia 1.250.000 jovens entram anualmente os anos nos cursos de engenharia, e parece que todos são de boa qualidade, no Brasil entram 220.000 (a proporção com a população está certa) mas aqui, terminam só cerca de 20% e destes ainda, cerca de 25% por cento acabam com um canudo de faculdades de 8ª categoria e, por serem completamente inaptos não encontram mercado de trabalho... a não ser se forem filiados aos ptralhas.
- Como se sabe a Segurança social está falida em todo o mundo, aqui também. Está calculado que um país, para ter crescimento “0” – zero – precisa de 2,11 nascimentos por casal. O Brasil está com 1,8, o que significa que daqui a 15 ou 20 anos não há quem pague aos aposentados. Entretanto empurra-se com a barriga.
- O juro básico, que o banco central vem aumentando para, diz ele, conter a inflação, continua o mais alto do mundo. E a inflação? Tipo Argentina: o desgoverno diz que está em 6,3%, e também diz que deve aumentar, mas economistas independentes calculam que esteja já acima de 8%.
- Nos últimos quatro anos o Brasil perdeu, em “Competitividade” 16 posições no ranking. Só tem atrás a Grécia, Argentina, Croácia, Bulgária, Eslovenia e Venezuela.
- As contas externas estão, haja Deus, maravilhosas: a pior situação da história, com um déficit atual de US$ 33,4 bilhões, ou como dizem na “terrinha” 33,4 mil milhões.
- Continua a falar-se da Síria: 150.000 mil mortos em três anos. Um horror, mas ficou em segundo lugar: o Brasil está com uma média de 56.770 assassinatos por anos que lhe confere o top com 170.000.
- A madama dona presidentA, há tempos anunciou aos sete ventos que iriamos ter 668 parques federais para os visitantes poderem admirar! Maravilha. 668! Até hoje foram concluíidos 0,15% do apregoado, isto é dez – 10. Beleza, né?
- Mas não há crise! Vem agora a Copa do Mundo, e quem vai fazer a festa do encerramento são os russos! Entre torcedores, jogadores e sua equipa e mais os artistas para a festa, chegarão da Rússia 2.500 visitantes! Parte contratada para fazer a festa da Copa! Pode?
Pode.
- Com as greves-badernas, pré Copa, foram queimados, em dois dias, 708 ônibus!
- Mas venham à Copa. Isto aqui é muito divertido (do jornal de 29/05/2014) :



E não há preocupação com segurança: a Marinha vai instalar um lança mísseis em cima dum prédio perto do Maracanã. Pensam que é mentira? Leiam os jornais do Brasil. A melhor maneira de combater as ameaças nucleares do minino king kong e do filho da Putina!!!
Tem mais:
- Saiu o cálculo do PIB do primeiro trimestre: crescimento de 0,2%! Mas o desgoverno aumentou as suas despesas em 0,7%, as exportações caíram 3,3%, os investimentos, idem, 2,2% e a industria, ibidem, com taxa negativa pela terceira vez consecutiva. Em Agosto de 2013 o ilustrérrimo ministro da fazenda declarou: “Em 2014  todo mundo vai poder exportar mais, ter saldos melhores e, com isso, poderemos alcançar 4% de crescimento”. Lindão.
A previsão agora é, com boa vontade, de... 1%. A Índia... cresceu 4,6%.
- A madama presidentA publicou um decreto que é uma joia rara: cópia, atrasada, do sistema bolchevique! Reza: Todos os orgãos da União – do des-governo federal – antes de tomarem uma decisão importante terão que fazer uma consulta popular!!!
Como imagina que continuará, eternamente, a ter a maioria dos votos, irá criar a censura aos orgãos de informação, um principais objetivos ptistas desde o início desta nefasta era.
- Enquato preparam este ataque à liberdade, o pt criou a sua jihad cibernética: na internet – Facebook, sites, blogs, etc. – são constantes os ataques a adversários políticos, criando falsos curriculos, mentiras descaradas, uma baderna total.
- Além disso o ministro do supremo tribunal federal, ainda na presidência, Joaquim Barbosa, admirado por todo (quase) o brasileiro, acaba de anunciar que vai se aposentar no próximo mês. Como foi firme em condenar a gatunagem do alto escalão, tem recebido constantes ameaças de morte, não só pela internet como até através do telefone! A jihad ptista aprendeu rápido com os extremistas espalhados pelo mundo.
- A preocupação, agora é com o Mestre Machado de Assis “traduzido” para os ignorantes em linguagem “moderna”, ortobronca. A prova é que acaba de sair uma ordem des-governista que é uma delícia de gramática: “Durante a Copa ficam proibidas as greves ilegais!” Até que enfim: proibir o ilegal.
Será que alguém em Brasília saberá o que é um oxímoro? Desgovernar no governo!

26/05/2014


segunda-feira, 2 de junho de 2014




Ortográfico...ou Ortobronco?


A crítica moderna confere a Machado de Assis o título de melhor escritor brasileiro de todos os tempos, e sua obra é vista como de fundamental importância para as universidades e a vida acadêmica em geral no país.
Agora, crâneos obtusos do des-governo brasiliense querem “facilitar” a escrita do mestre!
Trocam-se palavras como “indivíduo” por “o cara”, “amigo” por “brô” e outras facilidades para a juventude... APRENDER e COMPREENDER a obra do Mestre!
Dá pra acreditar? Ler Machado de Assis, e porque não, em ritmo de funk? Que tal?
É evidente que é uma jogada dupla:
- primeiro imprimem-se milhares e milhares de livros a custo n3 permitindo dividir o excedente do custo normal pelo partido e pelo inúmeros bolsos ávidos de mais, mais, mais... além de se pagar uma violenta grana à genealidade do tradutora.
- depois para que a analfabetagem do des-governo consiga, mais ou menos, entender a língua portuguesa, já que no seio dos petralhas o dicionário é curto, só tem duas palavras: ROUBAR, ROUBAR  MAIS.
Razão tem o ex-atual-presidente quando disse: “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”! Nem Séneca foi capaz de ir tão longe.
Como é consenso admitir que o “pai” da língua portuguesa foi Luis de Camões, sugiro também que se “facilite a sua leitura” à ignorância governativa, “traduzindo” para os cretinos, os cânticos de “Os Lusíadas”, mudando também o título para “Os ptíadas”, em edição exclusiva para as classes brasílicas mais desfavorecidas, para algo assim:

As armas dos barões* tão viciados
Que dos acidentados morros nos comandam
Por bairros nunca, jamais, dominados,
Ganharam muito além dos que governam
Em perigos e guerras aos políticosa ligados
Mais do que permitia a muita grana.
E entre gente perdida edificaram
Novas bocas** que nada lhes custaram.

E também as memórias desastrosas
Da canalha que os bolsos foram dilatando
Com Mensalão, Petrobras e outras mãos baixas generosas
Que nesta terra andaram devastando
São aqueles que por obras vergonhosas
Se vão das mãos da justiça libertando.
Cantarei e espalharei por toda a parte
Que os caras têm mesmo engenho e arte.

Cessem da dilminha e do lulano
As demagogias grandes que fizeram
Cale-se dirceuzinho e valeriano
A fama das roubalheiras que pilharam;
Que eu canto os peitos moles da fosteriana
Que a todos os babacas enganaram.
Cesse tudo o que a lula antiga canta
Que o Barbosa ético se alevanta.
* - Os barões, aqui, são “os barões das drogas”, os grandes traficantes;
** - Boca, no Brasil são os pontos de venda de drogas, “bocas de fumo”.

Também se deve prestar o mesmo tipo de homenagem ao imenso poeta que foi Gonçalves Dias que, se não morre a bordo e tem conseguido regressar ao Brasil, teria escrito o poema:

Minha terra tem ladroeiras
Cortando o canto ao sabiá.
As aves que aqui nos roubam
Roubam muito mais estando lá. *

Nosso céu tem tantas estrelas
Nossas garotas são com’as flores
 Mas nas nossas florestas
 Destroie-se que nem uns estupores

Em pensar, sozinho, à noite
Vejo tanta vergonha por cá!
 Minha terra tem ladroeiras
Onde já nem canta o sabiá

Minha terra tem primores
Na farsa como só cá
Em pensar, sozinho, à noite

Vejo tanta vergonha por cá
Minha terra tem ladroeiras

Onde já nem canta o sabiá.

 
Não permita Deus que eu morra
Sem que os derrube já,
Sem que destrua os estupores,

Todos que se encontram cá,
Sem que acabem as ladroeiras

E logo cantem os sabiás.
* - Na governança

Vou mandar cópia deste aprofundado estudo a sua magestade a dona Elizabeth II para ela ordene a reescrita de Shakespeare para uma linguagem tipo cockney, e possivelmente para Espanha, França, Alemanha, Itália, etc., que, pelo progresso da cultura, devem seguir o sublime exemplo do país do “faz de conta” e facilitarem (nem sei o que isto quer dizer) a leitura de:
- de Shakespeare, em vez de Richard III chamar-se-ia Ricardo I o lewandowsky, (conhecido juiz defensor da canalha e orador eleito nos cãogressos comunistas);
- de Vitor Hugo, uma ligeira mudança para Os Miseráveis do des-governo;
- de Schiller, pouco muda também para A Ode à Alegria... dos ptralhas (e que se toque o último andamento da Nona Sinfonia de Beethoven em ritmo de samba enredo)
- de Dante, como O inferno já por aqui se instalou, alterar o Inferno... não. Isso não. Tem que manter as portas bem abertas para a canalha entrar e se divertir.
- sem esquecer Gabriel Garcia Marques e os seus 100 anos de Corrupção com especial ênfase e desenvolvimento para a última década.

Os estúpidos guerream barbaramente o talento; são os vândalos do mundo espiritual (Camilo Castelo Branco).
Miserere nobis. Amén.

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